Dia: 19 de maio de 2025
Em seu discurso de posse da nova gestão do Sintufrj, realizada dia 19, no auditório do Centro de Tecnologia, os novos coordenadores-gerais – Sharon Stèfani, Esteban Crescente e Francisco de Assis – agradeceram a expressiva votação na eleição de abril, que ratificou a confiança da categoria no projeto político das forças que compuseram a gestão anterior e que agora seguem no mandato até 2028, e apontaram os antigos e novos desafios.
“Chegamos até aqui porque muitos caminharam antes de nós”
Sharon Stèfani agradeceu o trabalho dos funcionários do Sintufrj que atuam no dia a dia com os coordenadores, saudou todos os presentes e declarou que é com imensa honra e responsabilidade que aquele grupo que assumia, naquele momento, a direção. “Isso não é apenas uma cerimônia. É um compromisso renovado com cada servidor desta universidade”, disse ela, agradecendo a confiança depositada na chapa. “Afinal, foram mais de 70%. Cada voto, cada palavra, cada crítica construtiva nos trouxeram até aqui. A democracia sindical é isso. Ela fortalece o debate, a escuta e a construção coletiva. E é nesse espírito que seguiremos. Agradeço também as gestões anteriores, todas elas, pois pavimentaram os caminhos e que nos deixam importante legado. Nós sabemos que só chegamos até aqui porque muitos, muitos caminharam antes de nós, com muita coragem, firmeza e solidariedade.
“Assumimos esse desafio num contexto nada fácil. Temos ataques a democracia, precarização do serviço público e a desvalorização do nosso trabalho. Nós não aceitaremos retrocessos. Defenderemos cada direito conquistado com força coletiva. De quem sabe que a luta sindical é feita no chão da universidade, nas ruas, ombro a ombro com toda a categoria. Seguiremos em frente, mas também seremos esperança. Esperança organizada, combativa e transformadora. Seguimos juntos”, disse ela.
Votos de confiança
Esteban Crescente agradeceu à toda categoria que depositou quase 75% de votos de confiança na chapa e explicou: “Sindicato é a primeira reação do trabalhador e da trabalhadora à exploração a que é submetido, o primeiro porto seguro da classe trabalhadora a pleitear redução de jornada de trabalho, a primeira luta histórica que se internacionalizou. E, dentro dos sindicatos, pensou-se numa outra forma de olhar a realidade, onde não fossem os exploradores a ditar as regras, mas ela mesma, a classe trabalhadora. O que fez levar à prática da ideia do socialismo”.
Hoje, alerta o coordenador, a classe trabalhadora vive uma crise estrutural do sistema capitalista. “O que nós vemos são direitos atacados e a ideologia do individualismo prevalecer. Mas se enganam os que acham que a batalha acabou. Pelo contrário, é só a gente olhar para o mundo, as mobilizações de massa. Na greve (TAE) do ano passado, fizemos a universidade ser pautada, a educação ser pautada, a despeito de quem dizia que nós devíamos ficar quietos esperando a solução vir do governo, do parlamento. Não vai. Vai vir da luta. É responsabilidade nossa e de cada um assumir para si a bandeira da nossa carreira, dos reajustes e também solidariedade de classe”, disse, referindo-se a trabalhadores terceirizados da universidade, muitos dos quais, por vezes, sem salários.
Mas, ele alerta, não há mesa de negociação que resolva o problema a partir de um sindicato sem a base mobilizada, “paralisando, fazendo greve, caravana, como nós vamos fazer essa semana para Brasília, para garantir o acordo integral de greve”, disse ele. “Viva a luta do sindicato dos trabalhadores em educação da UFRJ!”, concluiu.
Fortalecer os que defendem a vida e a classe trabalhadora
Francisco de Assis dos Santos destacou a responsabilidade que a gestão assume diante de desafios que enumerou. Segundo ele, há três mil servidores ativos na UFRJ que não são filiados ao Sindicato e é um grande desafio trazê-los para a entidade. Falou da importância de enfrentar o resquício da desconstrução do movimento sindical nos governos anteriores, de lutar em defesa da universidade e pavimentar o caminho para que a UFRJ tenha um técnico-administrativo reitor. “Essa é a nossa meta. Mostramos o nosso potencial como trabalhadores para gerir a universidade e para consolidar essa política de luta pela democracia”.
