Autor: sintufrj.admin
No início da tarde de terça-feira, 16 de maio, a delegação do Sintufrj partiu rumo a Brasília, para participar do XXIV Congresso da Fasubra que terá mais de 1.200 pessoas. Saíram da sede do Sintufrj, no Fundão, dois ônibus, com 53 delegados eleitos em assembleia da categoria, assessores, observadores e apoiadores. O Sintufrj participará com uma das maiores delegações ao congresso – 64 companheiros.
“Estamos indo para esse congresso com esses objetivos: reajuste, melhoria das condições de trabalho e defesa da democracia”, resume o coordenador-geral do sintufrj, Esteban Crescente.
“É muito importante que a UFRJ esteja retomando o peso que sempre teve no movimento sindical, seja na Fasubra, seja no conjunto do movimento sindical no país”, observa o coordenador de Organização e Política Sindical do Sintufrj, Fábio Marinho.
As expectativas são grandes para o evento político mais importante da organização dos técnico-administrativos em educação da UFRJ que se realiza de 17 a 21 de maio, no Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada, em Brasília. Na pauta estão o debate de conjuntura, democracia, aposentados, Hus, o aprimoramento da carreira, a campanha salarial para recuperação das perdas, e a renovação da direção da Fasubra com eleição dos novos dirigentes no último dia do congresso.
Coordenadores do Sintufrj avaliam o momento político
O coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, fez um anúncio à categoria. “Esperamos nesse Confasubra fortalecer a nossa categoria em nível nacional, a sua luta por melhorias na questão da carreira, na questão da capacitação, nas questões relativas as nossas condições de trabalho nas universidades, mas também estimular a unidade do serviço público para disputar o Orçamento de 2024 que fecha em julho e vai ao debate no Congresso Nacional. A gente tem que disputar porque o capital financeiro está aí implementando propostas inclusive dentro do próprio arcabouço fiscal o qual a Fasubra e o nosso sindicato são críticos.”
Esteban ressalta também um ponto que é nevrálgico atualmente para movimento sindical. “Ao mesmo tempo é um congresso que chama a defesa da democracia. Temos de reforçar as nossas pautas em defesa da punição daqueles que atentaram contra a democracia no dia 8 de janeiro e lutar para que de fato no nosso país a gente tenha um programa efetivamente da classe trabalhadora sendo implementado.”
O coordenador de Comunicação Sindical, Nivaldo Holmes, e dirigente da Fasubra narra as dificuldades vividas nesses anos pelo movimento e o anseio proporcionado pelas novas decisões do Confasubra:
“A expectativa é grande. Depois de cinco anos nessa gestão, passar pela pandemia, passar pelo governo genocida que apesar de derrotá-lo não eliminamos o fascismo da nossa sociedade, teremos um plano de lutas para ser levado pela gestão 2023-2026 que será o de reconstruir tudo relativo aos ataques sofridos pelas instituições de ensino, pesquisa e extensão. Então espero boas deliberações congressuais para podermos progredir e avançar na direção de um país mais justo e igualitário para todos.”
“A gente tem a expectativa que se faça um ótimo congresso, uma vez que na última plenária se decidiu fazer dois congressos. Um eleitoral e outro político, porque o que acontecia anteriormente era que as discussões políticas ficavam em segundo plano e o congresso se tornava eleitoral. Então teremos a eleição e um congresso político o qual tiraremos nosso plano de lutas com qualidade. Espero que possamos avançar na discussão de carreira e avançar na construção da unidade com a outras categorias do serviço público. Precisamos realmente repor as nossas perdas que foram muito severas durante esses últimos anos”, avalia Cícero Rabello, coordenador de Comunicação Sindical.
A coordenadora de Administração e Finanças, Carmen Lúcia, comenta a pauta única que será levado pelos delegados do Sintufrj. “A nossa carreira está defasada há muito tempo, assim queremos uma nova estruturação e que nela não se perca a paridade entre ativos e aposentados, melhoria no step e no piso; a melhoria de nossos benefícios que estão defasados desde 2016, reajuste da tabela do imposto de renda desde 2016 também, saúde suplementar, concurso público pelo RJU. É uma luta que tem de ser levada por todos nós.”
