Servidora Daniela Tavares, que tem deficiência visual grave, foi uma das protagonistas da elaboração do documento. Ela foi reverenciada por dirigente do Sintufrj e representantes da universidade

Nesta sexta-feira, 27, o lançamento do Dossiê Acessibilidade, especial da Revista Práticas em Gestão Pública Universitária (PGPU), no Salão Nobre do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), marcou o mês de setembro em que é celebrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa Com Deficiência.  O especial pode ser acessado pelo endereço https://revistas.ufrj.br/index.php/pgpu/issue/view/2813

A Revista PGPU é um periódico eletrônico semestral e esta edição traz vinte e quatro artigos científicos que nos mostram diferentes abordagens da temática acessibilidade. Dos editores convidados dessa edição especial três compuseram a mesa de lançamento do Dossiê: Daniela Cardoso Tavares (Instituto  Tércio  Pacitti  de  Aplicações  e  Pesquisas Computacionais/NCE), Claudia Martins e Rita de Cassia Oliveira Gomes (DIRAC).

Daniela Tavares, que tem uma deficiência visual grave, e que teve participação significativa na elaboração do Dossiê, foi especialmente reverenciada pela Pró-reitora de Graduação, Maria Fernanda Quintela, pela editora-chefe da PGPU, Ivaneide Grizente, pela Coordenadora de Políticas Sociais do Sintufrj, Marli Rodrigues, e pelo Decano do CCMN, Josefino Cabral Lima.

“Acompanhamos a questão da acessibilidade há muito tempo e acompanhamos a Daniela desde que entrou na universidade. Ela é uma pessoa incansável na luta das pessoas com deficiência. E ver a Daniela nesta mesa não tem preço. É ver que a luta vale a pena e que Daniela nunca desistiria. Como disse Maria Fernanda Quintela é importante que a gente não fique só nessa sala e só nessa comemoração. Que a gente parta para as ações para dar condições de as pessoas com deficiência estarem na universidade”, declarou a coordenadora do Sintufrj, Marli Rodrigues.

“Foi uma edição especial em formato dossiê, uma edição prazerosa importante e bem trabalhosa. Tenho orgulho e satisfação nesse lançamento. Agradeço nominalmente a Daniela que nos ajudou imensamente. Entendemos a importância desse tema e temos a consciência de que precisamos avançar muito”, afirmou a editora-chefe da PGPU, Ivaneide Grizente.

Daniela Cardoso falou emocionada: “Eu realmente agradeço as palavras. Estou na universidade há 19 anos. Tenho uma deficiência visual, eu perco a minha visão ao longo dos anos. Fazer esse dossiê e realizar esse trabalho para mim foi uma honra. Agradeço imensamente a oportunidade e agradeço a todos os envolvidos que trabalharam muito para realizar esse dossiê. E realizá-lo significa mais um dia nacional de luta da pessoa com deficiência e que temos muitos desafios a vencer. Talvez se tenha avançado muito ao longo dos séculos se olharmos para a história da humanidade. Porém, ainda avançamos muito pouco. Precisamos avançar muito mais para que possamos ter uma sociedade cada vez mais justa e inclusiva.”

A diretora de Acessibilidade, Rita Gomes, relatou que a UFRJ há 14 anos tinha menos de 500 pessoas com deficiência e hoje tem mais de mil estudantes, fora servidores e terceirizados. E hoje a UFRJ corre atrás dessa realidade. Mas diz que têm muitas esperanças de mudanças.

“Várias universidades hoje estão em condições menos desconfortáveis do que nós. Mas nós que estamos aqui somos resistentes e persistentes. Acreditamos que esse espaço será transformado. Que esse trabalho não seja apenas mais um dossiê, mais que seja um dossiê que realmente seja mais um degrau para a acessibilidade na universidade”, disse Rita.

 

Dossiê Acessibilidade

São vinte e quatro artigos científicos que nos mostram diferentes abordagens da temática deste  número. Dos editores convidados dessa edição especial, três compuseram a mesa de lançamento do Dossiê: Daniela Cardoso Tavares, Claudia Martins e Rita de Cassia Oliveira Gomes.

A escolha do tema partiu da demanda apresentada por  uma  das  Unidades  da  UFRJ –Instituto  Tércio  Pacitti  de  Aplicações  e  Pesquisas Computacionais/NCE, por iniciativa da técnico-administrativa Daniela Cardoso, em conjunto com a Superintendência Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (SGAADA) por meio da Diretoria de Acessibilidade(DIRAC) organizadas para participarem da PGPU.

