Andifes se comprometeu a conversar com Lula sobre as demandas dos técnicos administrativos

O governo marcou a 6ª Reunião da Mesa Específica Temporária no Ministério de Gestão e Inovação (MGI) para discutir o PCCTAE para a próxima terça-feira, 11 de junho. A última rodada de negociação foi frustrante realizada em 27 de maio. De lá para cá a Fasubra protocolou uma contraproposta e espera avanço das negociações na mesa de terça. Os trabalhadores apostam no crescimento da mobilização para aumentar a pressão sobre o governo.

Nesta terça(4), coordenadores da Fasubra se reuniram com a presidenta da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Márcia Moura, quando solicitaram que a greve dos técnicos administrativos em educação seja incluída na conversa entre a direção da entidade e o presidente Lula, que inicialmente ocorreria na quinta-feira, 6, mas foi adiada para 10 de junho.

O resultado da reunião foi informado ao Comando Nacional de Greve (CNG). A Fasubra considerou a reunião positiva, porque alcançou seu objetivo. “A presidenta Márcia Moura solicitou argumentos para uma interlocução positiva (com o presidente Lula) para construção de uma outra resposta (as nossas reivindicações) e que atendesse a maior parte das nossas demandas”, informou a direção da Federação.

Márcia Moura, segundo a Fasubra, “se comprometeu em levar nossas pautas ao presidente”. Os coordenadores da Federação disseram que explicaram a presidenta da Andifes o que já foi flexibilizado nas negociações com o governo. “Colocamos a nossa insatisfação com a proposta trazida até agora. A gente entra na greve para conquistar o máximo possível dentro do processo de greve. Temos companheiras e companheiros experientes em negociação”, avaliou a Fasubra.

 

Uma frase circula nos últimos meses na UFRJ e em universidades de todo país: se é grave, é greve. Pois bem, todo dia aparece um problema. Nesta manhã, teve falta de luz nos prédios da Reitoria e Letras; há dois dias, problemas numa subestação do CT e por aí vai. De um modo ou de outro, a asfixia financeira vai deixando seu rastro. A tal ponto que EBA e de alguns outros cursos já deram a largada na greve estudantil.

A Escola de Belas Artes,  assim como todos os cursos que ficam entre a Reitoria e Letras começaram o dia de hore, 4 de junho com um apagão de pelo menos uma hora. E isso já se repetiu nas semanas anteriores. Só que dessa vez, com um agravante: a falta de energia que durou mais ou menos uma hora, das 7h30 às 8h30, paralisou, claro os elevadores da Reitoria. Lá dentro, uma jovem terceirizada, presa, à espera de socorro, passou mal devido a claustrofobia e, segundo estudantes que presenciaram, os bombeiros acudiram mas a moça foi encontrada desmaiada.

No fim da manhã, um carro da Light foi visto em frente à Letras trabalhando num reparo. “Foi bem tenso e ficou todo mundo comovido”, comentou Henderson Ramon, diretor do Centro Acadêmico da EBA e do DCE Mário Prata, sobre a situação da moça. Ele explica que tem havido queda da energia com uma certa frequência. Ele conta que há um vídeo circulando essa semana que mostra , por irônica coincidência, falta de luz em meio a uma aula do curso de Gestão Pública sobre a situação orçamentária.

O comentário era de que a falta de recursos fez com que a conta de luz não fosse paga. Mas, segundo o prefeito Marcos Maldonado, não foi isso. É problema com fornecimento pela Light e a Prefeitura, conta ele, tem protocolado pedidos de solução de forma insistente.WhatsApp Unknown 2024-06-04 at 18.41.21

Estudantes já deram a largada para a greve

Mais um entre tantos motivos que têm levado os estudantes de alguns cursos a dar a largada na construção da greve  antes mesmo do dia 11, data aprovada para deflagração da greve na UFRJ pela assembleia estudantil realizada semana passada com centenas de jovens.

Não à toa, depois de tantos problemas ( como o fechamento do Ateliê Pamplonão por infiltrações graves no teto, janelas e ventiladores caindo)  um calendário anuncia, no perfil do Centro Acadêmico da EBA no Instagram, o início da greve de ocupação na Escola de Belas Artes no dia 3, pela recomposição orçamentária, com uma série de atividades.