Outro desafio importante que apontou é organizar a categoria na base: “Vamos eleger os delegados sindicais de base, para que sejam a expansão do sindicato no local de trabalho. Para que o sindicato não seja só a direção, e que todos tenham noção do que se está consolidando como uma política coletiva nos nossos fóruns deliberativos. Segundo ele, é preciso consolidar os representantes nas congregações, conselhos de centro, colegiados superiores e pensar na construção de um fórum de representantes.
Francisco apontou a luta pelo direito dos trabalhadores RJU que estão em unidades que aderiram à Ebserh e a necessidade de exigir do parlamento a liberação de recursos para a UFRJ. Por fim, apontou: “Temos que ter um alinhamento importante, como na eleição de Lula. Os trabalhadores, os operários, os sindicalistas construíram um partido, uma central e elegeram um presidente. E essa construção tem que ser consolidada com um parlamento que defenda os interesses da classe trabalhadora, fortalecer o campo da esquerda, com companheiros que defendam a vida e a classe trabalhadora”.
Nesta segunda-feira, 19, quarenta e três novos técnico-administrativos tomaram posse na UFRJ. A dinâmica ocorreu no auditório da Escola de Trabalho com explicações da equipe da Pró-Reitoria de Pessoal. Já na sexta, 23 de maio, será realizada a cerimônia festiva de posse no Auditório Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), no Centro de Ciências da Saúde, campus Fundão.
Integrantes da nova direção do Sintufrj que tomou posse pela manhã foram dar o tradicional boas-vindas da entidade aos novos servidores técnico-administrativos. Representaram a nova gestão os companheiros Esteban Crescente, Antônia Karina, Lenilva da Cruz, Laura Gomes, Norma Santiago, Jose Carlos Xavier, Selene de Souza e Marli Rodrigues.
Esteban Crescente, o coordenador-geral do Sintufrj que se reelegeu, fez um resumo da luta da classe trabalhadora e dos servidores. Ele enalteceu o sindicato como instrumento de apoio, organização e mobilização dos trabalhadores e chamou os novos companheiros a se integrarem ao Sintufrj fortalecendo-o com sua filiação.
A nova coordenadora de Comunicação Sindical, Karina Lima, companheira do campus Macaé, enalteceu as conquistas da última greve informando que o salário atual é maior do que quando os concursados fizeram sua inscrição. E destacou que é preciso fortalecer a luta do Sintufrj.
“O salário de hoje é bem diferente do ano passado, mas ele é fruto de muita luta. Por isso é importante vocês se sindicalizarem. Não tenham medo disso. Não tenham medo de assédio de chefias ou de participarem das mobilizações. No momento estamos mobilizados pelo cumprimento integral do acordo de greve, se isso não acontecer vamos fazer outra greve. E o apoio de vocês é muito importante. A UFRJ, as instituições de ensino públicas passam por um momento complicado de desvalorização. É bom estar na UFRJ, mas precisamos de estrutura e precisamos lutar para isso”, declarou Karina.
“Defendemos a classe trabalhadora. Nós da UFRJ e os trabalhadores como um todo, como os terceirados da universidade. O cenário está difícil e digo que tudo o que conquistamos foi com muita luta e greve. O sindicato está aqui para atender vocês e em qualquer lugar na universidade que forem sejam felizes”, destacou Marli Rodrigues, reeleita, e agora ocupante da pasta de Aposentados e Pensionistas.
A nova dirigente do Sintufrj, Norma Santiago, que está na pasta de Políticas Sociais alertou para o assédio e o machismo presentes na sociedade e que se reproduzem na UFRJ informando sobre a existência do Grupo de Trabalho da Mulher. “Lidamos com tudo isso e o GT faz um trabalho de contraponto”, informou Norma.
