De acordo com a Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira, 38 milhões de trabalhadores estão na informalidade, sem direito sequer ao descanso semanal remunerado
A taxa de desemprego do trimestre móvel de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022 ficou em 11,2% e atinge 12 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta quinta-feira (31), pelo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de informalidade da população ocupada (95,2 milhões de pessoas) foi de 40,2%. Isso significa que 38,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras atuam como informais, sem direito ao descanso semanal remunerado, férias, 13º salário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ou previdência social.
A taxa informalidade é composta por dados relacionados aos trabalhadores sem carteira assinada, os empregadores e trabalhadores por conta própria sem CNPJ e o trabalhador familiar auxiliar.
O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 34,6 milhões de pessoas.
Já o total de trabalhadores contratados pela iniciativa privada sem carteira assinada foi de 12,3 milhões.
O número de trabalhadores por conta própria é de 25,4 milhões de pessoas.
Renda média é a menor para o trimestre
O rendimento médio real do trabalhador brasileiro, estimado em R$ 2.511, ficou estável em relação ao trimestre anterior (R$ 2.504) mas, embora tenha parado de encolher, foi a menor renda média do trabalho já registrada em um trimestre encerrado em fevereiro desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.
Outros números:
. Brasil tem 4,7 milhões de trabalhadores desalentados (pessoas que desistiram de procurar trabalho depois de muito tentar e não conseguir;
. a população subutilizada foi estimada em 27,3 milhões de pessoas;
. o total de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas somou 6,6 milhões de pessoas;
MP do governo abre brecha para fim do benefício fiscal do Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) às empresas que produzem e fornecem refeições em seus próprios refeitórios, prejudicando os trabalhadores
Se o Congresso Nacional aprovar a Medida Provisória (MP) nº 1.108/22 do governo de Jair Bolsonaro (PL), trabalhadoras e trabalhadores de empresas que fornecem refeições podem perder esse benefício.
A MP muda as regras para o uso dos tíquetes, ou vales, refeição e alimentação com o aparente objetivo de evitar que sejam destinados a outras formas de consumo que não seja a alimentação. Mas, o que deveria ser apenas um controle maior no uso desse benefício, na verdade, embute uma nova perda de direitos ao trabalhador.
Entenda por quê
O governo incluiu um dispositivo na Lei nº 6.321/76 que abre uma brecha para o fim do benefício fiscal do Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) às empresas que produzem e fornecem refeições em seus próprios refeitórios, deixando o trabalhador na mão, caso esse benefício não esteja incluído no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
“A empresa não é obrigada a oferecer refeição, nem os vales, se não estiver no ACT, mas na hora de renovação este será um item que terá de ser negociado novamente”, explica o secretário de Assuntos Jurídicos da CUT Nacional, Valeir Ertle.
O dirigente acredita que até os empresários são contra o fim das refeições nos locais de trabalho por pelo menos duas razões. “A primeira é que muitas empresas ficam longe dos centros urbanos e o trabalhador utiliza sua hora de almoço entre a refeição e um breve descanso antes de voltar à sua atividade“.
“A segunda razão é que este benefício é importante porque a empresa reduz integralmente o valor gasto com refeição aos trabalhadores no Imposto de Renda. Se tirar esse benefício fiscal, as empresas vão cortar do trabalhador”, ressalta Valeir.
Segundo o dirigente, a CUT vai “brigar” na próxima reunião do Conselho Nacional do Trabalho (CNT) para que o governo faça emendas que retirem o risco de perda do benefício. Ainda não há uma data para a reunião, mas ela deve ocorrer até maio.
“Vamos ter que clarear essa questão, pois antes nós tínhamos o controle dos gastos das empresas com este benefício quando havia o Conselho do PAT, do qual a CUT também fazia parte, que Bolsonaro encerrou quando assumiu o governo em 2019”, conclui Valeir.
O que diz a MP sobre o uso dos vales alimentação e refeição
Analisando o texto da MP, os advogados do Escritório LBS, que atendem a CUT Nacional, explicam que a norma estabelece que o auxílio-alimentação apenas deve ser gasto com refeições em restaurantes e estabelecimentos similares ou para aquisição de gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais como supermercados, por exemplo.
Na hipótese de utilização equivocada do auxílio-alimentação, é cabível aplicação de multa aos empregadores ou empresas emissoras dos tíquetes/cartões alimentação.
Há ainda a possibilidade de multa, inclusive se houver credenciamento de estabelecimento que comercializa produtos não relacionados à alimentação do trabalhador.
Além da previsão de multas, as empresas poderão ter cancelada a inscrição de pessoa jurídica beneficiária ou do registro das empresas vinculadas aos programas de alimentação do trabalhador no Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) e a perda do incentivo fiscal.
A MP tem validade por 60 dias e pode ser prorrogada por mais 60 dias. Caso não seja votada por deputados e senadores, dentro do prazo ela caduca.
Por Sergio Lirio, editor-chefe da revista impressa CartaCapital
Os iludidos que um dia acreditaram na derrubada da Lei da Anistia, imposta pelos militares, e na punição dos facínoras dos porões da ditadura hoje se contentariam com um gesto bem mais prosaico: que as Forças Armadas parassem de envergonhar o Brasil com as comemorações do 31 de março.
