Despacho do Ministério Público Federal arquivou denúncia contra o sindicato que questionava a contribuição de não sindicalizados para o Fundo de Greve – que foi deliberado pela assembleia de 7 de março que deflagrou o movimento paredista que durou mais de três meses.

De acordo com o procurador da República Vinícius Panetto do Nascimento,  “a respeito desse tema, entendo que assiste razão ao Sintufrj”. Como se sabe a participação de não sindicalizados no fundo para assegurar as despesas do movimento foi confrontada pela PR-4.

A decisão do Ministério Público pacifica a discordância apresentada pela UFRJ em relação a decisão do Sintufrj sobre o financiamento da greve. O despacho do procurador é contundente. Sustenta que sobre a questão (cobrança de não sindicalizados) há decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o tema.

O documento do procurador cita o STF que “ao julgar os Embargos de Declaração (…) autorizou que os Sindicatos instituíssem contribuição assistencial, custeada por toda categoria, ainda que por trabalhadores não sindicalizados, desde que tal contribuição tivesse por finalidade custear negociações coletivas, como ocorre no âmbito das greves, que tem por objetivo a reivindicação de direitos que beneficiarão toda a categoria (trabalhadores sindicalizados ou não), desde que seja garantido o exercício do direito à oposição”.

Outro ponto questionado pela UFRJ, o de quebra de privacidade de dados dos servidores, também foi alvo de exame do Ministério Público. “Quanto a alegada violação à Lei geral de Proteção de Dados, o Sintufrj informou que já dispunha dos dados dos servidores técnico-administrativos da UFRJ, seja em razão de acesso ao Portal da Transparência, seja pelo fato de que a própria UFRJ já havia fornecido tais dados por ocasião das eleições dos colegiados superiores daquela Universidade, razão pela qual o referido Sindicato recebeu tais dados para controle dos pleitos (realização e controle da votação).

ASSEMBLEIA DE 7 DE MARÇO QUE APROVOU A GREVE também votou o Fundo de Greve

 

 

Os 60 novos servidores, sendo 56 para a área hospitalar, iniciam sua jornada de trabalho na UFRJ nesta segunda-feira, 15. São técnicos de enfermagem, técnicos de farmácia, técnicos em radiologia, técnicos de laboratórios e quatro músicos. A recepção aos recém ingressos por concurso público pelo Regime Jurídico Único (RJU) foi na sexta-feira, 12, no auditório onde são realizadas as sessões dos órgãos colegiados, no Parque Tecnológico.

“A maioria dos profissionais da área de saúde serão lotados no Fundão e alguns, como técnicos de enfermagem, farmácia, radiologia e laboratório, poderão escolher, entre as opções oferecidas, o seu local de trabalho”, informou Rejane Barra, coordenadora de Dimensionamento e Desenvolvimento de Pessoal da Pró-Reitoria de Pessoal (PR4). Ela recepcionou as trabalhadoras e trabalhadores e entregou o ofício para apresentação nos setores de trabalho.

Boas-vindas do Sintufrj

Quatro coordenadores do Sintufrj participaram do ato de acolhimento aos novos servidores: Esteban Crescente e Laura Gomes, da Coordenação Geral, e Nivaldo Holmes e Marli Rogues, da Coordenação de Comunicação.

Os dirigentes apresentaram a entidade aos novos integrantes da categoria, inclusive projetando imagens da sede da entidade, do Espaço Saúde, Espaço Cultural, de assembleias, atos e mobilizações, principalmente das lutas mais recentes por reajuste salarial, valorização da carreira e pela recuperação orçamentária das instituições federais de ensino, que culminou com 113 dias de greve.

Os concursados receberam uma pasta contendo ficha de sindicalização, a edição do Jornal do Sintufrj com as conquistas da greve e uma cartilha com os convênios oferecidos aos filiados e seus dependentes. “Sem muito bem-vindos à UFRJ. O Sintufrj está à disposição para ajudar no que for possível nessa nova caminhada de vocês. O sindicato é uma união de forças”, saudou a dirigente sindical Laura Gomes.

“Os sindicatos são uma instituição de luta da classe trabalhadora e marcaram os séculos 19 e 20. Em 1964, na ditadura militar, os servidores foram proibidos de se sindicalizarem. Surgiram as associações recreativas, que faziam política mas de forma muito discreta. Da Asufrj nasceu o Sintufrj, em 1993. O conceito de técnicos-administrativos em educação foi uma conquista nossa, que se transformou em carreira. Porque nós, servidores das universidades, produzimos educação, pesquisa, criamos projetos para a sociedade”, acrescentou Esteban Crescente.

 

Expectativas de quem chega 

 

Suelen Almeida, 35 anos, sorria muito na recepção da PR4 aos concursados. Técnica de laboratório de alimentos, doutorando em ciência de alimentos, pretende fazer a diferença na UFRJ. “Era professora substituta na Uerj e atuei na Estácio de Sá. Devo trabalhar no Instituto de Nutrição e pretendo dar boas contribuições para a instituição e chegar a docência”, afirmou.

Helena Maria Vianna Graça, 52 anos, já tem 10 anos como técnica de enfermagem no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e fez o concurso para ter a segunda matrícula. ”Fiquei muito feliz por ter sido aprovada. Atualmente trabalho no CTI da unidade”, disse.

Yasmin Moraes, 24 anos, estudante de Farmácia na UFRJ, está entusiasmada com a primeira experiência de emprego: “Sempre fui estagiária e agora vou atuar como técnica de farmácia e na minha universidade de formação. Pretendo aprender muito e adquirir mais conhecimento”.

Thalyson Rodrigues é pianista e até dezembro, continuará como professor substituto da Escola de Música, unidade onde passará a atuar como técnico. “Quero contribuir para a formação de outros profissionais, conforme ocorreu comigo, na UFRJ, onde fiz o curso técnico, graduação e mestrado. Também trabalho com teatro musical. Estou muito feliz com a minha entrada definitiva como servidor da universidade”, garantiu o músico.

Nesta quinta-feira, 11 de julho, o Grupo de Trabalho da Mulher do Sintufrj  realizou, na Praia Vermelha, mais uma reunião híbrida de organização das atividades para o fortalecimento da pauta e da luta das mulheres.

As ações estarão concentradas para a participação nas atividades do Julho das Pretas. A participação da 10ª Marcha das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, dia 28 de julho, em Copacabana, já está no calendário dessas atividades.

Paralelamente ao Julho das Pretas, o GT se dividiu em subgrupos para organizar três linhas de ações: aprofundar o debate sobre a saúde da mulher; organizar intervenções artístico-culturais e organizar um clube de leitura ligado ao universo da mulher e à pauta feminista.

Na próxima reunião, marcada para 1 de agosto, no Espaço Cultural, as ações

serão organizadas numa proposta de trabalho que será formulada pelo GT.

 

GT Mulher na Praia Vermelha.
Rio, 11/07/24
Foto Elisângela Leite