Decisões e encaminhamentos importantes serão tomados, diz a coordenadora de Políticas Sociais, Marli Rodrigues.
“Vamos eleger a nova direção e lançaremos a nova campanha salarial. Teremos várias mesas temáticas e debates de grupos de trabalho. É importante a renovação do quadro da Fasubra, que por conta da pandemia a gestão se estendeu, como também a discussão da conjuntura. E como agiremos daqui para frente com a mudança no governo federal. Temos hoje a garantia de mesa permanente de negociação e fortaleceremos a nossa federação para essas negociações, para avançar na conquista dos nossos direitos.”
O coordenador de Organização e Política Sindical do Sintufrj, Fábio Marinho, espera que saia um grande plano de lutas, tanto no marco da Fasubra como no marco do movimento sindical. “Conseguimos esses 9% emergencial, mas nossas perdas estão na casa de 50%. É para sair desse congresso em campanha salarial já em movimento, para arrancar a recuperação dessas perdas e conseguir melhorias na carreira. E o foco é no Orçamento”, finaliza
Experiência nova
Embora esse seja o XXIV Congresso da Fasubra, muitos companheiros da categoria nunca participaram de um evento como esse. Ao embarcar nos ônibus eles falaram o que esperam dessa nova experiência.
“Esse é o meu primeiro Confasubra e primeira vez que vou à Brasília. Espero que seja um momento de muita integração com a categoria e com os companheiros de outras universidades. Que a gente possa discutir a fundo nossa carreira e possamos fazer uma proposta de atualização para colocarmos na mesa de negociação com o governo. Que a nossa categoria volte a ser atrativa para os jovens, para que ela tenha mais peso no funcionalismo tanto politicamente como financeiramente e que na nossa universidade e nas demais federais possamos superar nossos atuais problemas.”
Igor Dantas, Instituto de Psicologia da UFRJ
“Depois da minha aposentadoria consegui me engajar mais na política e encontrei as portas do sindicato abertas. Consegui participar mais efetivamente do movimento e surgiu essa oportunidade de ir para Brasília. Precisamos fazer uma mudança radical nessa política nacional, precisamos fazer uma luta efetiva para a paridade entre aposentados, pensionistas e ativos. Lutar por isonomia salarial, pela nossa reposição de perdas salariais, e precisamos fazer tudo para que a política seja mais favorável para os funcionários públicos federais.”
Norma Santiago, aposentada da Faculdade de Odontologia
“Estou há 34 anos na UFRJ. A repaginação do Sintufrj me motivou a ir ao congresso. Essa nova direção é muito boa. Faço parte do Conselho Fiscal e veja a transparência no agir. Com o congresso tenho expectativa de melhoria da nossa carreira. Tem uma tese muito boa pelo Sintufrj que apresenta nossos ganhos e a volta da data base, isso é muito importante para nossa carreira de técnico-administrativo.”
Solange Tristão, Faculdade de Letras
É a minha primeira atuação sindical, pós esse governo fascista. É meu primeiro Confasubra. Espero que a gente já consiga já em 2023 manter os nossos direitos e consiga avançar em nossas pautas que ficaram quatro anos sem nenhum olhar. Espero que essa conferência tenha um viés mais combativo e que ela defenda os interesses da classe.”
Paulo Roberto, técnico-administrativo do Curso de Relações Internacionais da UFRJ
“Me motivei a participar do congresso devido a nossa luta pela implantação do piso nacional da enfermagem. Lá no IPPMG desencadeamos uma greve. O primeiro movimento mais forte foi do IPPMG. Com isso comecei a conhecer o sindicato e a participar das atividades, o que me motivou a ir para o Congresso da Fasubra para ir lá brigar pelos nossos direitos, dos técnico-administrativos.”