”Ocuparemos nosso espaço com Luta e Arte. Por isso, todas nossas atividades acontecem no nosso prédio, ou no hall dos elevadores ou no mezanino”, diz a chamada, apontando a realização de oficinas, rodas de conversa, debates.

Porque no dia 3

“Por causa, justamente, da necessidade de crescimento da mobilização para fortalecer a deflagração (geral da greve estudantil) no dia 11. Queremos que toda universidade pare. A EBA inteira parou ontem e hoje estamos com atividades nas entradas. A maioria dos estudantes está aderindo. Na EBA são 3.550 estudantes, mas apareceram cerca de 30”, diz Henderson.

O diretor explica que, além da EBA, já estão em greve estudantes de cursos como Dança, Educação Física,  História, Filosofia, Ciências Sociais e Serviço Social. Cursos de Macaé também estão em estado de greve para entrar a qualquer momento.

No dia 11, m haverá nova assembleia do DCE para deflagração da greve. Local e horário serão divulgados em breve.

Falta de luz e restrição de serviços

“De fato a falta de luz está sendo constante”, comenta o prefeito explicando que a Ilha do Governador também tem passado por situação similar. “Mandamos carta hoje para a Light cobrando. Porque a UFRJ faz parte das grandes contas. Mas todo dia tem problema. Uma equipe nossa fica direto avaliando as subestações. Mas é um problema externo, não tem nada a ver com a UFRJ ou com pagamento de conta”, diz Maldonado.

Ontem, 3, aconteceu outro, desta vez no CT: no subsolo do bloco H, a umidade afetou o funcionamento de uma subestação. A Prefeitura colocou refletores com lâmpadas fortes para retirar a umidade e ontem mesmo, por volta das 17h, já voltou a funcionar.

Pepinos e abacaxis

Maldonado, assim como fez quando assumiu o cargo, há quase cinco anos, no Consuni, comparou a atividade da Prefeitura a um hortifruti: tem muito pepino e abacaxi: “Não tem descanso”, conta ponderando que não é que a situação tenha piorado, é que o problema de hoje é originado no passado. Um exemplo: a tubulação de água, no Fundão, é antiga. Quando um morador na Ilha do Governador reclama da pouca quantidade junto a Águas do Rio, a empresa aumenta a vazão e isso acaba por estourar a tubulação antiga na UFRJ.

Mas o prefeito faz questão de relacionar aquilo que tem conseguido realizar, mesmo com as restrições orçamentárias. A iluminação da rua está toda pronta, com lâmpadas de LED, e a Prefeitura vem trabalhando na manutenção do entorno do prédio JMM (Reitoria).

A grandiloquente UFRJ

“Temos 80 mil alunos. Circulam diariamente aqui (no Fundão) 120 mil pessoas (trabalhadores, estudantes, usuários dos hospitais  etc.).  O perímetro da Cidade Universitária e de 5 milhões 236 mil metros quadrados. Temos a estrutura de uma cidade. Entre 6h e 11h, passam por aqui 2 mil 660 carros por minuto. Cerca de 1500 saem pela ponte do saber. Mil ficam aqui dentro nos estacionamentos. Temos uma reserva – o Parque do Catalão – que estamos buscando alternativas para reabrir ao público. Estamos trabalhando no projeto para construção do Parque da Orla. A universidade cresceu e a gente tem uma estrutura que requer investimento”, diz Maldonado.

Fora os outros campi, como Macaé, Duque de Caxias e Praia Vermelha e as unidades isoladas, como IFCS-IH, Valongo, Museu Nacional, Faculdade de Direito, de Enfermagem, Hesfa, Instituto de Ginecologia, Maternidade Escola, Escola de Música. O Hospital Clementino Fraga Filho e o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira ambos no Fundão, entre outros também compõem um enorme complexo que agrega nove unidades de saúde.

Maldonado tem expectativa de que na reunião que está prevista da Associação Nacional de Reitores com Lula, prevista para na próxima semana (para discutir a greve e orçamento), haja recursos para as universidades, em particular para a UFRJ e suas proporções grandiloquentes.

A maior universidade federal do país hoje vive no malabarismo de cortar aqui e ali para continuar funcionando. Por exemplo no transporte (menos ônibus significam horários mais esparsos), ou na limpeza urbana (a coleta tem sido menos frequente, inclusive no entorno do HU. “Não é como queríamos que fosse feito”, lamenta Maldonado), relacionando ainda outros serviços ligados ao cuidado com a área urbana, como capina e roçado, tudo vem sendo reduzidos.

