A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, no dia 30 de abril, projeto de lei que permite o repasse de recursos economizados do   orçamento da Casa para a construção de respiradores projetados pela UFRJ. Inicialmente serão repassados R$ 5 milhões.

Os ventiladores pulmonares mecânicos desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Coppe, foram projetados como uma solução de emergência para o enfrentamento à falta do equipamento nas unidades de tratamento intensivo.

De acordo com o coordenador do projeto, professor da Coppe Jurandir Nadal, o respirador projetado pela universidade consiste de um recurso simples e seguro para uso emergencial, quando não houver equipamento padrão.

Expectativa

A proposta aprovada pela Alerj e enviada para sanção do governador Wilson Witzel, permite que sejam feitas transferências de recursos para projetos vinculados a universidades estaduais e federais, além de programas nas áreas de saúde, educação, segurança pública e cultura. Os recursos, segundo o texto, deverão ser repassados com a aprovação dos órgãos de fiscalização estaduais e federais.

O presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), informou que uma comissão de deputados vai acompanhar detalhes do projeto para viabilizar um repasse inicial de R$ 5 milhões, para custear cerca de mil aparelhos e, dependendo da velocidade da produção e da necessidade da população, novos repasses (também do dinheiro economizado do orçamento da Alerj) podem ser feitos.

Fonte: Agência Brasil

Coppe lança campanha para produção de respiradores

Nos últimos dias, a Coppe iniciou uma campanha, por meio da Fundação Coppetec, com o objetivo de arrecadar R$ 5 milhões em doações para produção do equipamento, cujo custo de cada um está orçado em cerca de  R$ 5 mil – um respirador convencional custa em média R$ 50 mil.

A intenção da equipe é entregar mil aparelhos, chamados Ventiladores de Exceção para Covid-19 – UFRJ (VExCo), em até um mês. “O VExCo não terá licença para ser comercializado. Vamos entregá-lo às unidades com UTI que necessitarem. Em seguida, os ventiladores serão doados ao Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou ao site da UFRJ o coordenador Nadal.

Doações são para laboratórios da UFRJ, USP e UFRGS

Caetano Veloso e cerca de outros 150 artistas e anônimos participam do clipe unindo suas vozes na canção “Canto do povo de um lugar”, música gentilmente cedida pelo cantor para a produção do vídeo, tarefa a cargo da Casa de Cinema de Porto Alegre, com o apoio de #342 Artes. Assista em https://youtu.be/HTg0i_i4K6U.

Pessoas de todas as idades e profissões, em cidades brasileiras, Nova Iorque, Buenos Aires e Barcelona estão juntos nesta campanha, cujo objetivo é arrecadar fundos para garantir a realização de mais testes por laboratórios de três universidades: UFRJ, USP e UFRGS durante a pandemia do novo coronavírus.

Outro objetivo da campanha e reforçar na população a importância do isolamento social, por isso o clipe termina com o seguinte lembrete da atriz Fernanda Montenegro: “A superação desta epidemia depende de todos nós. Se puder, fique em casa. E se puder, contribua para a realização de mais testes. Com solidariedade e apoio à ciência, vamos sair dessa. Acredite: vai passar.”

Veja como doar para a campanha:

No Rio de Janeiro – Doações para o Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ (http://www.fujb.ufrj.br/covid-19-camp).

No Rio Grande do Sul – Doações para o laboratório de testes de coronavírus do ICBS, Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS (http://www.ufrgs.br/icbs/).

Em São Paulo – Doações para o programa USP Vida, pesquisas de ações diagnósticas para a covid-19, da USP (https://www5.usp.br/uspvida/).

O governo federal não recua um milímetro na sua guerra contra o serviço público. Na última semana, ao apagar das luzes, dois novos ataques foram desferidos, mostrando que, nem mesmo em meio à pandemia que assola o país, Bolsonaro e sua base mudam suas prioridades: insistir numa política econômica de austeridade fiscal que empurra o país ao precipício, ajudar banqueiros e milionários a manterem seus lucros e reduzir os direitos e a renda dos trabalhadores.

Fomos informados pela Reitoria que o governo já deu a ordem para que o auxílio-transporte seja cortado dos nossos contracheques. O argumento é cretino: quem está em trabalho remoto não está se deslocando. Uma meia verdade que esconde a realidade: o regime de “home office”, adotado como medida de prevenção à pandemia do coronavírus, elevou o custo de vida. Contas de luz mais altas, serviços de banda larga e equipamentos (computadores, celulares etc) pessoais utilizados para a manutenção das atividades.