Luciana Magalhães Borges, enfermeira do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG)
“É o meu primeiro Confasubra. Minha expectativa é muito positiva. O que me motivou a participar e me engajar mais nas causas trabalhistas é a questão do piso salarial nacional da enfermagem. Estamos enfrentando essa luta e acho então que é um momento importante para a enfermagem também se posicionar, também estar a frente e se inteirando das coisas. Espero que minha contribuição seja muito positiva e principalmente também para a enfermagem. Que seja um congresso bom para toda a UFRJ.”
Natália Maia, técnica de enfermagem do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG)
“Venho pela primeira vez participar com muito orgulho desse Confasubra. Vou com a mente aberta para aprender e me dedicar a cada dia um pouquinho mais nas causas do sindicato. Poder ajudar e lutar pelos nossos direitos.”
Marcelo Francisco de Souza, auxiliar em administração, Biblioteca Central do Centro de Ciências da Saúde (CCS)

“Defender a Democracia e avançar nas conquistas”. Sob este tema trabalhadores das instituições federais de ensino superior do país se reúnem no XXIV Congresso entre 17 e 21 de maio. Trata-se de um congresso estratégico, diante de nova conjuntura aberta com a derrota do governo de extrema direita e a ascensão de Lula para um terceiro mandato. Campanha Salarial 2024 e aprimoramento da carreira dos técnicos-administrativos são pontos de destaque, mas a pauta do grande encontro irá tratar de um arco amplo de temas relacionados à democracia. O Sintufrj levará uma das maiores delegações ao encontro assunto deste Boletim Especial.
Acesse a versão em PDF: https://sintufrj.org.br/…/uploads/2023/05/Jornal-1412.pdf
Sintufrj cumprimenta esses profissionais cuja sensibilidade para os problemas sociais num país tão desigual é
condição essencial.
Parabéns!
Nesta quinta-feira, 11 de maio, será lançada a campanha “40 anos da CUT”, às 18h, on-line. Assista! Clique no link https://www.facebook.com/events/1717602295338642. É uma atividade curta e emocionante que marcará o início da celebração de quatro décadas de resistência, luta e conquistas pelos direitos da classe trabalhadora e pela democracia.
História de lutas e vitórias — A criação da CUT desafiou a legislação sindical da década de 1980, que proibia a organização dos trabalhadores de diferentes categorias em uma só entidade e, mesmo assim, fomos a primeira central sindical criada após o golpe de 1964 e também a primeira no país a ser lançada pela base.
Essa história começou em um 28 de agosto de 1983 e, pela voz e voto de mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras vindos de todas as regiões do país, nascia a CUT. Em números exatos foram responsáveis pela criação da Central 5.059 delegados, representando 912 entidades – 335 urbanos, 310 rurais, 134 associações pré-sindicais e 99 associações de funcionários públicos, cinco federações, oito entidades nacionais e confederações. Trabalhadores e trabalhadoras que ocuparam o galpão que um dia sediou o maior estúdio cinematográfico brasileiro, o extinto Vera Cruz. Em 2013, foi de novo, nesse endereço que a CUT celebrou seus 30 anos.
O 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT) deu origem à primeira entidade intersindical e Inter categorias em nível nacional construída após o golpe militar de 1964.
O Brasil enfrentava uma crise econômica com inflação de 150% e índices manipulados desde anos anteriores; devia mais de US$ 100 bilhões. O mesmo Fundo Monetário Internacional (FMI), que pediu dinheiro emprestado ao Brasil no governo Lula era o bicho papão dos países pobres naquela época. Àquela época, o Brasil se rendeu e estendeu o chapéu ao Fundo rifando, assim, a sua soberania.
Um mês antes de a CUT ser fundada, houve greve geral em todo o país. Como efeito da recessão, apenas nos dois primeiros meses de 1983, a indústria paulista demitiu 47 mil trabalhadores, quase o total das demissões do ano anterior. O brasileiro vivia sob repressão, recessão, desemprego e com salários achatados e corroídos pelos índices inflacionários. Ou seja, 40 anos depois, o país retrocedeu, e enfrentamos uma realidade similar.
