Técnicos, professores, estudantes e pacientes participaram de manifestação na defesa do Instituto de Psiquiatria da UFRJ na manhã desta quinta-feira (22), no campus da Praia Vermelha. O instituto pede socorro diante da asfixia financeira que dificulta até a aquisição de medicamentos. Até que a situação seja resolvida, todas as quintas-feiras (como na próxima, dia 29), eles vão ocupar um trecho da Avenida Venceslau Brás em frente ao campus da Praia Vermelha, para dialogar com a sociedade e denunciar a situação do instituto.

O Sintufrj está em apoio direto ao movimento da comunidade e na manifestação de hoje foi representado pelo coordenador-geral Francisco de Assis

 

 

 

 

Na segunda-feira, 26 de maio, às 9h, na Sede do Sintufrj, a Comissão Interna de Supervisão (CIS) da UFRJ realiza sua primeira reunião. Os 14 titulares e sete suplentes foram eleitos em março em processo institucional tendo o apoio logístico e a fiscalização do Sintufrj (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Nesta reunião ocorrerá a apresentação dos integrantes eleitos tendo os companheiros como primeira tarefa a construção de uma agenda de atividades.

A CIS na UFRJ tornou-se uma realidade após 17 anos de espera graças ao empenho do sindicato em fazer valer sua efetividade diante do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE). Essa comissão acompanha e fiscaliza a aplicação do PCCTAE na instituição. Assim, a repercussão dos avanços conquistados para a carreira nos contracheques e no dia a dia do nosso trabalho na UFRJ, dependem da atuação precisa dos eleitos para a CIS.

Conquista

A CIS nas Ifes é uma conquista de 2005. Foi criada para garantir a implantação correta do PCCTAE e seus avanços, como, por exemplo, as conquistas contidas no atual acordo de greve em vigor desde 10 de janeiro de 2025 e as futuras. Ela faz parte da estrutura  Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC).

A campanha salarial de 2025 já começou, e a implantação integral do acordo está sendo cobrada pela Fasubra. Os sindicatos de base, através da CIS, acompanham as pendências ainda em discussão com o governo e estão cobrando das reitorias o que administrativamente já pode ser feito.

Os membros eleitos para a CIS têm que atuar conforme o disposto no art. 22 da Lei nº 11.091/2005, garantindo a transparência e a efetividade das ações previstas no plano de carreira, cujos objetivos são contribuir para o desenvolvimento institucional e para o aprimoramento dos servidores técnico-administrativos em educação.

 

 

 

Num ambiente de resistência que alcança a UFRJ diante da asfixia de recursos, dirigentes do Sintufrj participaram nesta quinta-feira (22) de reunião plenária da comunidade universitária do Instituto de Ginecologia que passa por crise financeira grave. Ficou acertado ato de protesto para a próxima quarta-feira (28) como forma de fazer frente a esta situação.

Na reunião do IG, Esteban Crescente e Marli Silva, coordenadores do sindicato, traçaram um diagnóstico das dificuldades das unidades de saúde da UFRJ, especialmente as que estão fora da Ebserh que ficaram numa espécie de limbo, sem matriz de financiamento. Os dois dirigentes mostraram como a crise atinge os hospitais da rede da universidade.

A situação do Instituto de Psiquiatria e da Neurologia e até de hospitais que estão administrados pela empresa, como o principal deles, o HUCFF, no qual faltam insumos, foram expostas. O caminho, destacou Esteban, é a mobilização. O Sintufrj defendeu a realização de uma reunião emergencial com a reitoria para buscar uma solução para o quadro sem precedentes de problemas que afeta os hospitais.

Esteban Crescente observou a necessidade de pressão sobre o governo que acaba de baixar uma portaria que vai reduzir em 60% o orçamento das universidades federais até novembro. E informou na plenária da Ginecologia que a mobilização inclui manifestação nacional dos estudantes na próxima semana para denunciar ao país o corte de verbas que compromete o funcionamento das instituições federais de ensino e seus hospitais.

 

 

 

 

Depois da manifestação na sessão do Conselho Universitário desta quinta-feira, dia 22, estudantes realizaram ato no bloco A do Centro de Tecnologia, conversando com estudantes que estavam na fila do Bandejão.

