Manuela D’Ávila classificou os ataques à Marina Silva como um caso de ‘violência política de gênero e raça’

JORNAL BRASIL DE FATO

A ex-deputada Manuela D’Ávila lançou, nesta quarta-feira (28), um abaixo-assinado online que pede a cassação do mandato do senador Marcos Rogério (PL-RO), que protagonizou uma discussão com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na Comissão de Infraestrutura do Senado, na última terça-feira (27).

A ministra foi convidada para prestar informações sobre a criação de uma unidade de conservação marinha, na Margem Equatorial, no litoral norte do Amapá, onde a Petrobras pretende realizar estudos para a produção de petróleo. A discussão, no entanto, se concentrou na construção da BR-319 que corta a Amazônia, ligando Manaus (AM) a Porto Velho (RO), e no Projeto de Lei (PL) 2.159, conhecido como PL da Devastação.

“Essa é uma discussão técnica, causada pela ética, a ética do cuidado com as pessoas, com o meio ambiente, com o futuro do Brasil”, disse a ministra ao senador Omar Aziz (PSD-AM), que defende a construção da rodovia e o projeto de lei. “Cada um que votou aqui assuma sua responsabilidade”, afirmou Marina Silva.

Em seguida, o senador Marcos Rogério, presidente da comissão, disse que “essa é a educação da ministra Marina Silva”, sendo rebatido pela ministra: “Eu tenho educação. Mas o que o senhor gostaria é que eu fosse uma mulher submissa e eu não sou”. Na sequência, o parlamentar afirmou: “Agora eu sou sexista, ministra? Me respeite, ministra, se ponha no seu lugar”, causando tumulto dos presentes.

Em um momento posterior, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que em março disse que enforcaria Marina, afirmou “a mulher merece respeito, a ministra, não”. Na sequência, Marina Silva se retirou da reunião.

Na saída da comissão, a ministra falou com a imprensa. “Eu me senti agredida fazendo o meu trabalho. Fui chamada para mostrar tecnicamente que as unidades de conservação, que estão sendo propostas para o Amapá, não afetam os empreendimentos”, declarou Marina Silva à imprensa.

“Eu não posso aceitar que alguém me diga qual é o meu lugar. Meu lugar é o da defesa da democracia, do meio ambiente, da luta contra a desigualdade, da proteção da biodiversidade e da promoção da infraestrutura necessária ao país”, afirmou Marina. “Eu saí dali mais fortalecida. Eles não conseguiram me intimidar. Ninguém vai dizer qual é o meu lugar.”

No texto de divulgação do abaixo-assinado, Manuela D’Ávila classificou os ataques à Marina Silva como um caso de “violência política de gênero e raça”. Quando um senador diz isso [se ponha no seu lugar] a uma ministra, ele não está só sendo agressivo — está reproduzindo um sistema que insiste em calar, deslegitimar e expulsar as mulheres dos espaços de poder. O ataque de Marcos Rogério à ministra Marina Silva é um retrato nítido da violência política de gênero e raça”, defendeu D’Ávila.

 

 

Live
Roda de Conversa sobre a crise nas unidades de saúde do Complexo Hospitalar
Participação dos gestores Gutemberg Leão, Yara Furtado (Ginecologia), Pedro Gabriel (Ipub) e Eduardo Alexandre (Hesfa)
Terça-feira, 3 de junho, às 19h

O #29M no Rio de Janeiro – Dia Nacional de Luta em Defesa do Orçamento para a Educação Pública Federal – uniu o vigor do movimento estudantil e a experiência dos trabalhadores da educação em prol de bandeiras comuns e específicas em manifestação no centro da cidade. A recomposição e a ampliação orçamentária das instituições de ensino estão na ordem do dia.

Aula Pública no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ, Ato na Igreja da Candelária com Passeata até o Buraco do Lume marcou a mobilização em que se denunciou também a pauperização das universidades e institutos, fruto do desfinanciamento gradativo das instituições de ensino e da política de arcabouço fiscal do governo.