Naquela época, o cenário que levou o congresso de fundação da CUT a aprovar as lutas pelo fim da Lei de Segurança Nacional e do regime militar, o combate à política econômica do governo (o general João Batista Figueiredo era o presidente da República), contra o desemprego, pela reforma agrária sob controle dos trabalhadores, reajustes trimestrais dos salários e liberdade e autonomia sindical. Lutava também pelo direito à cidadania e contra o autoritarismo dentro e fora dos locais de trabalho, recheados por “olheiros” da ditadura disfarçados de trabalhadores.
Para o primeiro ano de vida da CUT, foi eleita uma coordenação cujo coordenador-geral era Jair Meneguelli, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema (hoje Metalúrgicos do ABC), que estava sob intervenção. Somente em 1984, a CUT elegeu uma direção com chapa completa e seu primeiro presidente também foi Meneguelli.
Começaria, então, a história de uma central que hoje está presente em todos os ramos de atividade econômica do país, com 3.960 entidades filiadas, 7,9 milhões de associados(as) e 25,8 milhões de trabalhadores e trabalhadoras na base.
Classista e autônoma — A Central Única dos Trabalhadores é uma organização sindical brasileira de massas, em nível máximo, de caráter classista, autônomo e democrático, cujo compromisso é a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora.
Baseada em princípios de igualdade e solidariedade, seus objetivos são organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras da cidade e do campo, dos setores público e privado, ativos e inativos, por melhores condições de vida e de trabalho e por uma sociedade justa, igual e democrática. Está presente em todos os ramos de atividade econômica do país.
Desde a sua fundação, a CUT tem atuação fundamental na disputa da hegemonia e nas transformações ocorridas no cenário político, econômico e social ao longo da história brasileira, latino-americana e mundial.
A CUT defende a liberdade e autonomia sindical com o compromisso e o entendimento de que os trabalhadores/as têm o direito de decidir livremente sobre suas formas de organização, filiação e sustentação financeira, com total independência frente ao Estado, governos, patronato, partidos e agrupamentos políticos, credos e instituições religiosas e a quaisquer organismos de caráter programático ou institucional. (CUT Nacional)
Os custos com a participação dos representantes dos trabalhadores no 24º Congresso da Fasubra – que vai definir as lutas em defesa da categoria – levaram o Sintufrj a cancelar o baile que fora anunciado para a próxima sexta-feira (12) no Espaço Cultural.
Bolsonaro e seu governo negacionista e genocida foi vencido pelo povo nas urnas, mas deixou profundos rastros. Uma nefasta herança que só vai se dirimir com muita informação e com o combate às mensagens de ódio, fascismo, racismo, homofobia e todo tipo de preconceito e desinformação nas redes sociais (por isso é essencial a aprovação do PL das Fake News no Congresso, para regulação de plataformas e redes sociais).
E por incrível que pareça, o bolsonarismo (e seus efeitos nefastos), segue bem representado no parlamento, a tal ponto que, na semana passada, chegamos ao cúmulo de ver mulheres votando contra o direito de mulheres. Bolsonaristas conhecidas votaram contra a garantia de salários iguais entre homens e mulheres que fazem o mesmíssimo trabalho.
Vergonha —No Brasil, segundo a Agência Brasil, uma mulher ganha, em média, 78% dos rendimentos de um homem. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, no caso de mulheres pretas ou pardas, o percentual cai para menos da metade dos salários dos homens brancos (46%).
Mulheres sem respeito próprio
No dia 4 de maio, o Projeto de Lei da Igualdade Salarial (proposta enviada pelo governo Lula em março, que garante que homens e mulheres nas mesmas funções recebam os mesmos salários e que prevê multa para quem não cumprir a regra) foi aprovado por ampla maioria na Câmara dos Deputados. Foram 325 votos a favor e 36 votaram contra e, pasme, 10 destes são mulheres. O texto foi para o Senado.
Além de Zambelli (PL-SP), Kicis (PL-DF) e Rosângela Moro (União-SP) estão na lista das deputadas bolsonaristas contra as mulheres trabalhadoras as seguintes: Adriana Ventura (Novo-SP), Any Ortiz (Cidadania-RS), Caroline de Toni (PL-SC), Chris Tonietto (PL-RJ), Dani Cunha (União-RJ), Julia Zanatta (PL-SC) e Silvia Waiãpi (PL-AP).