Na noite de sábado, outro absurdo: em votação no Senado Federal, o projeto de lei complementar que previa auxílio aos estados e municípios foi aprovado por praticamente todos os senadores contendo um artigo sob encomenda de Paulo Guedes: Trata-se do congelamento dos salários e carreiras dos servidores federais, estaduais e municipais, do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, por 18 meses, até o final de 2021.

Na prática, o auxílio sairá do nosso bolso. A “economia” com o congelamento equivale ao valor do auxílio aprovado pelo Senado: 125 bilhões de reais. Enquanto isso, a ajuda aos bancos, que lucraram cerca de 110 bilhões de reais apenas em 2019, foi superior a 1 trilhão de reais, sem a exigência de contrapartidas!

A direção do Sintufrj prepara ações em todas as frentes contra o corte ao auxílio-transporte. Em paralelo, junto com outras entidades e centrais sindicais, vamos pressionar os deputados para derrubar, na votação do projeto de lei de auxílio aos estados e municípios, o artigo criminoso que congela concursos, salários e carreiras. Já estamos há mais de 4 anos sem reajustes e não aceitamos que Bolsonaro e o Congresso insistam em nos empurrar a conta da crise!

Convocamos a categoria a enviar e-mails para todos os deputados e pressioná-los pelas redes sociais. Queremos que os banqueiros e os bilionários paguem a conta da crise, e não os trabalhadores!

Direção do Sintufrj/Gestão Ressignificar

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A campanha “Fique em casa por eles”, que se dissemina mundo afora, tem um fundamento: a luta dos trabalhadores de saúde no enfrentamento da pandemia é árdua. Com o crescimento do número de casos, até mesmo entre eles, a dificuldade é ainda maior. Por isso, a necessidade das pessoas manterem o isolamento, para aliviarem a sobrecarga no serviço de saúde. Esse povo precisa de descanso.

Só que, para muitos dos trabalhadores de saúde dos hospitais da UFRJ, agora no front contra a pandemia, o deslocamento para casa é difícil. Alguns moram em outros municípios, outros têm parentes em grupo de risco. Mas agora, profissionais e residentes de todas as unidades de saúde da Universidade, podem contar com os alojamentos do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro (CPOR-RJ), em Bonsucesso ( Avenida Brasil, nº 5.292).

Por meio de parceria com a UFRJ, a unidade militar disponibilizou uma ala feminina e outra masculina, com ventilação natural e ventiladores, beliches, pontos para carregamento de celular e notebooks, banheiros com chuveiros elétricos e armários individuais. Cada um deve levar sua roupa de cama, toalhas, talheres e canecas, itens de higiene pessoal e cadeado para os armários. Há água e café (são fornecidos copos descartáveis e toalhas de papel) numa ala de convivência, mas refeições são por conta da UFRJ, oferecidas no hospital.

Elaine de Souza Barros, diretora administrativa do Instituto de Neurologia Deolindo Couto, que atua em Grupos de Trabalho junto ao Complexo Hospitalar no enfrentamento ao Covid-19, organiza a ocupação do alojamento. Segundo explica, embora haja 50 vagas disponíveis, como os profissionais trabalham em regime de plantão, o número pode aumentar em até três vezes.

ELAINE DE SOUZA BARROS do INDC e que atua no GT que organiza as ações contra o coronavírus na UFRJ

Cadastro aberto

O cadastro de candidatos a vagas no alojamento poderá ser feito a qualquer momento, desde que tenham vagas disponíveis, destaca Elaine.Não há prazo, ela diz.

Para realizar o cadastro, o profissional deve informar nome completo, CPF, função, telefone de contato, os dias da semana com o período (manhã, tarde, noite) que estará no alojamento e se usará transporte próprio (informar placa, modelo, marca e cor do veículo) ou oferecido pela UFRJ.  Devem enviar e-mail ou WhatsApp para Elaine (elaine@indc.ufrj.br/98886-8941) ou para Amil José Baptista, assessor da Pró-Reitoria de Pessoal, (amil@pr4.ufrj.br/96410-6659).

Podem se credenciar para uso do alojamento trabalhadores das unidades hospitalares da UFRJ do Fundão ou de fora. O espaço foi criado especialmente para profissionais com dificuldades de transporte para suas residências (em municípios próximos ou mais distantes), para cumprir carga horária dos plantões, ou quem crê que possa vir a colocar em risco algum parente.