O Sintufrj, dirigentes e companheiros de base, mais uma vez fortaleceram a manifestação levando o exemplo de que a luta leva a vitória e mesmo com as conquistas de sua greve de mais de 100 dias de paralisação, se faz necessário novamente protestar e pressionar para defender a universidade e o cumprimento integral do acordo de greve por parte do governo federal. Devido a mobilização de trabalhadores, estudantes e reitores o governo voltou atrás no contingenciamento às universidades e anunciou recomposição parcial, mas não é suficiente.

“O recuo do governo nos cortes não muda a situação dramática que nós tínhamos desde que esse orçamento foi aprovado, com redução dos valores necessários ao funcionamento das instituições de ensino, das instituições federais, das universidades, dos institutos. O orçamento da UFRJ, por exemplo, é metade do que era em 2012. São muitos salários atrasados de trabalhadores terceirizados, muitos são demitidos por falta desses recursos e a universidade vive a penúria com teto desabando em faculdades como a de Educação Física ou então com estruturas precárias como no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Nós aqui do sindicato precisamos falar uma coisa que nunca é demais reforçar. O caminho é a luta nas ruas. Ano passado nós fizemos uma greve de 113 dias e nós conquistamos parte da nossa recomposição salarial. E teve mais orçamento para as universidades no ano passado porque teve greve. Então a luta é o caminho. É mobilização pelo fim do pagamento dos juros da dívida pública, da taxação das fortunas, pelo fim da escala 6x1por um, e é com luta na rua”, declarou o coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente.

Na aula pública no IFCS, promovida pelo DCE Mário Prata, e realizada antes do Ato na Candelária, Esteban Crescente, a dirigente do DCE Giovanna Almeida e a vereadora Maira do MST, trataram do orçamento da UFRJ e a política econômica do governo. Já no Ato na Candelária, estudantes, professores e dirigentes de sindicatos expuseram as mazelas e a realidade que enfrentam nas instituições de ensino defendendo a ampliação dos recursos.

“Prédios fechados, desabando e caindo. Essa situação se repete e se perpetua por todas as universidades. Tais dificuldades vêm dos constantes cortes orçamentários que a educação sofre. Há quem diga que estudante é vagabundo, mas desde que eu entrei na universidade o que ouço é um grito ecoar: queremos estrutura, estudar com dignidade. Até por que não existe um mundo sem educação. Lutamos para poder produzir uma ciência socialmente referenciada, que pode transformar a vida da classe trabalhadora. Para nossas universidades se recuperarem queremos 10% do PIB e a taxação das grandes fortunas para investir na educação”, anunciou uma representante da UNE.

“Por isso que mais uma vez estamos aqui nas ruas, professores, estudantes, organizados. Para reivindicar aquilo que produzimos nesse país. Nós queremos defender o orçamento, a ampliação real do orçamento das universidades públicas para que a gente possa ter expansão da pós-graduação, expansão da graduação, expansão dos serviços de qualidade para serem oferecidos à população do Rio de Janeiro e de todo o Brasil”, disse a dirigente do Andes, Cláudia Piccinini.

“Precisamos exigir o fim do arcabouço fiscal, que é o dinheiro destinado ao pagamento dos juros e da dívida pública desse país. Mas ainda companheiros, é preciso movimentar as nossas entidades nacionais por uma jornada de lutas e incorporar toda a educação pública por mais recursos para a saúde e educação, para nossas universidades e institutos federais. Por fim, é manter a nossa luta de defesa de 10% do PIB para a educação. Não podemos sair da rua enquanto o governo ataca nossas universidades e nossos institutos. Vamos à luta pessoal. A luta continua”, afirmou o coordenador do Sintuff, Wagner Peres.

 

A  reitoria cancelou a reunião de instalação da Comissão Interna de Supervisão (CIS) prevista para a tarde desta sexta-feira. Por meio de comunicado enviado aos integrantes da comissão na manhã de hoje, a reitoria alegou “compromissos imprevistos e emergenciais” do reitor para justificar o cancelamento a poucas horas da reunião. A instalação da CIS havia sido marcada depois de muitas cobranças do Sintufrj. A reunião foi desmarcada sem que a reitoria indique outra data.