Depois, seguiram em passeata até o sinal em frente a Faculdade de Letras, na pista em direção a Ponte do Saber, paralisando o transito e deixando apenas uma das pistas livre.

Com palavras de ordem, uma grande faixa e muitos cartazes, eles protestavam contra a gravidade da crise orçamentária que já vem deixando estudantes sem aulas em diversos cursos. 

Luciana Borges, representante técnica-administrativa no Conselho Universitário (Consuni), recém eleita coordenadora de Comunicação do Sintufrj, foi uma das primeiras a denunciar os efeitos da grave crise que atinge a UFRJ na sessão desta quinta-feira, dia 22, cujo expediente foi permeado de depoimentos que, além de denúncias, reivindicavam ação contundente por parte da Reitoria.

Luciana, enfermeira do IPPMG, saudou os companheiros da PR-4 que se comprometeram diligentemente com a implantação da aceleração da progressão por capacitação dos servidores e apresentou sérias demandas de companheiros de unidades de saúde. Citou o Instituto Ginecologia, do Hospital Universitário e o Instituto de Psiquiatria (Ipub). “Nós chegamos à suspensão, dia 16 de maio, da internação dos pacientes, tanto clínicos como cirúrgicos, do Instituto de Ginecologia, por conta da interrupção do fornecimento da alimentação pela empresa do Nutrinorte. Tivemos também denúncias dos profissionais do Ipub de que os pacientes ambulatoriais tiveram suspensas todas as medicações, comprometendo a saúde desses pacientes. Temos também a demissão dos últimos extraquadros do Ipub, no final de abril, sem reposição de quadros. A gente verifica o comprometimento da saúde devido a esse déficit orçamentário, impactando diretamente na saúde da nossa população”, disse ela.

A conselheira contou que estavam ali pacientes do Hospital Universitário que informaram que o aparelho usado na radioterapia está quebrado há mais de 15 dias, sem previsão de reparo. Ela lembrou que muitos pacientes vêm de outros municípios, mesmo sem tratamento são obrigados a ficar na cidade o dia inteiro esperando o transporte e nem são avisados de que o tratamento está suspenso. “Precisamos de uma intervenção imediata sobre esses cortes. Não dá mais para aguardar”, pontuou a representante.

Hospitais morrendo por asfixia

Também representante técnica administrativa, Gerly Miceli denunciou a situação crítica dos hospitais da UFRJ, Os que não ingressaram na Ebserh estão sendo asfixiados, morrendo aos poucos, por falta de recursos (o programa Rehuf foi substituído por outro em 2023, mas não chegaram mais recursos). Ela sugeriu que, pelo menos para sanar a falta de pessoal, aqueles servidores que hoje estão nos hospitais sob gestão a Ebserh e que quisessem, pudessem ser transferidos para os demais.

Mas ela também destacou os graves problemas daqueles que aderiram à empresa, “A Emergência do IPPMG,  está vivendo um caos por falta de leito, que era o que a Ebserh prometia. Com um ano de Ebserh, a Emergência está na hoje  com três crianças em respirador por conta de que não tem nem no CTI, nem nas infernarias leitos apropriados para recebe-las”, disse ela, acrescentando que no HU falta medicamentos e há até casos em que precisam ser comprados por familiares. “Porque se a adesão seria para aumentar os serviços aos usuários, aconteceu o contrário”, alertou, informando ainda que  as cirurgias cardíacas no Hospital foram drasticamente reduzidas desde outubro por falta de material como fios, grampos e cateteres , “isso é um absurdo. O HU está penando, como o IPPMG, o IPUB e a Ginecologia que também estão morrendo por asfixia”, concluiu

Logo em seguida, o auditório do bloco E do CT foi tomado por protesto dos estudantes. Com uma grande faixa e muitos cartazes, denunciavam os problemas que os cursos vêm enfrentando. Depois, realizaram ato no CT e seguiram em passeata até o sinal da Faculdade de Letras para mais um protesto.

Veja em https://sintufrj.org.br/wp-admin/post.php?post=47394&action=edit

Coordenadores e companheiros da área de saúde também presentes no Consuni distribuíram panfleto que denunciava o risco de interrupção das atividades do IPUB. Nos cartazes, estudantes denunciavam a precariedade das instalações da UFRJ com o risco de interdição de prédios.