Com o intuito  de  valorizar  a  história  de  servidores  técnico-administrativos  (ativos  e aposentados), por sua atuação, desempenho, motivação ou outras características dignas de serem compartilhadas, foi criada a seção Entrevista. Este número conta com a participação dos técnico-administrativos Rogério da Silva Cruz e  Gustavo  Cravo  de  Azevedo entrevistando Denise  Góes,  Superintendente  Geral  de Ações  Afirmativas,  Diversidade  e  acessibilidade/SGAADA.

Cabe  ressaltar  o  momento histórico da criação da SGAADA (recém-criada em 2023) como um forte marco para a UFRJ e tendo a pauta racial como um dos principais focos do atual governo. Denise Góis é conhecida por incansável  luta  antirracista na Universidade.

A revista

A Revista PGPU foi lançada em 2017 e é uma publicação prioritariamente dedicada aos TAES. É um periódico eletrônico semestral, de acesso livre e irrestrito. Tem fluxo contínuo e aberta a qualquer momento a receber trabalhos.

O objetivo da publicação é a divulgação de análises, reflexões e resultados de trabalhos – voltados para a área da Gestão Pública Universitária – de técnicos administrativos em educação (ativos e aposentados), gestores, pesquisadores, professores, estudantes e trabalhadores terceirizados das instituições públicas de ensino superior de todo o país, priorizando a publicação de trabalhos escritos por técnicos administrativos ou que contenham técnicos entre seus autores. É editado pela Pró-Reitoria de Pessoal (PR4) em conjunto com o Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ. FOTOS: ELISÂNGELA LEITE

LANÇAMENTO DO DOSSIÊ NO SALÃO NOBRE DO CCMN. NA MESA: Josefino, Ivaneide, Cláudia, Maria Fernanda, Rita Gomes, Daniela, Marli e Angélica Dias (NCE)
DANIELA E MARLI que fez homenagem à luta pela acessibilidade
CAPA DA EDIÇÃO ESPECIAL da Revista

Com bolo e balões pretos, estudantes da Escola de Educação Física protestaram, na manhã desta quinta-feira, 26, no Conselho Universitário (Consuni), pela passagem de um ano da queda de trechos da marquise do prédio (foi no dia 6 de setembro de 2023) da unidade. O incidente se repetiu uma segunda vez, em 2 de maio deste ano, reforçando a gravidade da situação.

A estudante Alessandra Pessoa de Vasconcelos, que falou em nome do grupo, destacou que não era um dia de felicitar a UFRJ, mas de “comemorar o desaniversário” de um ano do desabamento. Ela leu carta aberta do corpo social da escola.

Aprovada em reunião dos coletivos dos estudantes, professores e técnicos-administrativos, a carta aponta inconformismo da comunidade diante de um ano de penúria predial que se soma às condições precárias da UFRJ.

Reivindicações

Os estudantes reivindicam a aceleração no processo de recuperação das instalações dos blocos C, D e E, os ginásios para as aulas práticas, e o aluguel de contêiners-vestiários, de modo que possam ocupar os ginásios da escola a partir de 14 de outubro.

Pedem também celeridade nas alternativas de espaços fundamentais para o funcionamento a partir de fevereiro de 2025, das atividades acadêmicas e administrativas; providências para a conclusão dos reparos no prédio, notadamente os blocos A e B, que envolvem salas de aulas teóricas, vestiários, laboratórios e setores administrativos.

“A gente está vivendo um momento muito difícil. E precisamos reverberar o verbo esperançar, como disse Paulo Freire. E para os jovens que sonham em cursar o nível superior na UFRJ, e ser o primeiro da sua família na Federal, como eu sou, eu deixo um recado. Estamos lutando pelos nossos sonhos”, concluiu a estudante.

Precisamos que os processos saiam

A Pró-Reitora de Graduação (PR1) Maria Fernanda Quintela, comentou que a situação vem sendo acompanhada pela Reitoria, por ela e pela equipe da PR-1, explicando que tem realizado diversas reuniões com o corpo social, coordenadores, direção, estudantes.

Segundo conta, há vários processos em andamento para que se possa fazer obras ou reparos, “porque nós combinamos que a partir e outubro começariam as práticas. Precisamos que isso ocorra, que os processos saiam e que as obras e os reparos iniciem, até porque nós já recebemos algum recurso, não é o total, para poder iniciar aquilo que precisa no primeiro ginásio, que a gente precisa ocupar para as aulas práticas”, disse ela, explicando ainda que  a Reitoria vem tomando todas as medidas para diminuir o impacto do acidente.

A pró-reitora agradeceu as unidades e centros que vem contribuindo para solução do problema ou no apoio com a disponibilização de salas de aula e concluiu:

“Eu gostaria que hoje as bolas fossem coloridas, o bolo tivesse uma cor também um pouco mais colorida (…) adoraria comer e festejar junto (…) e que a gente já tivesse tudo resolvido. Mas estamos no caminho certo. Nós vamos avançar”, garantiu.