 

Estelionatários voltam a agir contra servidores da UFRJ. Por meio de mensagens de WhatsApp, trabalhadores estão sendo abordados por golpistas que usam o nome do sindicato solicitando pagamento para LIBERAÇÃO DE PROCESSOS JUDICIAIS. O Sintufrj orienta os sindicalizados para que não paguem a ninguém e que procurem a entidade para a obtenção de informações corretas que podem ser dadas pelos telefones do Departamento Jurídico do Sintufrj: (21) 96549-0243/96549-2530 e/ou (21) 3194-7122

A crise financeira de unidades de saúde da UFRJ será tema de debates com gestores da área na live que o Sintufrj vai realizar às 19h de terça-feira, 3 de maio. O centro da discussão, o  Prhosus, o programa de financiamento dos hospitais universitários cujos recursos não são repassados. A crise se agrava nos institutos de psiquiatria e neurologia, no instituto de Ginecologia e no Hesfa, o Hospital Escola São Francisco Xavier.

Na manhã/tarde desta quinta-feira (29), com apoio do Sintufrj, técnicos, professores, estudantes e pacientes do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Ipub) fizeram nova manifestação no campus da Praia Vermelha e em um dos sinais de trânsito da Avenida Venceslau Braz. No dia anterior, o protesto foi da comunidade do Instituto de Ginecologia, com os manifestantes interditando uma das pistas da Avenida Getúlio Vargas.

A situação do Ipub é crítica. Hospital de referência no atendimento de pacientes na área de saúde mental, o Ipub corre o risco de parar por inanição financeira. A prometida verba do Prhosus (programa que substituiu o Rehuf) não chegou e não se tem previsão quando isto irá acontecer. A ausência de recursos tem impacto em várias áreas da unidade de saúde.

As prateleiras da farmácia estão vazias, sem medicamentos; vários aparelhos de ventilação estão quebrados; a alimentação de funcionários e pacientes está precarizada. Um cenário de devastação.

O Ipub atende duas mil consultas ambulatoriais por mês, assiste, com internação, 40 pacientes com transtornos mentais e sofrimento psíquico e é centro de formação de pesquisa e residência médica.

 

 

O instituto de Ginecologia da UFRJ, com 78 anos de existência, suspende, pela primeira vez, a realização de cirurgias. A perda de quase 40% do seu orçamento de 2023 para cá, levou a dívidas que engessam o dia-a-dia no atendimento à população. A comunidade reage: com apoio do Sintufrj, trabalhadores e trabalhadoras, estudantes e pacientes do IG, muitos vestidos de rosa, foram para as ruas nesta quarta-feira, 28, protestar contra a falta de recursos que está impedindo o funcionamento da unidade de saúde.

Denúncia em alto e bom som

O ato começou em frente à unidade, na Rua Moncorvo Filho, no Centro. Trabalhadores, estudantes e pacientes se revezavam com os coordenadores do Sintufrj ao microfone para denunciar, com apoio do carro de som do Sindicato, a asfixia orçamentária da unidade e reivindicar solução.

Em seguida, no sinal de trânsito próximo, abordavam o público, panfletavam e explicavam as razões do protesto. Dalí, saíram em passeata até a Avenida Presidente Vargas onde, com apoio de agendes de tráfego, fecharam uma das pistas, exibindo cartazes, bandeiras e faixas, anunciando ao público o motivo da manifestação. Na esquina seguinte, a passeata seguiu pela Rua Marechal Caldwell para retornar ao instituto.

 

Patrimônio do Brasil

   

O diretor do IG, Gutemberg Almeida denunciou a crise que afeta ensino, pesquisa e o atendimento à população. Ele contou que, embora as consultas se mantenham, 28 cirurgias foram suspensas desde 19 de maio. “Em 2024, nós realizamos 381 cirurgias, 17.191 consultas”, disse ele, explicando que não houve repasse de R$ 669 mil correspondentes a recursos do Rehuf (programa do governo de apoio aos hospitais, transformado em 2023, no ProSUS, mas que até hoje não mandou recursos).

