Mobilização reúne técnicos, estudantes e docentes na UFRJ num momento decisivo de negociações com o governo

Nessa quarta-feira, 5 de junho, as entidades da educação em greve realizam ato unificado para reafirmar seu movimento paredista e pressionar o governo a encontrar espaço no orçamento para atender as reivindicações mais prementes dos trabalhadores da educação.

Antes do ato unirficado, haverá rápida assembleia-ato dos trabalhadores técnico-administrativos do Sintufrj

Na UFRJ, no Bloco A do Centro de Ciências da Saúde em frente ao Hospital Universitário, Sintuff, Sintur, Sindiscope, Sintifrj, DCE Mário Prata e Andes, promovem às 9h30 mobilização unificada por recomposição salarial, valorização das carreiras e recomposição Orçamento das Instituições de Ensino Federal.

Na próxima terça-feira, dia 11, tem reunião com o governo a qual há a expectativa de resposta a contraproposta apresentada pela Fasubra, sendo então um momento crucial para o movimento e de mostrar muita força de mobilização para o governo. Na sexta-feira, 14, acontecerá a reunião com o Andes.

A greve dos técnico-administrativos em educação avança para 90 dias e as reuniões de negociação com o governo não tem tido o resultado esperado pela categoria, com o governo insistindo com a argumentação de que não há mais espaço orçamentário para reajuste este ano e indicando que a greve deve acabar.

É bom lembrar para a categoria que os trabalhadores da educação, em especial os técnico-administrativos, receberam como oferta nas mesas de negociação os menores aportes financeiros. A última proposta apresentada pelo governo não contribui para romper com as discrepâncias salariais entre as categorias do serviço público federal, numa contradição com o discurso do governo de promover a redução da diferença entre os que ganham mais e os que ganham menos. Com a atual proposta apresentada pelo governo os salários dos técnico-administrativos em educação continuarão os menores salários do Executivo Federal, ao final do mandato do presidente Lula.

Então, até a próxima semana os técnico-administrativos em educação da UFRJ cumprem sua agenda de luta. Além do Ato Unificado com Assembleia-Ato da categoria, no dia 11, dia da reunião de negociação no MEC, o Sintufrj promove um dia intenso de atividades no Clube Cepe, o Dia Olímpico do Trabalhador.

Confira:

5/6 – Quarta-feira – 9h30 –

  • Assembleia-Ato – Bloco A CCS, em frente ao HUCFF

  9/6 – Domingo

  • Atividade: Aniversário do Museu Nacional

11/6 – Terça-feira

  • Reunião de Negociação no MEC
  • Dia Olímpico do Trabalhador

Em reunião com representantes do comando nacional de greve e coordenações do Andes-SN e do Sinasefe, nesta segunda-feira, dia 3, os representantes do Ministério de Gestão e Inovação (MGI) informaram às lideranças  que nada havia a acrescentar no que fora apresentado anteriormente.

Os integrantes das duas entidades esperavam resposta ao documento que protocolaram depois da contraproposta do governo do dia 27.

Após a reunião ser interrompida pelo Secretário de Relações de Trabalho, José Lopez Feijóo, sem uma agenda para a continuidade das negociações, os representantes das entidades resolveram ocupar a sala onde ocorrera a reunião. Exigiam data para a continuidade das negociações das contrapropostas e uma definição de reunião com TAEs em greve.

Depois de duas horas de ocupação, conquistaram uma agenda de negociações para a próxima semana (há reuniões no dia 11 com TAEs e, no dia 14, com docentes, ambas no MEC).

Proifes sem registro

Em nota à imprensa, o MGI reiterou o que havia dito na semana anterior sobre o encerramento da negociação com docentes do Andes e do Sinasefe, após acordo entre o  Proifes (9% em 2025 e 3,5% em 2026), e a Secretaria de Relações de Trabalho.

No dia 29, o acordo foi invalidado pela Justiça Federal porque o Proifes não tem legitimidade para atuar no caso por não ter registro sindical.

Em frente ao MGI, vigília em apoio à ocupação.