*Retorno difícil e grupo de risco*

A técnica de enfermagem Marília Barreiro Rufino de Almeida, 47 anos, há quatro aos e meio no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) é casada e tem dois filhos, de 13 e 27 anos. Usou o alojamento pela primeira vez na sexta-feira, dia 10.

No seu caso, há dois agravantes: “Primeiro, eu moro em Resende e o transporte está impossível. Não tem ônibus para ir e vir. Dependo de carona e nem sempre consigo. No hospital não tem suporte (para o transporte neste caso). Então, quando surgiu o alojamento, resolvi me cadastrar. O segundo motivo é que meu marido operou o pulmão. Eu trabalho diretamente com pacientes da Covid-19, na Emergência da Covid-19 e, se posso, fico no Rio.”,diz ela.

Marília vai uma vez por semana para casa.”Cheguei hoje (em Resende), vou no próximo plantão e passo mais uma semana no Rio. Não dá para não vir, tem as questões da casa, filho adolescente. Mas tento ficar o mínimo necessário. Não tem como ficar indo e vindo. Há pessoa com risco, moro longe e trabalho diretamente com Covid. O alojamento veio a calhar”.

‘Neste momento, estamos todos supertensos e preocupados’

Tainá Souza, enfermeira

“Sou enfermeira do IPPMG (Instituto de Puericultura Martagão Gesteira), onde atuo como servidora há quase três anos, mas fui residente de enfermagem e extraquadro nesta mesma instituição. Neste momento, estamos todos supertensos e preocupados. Felizmente nosso público, como é infantil, não está sendo ferozmente acometido por esse vírus, mas muitos dos profissionais que trabalham aqui também trabalham em outras instituições, então nos preocupamos em nos contaminar com os próprios colegas de trabalho. Estamos essa semana recebendo treinamento, reuniões, tudo para nos deixar preparados para enfrentar a situação. A maior preocupação dos profissionais é se teremos EPIs, onde esses pacientes (com Covid-19) e seus acompanhantes ficarão internados. A estrutura do nosso instituto é bastante antiga, o que complica muito esse fluxo. Moro com minha mãe, idosa e hipertensa. Então, estamos tomando todo cuidado necessário para minimizar a exposição dela. Os sentimentos que nos dominam são medo, insegurança. Somos profissionais da linha de frente, e muitas vezes nos faltam acolhimento e informação.”

 

‘O sentimento que tenho é um grito de socorro’

Marília Barreiro, técnica de enfermagem do HUCFF

“Graças a Deus, equipamentos e vestimenta não têm faltado para nós. Estamos bem abastecidos. Mas, em relação ao fluxo do processo, foi muito corrido e a carga horária é muito pesada: entrou no fluxo do Covid-19, só pode sair quando for embora. Estamos tentando conversar para ver se fazem escala de seis horas. Não é fácil ficar com o equipamento 12 horas, limitado para beber água, ir ao banheiro. Ganhamos dois kits, para quando entramos e quando voltamos do almoço. O sentimento que tenho é um grito de socorro. Sempre fui uma pessoa muito ativa. Mas moro longe (em Resende e tem dificuldade no transporte). Desde segunda à noite tive que dormir no hospital, não tive como voltar. Hoje (terça) voltei de carona. Quando saio, nem sei quando volto. Fico triste e cansada. Mas é uma coisa que tento não absorver. A gente está na linha de frente. Não tem para onde fugir. Tenta seguir o que o Ministério da Saúde orienta para evitar contágio dentro de casa. Ando com máscara para evitar ao máximo me contaminar e as pessoas que estão a meu redor. Mas tento driblar o medo, porque sempre tem.”

 

‘Isso muda a vida de todos nós’

Luciana Ferreira, psicóloga da Maternidade Escola

Tem sido um período difícil para profissionais, pacientes, todos com muito medo. Os profissionais estão muito angustiados de saber do falecimento de colegas (em outros hospitais), medo de contágio, de levar Covid-19 para suas famílias. Tem sido uma tensão e uma preocupação muito grande.

Eu estou afastada socialmente das pessoas da minha casa, dormindo no escritório, comendo em horários diferentes, evitando o mesmo ambiente. Isso muda a vida de todos nós. Tenho uma filha adolescente, sou casada e tenho minha mãe, idosa, de 82 anos, morando comigo, que é minha maior preocupação, pois é do grupo de risco, apesar da boa saúde. Com ela, temos tido ainda mais cuidado. Falo a distância. E ontem, depois do atendimento a uma paciente com suspeita, passei a falar por vídeo. Até que tenha segurança, nem perto vou chegar.

