Entidades pedem que governo marque nova reunião já para início de junho

Nesta quarta-feira, 29, a greve nacional dos técnico-administrativos em educação completou 80 dias com mobilizações nos locais de trabalho, assembleias, lives, atos e passeatas. Já em Brasília, o Comando Nacional de Greve da Fasubra em conjunto com os comandos de greve do Sinasefe e Andes realizaram atos unificados, marchas, audiências públicas no Congresso Nacional e cinco mesas de negociação com o governo.

Neste mesmo dia 29, à tarde, o Comando Nacional de Greve da Fasubra e o Comando Nacional de Greve do Sinasefe protocolaram no Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) a contraproposta dos técnico-administrativos em educação para a reestruturação do PCCTAE que foi discutida no Comando Nacional de Greve e pela Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC).

Essa contraproposta unificada das duas entidades foi aprovada nas assembleias de base na rodada de assembleias que ocorreram de 27 a 29 de maio, as quais rejeitaram a última proposta do governo apresentada na 5ª Mesa Específica e Temporária realizada dia 21 de maio. No documento, Fasubra e Sinasefe pedem que o governo marque nova reunião já para início de junho para discutir a contraproposta dos trabalhadores, pois avaliam que as negociações não estão encerradas.

No dia anterior, 28, pela manhã, os delegados do Comando Nacional de Greve da Fasubra foram ao Congresso solicitar apoio dos parlamentares para a greve da categoria. Na ocasião, foi entregue um documento com informações sobre o contexto da greve, as pautas reivindicatórias, a contraproposta apresentada ao governo e demais argumentos que justificam os técnico-administrativos a persistirem em continuar nesta luta pela recomposição salarial, orçamento para as universidades e valorização da educação federal pública, gratuita e de qualidade.

Fotos: Renan Silva

O Comando Local de Greve (CLG) e a coordenação do Sintufrj entregaram ao reitor Roberto Medronho, na tarde de terça-feira, 28, a pauta interna construída pela categoria em greve (e em processo de ampliação), em reuniões do CLG e na assembleia, com itens importantes relativos, por exemplo, à questões de infraestrutura, insalubridade, formação e qualificação.

A entrega formal foi em reunião de negociação com a Reitoria que tinha como pauta a greve e essencialidades, que contou com a participação das demais entidades representativas dos segmentos (DCE, APG e Adufrj).

“A pauta foi protocolada e vamos, a partir de agora, cobrar o retorno quanto às reivindicações”, disse o coordenador geral Esteban Crescente, que reforçou o pedido de realização de uma assembleia comunitária (sobre situação estrutural e orçamentária da UFRJ), item da pauta pontuado pelo coordenador da Fasubra Francisco de Assis, para unificar a comunidade acadêmica, com a participação dos segmentos e das suas entidades representativas com a finalidade de divulgar a grave situação da UFRJ.

O reitor informou que elabora um modelo de audiência pública, para a qual deverá ser convocada toda imprensa, com a participação do corpo social representado pelas entidades.

No documento protocolado, o CLG informa que, além da recomposição salarial e a reestruturação da Carreira, os técnicos-administrativos em greve desde 11 de março lutam também pela recomposição orçamentária de universidades e institutos federais.  Mas que busca também mediação com a Reitoria para avançar em demandas da categoria.

Para tanto solicita resposta a itens como: garantia do direito ao adicional de insalubridade; direito à permuta de servidores nas unidades hospitalares com entrada da Ebserh na gestão de hospitais ; encaminhamento para viabilidade das aulas de cursos cujos prédios sofrem problemas de infraestrutura, como o da Educação Física, IFCS, Duque de Caxias; recuperação da estrutura em cursos como os da EBA; cortes de contratos de terceirizados; paridade nos colegiados com voto dos aposentados e eleição direta para reitor, entre outros dos 16 itens da pauta.

Segundo o reitor, ao iniciar o diálogo, a ideia é a retomada da mesa de negociação permanente (que se reúne regularmente para tratar da pauta interna).  

SINTUFRJ, CLG e entidades (DCE, APG e Adufrj) em reunião com Reitoria dia 28

 

 

A íntegra da pauta:

O Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC), um dos mais importantes artigos que devem constar no texto do PCCTAE, cuja reestruturação faz parte dos três principais itens de reivindicações da greve dos técnicos-administrativos em educação deflagrada em 11 de março, foi o tema da live na terça-feira, 29 de maio, promovida pelo Comando Local de Greve (CLG)/Sintufrj, com transmissão pelo Youtube, Facebook e Instagram do sindicato (O conteúdo na íntegra encontra-se à disposição dos interessados nesses canais).

