Com uma pauta centrada na conjuntura e na finalização do acordo de greve assinado com o governo, cuja consolidação deve ocorrer até 27 de dezembro, os técnicos-administrativos em educação da UFRJ participaram na quarta-feira, 27, no auditório Quinhentão (CCS), da assembleia simultânea Fundão, IFCS e Macaé convocada pelo Sintufrj.
Uma das propostas aprovadas encaminhada pela direção sindical foi a realização de um grande ato público, no Rio de Janeiro, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro, pela necessária prisão de Jair Bolsonaro e punição rigorosa para todos os golpistas e pela aprovação do fim da escala de trabalho 6X1.
A assembleia deliberou pela delegação à plenária nacional virtual da Fasubra dias 5, 6 e 7 de dezembro.
Unidade e Mobilização
O coordenador-geral da entidade, Esteban Crescente, fez um resume da posição da direção sindical frente aos recentes acontecimentos políticos no país. “Para o ato no dia 10 a mobilização tem que ser conjunta”, afirmou. “O Sintufrj dialoga com sindicatos e outras entidades representativas da sociedade civil e centrais sindicais para organizar essa ação política no Rio. A sociedade brasileira tem que ser mobilizada contra os golpistas, que tinham planos de capturar e executar, com o envolvimento das Forças Armadas. O objetivo dos generais e seus asseclas era manter seus privilégios”, acrescentou.
O dirigente citou como exemplo o general Braga Neto (vice na chapa de Jair Bolsonaro, ministro da Segurança e interventor na Segurança Pública do Rio de Janeiro, em 2018, ano em que Marielle Franco foi assassinada), cujo salário chegou a R$ 100 mil.
No dia 10 de dezembro, também entrará na pauta o debate político de maior força no momento, que é a substituição da jornada de 44 horas semanais e 8 horas diárias de trabalho no país pela jornada semanal de 36 horas 4 dias de trabalho e 3 de folga, conforme propõe a PEC 6X1. “Atuar pela adesão total a essa campanha nacional é uma tarefa de todos nós. A essência do movimento sindical foi a mobilização contra a extenuante jornada de trabalho de até mais de 15 horas diárias”, lembrou Esteban. Ele também defendeu que essa agitação incorporasse a luta em defesa do mandato do deputado Glauber Braga, que está sendo perseguido no Congresso Nacional por defender os interesses dos trabalhadores e se colocar contra o Centrão, que reúne a direita fisiológica, e a direita extremista.
Todos juntos pela UFRJ
A tônica dos próximos dias será também a continuidade da defesa intransigente da UFRJ. “A universidade ia fechar porque não tinha água e luz por falta de pagamento, mas o Sintufrj se reuniu a todas as outras entidades que compõem o movimento na comunidade universitária e com a administração central, e a instituição voltou a ter água e luz. Nossas diferenças são colocadas de lado quando se faz necessário”, reafirmou o dirigente.
Vigilantes e CIS
“No momento, cobramos da Reitoria uma solução para os vigilantes terceirizados da empresa Front, que estão sem receber salário e benefícios. Vamos na sessão do Conselho Universitário na quinta-feira, 28, com cartazes e muita agitação, porque esses companheiros precisam do nosso apoio nessa luta. A situação deles é análoga à escravidão e não podemos ficar alheios a isso. A outra cobrança é dirigida à Pró-Reitoria de Pessoal que teve uma postura muito ruim no processo de eleição para a Comissão Interna de Supervisão da Carreira (CIS). Reivindicamos uma mesa geral para discutirmos esse assunto e outras demandas, mas ainda não recebemos respostas”, informou Esteban.
Deliberações da Fasubra
Na reunião de direção, na terça-feira, 26, a Fasubra aprovou vários encaminhamentos, informou o coordenador de Comunicação da entidade, Francisco de Assis. “A federação decidiu pela elaboração de um documento sobre a decisão do STF de tornar não obrigatório a contratação de servidores públicos da administração direta pelo RJU e de pôr sob ameaça a nossa carreira e estabilidade, e fazer uma ampla aliança para garantir que o governo atual não implante o que o STF aprovou”.
Outra deliberação da Fasubra foi organizar um calendário de mobilização e chamar outra plenária – após a de 5 a 7 de dezembro – para análise e acompanhamento do encerramento do acordo que deve ser finalizado até 27 de dezembro. “No dia 10 de dezembro, coincidindo com a grande mobilização de rua, o governo pretende pôr na agenda uma reunião com a Fasubra e o Sinasefe para tratar dos pontos do acordo em aberto.”, antecipou Assis.
A reunião aprovou também incorporar a luta contra os golpistas e pelo afim da jornada 6X1.
GT Carreira Sintufrj
Marisa Araujo, uma das integrantes do GT Carreira-Sintufrj, com a colaboração do coordenador de Educação e Cultura do Sintufrj, Edmilson Pereira, fez um resumo do relatório já preparado, que demandou muito estudo e reuniões extras do grupo, que, oficialmente, se reúne às segundas-feiras, pela manhã, na sede do Sintufrj.
“Nos fixamos em quatro pontos: Desenvolvimento, Racionalização de cargos, Reposicionamento de Aposentados e Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC)”, explicou Marisa.
PDI
Fernando Pimentel, da Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, atualizou a categoria presente na assembleia sobre a conclusão do Programa de Desenvolvimento Institucional (PDI). “Ainda há tempo para elaboração de propostas que tenham a ver com a categoria e a universidade. As contribuições devem ser enviadas pelo e-mail pdi@pr3.ufrj.br. O programa será levado ao Conselho Universitário em 2025 para aprovação até o mês de março”. Segundo o servidor, já foram realizadas quatro audiências públicas nos campi da UFRJ e uma consulta pública, que obteve 730 respostas.
Apoio às lutas dos vigilantes e da educação – A assembleia garantiu espaço para que a direção do Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio de Janeiro expusesse a situação humilhante dos mais de 500 trabalhadores da empresa Front, cujos salários e benefícios não estão sendo pagos. E que fosse dado informes sobre a mobilização dos professores da rede municipal contra o PCL 186, em tramitação na Câmara de Vereadores, que aumenta a jornada de trabalho em sala e reduz o tempo destinado para planejamento das aulas e outras tarefas didáticas.