O prefeito criou um grupo de WhatsApp que é acionado quando há problemas na infraestrutura. Não têm sido poucas as vezes. Mais um reflexo da asfixia financeira.

                       

 

Mobilização reúne técnicos, estudantes e docentes na UFRJ num momento decisivo de negociações com o governo

Nessa quarta-feira, 5 de junho, as entidades da educação em greve realizam ato unificado para reafirmar seu movimento paredista e pressionar o governo a encontrar espaço no orçamento para atender as reivindicações mais prementes dos trabalhadores da educação.

Antes do ato unirficado, haverá rápida assembleia-ato dos trabalhadores técnico-administrativos do Sintufrj

Na UFRJ, no Bloco A do Centro de Ciências da Saúde em frente ao Hospital Universitário, Sintuff, Sintur, Sindiscope, Sintifrj, DCE Mário Prata e Andes, promovem às 9h30 mobilização unificada por recomposição salarial, valorização das carreiras e recomposição Orçamento das Instituições de Ensino Federal.

Na próxima terça-feira, dia 11, tem reunião com o governo a qual há a expectativa de resposta a contraproposta apresentada pela Fasubra, sendo então um momento crucial para o movimento e de mostrar muita força de mobilização para o governo. Na sexta-feira, 14, acontecerá a reunião com o Andes.

A greve dos técnico-administrativos em educação avança para 90 dias e as reuniões de negociação com o governo não tem tido o resultado esperado pela categoria, com o governo insistindo com a argumentação de que não há mais espaço orçamentário para reajuste este ano e indicando que a greve deve acabar.

É bom lembrar para a categoria que os trabalhadores da educação, em especial os técnico-administrativos, receberam como oferta nas mesas de negociação os menores aportes financeiros. A última proposta apresentada pelo governo não contribui para romper com as discrepâncias salariais entre as categorias do serviço público federal, numa contradição com o discurso do governo de promover a redução da diferença entre os que ganham mais e os que ganham menos. Com a atual proposta apresentada pelo governo os salários dos técnico-administrativos em educação continuarão os menores salários do Executivo Federal, ao final do mandato do presidente Lula.

Então, até a próxima semana os técnico-administrativos em educação da UFRJ cumprem sua agenda de luta. Além do Ato Unificado com Assembleia-Ato da categoria, no dia 11, dia da reunião de negociação no MEC, o Sintufrj promove um dia intenso de atividades no Clube Cepe, o Dia Olímpico do Trabalhador.

Confira:

5/6 – Quarta-feira – 9h30 –

  • Assembleia-Ato – Bloco A CCS, em frente ao HUCFF

  9/6 – Domingo

  • Atividade: Aniversário do Museu Nacional

11/6 – Terça-feira

  • Reunião de Negociação no MEC
  • Dia Olímpico do Trabalhador

Em reunião com representantes do comando nacional de greve e coordenações do Andes-SN e do Sinasefe, nesta segunda-feira, dia 3, os representantes do Ministério de Gestão e Inovação (MGI) informaram às lideranças  que nada havia a acrescentar no que fora apresentado anteriormente.

Os integrantes das duas entidades esperavam resposta ao documento que protocolaram depois da contraproposta do governo do dia 27.

Após a reunião ser interrompida pelo Secretário de Relações de Trabalho, José Lopez Feijóo, sem uma agenda para a continuidade das negociações, os representantes das entidades resolveram ocupar a sala onde ocorrera a reunião. Exigiam data para a continuidade das negociações das contrapropostas e uma definição de reunião com TAEs em greve.

Depois de duas horas de ocupação, conquistaram uma agenda de negociações para a próxima semana (há reuniões no dia 11 com TAEs e, no dia 14, com docentes, ambas no MEC).

Proifes sem registro

Em nota à imprensa, o MGI reiterou o que havia dito na semana anterior sobre o encerramento da negociação com docentes do Andes e do Sinasefe, após acordo entre o  Proifes (9% em 2025 e 3,5% em 2026), e a Secretaria de Relações de Trabalho.

No dia 29, o acordo foi invalidado pela Justiça Federal porque o Proifes não tem legitimidade para atuar no caso por não ter registro sindical.

Em frente ao MGI, vigília em apoio à ocupação.