Não tenho perspectiva de voltar a ter vida familiar mais usual tão cedo. Imagino que isso tudo deva melhorar para agosto, setembro. Vemos muitas pessoas sofridas, adoecendo, entristecidas por estarem privadas do contato com a família, com ar livre, se ressentindo da privação. Vamos aguar e torcer para que tudo passe e que as coisas melhorem com perspectiva de tratamentos que permitam evitar mortes.”

A pandemia transformou a paisagem do país e, claro, da UFRJ, a maior instituição da rede de federais de ensino superior. Parte da complexa e multifacetada estrutura da universidade está funcionando à distância, “a área administrativa de maneira geral”, explica o vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha.

“Nas atividades de pesquisa, apenas laboratórios que não podem fechar por razões diversas, como biotérios ou que estejam envolvidos na pandemia, estão em atividade”, diz o vice-reitor.

Além dos hospitais (que, por óbvio, são peças-chave na luta contra o vírus), Carlos Frederico informa sobre a existência de algumas iniciativas que estão em curso, como a produção de álcool, que envolve a necessidade de laboratórios em funcionamento. Ele lembra outro exemplo, o laboratório envolvido na produção de ventiladores mecânicos.

“Mas o que podemos fazer a distância, estamos fazendo. O que realmente parou foram as aulas”, diz o vice-reitor. As aulas foram suspensas, por tempo indeterminado, em 23 de março.

Um dos laboratórios envolvidos na pandemia a que o vice-reitor se referiu é o Laboratório de Virologia Molecular (LVM). Unidade de referência do Instituto de Biologia do CCS que realiza testes de alto padrão, o LVM desenvolveu, em conjunto com pesquisadores do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares da Coppe/UFRJ, um novo teste de detecção do novo coronavírus. Uma campanha arrecada verbas para aumentar a capacidade de realização dos testes.

NA FACULDADE DE FARMÁCIA, laboratório envolvido na produção de alcool em gel

Raio-X

No Centro de Tecnologia (CT), todas as atividades acadêmicas, tais como aulas, cerimônias, formaturas e homenagens, estão suspensas por tempo indeterminado. Os laboratórios têm funcionamento facultativo, alguns em regime de plantão.

Os técnicos-administrativos da decania atendem o público através da abertura de chamados on-line no Sistema de Serviços para garantir a continuidade das atividades administrativas da unidade.

A equipe administrativa e a da manutenção da sede da decania estão se revezando em plantão para dar suporte aos laboratórios que estão atuando no enfrentamento da pandemia, para receber insumos e resolver imprevistos caso surjam.

O CCS segue prioritariamente em regime de trabalho remoto. No CCMN, o Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (ex-NCE) também se mantém prioritariamente em regime de trabalho remoto.

Nas bibliotecas, o atendimento presencial foi temporariamente suspenso e a renovação dos livros emprestados pode ser solicitada via e-mail na maioria dos casos. As devoluções deverão ser feitas após o restabelecimento das rotinas acadêmicas e administrativas.

NAS BIBLIOTECAS, o atendimento presencial foi temporariamente suspenso e a renovação dos livros emprestados pode ser solicitada via e-mail na maioria dos casos

Transporte

O funcionamento do transporte sob responsabilidade da Prefeitura Universitária está regular. Novas linhas foram criadas, com autorização dos governos municipais e estadual, para transporte de servidores das unidades de saúde para a Cidade Universitária (Bonsucesso, São Cristóvão, Duque de Caxias, Niterói (Estação Charitas-Fundão), Nova Iguaçu). Mais detalhes em: bit.ly/onibusHU.

Foi organizado um esquema de plantonistas para fazer manutenção e resolver emergências no que toca ao fornecimento de energia.

Segurança

O prefeito da UFRJ, Marcos Maldonado, tem se reunido regularmente com o Comando do 17º Batalhão de Polícia Militar, a coordenação do Rio+Seguro Fundão, o delegado da 37ª Delegacia de Polícia Civil e o Comando da Marinha do Brasil, para discutir medidas de segurança no campus da Cidade Universitária durante o período de pandemia.