Das 10h às 12h, os dois textos publicados pela Fasubra no IG nº 4, contendo as diretrizes básicas para formulação de uma proposta definitiva de RSC a ser aprovada pelas bases, foram exaustivamente discutidos. Os debatedores convidados, a  dirigente do Sindiedutec-PR, Lisandra Nadal, e Agnaldo Fernandes, da UFRJ e membro da Comissão Nacional da Carreira da Federação, apresentaram as diferenças entre as duas concepções e responderam as perguntas da categoria. Participaram companheiros e companheiras das universidades da Bahia e de Santa Maria (RGS).

“A live é sobre os dois textos que expõem as diferenças propostas para o RSC, em debate com a categoria”, destacou Francisco de Assis, que mediou a discussão pelo CLG. Ele é do Instituto de Biologia e coordenador da Fasubra.

Modelos 1 e 2

Lisandra representou a tese do Ressignificar e CTB, que se encaixa no modelo 2 de texto; Agnaldo, a tese do Travessia, TAEs na Luta e UNIR, que é o texto 1. “O RSC deveria ser pensado de forma integrada dentro da nossa carreira, garantindo uma coerência com os princípios do PCCTAE, principalmente sendo um instrumento de gestão democratizada. A Fasubra ainda não tem uma proposta debatida e aprovada pelas entidades de base. Por isso, defendemos que o tema tem que ser ainda amplamente debatido e deliberado em uma plenária para uma proposta definitiva de RSC”, disse a dirigente do Sindiedutec-PR.

“Tenho convicção que podemos fazer uma proposta apontando para o nosso crescimento, a partir da realização de mais debates, inclusive presenciais”, afirmou Agnaldo. Segundo o militante, a   luta atual, que se traduz na greve que já dura 80 dias, por melhoria salarial, principalmente, acaba por não permitir o destaque de outras questões, como o RSC tão importante para a valorização do fazer dos técnicos-administrativos em educação.

. Leia matéria completa na próxima edição do Jornal do Sintufrj.

LISANDRA NADAL E AGNALDO FERNANDES MEDIADO POR FRANCISCO DE ASSIS na live sobre Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC)

 

Ato Unificado da Educação do Rio de Janeiro levou às ruas trabalhadoras representados por entidades que no momento lideram greves e estudantes que lutam por recomposição salarial das instituições federais de ensino. Depois de concentração no Largo do Machado, a marcha de manifestantes seguiu até a Rua Pinheiro Machado, onde fica o Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro. O governador Cláudio Castro, que recentemente escapou de um processo por corrupção eleitoral e que poderia resultar na sua cassação, foi um dos principais alvos do protesto pela ação devastadora contra a educação pública e professores da rede. Como das vezes anteriores, a participação de servidores da UFRJ organizados pelo Comando Local de Greve foi expressiva: O coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, ao final da passeata, convocou todos os movimentos a participarem do Ato Unificado da Educação que será realizado na quarta-feira, 5 de junho, no Centro de Ciências da Saúde, UFRJ, Ilha do Fundão. Fotos Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind

 

 

Comando Local de Greve (CLG) convoca para assembleia-ato, na quarta-feira, 5 de junho, às 9h30, na entrada do Bloco A do CCS, com participação da educação em greve

O Comando Local de Greve, Sintufrj, Adufrj, DCE Mário Prata e Associação de Pós-Graduandos se reuniram com a Reitoria e alguns do pró-reitores, por mais de duas horas, nesta terça-feira, dia 28, na retomada da mesa de negociação permanente, como foco no debate das atividades essenciais.

O CLG apresentou documento aprovado na assembleia do dia 27 que expressa a indignação da categoria sobre a nota emitida dia 24 pela Pró-Reitoria de Pós-graduação e Pesquisa, e pela Superintendente Geral Superintendência Geral de Tecnologia de Informação e Comunicação (SG-TIC), dirigida a comunidade.

Leia a íntegra em:

Resposta à carta da PR-2

A nota da PR2 e SGTIC menciona preocupação em relação a um edital de bolsas de iniciação científica (Pibic) de 2024.  Explica que é necessário processo seletivo interno que requer sistema específico (o anterior, segundo a nota, não atenderia e um novo estaria em desenvolvimento). Mas que, no contexto da atual greve, “apesar de nossos diversos apelos”, a atividade não teria sido considerada essencial pelo CLG. Por isso, a PR e a SG ao DCE, APG e Adufrj, para mediarem a solicitação ao CLG para “superar o impasse”. Porque poderia se perder o acesso às bolsas por 3 anos, o que representaria dezena de milhões de reais.