O pró-reitor de Orçamento e Finanças, Hélios Malebranche, ilustrou com números, a gravidade da falta de orçamento que deve seguir até setembro. O pró-reitor João Torres, que presidiu a sessão, anunciou reunião dos reitores com o governo esta semana que pode gerar boas notícias.

 

 

 

A representante discente Isadora Camargo chamou a unidade da comunidade acadêmica para a construção de um dia de mobilização (no início de junho) para a realização de uma audiência pública ou assembleia comunitária para que todos possam debater a crise orçamentária e tirar ações práticas. Ela solicitou que a UFRJ apoie a convocação com a paralisação de atividades, para que todos, estudantes e servidores possam participar numa ação unitária

“É um apelo do movimento estudantil, do Sindicato. Para tomar alguma ação de mobilização geral da universidade que dê o tom de fato da crise e que a reitoria se some para de fato ter uma mudança e esta recomposição do orçamento tão necessária”.

O decano do Centro de Ciências da Saúde sugeriu também a realização de uma audiência pública com o convite a parlamentares do rio de janeiro que conhecem a importância da UFRJ  para que a sociedade possa ver de perto a situação.

Luciana Borges  apontou a urgência nas medidas que precisam ser tomadas diante da situação limite que vivem as unidades de saúde, por exemplo e que a situação precisa ser exposta para a sociedade. Ela citou reportagem sobre unidade da UFRJ em situação precária (IGEO) em que o MEC disse não ter conhecimento do que estava acontecendo. “Como não sabe o que está acontecendo com a nossa universidade? A gente precisa ser mais combativo, convocar uma assembleia da comunidade. Não adianta ficar discutindo (a pauta era sobre a divisão do orçamento participativo). Tem contas básicas que precisam ser pagas. Não vejo outro caminho se não pedir uma audiência pública para essas questões”, reiterou.

O conselheiro Milton Madeira, também representante técnico-administrativo, posicionou-se no debate sobre o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRJ. Servidor do campus de Macaé, Milton apontou problemas locais mas também abordou a situação dos hospitais com a Ebserh (que a universidade colocasse os instrumentos de controle abertos para a colaboração da comunidade) e que se possa avançar, “entendendo que a luta política é conjunta”.

Veja a seguir:

Nesta quarta-feira, 21 de maio, 60 caravaneiros em um ônibus fretado pelo Sintufrj partiram do Fundão para reforçar o ato na sexta-feira, 23, em frente ao MGI, onde acontecerá mais uma rodada de negociação com o governo sobre as pendências do acordo conquistado com os 113 dias de greve dos técnicos-administrativos em educação na UFRJ. O movimento grevista foi nacional sob liderança da Fasubra.

A assembleia da semana anterior aprovou paralisação nesta quarta-feira, 22, e na quinta-feira, 23. Essa mobilização orientada pela Fasubra está prevista para ocorrer em todas as instituições federais de ensino filiadas à federação. A luta é pelo cumprimento integral do acordo de greve, mais recursos orçamentários para as Ifes e defesa dos hospitais universitários.

Caravana do Sintufrj

O ônibus com os caravaneiros iniciou viagem na quarta-feira, 21, saindo da sede do Sintufrj às 16h. Todos os participantes passaram por anamnese (levantamento do histórico clínico) com profissionais de saúde, aferiram a pressão e o nível de glicose.

Esses bravos companheiros e companheiras estarão no ato na sexta-feira, 23, às 9h, em frente ao Ministério da Gestão e Investimento no Serviço Público (MGI), para mostrar aos representantes do governo na mesa de negociação, que os técnicos-administrativos em educação não recuarão um milímetro sequer das suas conquistas da greve. FOTOS: RENAN SILVA

EMBARCAR COM SEGURANÇA. Saúde sendo checada antes da saída da caravana

 

O ato de racismo praticado por um professor da Faculdade Nacional de Direito – este constrangeu a técnica-administrativa Josi Lima ao ignorar sua participação em banca de concurso e ainda exigiu que a funcionária lhe servisse café e bolo, uma atividade alheia às atribuições da servidora – segue ainda sendo apurado pela Divisão Administrativa de Comissões (DAC). O episódio ocorreu no fim de novembro do ano passado.

A servidora fez denúncia à direção da unidade que encaminhou ao DAC – órgão ligado ao gabinete do reitor e responsável por apurar infrações administrativas na UFRJ – e também registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).  Josi informou que o resultado do inquérito na delegacia deve sair no fim de maio, mas que na UFRJ a apuração anda lenta.