“A Prefeitura Universitária compreende o seu papel em garantir a segurança das pessoas que desempenham tão importantes tarefas no atual momento. Desde segunda-feira, dia 13, o policiamento no campus passa por alterações para garantir o aumento da segurança local. Novas medidas serão tomadas ao longo da semana e irão perdurar durante todo o período de pandemia”, informou a assessoria do prefeito.

A CIDADE UNIVERSITÁRIA sem a movimentação dos dias normais

 

Por meio de plataforma digital adquirida pelo Sintufrj, matriculados no Espaço Saúde do Sindicato podem se exercitar em casa durante o período de quarentena imposto pelo coronavírus.

Links dos Aplicativos:

A prioridade é o isolamento social, que se aproxima de um mês desde a decretação da Emergência em Saúde Pública em 16 de março

Niterói, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro, vem colecionando o pioneirismo no país em relação ao combate ao novo coronavírus, controlando a incidência de casos e segurando o número de óbitos. Segundo o boletim epidemiológico divulgado terça-feira, 7 de abril, a cidade tinha 106 casos confirmados, 25 hospitalizados, dois óbitos e 45 curados.

O município foi o primeiro a responder com rapidez à doença aplicando medidas orientadas por especialistas e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A prioridade é o isolamento social, que completa 24 dias desde a decretação da Emergência em Saúde Pública em 16 de março.

Hoje, dia 8 de abril, a prefeitura da cidade anuncia que distribuirá gratuitamente um milhão de máscaras, seguindo a mais nova orientação geral para que a população as utilize.

Niterói, que tem mais de 500 mil habitantes, segundo dados do IBGE de 2019, o mais elevado índice de desenvolvimento municipal do Rio de Janeiro e o 5º IDH do país, segue em ritmo lento no crescimento dos casos de coronavírus, em comparação com o Brasil de forma geral.

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT) em transmissão pela rede social, comparou a situação de Rio e Niterói, para ratificar os resultados positivos do controle social e ações no município. O Rio, lembrou o prefeito, registrou o primeiro óbito provocado pela Covid-19 em 22 de março. Neste mesmo dia Niterói também registrava a primeira morte. Já no sábado, 4 de abril (quando o prefeito fez a comparação), enquanto Niterói contava dois mortos, a cidade do Rio já registrava 79 mortos. Na terça-feira, 7 de abril as mortes na capital subiram para 89.

“Em Niterói, estamos falando já há algum tempo, que a epidemia precisa ser enfrenta levando em conta a ciência, as experiências internacionais dos estudos de casos e a opinião de especialistas e profissionais de saúde. É fundamental preservar o isolamento social e seguir as orientações das coordenadorias de saúde. Essas atitudes já salvaram centenas de vidas”, sustenta Rodrigo Neves.

 

Isolamento controla transmissão

Controle de febre em passageira chegando no aeroporto de Hong Kong

Os efeitos do isolamento estão provados pelo planeta. E nos países de maior densidade populacional como na Ásia.  Hong Kong, cidade do Sul da China densamente povoado com 7 milhões de habitantes, por exemplo,  registra 600 casos e quatro mortes. Esse índice sobre o controle da doença na cidade chinesa se deve, segundo especialistas, às normas rígidas de distanciamento social.

O afrouxamento do isolamento, considerado cedo para um vírus que não tem ainda cura, acaba por provocar uma nova onda de contaminações. Cingapura, no Sudeste Asiático, por exemplo, conhecida como exemplo de sucesso no combate ao vírus, depois que teve os casos de contaminação mais que quintuplicado em 20 dias, o governo anunciou que fechará serviços não essenciais, e pediu para a população ficar em casa. E demais países do Sudeste Asiático correm para conter essa nova onda.

Niterói, por enquanto, segue na rigidez do isolamento social. A decretação de Emergência em Saúde Pública foi anunciada em 16 de março e decretado o fechamento de todos os estabelecimentos comerciais no dia 23 de março, pela Prefeitura. Desde então, a maioria da população segue à risca a orientação geral para ficar em casa. Ações sociais, econômicas e de saúde foram tomadas.

Já em abril, no dia 6, foi dado o alerta oficial de que o pico de transmissão e contaminação da doença estaria previsto entre os dias 6 e 20 de abril. Com reforço para que a população permaneça em casa.

No próprio dia 6 foi iniciado o controle dos transportes com bloqueios para entrada de táxis de outros municípios na cidade e na redução da circulação de ônibus intermunicipais. Até o dia 10 de abril, a prefeitura anunciou que iniciará as atividades no Hospital Oceânico, que foi arrendado para funcionar no combate à doença, para atender pacientes graves de Covid-19.