Não condiz com fatos

O CLG mostrou que a informação não condiz com os fatos. Relacionando todo processo tratado entre a Reitoria e o CLG, desde 26 de março, quando  se reuniram para apresentar a pauta de essencialidades, a nota do movimento mostra que não é verdade que o CLG tenha considerado a atividades como não essencial. “O que de fato ocorreu é que até o momento não se chegou a uma definição. Por outro lado, foi passado a PR-2 a necessidade de uma nova reunião e a possibilidade de uso do sistema antigo, o que na prática indica o compromisso dos/as trabalhadores e trabalhadoras e do CLG em encontrar uma solução mediada para o caso”, esclarece o CLG.

O Comando esclarece ainda que o documento da PR-2 e SG-TIC, além de desrespeitoso, por tentar interferir nos encaminhamentos decididos pela categoria em suas assembleias, uma vez que “solicita a intermediação do DCE, APG e Adufrj”, é também inverídico, na medida em que não considera que toda e qualquer decisão tomada pelo CLG, baseia-se em reuniões nos respectivos locais de trabalho.

“O CLG sempre esteve aberto ao diálogo e às negociações, tanto em suas reuniões quanto nas assembleias da categoria”, diz o texto, que reivindica direito de resposta com a divulgação da sua nota a toda comunidade universitária por e-mail através do SIGA.

“As ações do Comando de Greve são respaldadas pela categoria. Deixamos isso muito claro para a Reitoria: toda ação da Comissão de Ética é respaldada pela Assembleia”, disse Francisco de Assis, coordenador da Fasubra.

Audiência

Francisco  apontou que a nota ataca todo movimento e a greve da categoria, E propôs a construção de “pontes ao invés de muros” e reiterou o pedido apresentado já há algumas semanas de construção de uma assembleia comunitária, O reitor Ricardo Medronho informou que está pensando um modelo de audiência pública, para a qual deverá ser convocada toda imprensa, com a participação do corpo social representado pelas entidades.

Pauta interna

O CLG e a coordenação do Sintufrj apresentaram à Reitoria a pauta interna formulada em reuniões do Comando Local de Greve e na assembleia, com itens importantes relativos a questões de infraestrutura, grau de insalubridade, à formação e à qualificação. “Essa pauta foi protocolada e vamos, a partir de agora, cobrar o retorno quanto às reivindicações”, disse o coordenador geral Esteban Crescente, que reforçou o pedido de uma assembleia comunitária para unificar a comunidade acadêmica, com a participação dos segmentos e das suas entidades representativas para apresentar a grave situação da UFRJ,

O coordenador, logo na abertura da reunião, lembrou que a luta pela recomposição da perda salarial acumulada é também contra a evasão de quadros qualificados da universidade, disputados pela iniciativa privada com melhores salários. Lembrou que o governo anunciou o repasse de R$ 347 milhões de reais para as universidades em maio; R$ 13 milhões dos quais para UFRJ. “Podemos ou não dizer que é “culpa” da greve? A gente tem certeza de que é. Porque foi um momento de alta pressão após a segunda jornada de lutas em Brasília. Então, unificou a pressão dos trabalhadores em greve, junto com a pressão da Andifes sobre o governo para liberar esse recurso.”, disse ele, citando outros efeitos, ainda que insuficientes (porque a negociação ainda está em curso) que foram conquistados, inclusive para docentes, “Uma greve que inspirou o movimento grevista docente, e atraiu a simpatia do movimento estudantil.  O resultado está aí: R$342 é pouco, mas é um pouco mais. A força de uma greve que se iniciou com os TAE e arranca ganhos que os docentes não teriam se não tivesse greve esse ano”, disse ele, lembrando que este é um momento decisivo (nesta quarta-feira, dia 29, será apresentada a contraproposta do movimento).

Processo não foi negado: está em negociação

“Nós trouxemos nossa indignação enquanto Comando Local de Greve e apresentamos os documentos aprovados na assembleia, principalmente em relação à nota da PR-2 SGTIC que não condizem com a verdade porque o processo relacionado com a PIBIC está em negociação, então não foi negado”, reiterou a coordenadora geral do Sintufrj Marta Batista, argumentando como a categoria se sentiu desrespeitada com a postura da Reitoria em culpar a greve por tal precariedade estrutural da universidade.

“Cobramos uma postura de respeito em relação à nossa entidade, ao movimento sindical e à nossa categoria e buscamos restabelecer pontes. A gente saiu com a próxima reunião marcada para o dia 18 de junho (às 11h30), A gente considera é importante que aconteça essa próxima reunião, em que a gente vai seguir trazendo as pautas da nossa categoria para a reitoria e para as demais entidades.

Por fim, as lideranças convocaram a categoria para a grande assembleia ato, na quarta-feira, 5 de junho, às 9h30, na entrada do Bloco A do CCS,