Ela reclama ainda não poder ter acesso ao processo instaurado pela universidade, uma vez que, segundo ela, o professor envolvido no caso teve acesso.

“ A justificativa é que segundo a lei ele, sendo o acusado, tem o direito”, disse Josi. Ela diz que o processo administrativo só começou a andar por conta da denúncia na Decradi e que tomará suas providências. “Vou processar a UFRJ por Racismo Institucional”, afirmou.

Um dos diretores do Divisão Administrativa de Comissões, Pedro Gonzaga, informou que a Comissão de Sindicância foi instaurada e o processo está em fase de ouvir as testemunhas. Ele justifica que houve demora por parte de Josi em anexar todas as suas provas, o que atrasou o andamento do processo. Além disso, ele declarou que presta as informações possíveis a Josi, mas que por lei o acesso a todo o processo da parte denunciante não é autorizado.

“Está na lei. E seguimos as normas da Corregedoria do Governo Federal. A Comissão de Sindicância foi instaurada e tem 60 dias para emitir um parecer. Este parecer vai para o corregedor que é quem dá a decisão”, disse.

SOLIDARIEDADE DO SINTUFRJ

O sindicato se solidariza com Josi Lima, técnica-administrativa da Faculdade Nacional de Direito (FND), vítima de um ato vil de racismo praticado por um professor da instituição. O episódio aconteceu quando Josi exercia a função de coordenadora administrativa do Concurso para Professor Efetivo de Direito Civil da FND e acompanharia o julgamento dos recursos. O Sintufrj incorporou no seu dia a dia a luta antirracista. O repúdio ao preconceito é frente essencial de atuação na defesa da dignidade humana e milita no expurgo da mentalidade escravocrata que permanece como chaga na sociedade brasileira.

 

SAIBA MAIS

Audiência do ministro da Educação com Lula nesta quarta, 21, terá crise orçamentária na pauta

Fotos: Fernanda Barbosa (UFRRJ). Com informações do site da UFF e da UFFRJ

O Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Friperj, convidou parlamentares da bancada federal do estado para uma audiência no dia 19, às 10h, em que expôs a grave situação das instituições federais de ensino e em defesa da recomposição orçamentária.

A reunião, no auditório da Reitoria do Instituto Federal do Rio de Janeiro, no Centro, reuniu dirigentes da UFRJ, UFF, Rural (UFRRJ), UERJ, Uni-Rio, Uenf, CEFET, os institutos federais Fluminense e do Rio de Janeiro e Pedro II, que integram o fórum criado para fortalecer a interação entre as instituições e lutar por melhorias na educação pública, e entidades sindicais e movimentos sociais.

A reunião contou com a presença de deputados federais Jandira Feghali (PcdoB), Benedita da Silva (PT), Chico Alencar, Reimont Sanfins, Laura Carneiro (PSD), Enfermeira Rejane (PcdoB), Tarcísio Motta (PSOL), Flávio Serafini (PSOL), Chico Alencar (PSOL), do deputado Estadual Flávio Serafini (PSOL), e do senador Carlos Portinho (PL ).

O presidente do Friperj Roberto Rodrigues com reitores das Ifes e parlamentares do estado do Rio de Janeiro

UFRJ já suspendeu algumas despesas

A UFRJ foi representada pela vice-reitora Cássia Turci, pela superintendente da Pró-Reitoria de Gestão e Governança Claudia Cruz, e pelo pró-reitor de graduação João Torres. A Superintendente contou que o presidente da Friperj detalhou o problema e os reitores falaram sobre a situação das instituições.

A  vice-reitora explicou que o contingenciamento  orçamentário está estrangulando  as universidades e permite manter o funcionamento mínimo. E que está se fazendo o possível, remanejando receitas próprias, para manter alguns serviços.

Segundo Claudia, ela detalhou as medidas que a universidade vem tomando, como consta na nota da Reitoria à comunidade, até novembro haverá um contingenciamento caracterizado pela liberação mensal de apenas 1/18 (não 1/12) do orçamento da UFRJ. Isso representa uma restrição mensal da ordem de 1/3 até novembro.