No dia 7 de abril terminou o prazo para inscrição dos microempreendedores individuais que se habilitaram a receber o auxílio de R$ 500, 00, por três meses. A vacinação contra a gripe, indicada para os grupos de risco, interrompida por falta de vacinas, foi retomada no dia 7 também. Até o dia anterior a prefeitura informou que o município havia aplicada cerca de 60 mil doses em idosos e profissionais de saúde.

 

Medidas

No dia 30 de março, a Prefeitura distribuiu kits de limpeza e higiene. O objetivo é que até o dia 10 de abril todas as 80 mil famílias atendidas pelo Programa Médico de Família, sejam atendidas. A ação vai beneficiar 220 mil pessoas.

Dentre as ações foram distribuídas 32 mil cestas básicas aos alunos da rede pública de educação. Foi também providenciado apoio aos trabalhadores informais e pequeno empresário.

Foi arrendado dois hotéis pelo período de 4 meses para acolhimento de servidores, em especial os da saúde, que estão trabalhando nos hospitais, e outro par ampliar o acolhimento dos moradores de rua.

O município prepara também centros de quarentena para infectados em comunidades pobres da cidade, organiza abertura de mais leitos na rede e iniciou no dia 23 de março a sanitização das ruas e do mobiliário urbano.

Uma empresa chinesa foi contratada para o serviço de sanitização, utilizando a mesma tecnologia de seu país, um composto que impede a proliferação do vírus por três meses. A limpeza começou por Icaraí – bairro que concentra a maioria dos casos de Covid-19 no município com 48 casos confirmados até o dia 7 de abril -, e seguiu para comunidades e locais públicos e principais vias urbanas.

A Vila Ipiranga, no Fonseca, zona norte da Cidade, foi a primeira comunidade do país a receber a visita de agentes sanitários para higienização de ruas e vielas contra o coronavírus, em ação realizada dia 25 de março. A Companhia de Limpeza Urbana de Niterói (Clin) contou com 40 profissionais que atuaram em conjunto com 25 agentes de satinização da empresa contratada pela Prefeitura de Niterói.

Carros da Clin dão suporte também com limpeza com água e sabão, também. No dia 26 de março a sanitização foi nas principais vias do centro da cidade, como a realizada neste dia, na Avenida Amaral Peixoto esquina com Avenida Rio Branco.

 

Prazo

Pelo menos até o dia 10 de abril as medidas restritivas estarão em vigor. Padarias, supermercados, mercados e mercearias estão proibidos de manter ambiente para consumo local. Estão excluídos da quarentena as farmácias, postos de gasolina (lojas de conveniência também estão fechadas), supermercados e mercados, padarias, pet shops, hotéis, clínicas médicas e odontológicas, laboratórios de exames clínicos e de imagem e clínicas de vacinação. Restaurantes e demais estabelecimentos que vendam alimentos e não estão incluídos nas exceções só poderão funcionar no sistema de entrega em domicílio.

Quem descumprir pode ser enquadrado nos crimes de desobediência e de infração de medida sanitária preventiva. A guarda municipal e a polícia civil percorrem as vias e estão instalados na orla e em locais chaves como a Estação das Barcas, para coibir quem infrinja as normas estabelecidas pelo decreto. Carros percorrem a cidade anunciando que a população fique em casa.

Recentemente duas mulheres foram presas na Praia de Icaraí por não respeitar as orientações. A praia está interditada, tanto o calçadão como a praia.

Em razão da pandemia de coronavírus e da recomendação de diminuir a circulação de pessoas, o escritório Cassel Ruzzarin Santos Rodrigues Advogados disponibilizou o atendimento remoto dos filiados do Sintufrj sobre as ações contra o corte dos 26,05%. Para ser atendido por um advogado, clique aqui http://bit.ly/atendimentoSintufRJ, acesse a sala de atendimento virtual, identifique-se e aguarde ser admitido, quando encerrar o atendimento anterior. Se preferir, ligue ou envie mensagem de WhatsApp para o telefone (21) 9852-66710 e fale com a advogada.

Se tiver alguma dúvida, envie e-mail para planoverao@servidor.adv.br . Atendimentos presenciais serão realizados nos casos de perecimento de direito que não puderem ser atendidos remotamente. Agende atendimento presencial pelos meios acima informados.