Neste mesmo dia 3, dia Nacional de Luta da Educação Federal, se sucederam manifestações pelo país pela reabertura das negociações. Em Brasília, o ato foi em frente ao MGI, durante a mesa com Andes-SN e Sinasefe. Fasubra estava lá em apoio as demais entidades.

E, mesmo com uma contraproposta com menor impacto financeiro (na do Andes, reajuste do Magistério Superior e EBTT de 3,69% em agosto de 2024; 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026, com paridade de aposentados e pensionistas), não houve avanço.

Segundo Davi Lobão, coordenador do Sinasefe, a reunião foi aberta com um bom debate sobre a necessidade de isolar qualquer perspectiva da direita de utilizar-se da greve. No entanto, na hora de discutir a negociação ,o governo disse não ter nada a acrescentar.

As deputadas federais Fernanda Melchionna (Psol) e Dandara (PT-MG) explicaram que há instrumentos legais possíveis (como um projeto de lei do Congresso Nacional) na busca de orçamento para um reajuste (de 3,69% para reposição da inflação) em 2024. Feijóo disse que se houver possibilidade neste sentido poderia voltar a conversar. E que somente na sexta-feira (7) apresentaria uma data para a reunião com técnicas e técnicos administrativos.

O MGI disse ao Brasil de Fato que as negociações sobre remuneração estã encerradas, mas  que o governo permanece aberto para diálogo sobre pautas não salariais em outras instâncias de governo.

 

Em coletiva, entidades reafirmam disposição de luta

Nesta segunda-feira (3) as Direções Nacionais e os Comandos Nacionais de Greve da Fasubra Sindical, Andes Sindicato Nacional e Sinasefe realizaram coletiva conjunta sobre a greve da Educação Federal.

Foi transmitida pelo Youtube e reverberou a crítica conjunta das entidades à intransigência do governo (que insiste em reajuste zero em 2024), reafirmando a força das greves.

Em todos país, no dia Nacional de Luta da Educação Federal, se sucederam atos pela reabertura das negociações. Na pauta estão a reestruturação das carreiras, recomposição salarial e orçamentária das IFEs e revogação de todas as normas baixadas pelos governos Temer e Bolsonaro que prejudicam a educação federal.

Os representantes do Andes-SN e Sinasefe afirmaram que não aceitariam a imposição do fim da mesa de negociação sem proposta digna ou mais congelamento salarial em 2024.

Eles atualizaram a imprensa sobre o quadro da greve: a do Andes alcança 63 instituições, com a adesão de mais duas no dia 3; a do Sinasefe se estende a 562 unidades das 680, articulando técnicos-administrativos, docentes e o apoio do movimento estudantil, numa greve considerada histórica.

O presidente do Andes, Gustavo Seferiam, pediu respeito por parte do governo ao movimento sindical e criticou o acordo “farsesco” com o Proifes, que classificou como entidade fantasma, sem registro formal.

Fasubra está junto

“Precisamos fortalecer nossa luta. Vamos seguir juntos, reivindicando respeito do governo e tratamento com equidade, com necessidade de valorização e investimento em educação. A Fasubra estará hoje junto (com as outras categorias) em frente ao MGI, na trincheira da luta pelo fortalecimento da Educação, do serviço público e da universidade”, disse Naara Siqueira, do Comando Nacional de Greve da Fasubra.

Para uns, sim; para outros, não

Na reunião com o MGI, os dirigentes do Andes-SN e Sinasefe tiveram que escutar absurdos como: “Olha, se a gente der reajuste para a Educação federal, temos que dar para todo mundo”. Elas questionaram o argumento perguntando por que, então, quando deram o reajuste da Polícia Federal, não deram para todo serviço público e por que, só quando se trata da Educação federal (o pior piso do executivo, defasado há anos), não pode.

No dia 31 foi sancionada a lei que trata do reajuste salarial das carreiras da Polícia Federal, Rodoviária Federal e Penal Federal com reajustes já a partir de 2024, em 2025 e 2026.  Segundo a Agência Senado, os maiores reajustes são para os policiais penais, que chegam a 77,15% no fim de carreira (R$ 20 mil em 2026). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) terá reajuste de 27,48% no fim de carreira (R$ 23 mil em 2026) e o delegado da PF, 27,48% (R$ 41,3 mil em 2026).