De imediato, a Reitoria suspendeu despesas relacionadas a combustíveis, manutenção da frota, diárias, passagens e aquisição de material de consumo. Outras medidas ainda serão divulgadas, mas está mantida a assistência estudantil e a instituição buscará manter serviços como segurança, limpeza, transporte vinculado à graduação e restaurantes universitários.

Para o Jornal do Sintufrj, a vice-reitora comentou sobre a reunião do Friperj que pode trazer muitos frutos, “porque os parlamentares que participaram firmaram um compromisso com as reitorias, de conversar com não só o Ministério da Educação, mas outros ministros, inclusive o presidente Lula. Acho que só assim, gente se unindo, vai conseguir reverter essa situação tão difícil que estão passando as universidades e, principalmente, a UFRJ, pelo seu tamanho e pelo número de estudantes: 70 mil. Esse evento (do dia 19) fortalece o Friperj e as universidades. Eu sei que nós vamos encontrar caminhos para sair dessa crise”, avaliou.

Segundo a superintendente, a deputada Jandira Feghali entrou em contato com o ministro da Educação, Camilo Santana e informou que há uma reunião prevista com o presidente Lula no dia 21 em que será apresentada a situação dramática que as universidades estão passando. A deputada adiantou que o ministro está ciente da situação e que espera trazer novidades da reunião.

UFF: desafio é garantir o mínimo

A UFF, segundo o site institucional, foi representada pelo vice-reitor, Fabio Passos, que também destacou os impactos das restrições orçamentárias: “O orçamento está tão reduzido que, na prática, estamos funcionando com o equivalente a 2/3 do que seria minimamente necessário. Isso afeta diretamente o pagamento de bolsas para estudantes em situação de vulnerabilidade, o funcionamento do Restaurante Universitário e o pagamento dos serviços terceirizados”, disse ele alertando que o principal desafio neste momento é garantir o mínimo necessário para o funcionamento da universidade e  preservar a permanência estudantil

Gravíssima situação

O presidente do Fórum, reitor da UFRRJ, Roberto Rodrigues, ressaltou que, ao contrário de outros momentos em que o Fórum se reúne para propor soluções e projetos de desenvolvimento para o estado, desta vez, os reitores estavam ali para fazer um alerta sobre “a gravíssima situação orçamentária das universidades e institutos federais”. Ele frisou a palavra gravíssima.

Além da redução no orçamento das universidades de cerca de 4,6% entre o que estaba previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e o que de fato foi aprovado (na LOA), houve a publicação do decreto nº 12.448, de 30 de abril, que estabelece a programação orçamentária e financeira deste ano para os órgãos do Ministério da Educação (MEC) com liberação dos limites mensais de empenho de 1/18 até o mês de novembro, caracterizando um contingenciamento no orçamento das universidades de mais de 30%, explicou o reitor.

“Precisamos que os parlamentares externalizem, no Legislativo, esta nossa preocupação, e precisamos de uma ação urgente de recomposição de nossa necessidade de financiamento.”, completou Roberto.

Tarcísio Motta, deputado federal pelo PSOL, se comprometeu a levar a pauta, nesta quarta-feira (21/05) ao ministro da Educação, na Comissão de Educação, quando ele estará lá para responder às questões feitas pela comissão.

Em seu discurso de posse da nova gestão do Sintufrj, realizada dia 19, no auditório do Centro de Tecnologia, os novos coordenadores-gerais  – Sharon Stèfani, Esteban Crescente e Francisco de Assis – agradeceram a expressiva votação na eleição de abril, que ratificou a confiança da categoria no projeto político das forças que compuseram a gestão anterior e que agora seguem no mandato até 2028. Eles apontaram os antigos e novos desafios e reafirmaram compromisso com a luta por direitos da categoria e demais trabalhadores.

“Chegamos até aqui porque muitos caminharam antes de nós”

Fotos: Renan Silva

Sharon Stèfani agradeceu o trabalho dos funcionários do Sintufrj que atuam no dia a dia com os coordenadores, saudou todos os presentes e declarou que é com imensa honra e responsabilidade que aquele grupo que assumia, naquele momento, a direção. “Isso não é apenas uma cerimônia. É um compromisso renovado com cada servidor desta universidade”, disse ela, agradecendo a confiança depositada na chapa. “Afinal, foram mais de 70%. Cada voto, cada palavra, cada crítica construtiva nos trouxeram até aqui. A democracia sindical é isso. Ela fortalece o debate, a escuta e a construção coletiva. E é nesse espírito que seguiremos. Agradeço também as gestões anteriores, todas elas, pois pavimentaram os caminhos e que nos deixam importante legado. Nós sabemos que só chegamos até aqui porque muitos, muitos caminharam antes de nós, com muita coragem, firmeza e solidariedade.