Neste mesmo dia 3, dia Nacional de Luta da Educação Federal, se sucederam manifestações pelo país pela reabertura das negociações. Em Brasília, o ato foi em frente ao MGI, durante a mesa com Andes-SN e Sinasefe. Fasubra estava lá em apoio as demais entidades.

E, mesmo com uma contraproposta com menor impacto financeiro (na do Andes, reajuste do Magistério Superior e EBTT de 3,69% em agosto de 2024; 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026, com paridade de aposentados e pensionistas), não houve avanço.

Segundo Davi Lobão, coordenador do Sinasefe, a reunião foi aberta com um bom debate sobre a necessidade de isolar qualquer perspectiva da direita de utilizar-se da greve. No entanto, na hora de discutir a negociação ,o governo disse não ter nada a acrescentar.

As deputadas federais Fernanda Melchionna (Psol) e Dandara (PT-MG) explicaram que há instrumentos legais possíveis (como um projeto de lei do Congresso Nacional) na busca de orçamento para um reajuste (de 3,69% para reposição da inflação) em 2024. Feijóo disse que se houver possibilidade neste sentido poderia voltar a conversar. E que somente na sexta-feira (7) apresentaria uma data para a reunião com técnicas e técnicos administrativos.

O MGI disse ao Brasil de Fato que as negociações sobre remuneração estã encerradas, mas  que o governo permanece aberto para diálogo sobre pautas não salariais em outras instâncias de governo.

 

Em coletiva, entidades reafirmam disposição de luta

Nesta segunda-feira (3) as Direções Nacionais e os Comandos Nacionais de Greve da Fasubra Sindical, Andes Sindicato Nacional e Sinasefe realizaram coletiva conjunta sobre a greve da Educação Federal.

Foi transmitida pelo Youtube e reverberou a crítica conjunta das entidades à intransigência do governo (que insiste em reajuste zero em 2024), reafirmando a força das greves.

Em todos país, no dia Nacional de Luta da Educação Federal, se sucederam atos pela reabertura das negociações. Na pauta estão a reestruturação das carreiras, recomposição salarial e orçamentária das IFEs e revogação de todas as normas baixadas pelos governos Temer e Bolsonaro que prejudicam a educação federal.

Os representantes do Andes-SN e Sinasefe afirmaram que não aceitariam a imposição do fim da mesa de negociação sem proposta digna ou mais congelamento salarial em 2024.

Eles atualizaram a imprensa sobre o quadro da greve: a do Andes alcança 63 instituições, com a adesão de mais duas no dia 3; a do Sinasefe se estende a 562 unidades das 680, articulando técnicos-administrativos, docentes e o apoio do movimento estudantil, numa greve considerada histórica.

O presidente do Andes, Gustavo Seferiam, pediu respeito por parte do governo ao movimento sindical e criticou o acordo “farsesco” com o Proifes, que classificou como entidade fantasma, sem registro formal.

Fasubra está junto

“Precisamos fortalecer nossa luta. Vamos seguir juntos, reivindicando respeito do governo e tratamento com equidade, com necessidade de valorização e investimento em educação. A Fasubra estará hoje junto (com as outras categorias) em frente ao MGI, na trincheira da luta pelo fortalecimento da Educação, do serviço público e da universidade”, disse Naara Siqueira, do Comando Nacional de Greve da Fasubra.

Para uns, sim; para outros, não

Na reunião com o MGI, os dirigentes do Andes-SN e Sinasefe tiveram que escutar absurdos como: “Olha, se a gente der reajuste para a Educação federal, temos que dar para todo mundo”. Elas questionaram o argumento perguntando por que, então, quando deram o reajuste da Polícia Federal, não deram para todo serviço público e por que, só quando se trata da Educação federal (o pior piso do executivo, defasado há anos), não pode.

No dia 31 foi sancionada a lei que trata do reajuste salarial das carreiras da Polícia Federal, Rodoviária Federal e Penal Federal com reajustes já a partir de 2024, em 2025 e 2026.  Segundo a Agência Senado, os maiores reajustes são para os policiais penais, que chegam a 77,15% no fim de carreira (R$ 20 mil em 2026). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) terá reajuste de 27,48% no fim de carreira (R$ 23 mil em 2026) e o delegado da PF, 27,48% (R$ 41,3 mil em 2026).