 

PM na UERJ

Vários conselheiros se posicionaram criticamente contra a ação da Polícia Militar que invadiu a UERJ para cumprir mandato de reintegração de posse, no dia 20, com o uso da força, bombas de efeito moral contra estudantes que reivindicavam a revogação de medida que prejudica as políticas de permanência, com prisão de militantes e do deputado Glauber Braga (do Psol).

A reitoria estava ocupada desde 26 de julho. O principal motivo era a luta pela revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024 que mudou os requisitos para obtenção das bolsas estudantis da Uerj, apelidada “Aeda da Fome” pelos estudantes que afirmam que 5 mil universitários foram prejudicados. Eles reivindicam a revogação do Aeda.

No Consuni, o representante do DCE, Henderson Ramon manifestou repúdio: “Todo mundo acompanhou, é inaceitável que a gente tenha uma reitoria de uma universidade pública deixando a polícia militar entrar para agredir estudantes. Isso é algo inaceitável, não podemos deixar que normalizar no nosso país. Algo como isso só aconteceu na ditadura militar e nós temos que repudiar ações como essa daqui da frente também”, disse.

O professor Vantuil Pereira também se manifestou, colocando-se solidário aos que foram presos e sofreram repressão da ação policial: “A autoridade está na capacidade de liderar o processo de diálogo”.

“A direção do Sintufrj faz coro com a avaliação dos estudantes e conselheiros. Repudiamos a intervenção da polícia dentro da universidade Não há justificativa, Em nenhum momento os ocupantes agrediram alguém ou agiram de forma que justificasse sofrerem esta repressão”, comentou o coordenador-geral da entidade Esteban Crescente.

PROTESTO NO CONSELHO UNIVERSITÁRIO. Estudantes “celebram” com bolo e tudo um ano de queda de marquise na Escola de Educação Física FOTO: RENAN SILVA

 

 

Com Fasubra Sindical

O primeiro dia do Seminário de Carreira da Fasubra foi destinado para apresentação dos Grupos da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC), explicações da Consultoria Jurídica da Fasubra, elucidação de dúvidas e organização dos grupos de trabalho.

Os GTs com as bases estão reunidos na manhã desta sexta-feira, 27, e à tarde haverá a apresentação das propostas de consenso. A delegação do Sintufrj foi com a incumbência de levar as propostas construídas no Seminário do GT Carreira da entidade.

 

O seminário foi aberto pelos dirigentes da Fasubra Cláudia Lossio, Loiva Isabel, Cristina Del Papa, Ivanilda Reis e Marcelo Rosa.  Fátima Reis, integrante da CNSC, apresentou as informações elaboradas pelo Grupo de Trabalho de Desenvolvimento formado por Cristina Del Papa, Daniel Farias e Marcelo Rosa.

“Nós temos que trazer para dentro do decreto que regulamenta a nossa legislação o uso da autonomia institucional”, afirmou Fátima. “Temos que ter autonomia e diretrizes nacionais de desenvolvimento do servidor técnico-administrativo”, reiterou.

Um dos principais destaques de sua apresentação foi referente ao artigo 10 que versa que o desenvolvimento do servidor na carreira dar-se-á pela mudança de padrão de vencimento mediante progressão por mérito e aceleração por capacitação.

A tarde o seminário seguiu a todo vapor com intenso debate. Consolidou-se os informes apresentados pela manhã e abriu-se espaço para a formulação de sugestões que serão levadas à Plenária Nacional neste fim de semana.

O ambiente foi de comprometimento e luta coletiva, com foco na defesa de uma carreira que valorize os trabalhadores e reconheça a importância estratégica dos técnico-administrativos em educação para o funcionamento da universidade.

Entre as propostas discutidas destacou-se a necessidade de revisar planos de carreira para garantir progressão justa, reconhecimento de competências e melhores condições de trabalho para todos. Também foi ressaltada a importância de fortalecer a mobilização frente aos desafios impostos pelas políticas neoliberais que ameaçam os direitos dos servidores e a qualidade da educação pública.

As propostas discutidas durante a tarde serão levadas à plenária nacional que terá a tarefa de transformar essas demandas em ações concretas na luta pela valorização da carreira e pela garantia dos direitos da categoria.

 

 

A FASUBRA Sindical promove, nesta sexta-feira (27), o segundo dia de seu Seminário de Carreira, com início às 8h e transmissão online. O evento reúne servidores técnico-administrativos de instituições de ensino superior para discutir temas como desenvolvimento profissional, valorização do trabalho e desafios enfrentados na carreira dos TAEs.