De família — Isso não foi um acaso, mas a forma desse pessoal ver o mundo. Tanto que ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro defendeu, durante evento do PL Mulher no dia 6 de maio, o fim da cota de 30% para mulheres em cargos no Legislativo. Cotas que têm a finalidade de incentivar a participação política feminina.
“Queremos erradicar a cota dos 30%, queremos a mulher na política pelo seu potencial”, disse Michelle, conforme registrou a imprensa, ovacionada no tal evento. Pegou mal. Após a repercussão, ela publicou vídeo: “Retificando, eu sou a favor da cota, sim. Nós teremos mulheres na política pelo seu potencial, pelo seu protagonismo”, disse,agora.
Vivendo e aprendendo– Quando for eleger seu ou sua representantelembra-se bem de quem votou contra você.
Recomposição atual pelo governo Lula ainda não cobre todo o déficit da UFRJ
O aumento anunciado pelo presidente Lula no dia 19 de abril para recomposição do orçamento discricionário (recursos para cobrir contas básicas), obras e ações de investimento, como bolsas estudantis, num total de R$ 2,44 bilhões, para as instituições federais de ensino superior (Ifes) pôs fim à situação de falência das universidades. Triste história que começou no governo do golpista Michel Temer, com o Teto de Gastos, e foi aprofundada pelo fascista Jair Bolsonaro.
Dos R$ 2,44 bilhões, serão destinados à recomposição direta das finanças das Ifes R$ 1,7 bilhão – R$1,13 bilhão para as universidades e R$ 388 milhões para os institutos. À UFRJ caberá R$ 64 milhões, informou a Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3). Esse montante representa um acréscimo de 20% no orçamento de 2023. Ou seja, de R$ 313 milhões, o orçamento discricionário da instituição passa para R$ 377 milhões.
No Conselho Universitário de quinta-feira, 27/4, o pró-reitor Eduardo Raupp explicou que, embora anunciada na semana passada, a recomposição entra na conta em 31 de maio.
Desinvestimento
Mas, ainda sob os reflexos da política contra o ensino, a pesquisa, a ciência e a cultura do bolsonarismo, o orçamento destinado às despesas da UFRJ em 2023 pelo governo nefasto é menor que o de 2022 (R$ 329 milhões) e menos da metade que o de 2012 (R$ 773 milhões), no governo da petista Dilma Rousseff.
Em valores nominais, o orçamento de 2023 passa a ser igual ao de 2019. Só que o pleito dos reitores apresentado na campanha presidencial era o retorno ao orçamento de 2019, porém corrigido. Isso representaria não R$ 64 milhões, mas R$ 90 milhões para a UFRJ, o equivalente ao déficit que a universidade carregou de 2022 para 2023. Mas isso não se concretizou
“Nossa expectativa era zerar o déficit do ano passado. Ocorre que, assim como outras emendas, houve (outras) rubricas do MEC que ficaram a descoberto, como a questão das bolsas de residência médica e obras para institutos federais. Então, o recurso não veio integral: R$1,32 bi. E a redução foi para todas (as Ifes)”, disse Raupp.
Déficits em aberto
“Nós estamos, óbvio, saudando o fato de que, pelo menos, há uma inversão de rota. A gente vinha desde 2019 com orçamento em queda. Mas temos uma recomposição equivalente a 20% do orçamento deste ano. Em termos concretos, isso significa que vamos terminar o ano com um déficit de pelo menos dois meses de nosso funcionamento. É uma situação, em 2023, difícil, no entanto, administrável”, completou o pró-reitor.
Se o déficit (anteriormente de R$ 90 milhões) persistisse, a universidade só teria condições de bancar seus compromissos até agosto.
“Houve uma recomposição orçamentária. Não veio na dimensão que gostaríamos. Mas é uma mudança na tendência de redução do orçamento da universidade. É um ganho muito importante”, afirmou o reitor em exercício Carlos Frederico Leão Rocha. “Porém”, acrescentou, “a UFRJ ainda terá dificuldades financeiras.”