“Nosso sindicato é de luta. Trabalhamos para conquistar melhorias para todos”, sublinhou José Carlos Xavier eleito para a pasta de Organização e Política Sindical.
“Trabalhamos em prol de toda universidade e da comunidade universitária. Nós aposentados também lutamos por melhorias para os ativos. Conheçam o sindicato”, convidou a nova coordenadora da Pasta de Aposentados e Pensionistas, Selene de Sousa.
Laura Gomes reeleita e que agora ocupa a pasta de Administração e Finanças apresentou os convênios existentes e informou sobre as atividades proporcionadas aos filiados como por exemplo as Oficinas e o Espaço Saúde lugar de terapias alternativas e práticas de esporte.
Expectativas
Os companheiros que em sua maioria são de nível superior assinaram o Termo de Posse. Alguns aguardam com ansiedade para saberem em qual unidade serão alocados. Fotos: Renan Silva

Houve renovação de 60% dos quadros dirigentes, embora a coordenação da entidade continue liderada pelas forças políticas da gestão que se encerrou
Ao som do Hino Nacional e da Internacional Socialista e com a categoria ocupando a maioria das cadeiras do auditório do Centro de Tecnologia (CT), a gestão 2025-2028 do Sintufrj, eleita em abril, assumiu a direção da entidade, na manhã/noite desta segunda-feira, 19 de maio.
O ato político foi transmitido pelas redes sociais da entidade e a solenidade teve transcrição em libras. O evento foi conduzido pelas ex-dirigentes Marta Batista e Anai Estrela – elas integraram coordenações do mandato que se encerrou.
Os três atuais coordenadores-gerais – Sharon Stèfani, Esteban Crescente e Francisco de Assis – compuseram a mesa principal. As lutas da categoria continuarão sendo conduzidas pelas forças políticas que atuaram juntas na direção anterior: Unidade, Resistência e Luta (Unir), Movimento Luta de Classes (MLC), e Unidade Classista (UC), mas houve renovação de 60% de seus quadros.
Além dos 28 coordenadores das oito coordenações e os quatro suplentes, também foram empossados os cinco efetivos e seus respectivos suplentes no Conselho Fiscal.
A novidade anunciada foi a criação de cinco departamentos: Solidariedade aos Terceirizados, sob a responsabilidade de Victor Silva (PE2); políticas para os Hospitais, com a participação de Everlainy Cangussu (INDC), Marlene Novenas (HUCFF) e Rodrigo Martins (HUCFF); Enfrentamento ao Assédio Moral, que será coordenador por Aline Silveira (CPST) e Anai Estrela (aposentada da Odontologia); Corrida e Jogos de Mesa, com João Boro; e Anticapacitista, com Durval Santana (Museu Nacional).
A Fasubra, federação dos técnicos-administrativos em educação, DCE Mário Prata e representantes de outras entidades sindicais participaram do ato, como também dirigentes dos partidos políticos UP, PT, PCB e Psol.
A mobilização em prol do mandato do deputado Glauber Braga (Psol), que não compareceu porque está em caravana pelo país, foi lembrada. Em nome da categoria na UFRJ falou o ex-coordenador do Sintufrj e ex-pró-reitor de Pessoal Roberto Gambine.
Em discurso de abertura do evento, e de despedida das tarefas como coordenadora sindical, Marta Batista ressaltou o trabalho da gestão passada, “ainda numa conjuntura do governo Bolsonaro”, para tirar o sindicato do imobilismo.
“Nós começamos a gestão com muita luta, muita resistência. Conseguimos eleger novamente um governo democrático, organizamos caravanas a Brasília e construímos uma greve vitoriosa. Então, o que está acontecendo hoje, aqui com essa posse, é a reeleição desse projeto político sindical”, pontuou.
Na luta sempre
Anai Estrela agradeceu aos coletivos políticos, aos trabalhadores do Sintufrj, aos caravaneiros e aos familiares e amigos presentes, e “a todos que estiveram sempre na luta nessa gestão, e que continuem apoiando a direção da entidade. Nós estaremos aqui sempre para lutar pelos servidores sindicalizados”, prometeu.