O orçamento do Instituto, segundo ele, tem três fontes, uma o Orçamento Participativo, da universidade, (ano passado foi de R$250 mil); o contrato com a Secretaria Municipal de Saúde e a verba que viria do Rehuf. Só que desde janeiro de 2024 até hoje, nenhuma das unidade de saúde que dependem deste recurso (IG, Psiquiatria, Hesfa e Neurologia) viu um tostão. Isso representa, no caso do IG, em torno de 40% do orçamento.

O diretor contou que o IG foi criado há 78 anos. “Nesse período até hoje, nós atendemos mais de 300 mil mulheres aqui nesse prédio, prestando uma assistência de qualidade. Formamos centenas de profissionais de qualidade. O ano passado, deixou de receber a verba do Rehuf. Com isso, fechamos, pela primeira vez em 78 anos, no vermelho. Não conseguimos honrar todos os nossos contratos. A empresa de lavanderia, com a empresa de esterilização, com outras empresas, e sobretudo com a empresa de alimentação, que rompeu o contrato conosco e deixou de fornecer a alimentação para os nossos pacientes, os seus acompanhantes e para os nossos residentes”, lamentou. “Nós não podemos deixar o Instituto de Ginecologia morrer. É um patrimônio no Brasil”, disse o diretor.

Por dignidade no atendimento

Esteban Crescente, coordenador-geral do SINTUFRJ alertou que essa situação implica nas condições de trabalho de trabalhadoras e trabalhadores. “Sem recursos, temos problemas infraestruturais e falta de insumos na unidade. Colegas das firmas terceirizadas, serviços de asseio, vigilância, alimentação, muitos estão com problemas para receber o salário e alguns já foram demitidos porque não há continuidade do contrato. Nosso sindicato tem consciência de que essa política de restrição orçamentária vem de muito tempo, de governos anteriores. E isso recai aqui no Instituto de Ginecologia. O que nós queremos é dignidade para a população, porque aqui se cuida de saúde da mulher. Por isso que nosso sindicato está aqui hoje, reivindicando que o governo se movimente e dê uma resposta para esse Instituto tão importante para a população do Rio”.

Francisco de Assis, coordenador da Fasubra e coordenador-geral do Sintufrj lembrou que o Congresso Nacional controla um grande percentual da verba do governo: “Ou seja, é o Parlamento querendo gerir os recursos do governo, o que é uma contradição no estado Democrático de Direito. Um Congresso extremamente difícil de mudar, que tem usado todos os instrumentos para impedir ações em favor dos trabalhadores e da sociedade. É importante a gente fazer essa leitura de conjuntura para que não erre o alvo”, disse ele, contando que esteve no Congresso recentemente, e viu a forma como determinados parlamentares atuam, impedindo projetos de interesse da sociedade em troca de anistia para quem participou do golpe em oito de janeiro. Ele aponta que é importante lutar para que na próxima legislatura haja parlamentares que atuem na defesa de serviço público e dos trabalhadores.

Marly Rodrigues, coordenadora do Sintufrj falou para a população lembrando que o IG pede socorro e que é preciso que o governo invista nos hospitais proque os doentes não podem esperar.  “Vamos fazer com que o governo entenda que precisamos de Saúde e Educação de Qualidade, que o IG continue funcionando porque os doentes não podem esperar. Não vai  ter corte, vai ter luta!”.

Estavam presentes ainda, além de apoiadores, coordenadores como José Carlos Xavier, Norma Santiago, Maria Lenilva, Selene Vaz e Selma Martins e o integrante de Departamento João Boró

Luigi Rizzo, representante do DCE Mário Prata , lembrou que em 12 anos o orçamento da UFRJ está reduzido a menos de 50% e que faltam insumos básicos. Isso, a seu ver é um projeto de privatização que favorece o setor privado.

Gibran Jordão, representante dos técnicos-administrativos no IG, apontou a importância da participação do Sintufrj e dos trabalhadores, pacientes e estudantes presentes e agradeceu a comissão que os TAE constituíram para organizar o ato. Mas lembrou que a luta não acaba ali e que é preciso organizar os próximos passos.