Propostas aprovadas na assembleia
1 – Sintufrj construirá ação unificada de luta pelo fim da escala 6×1, antes da audiência pública na Câmara de Deputados, em 4/12.
2 – Seminário do Sintufrj para construir propostas para serem levadas à Administração Central para o novo PDI 2025-2029. Até final de janeiro de 2025.
3 – Que o Sintufrj tenha maior participação na construção do PDI, nas propostas de acessibilidade como uma das prioridades para inclusão de servidores com deficiência.
4 – Cobrar no ato do Consuni quinta 28/11 que a Reitoria explicite a situação da UFRJ sobre pagamentos das contas de água e luz, e sobre o processo do Edifício Ventura.
5 – Criação de comissão de trabalhadores e trabalhadoras de hospitais.
6 – O Sintufrj deve articular com SGAADA e PR-4 para melhor formulação de estratégias de inclusão de servidores com deficiência na UFRJ. Levar para o Congresso Nacional pautas relacionadas a carreira e estratégias para a inclusão de servidores com deficiência. Cabe destacar que o movimento de pessoas com deficiência ainda não tem uma importante visibilidade, principalmente no serviço público. Desse modo, faz-se necessário proporcionar o protagonismo de servidores com deficiência através do fortalecimento do lema internacional “nada sobre nós sem nós” dando maior visibilidade ao mês de dezembro, devido ao dia internacional da pessoa com deficiência (3 de dezembro). Dentro da estrutura do Sintufrj pensar em estratégias para prover acessibilidade e inclusão
Agenda
Quinta-feira, 28/11:
8h, ato do Sintufrj com os vigilantes da Front.
9h, ato no Consuni em defesa do salário dos terceirizados e a CIS.
18h, ato unificado contra a perseguição aos lutadores convocado pelo Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública, na Cinelândia.
Sexta-feira, 29/11:
11h, live III tributo ao reitor Horácio Macedo.
Segunda-feira, 2/12:
15h, recepção aos novos concursados.
Quinta-feira, 5/12:
Festa da Gratidão do Sintufrj
Quinta, 5, sexta,6 e sábado:
Plenária virtual da Fasubra.
Terça-feira, 10/12:
Protesto nacional contra os golpistas.
Segunda-feira, 16/12:
GT Carreira Sintufrj — finalização.
Delegação à plenária da Fasubra:
Foi referendada a chapa única, e os nomes serão indicados até sexta-feira, 29 de novembro.

 

Uma das consequências do arrocho financeiro que sufoca a UFRJ se reflete nos terceirizados, esse segmento de trabalhadores precarizados contratados por empresas de poucos escrúpulos recrutadas sem cuidados pela universidade para prestar serviços (vigilância, limpeza etc.). As entidades que representam técnicos administrativos, estudantes e docentes vão cobrar na sessão do Conselho Universitário desta quinta-feira (28) providências que garantam o pagamento de  salários atrasados desses trabalhadores: cerca de 500 vigilantes empregados da empresa Front estão sem salários, segundo denunciou na assembleia do Sintufrj na manhã/tarde desta quarta-feira  o vice-presidente do Sindicato dos Vigilantes do Rio de Janeiro, Leandro Siqueira. Outras duas empresas são contratadas pela universidade para essa área de segurança: a Fênix e a Engel.