Roberto Gambine agradeceu a diretoria que se despedia e a que tomava posse pelo convite e a todos que estavam no auditório do CT. “Estou feliz e emocionado de estar aqui. Pelas histórias que vivi, o Sintufrj tem um papel importantíssimo na minha vida, na minha trajetória. Temos, sim, que comemorar bastante quando a gente conclui o processo para uma nova diretoria, porque estamos reafirmando o nosso poder de organização, a nossa capacidade de estabelecer autonomamente a forma como vamos enfrentar a realidade, a luta pelos nossos direitos, a luta por aquilo que consideramos ser dignidade para o trabalhador”, afirmou.
Manifestações
O coordenador do Movimento Luta de Classes (MLC), Raul Bittencourt, afirmou: “Essa direção foi fundamental nas lutas do serviço público e mais do que isso: de toda a classe trabalhadora. Nós, do MLC, acreditamos que o movimento sindical tem um papel histórico de transformação da sociedade, de recuperar a luta pelos direitos, de lutar contra o fascismo e contra essa nefasta jornada de 6 X1 e defender a redução da jornada de trabalho igual para todos”.
Rodrigo Ribeiro, coordenador-geral da Asunirio: “O Sintufrj é uma referência na luta nacional e quando a gente tem um sindicato que se renova, inclusive com os aposentados, a gente se enche de esperança. Temos muito ainda a conquistar, como as 30 horas, e avançar nas conquistas da greve ainda em disputa na Comissão Nacional de Supervisão da Carreira, e a UFRJ e a Unirio voltarem a ter hospitais cem por cento públicos e sob o controle dos trabalhadores”.
“Parabenizo todo esse pessoal, que foi eleito com mais de 70% dos votos válidos, o que significa que a responsabilidade deles aumentou. Eu estou aqui para ajudar nas mobilizações e em todas as frentes de luta. As correntes políticas unidas para vencermos todas!”, saudou o técnico-administrativo do CT e dirigente do PT de Nova Iguaçu.
“Fico muito honrada e muito orgulhosa de poder fazer essa saudação como presidente estadual no Rio de Janeiro da UP e por ter dentro dessa categoria vários companheiros da Unidade Popular. Um partido que está hoje aqui para renovar o compromisso de que esse sindicato continuará na luta. Estamos juntos, companheiros. Viva a nova gestão do Sintufrj!”, comemorou Juliete Pantoja.
A representante do DCE Giovanna Almeida agradeceu a parceria do Sintufrj nas lutas em defesa da UFRJ. “Hoje a nossa principal batalha é manter a UFRJ viva, aberta e fazer com que a educação volte a ser prioridade no nosso país.”, disse, agradecendo a parceria: “Estamos com vocês pra enfrentar esses novos desafios que a conjuntura coloca”.
Marta Batista saudou a nova gestão, em nome do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e alertou que a extrema direita não está derrotada e é cada vez mais importante “que nós estejamos caminhando em unidade, nos movimentos, entre os partidos de esquerda e no movimento sindical. O Partido Socialismo e Liberdade está à disposição para todos os enfrentamentos e por uma universidade popular e uma educação pública gratuita e de qualidade”.
Heitor César, do Partido Comunista Brasileiro disse que o sindicato representa uma categoria que no último ano demonstrou através de uma greve histórica que somente a luta organizada pode defender direitos e fazer frente à ofensiva e ameaça fascista e golpista que ainda não está totalmente dissipada em nossa sociedade.
Maurício Marins, falou em nome da Unir (Unidade Resistência e Luta), parabenizando a nova gestão, lembrando que é preciso derrubar os muros e construir pontes.
“Espero que vocês façam um bom trabalho e façam valer estes 75% de votos que receberam. Muita sorte, muita luta. Como a Fasubra, que terá muita luta pela frente, como uma caravana que sai dia 21 e a paralisação dias 22 e 23, e o cenário da greve em junho”, manifestou a representante da Federação, coordenadora do Sintufejufe, Rosângela Frizzero.