A crise no dia a dia

Eli Albana dos Santos, é paciente do IG desde 2022, tem cisto no ovário e precisa operar. Mas o equipamento necessário está quebrado há três anos. Foi remanejada para outra unidade de saúde e até fez um procedimento , mas o cisto continua lá e voltou a doer. E não é apenas o equipamento necessário a Eli que precisa de reparo.

A professora Lívia Migowiski explicou que, embora a crise hoje afete alimentação e lavanderia e, consequentemente, as cirurgias, a unidade vem passando por esses problemas há muito tempo. “A gente vem tendo dificuldade de repor o material que vai quebrando, de repor funcionário que se aposenta. Então existe uma crise de pessoal e uma crise de dinheiro mesmo para acompanhar a tecnologia, que foi se deteriorando e a gente não consegue repor”.

Vera Lúcia Amaral trabalhou 30 anos na unidade, técnica de enfermagem da Secretaria de Reprodução Humana. Extraquadro, foi avisada em dezembro que a universidade não tinha mais condições de pagar extraquadros e que ela não podia mais ficar. Todos os extraquadros foram dispensados. “Foi um baque. Trinta anos. Não estou trabalhando ainda. Não queria sair porque eu amo muito o que fazia. Os pacientes, médicos..”, disse ela que, de fato, era cumprimentada com abraços e muito carinho por onde passava.

Silmara Nascimento é diretora adjunta conta que a unidade estava sobrevivendo do Orçamento Participativo, que é pouco, e da contratualização com o SUS, que chega de acordo com a produção do hospital. “Quanto mais você produz mais você ganha. Só que se há poucos insumos, produz menos. E consequentemente recebe menos. Num ciclo vicioso. A gente costumava fazer de 10 a 15 cirurgias por semana, mas está com as cirurgias suspensas por causa da empresa de alimentação. Quando juntou quatro meses de notas, esta suspendeu o serviço, dentro do direito dela”, disse ela, explicando que a unidade está mantendo os ambulatórios funcionando, mesmo com todas as dificuldades.

     

 

. Pelo desprezível, vergonhoso e repugnante ataque machista e misógino à ministra Marina Silva?!

No dia 21 de maio, o Senado aprovou o Projeto de Lei (PL) 2.159/2021, que cria a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (LGLA), conhecido como o PL da Devastação. A proposta é considerada um retrocesso por organizações ambientalistas, pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e por outros órgãos públicos. Especialistas questionam a possibilidade de auto licenciamento por empresas para obras de pequeno e médio portes, além da isenção de licença para determinadas atividades agropecuárias. A matéria é apoiada pela bancada ruralista e pelo

Na terça-feira, 27, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que contesta veementemente o PL da Devastação, foi alvo de ataques machistas e de teor misógino, em sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado pelos parlamentares Plínio Valério (PSDB-AM), Omar Aziz (PSD-AM) e pelo presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO). As cenas grotescas e as falas chocantes de senadores da extrema direita e do extremo Centrão mais uma vez mostraram.

Segundo o deputado federal Reimont (PT-RJ), “a arrogância misógina faz parte da rotina do atual Congresso Nacional, onde as mulheres são diariamente desrespeitadas, onde diariamente enfrentam tentativas de silenciamento. Isso acontece com todas as parlamentares do campo progressista e com ministras de Estado”.

“Quiseram que ela se calasse! Marina Silva não se calou! O trio repetiu uma prática instalada no Congresso pelo então parlamentar Jair Bolsonaro, que por três vezes agrediu e atacou a deputada federal Maria do Rosário, chegando ao absurdo de dizer “não estupro você, porque não merece”. A frase criminosa, dita pela primeira vez em 2003, no Salão Verde da Câmara, propagou uma cultura de violência contra as mulheres e corrompe que hoje invade as redes sociais, as escolas e contamina e corrompe parte da nossa juventude”, acrescentou o deputado.