“Assumimos esse desafio num contexto nada fácil. Temos ataques a democracia, precarização do serviço público e a desvalorização do nosso trabalho. Nós não aceitaremos retrocessos. Defenderemos cada direito conquistado com força coletiva. De quem sabe que a luta sindical é feita no chão da universidade, nas ruas, ombro a ombro com toda a categoria. Seguiremos em frente, mas também seremos esperança. Esperança organizada, combativa e transformadora. Seguimos juntos”, disse ela.

Votos de confiança

Esteban Crescente agradeceu à toda categoria que depositou quase 75% de votos de confiança na chapa e explicou: “Sindicato é a primeira reação do trabalhador e da trabalhadora à exploração a que é submetido, o primeiro porto seguro da classe trabalhadora a pleitear redução de jornada de trabalho, a primeira luta histórica que se internacionalizou. E, dentro dos sindicatos, pensou-se numa outra forma de olhar a realidade, onde não fossem os exploradores a ditar as regras, mas ela mesma, a classe trabalhadora. O que fez levar à prática da ideia do socialismo”.

Hoje, alerta o coordenador, a classe trabalhadora vive uma crise estrutural do sistema capitalista. “O que nós vemos são direitos atacados e a ideologia do individualismo prevalecer. Mas se enganam os que acham que a batalha acabou. Pelo contrário, é só a gente olhar para o mundo, as mobilizações de massa. Na greve (TAE) do ano passado, fizemos a universidade ser pautada, a educação ser pautada, a despeito de quem dizia que nós devíamos ficar quietos esperando a solução vir do governo, do parlamento. Não vai. Vai vir da luta. É responsabilidade nossa e de cada um assumir para si a bandeira da nossa carreira, dos reajustes e também solidariedade de classe”, disse, referindo-se a trabalhadores terceirizados da universidade, muitos dos quais, por vezes, sem salários.

Mas, ele alerta, não há mesa de negociação que resolva o problema a partir de um sindicato sem a base mobilizada, “paralisando, fazendo greve, caravana, como nós vamos fazer essa semana para Brasília, para garantir o acordo integral de greve”, disse ele. “Viva a luta do sindicato dos trabalhadores em educação da UFRJ!”, concluiu.

Fortalecer os que defendem a vida e a classe trabalhadora

Francisco de Assis dos Santos destacou a responsabilidade que a gestão assume diante de desafios que enumerou. Segundo ele, há três mil servidores ativos na UFRJ que não são filiados ao Sindicato e é um grande desafio trazê-los para a entidade. Falou da importância de enfrentar o resquício da desconstrução do movimento sindical nos governos anteriores, de lutar em defesa da universidade e pavimentar o caminho para que a UFRJ tenha um técnico-administrativo reitor. “Essa é a nossa meta. Mostramos o nosso potencial como trabalhadores para gerir a universidade e para consolidar essa política de luta pela democracia”.

Outro desafio importante que apontou é organizar a categoria na base: “Vamos eleger os delegados sindicais de base, para que sejam a expansão do sindicato no local de trabalho. Para que o sindicato não seja só a direção, e que todos tenham noção do que se está consolidando como uma política coletiva nos nossos fóruns deliberativos. Segundo ele, é preciso consolidar os representantes nas congregações, conselhos de centro, colegiados superiores e pensar na construção de um fórum de representantes.

Francisco apontou a luta pelo direito dos trabalhadores RJU que estão em unidades que aderiram à Ebserh e a necessidade de exigir do parlamento a liberação de recursos para a UFRJ. Por fim, apontou: “Temos que ter um alinhamento importante, como na eleição de Lula. Os trabalhadores, os operários, os sindicalistas construíram um partido, uma central e elegeram um presidente. E essa construção tem que ser consolidada com um parlamento que defenda os interesses da classe trabalhadora, fortalecer o campo da esquerda, com companheiros que defendam a vida e a classe trabalhadora”.