Trabalhadores insistem na volta ao Fundão e Sintufrj irá organizar nova mobilização no Consuni
A apreensão das trabalhadoras da Educação Infantil do Colégio de Aplicação – deslocada,desde fevereiro, em função de problemas estruturais, da sede do Fundão, para o prédio do Cap, na Lagoa – vem aumentando à medida que a solução para sua reivindicação de retorno ao Fundão parece cada vez mais distante.
Profissionais e famílias das crianças atendidas sofrem com a mudança repentina e com a distância. Há quatro turmas de 15 alunos cada, entre dois e cinco anos, hoje agrupadasem apenas duas salas da sede na Zona Sul.
Há algumas semanas, houve o aceno, por parte da Reitoria, de ocupação de um conjunto de prédios na antiga Bio-Rio, atual Parque de Biotecnologia, para o que seria necessária reforma importante e demorada. Provisoriamente, aguardando o fim da obra, houve a sugestão de que o grupo utilizasse um dos prédios em melhor condição. Este sofreria uma obra emergencial e poderia ser ocupado em três meses.
Só que isso não se concretizou. “O prédio na Bio-Rio não terá a obra emergencial de três meses. Agora só iremos para o espaço. no início do ano letivo de 2024. Segundo o ETU, a obra é maior do que achavam. Não há rede elétrica, nem de Internet. E do espaço intermediário que o Reitor falou que iria tentar achar até o momento, nada foi visto. As servidoras continuam no CAp Lagoa e as condições de trabalho continuam as mesmas, precárias”, lamenta Iolanda Silva Menezes de Araújo que divide com Monique Tavares Riscado Lopardi a representação das técnicas-administrativas da Educação infantil na comissão que que estuda um espaço para o retorno (porém até aqui não nomeadas).
Na EI há 18 técnicas-administrativas, seis professores do ensino básico e 16 substitutos. E todos almejam o retorno.
Horário integral
Foi retomado o atendimento integral às crianças, porque a equipe de cozinha da Educação Infantil está produzindo a alimentação das crianças no Restaurante Universitário Central e levando até a Lagoa. E houve o aumento da quantidade de crianças que voltaram a frequentar a escola, mesmo tão longe. Até há pouco tempo, com o atendimento em apenas meio turno (até meio-dia, por não haver alimentação), uma boa parte deixou de ir.
As famílias têm se organizado entre si para garantir o deslocamento das crianças até a Lagoa, fazendo escalas: cada dia, um responsável leva e outro busca alguns dos pequenos alunos. Há também quem tenha contratado transporte.
Segundo Iolanda o grupo vai continuar a pressionar a Reitoria para, além da reforma do prédio, pelo espaço provisório, “pois a situação está muito difícil para as servidoras. Estamos esgotadas emocionalmente, o deslocamento tem sido penoso”, conta a representante.
Sintufrj voltará com companheiras ao Consuni
Para a coordenação do Sintufrj é preciso urgência na solução deste impasse em relação a Educação Infantil. “Não só o corpo técnico-administrativo, como os usuários da creche vêm sofrendo com esta situação. Sua rotina foi toda modificada repentinamente, o que causou um grande transtorno para todos”, apontou a coordenadora de Políticas Sociais Marly Rodrigues, que vem acompanhando, junto com outros coordenadores, a organização do grupo.
“Queremos que a Reitoria se posicione em relação ao que fazer para que possamos amenizar o sofrimento desses servidores, como também das crianças e seus pais”, disse ela, adiantando que a entidade estará presente na próxima sessão do Conselho (a próxima reunião ordinária está prevista para o dia 11 ) com as companheiras da creche para, mais uma vez, cobrar providências.
No dia 23 de março, os trabalhadores já haviam organizado, com apoio do Sintufrj, ato em frente ao auditório do Conselho Universitário, no Parque Tecnológico, para apresentar ao reitor em exercício Carlos Frederico Leão Rocha, sua reivindicação. Na época Rocha avaliou que esta era uma questão social que envolvia também as famílias das crianças e que a Reitoria estudava as possibilidades.