Atuação do GT Mulher Sintufrj

Machismo, misogenia, assédio moral, assédio sexual são temas que não faltam às reuniões mensais do Grupo de Trabalho (GT) Mulher do Sintufrj, na maioria das vezes motivadas por denúncias de trabalhadoras e estudantes da universidade contra chefes e professores. O GT é aberto à participação de todas as companheiras servidoras (técnicas-administrativas e docentes), terceirizadas, prestadores de serviços e alunas da instituição. Um espaço que abraça e acolhe todes. Fiquem atentas às convocatórias das reuniões.

Saiba mais sobre o PL da Devastação

Uma das alterações aprovadas pelo Senado é a criação da Licença Especial (LAE), destinada a empreendimentos considerados “estratégicos” pelo Conselho de Governo. Essa licença permite uma aprovação simplificada, mesmo para projetos que causem impactos ambientais relevantes. A expectativa de algumas e alguns parlamentares é de que essa licença, com rito simplificado e dispensa de etapas, possibilite a exploração de petróleo na Amazônia.

O projeto também amplia a Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), ao permitir que empreendimentos – inclusive de médio porte e com potencial poluidor – obtenham a licença automaticamente, apenas ao preencher um formulário online, sem análise prévia dos órgãos ambientais.

De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), a aprovação do projeto coloca em risco mais de 3 mil áreas protegidas, incluindo Terras Indígenas e Territórios Quilombolas, e pode resultar no desmatamento de uma área equivalente ao tamanho do estado do Paraná. O PL ainda prevê a dispensa automática de licenciamento para 13 atividades e empreendimentos, como agricultura, pecuária, melhorias em instalações preexistentes e estações de tratamento de água e esgoto.

Outro ponto crítico apontado pelo ISA é a descentralização excessiva, que permite a estados e municípios criarem suas próprias listas de isenções. Isso pode gerar insegurança jurídica, conflitos de normas e uma competição predatória para atrair investimentos.

O PL também afeta áreas protegidas, ao excluir do licenciamento as Terras Indígenas e Quilombolas ainda não regularizadas e ao considerar Unidades de Conservação apenas em caso de impacto direto. Essa mudança pode deixar desprotegidos cerca de 40% dos territórios indígenas e mais de 96% das comunidades quilombolas sem titulação, informou a organização não governamental. O projeto ainda exclui os bancos de responsabilidade por crimes e danos ambientais cometidos por empreendimentos que financiam, colocando em risco regras atuais que proíbem o crédito a desmatadores, entre outros ataques.

MINISTRA MARINA SILVA, enfrentou reacionários agrotoscos no Senado

 

 

MEC fará recomposição de R$ 400 milhões do orçamento das universidades, segundo ministros. Anuncio do governo é feito na véspera de uma grande manifestação nacional em defesa da educação que aqui no Rio tem concentração marcada para as 16h na Candelária na quinta-feira, dia 29

COM AGÊNCIA BRASIL

O pró-reitor de Planejamento e Finanças da UFRJ, Helios Malebranche, disse que a recomposição orçamentária das universidades e institutos federais anunciada na manhã desta terça-feira (27) não acaba com o contingenciamento, mas representa uma melhora: fica sem efeito o decreto 12.448 de 30 de abril que determinava a liberação mensal de apenas 1/18 do orçamento e é retomado a liberação de 1/12 mensalmente.

A alteração no orçamento das instituições federais de ensino foi anunciada numa reunião no Palácio do Planalto  sem a presença do presidente Lula — que foi diagnosticado com labirintite.

O anúncio da recomposição de R$ 400 milhões no orçamento de 2025 foi feito a reitores pelos ministros da Educação, Camilo Santana, e da Fazenda, Fernando Haddad. Além disso, R$ 300 milhões que estavam retidos por decreto serão liberados.

De acordo com o ministro da Educação, ao passar pelo Congresso Nacional, o orçamento dessas instituições sofreu um corte de R$ 340 milhões em relação ao que foi encaminhado pelo governo.

Além disso, segundo Santana, o congelamento de R$ 31,3 bilhões de gastos não obrigatórios do Orçamento de 2025, anunciado na semana passada, não afetará as instituições federais de ensino.

MINISTRO CAMILO SANTANA anuncia “recomposição orçamentária” para instituições federais de ensino.