Em reunião com Sintufrj, Adufrj, DCE e APG o reitor Roberto Medronho e o pró-reitor Helios Malebranche apresentaram um diagnóstico dramático sobre as contas da UFRJ, reiterando que a proposta de orçamento é deficitária diante do mínimo para o funcionamento da universidade. O reitor apontou para a necessidade de aprofundar a união da comunidade universitária para enfrentar as dificuldades de 2025 e buscar mais orçamento.
“Este ano de 2025 vamos ter de manter e aprofundar a unidade que tivemos que foi plenamente exitosa. Acredito que a mobilização das entidades com a reitoria em prol da UFRJ ajudou com que as companhias concessionárias recuassem nos cortes”, destacou o reitor no início de sua fala que disse que para 2025 gostaria de conclamar novamente a unidade da comunidade em torno da UFRJ por suplementação orçamentária.
Uma luta que já inicia mesmo em 2025, porque a proposta de lei orçamentária (PLOA) do governo aumenta em apenas 5% as receitas de funcionamento básico da universidade. Da proposta de R$ 471 milhões que já é insuficiente, apenas R$ 324 milhões poderão ser utilizados livremente pela administração central para pagamento de contas e serviços, se nada mudar durante a tramitação da PLOA.Medronho informou que a reitoria terá de eleger prioridades e para isso pretende realizar reuniões com corpo social para que tais escolhas sejam feitas de conjunto. Essa proposta de orçamento será levada ao Conselho Universitário em 2025.
Foram quatro horas e meia de reunião que teve um primeiro bloco com as entidades e um segundo bloco específico com o Sintufrj. Nesse primeiro bloco o Sintufrj pediu um panorama sobre as providências para a recuperação dos prédios em pior situação de infraestrutura, sobre o Ventura, o pagamento dos trabalhadores terceirizados, a situação dos extraquadro nas unidades em que a Ebserh está gerindo. Foi cobrado também o que está sendo feito para mudança do Arquivo Central da UFRJ – Siarq, cuja situação de precariedade coloca em risco trabalhadores e documentos.
O reitor elencou as providências para a retomada das aulas no ginásio da Escola de Educação Física, da reforma do IFCS, para a mudança do Colégio de Aplicação e do Siarq e para a demolição do Canecão. Coisas pontuais e importantes, mas num universo de problemas causados por anos de redução do orçamento das universidades.
Sobre isso o coordenador da Fasubra e técnico-administrativo da UFRJ, Francisco de Assis, chamou a atenção para a disputa desigual que se dá atualmente no Congresso Nacional afirmando que deva ser feita uma ampla campanha pela Reitoria e entidades nacionais com os parlamentares sobre o uso das verbas. “O orçamento público está sendo sequestrado pelo congresso. Esse é o debate que tem de ser feito entre as entidades e a reitoria”.
A presidente da Adufrj, Mayra Goulart, reforçou a fala de Francisco, destacando a necessidade de esforço conjunto da comunidade universitária pelo aumento do orçamento citando que as perdas da educação superior e do sistema de ciência e tecnologia foram de R$ 117 bilhões nos últimos 10 anos. “Temos de pensar o que fazer conjuntamente, estudantes, docentes e técnico-administrativos, com esse déficit desde 2015”.
O coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente lembrou que parte da suplementação das universidades foi uma conquista da greve desse ano apresentando como exemplo de que a mobilização rende frutos. “É o maior exemplo de que lutar, se organizar, trazer a indignação das pessoas justamente para entender quem são os principais adversários que fazem a universidade chegar a isso e colocam os trabalhadores terceirizados à míngua. Não podemos deixar as pessoas na passividade. Sem entender, sem fazer o diálogo, muitas vezes deixamos criar o monstro. E é onde inclusive políticas de extrema direita, fascistas se criam. Esse orçamento não dará conta. Temos já de nos preparar para os enfrentamentos e nos mobilizar. É a pressão social nas ruas”.
No segundo bloco, apenas com o Sintufrj, ficou acordado a realização da eleição da CIS a qual o Sintufrj ficará responsável pela logística. Houve um longo diálogo sobre a situação na Coordenação de Políticas do Trabalhador (CPST) e uma reunião específica para tratar do assunto será marcada. Este diálogo foi levado com a vice-reitora, Cássia Turci, a pró-reitora de Pessoal, Neuza Luzia, e o superintendente de Pessoal, Rafael Pereira.
Diante de tantos problemas o reitor comemorou a superação da dívida com a Light. Será através de precatórios. São R$ 35 milhões que serão pagos pelo governo federal. A dívida da água, segundo ele, caminha para o mesmo desfecho.