Lá se vão 37 anos do que parte da intelectualidade insiste em chamar de redemocratização, da devolução tutelada do poder aos civis, e o País continua chantageado pelas baionetas. Entrincheirados em ministérios, estatais e mais de 7 mil cargos de confiança, os generais nunca estiveram tão convencidos de sua superioridade intelectual e moral, notórias qualidades dos generais Eduardo Pazuello e Augusto Heleno, expoentes do pensamento das casernas. Tamanho brilhantismo ofusca.
Assinada pelo ministro Walter Braga Netto, futuro companheiro de chapa de Jair Bolsonaro, e pelos comandantes das três forças, a nota alusiva ao golpe, divulgada na quarta-feira 31, exala o cheiro de mofo da Guerra Fria – não a atual, mas aquela dos tempos do telex, da Polaroid e dos thrillers de John Lé Carré.
É tão atual quanto o blindado da parada militar de agosto do ano passado que sonhava ter asas e integrar a Esquadrilha da Fumaça. Exuma o cadáver do comunismo e diz que 21 anos de ditadura “salvaram” a democracia da iminência de uma revolução socialista. Anos de terapia não serão suficientes para superar a regressão. Só quem é capaz, a esta altura, de enxergar comunistas em cada esquina pode equiparar João Goulart, um estancieiro de ideias reformistas, a Lenin ou Fidel Castro.
A nota reforça a húbris fardada: anacrônica, pedestre e cansativa. Mas é incontestável em um parágrafo, quando envia um recado aos antigos parceiros civis que, como os militares, atravessaram incólumes os anos pós-ditadura. “Em março de 1964”, diz o texto, “as famílias, as igrejas, os empresários, os políticos, a imprensa (destaco este ponto), a Ordem dos Advogados do Brasil, as Forças Armadas e a sociedade em geral aliaram-se, reagiram e mobilizaram-se nas ruas, para estabelecer a ordem e para impedir que um regime totalitário fosse implementado”.
Bolsonaro não é um acidente de percurso. Resulta da covardia dos civis em estabelecer a verdade e impor autoridade, como aconteceu na Argentina, no Chile e no Uruguai. Fossem outras as escolhas, os militares se limitariam a cumprir as patrióticas missões que justificam o soldo mensal e o rigoroso treinamento: varrer calçadas e pintar paredes.
Vocabulário: húbris = arrogância
John le Carré
John le Carré, pseudônimo de David John Moore Cornwell foi um escritor britânico naturalizado irlandês e notabilizado pelos seus romances sobre espionagem. Wikipédia
Nascimento: 19 de outubro de 1931, Poole, Reino Unido
Falecimento: 12 de dezembro de 2020, Royal Cornwall Hospital, Truro, Reino Unido
Cônjuge: Valerie Eustace (desde 1972), Alison Sharp (de 1954 a 1971)
Mais da metade das mulheres também foi violentada sexualmente pelos companheiros ou ex-parceiros nos últimos dois anos, segundo o ‘Justiceiras’. De acordo com levantamento obtido pela GloboNews, 45% das vítimas não recorreram a instituições oficiais para pedirem ajuda após agressões.
FONTE: Por Isabela Leite, GloboNews — 31/03/2022
Oito em cada dez vítimas de violência contra mulher sofreram abusos psicológicos durante a pandemia da Covid-19, segundo um levantamento feito pelo projeto ‘Justiceiras’, com base nos 9,5 mil atendimentos feitos desde março de 2020.
O projeto foi criado há dois anos para apoiar mulheres em situação de risco e atua com rede de 10 mil voluntárias no Brasil e no exterior (abaixo os detalhes do levantamento obtido pela GloboNews, divulgado nesta quinta-feira (31), no mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher).
Do total de atendimentos realizados pelo ‘Justiceiras’ entre março de 2020 e março de 2022, 3.934 mulheres em situação de risco (45,1% dos atendimentos) fizeram seu primeiro pedido de socorro ao Justiceiras. Ou seja, não procuraram outras instituições oficiais que poderiam fazer a acolhida das vítimas, como Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) e Polícia Militar.
As mulheres relataram diferentes tipos de violência, como violência psicológica (82,96%), física (59,06%), sexual (52,48%) e patrimonial (68,59%), na maioria das vezes, dentro da própria casa (74,89%). Em cada dez mulheres, sete relataram situações de média e alta gravidade cometidas por seus atuais relacionamentos (40,41%) ou anteriores (37,86%). Outra preocupação é o acesso dos agressores a armas: quase um quarto das vítimas confirmou essa situação às voluntárias
Os dados demonstram ainda que, apesar da violência de gênero estar em todas as classes, a maior parte das mulheres atendidas tem baixa renda.
Cerca de 70% recebem até um salário mínimo, sendo que 2.773 do total não tinham renda alguma e 3.603 delas estavam desempregadas. Metade tem filhos e se considera preta, parda ou indígena.
Para Gabriela Manssur, promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, a rede de apoio formada pelas voluntárias funciona como a melhor amiga da mulher vítima de violência, oferecendo atendimento jurídico, psicológico, socioassistencial e acolhimento.
‘Antes eu era uma pessoa diminuída, hoje me sinto forte’
“Há muito tempo eu vivi um relacionamento abusivo, que envolvia violência patrimonial, psicológica e moral. Definitivamente eu precisava sair dessa situação. Eu, como psicóloga, já entendia isso, mas eu precisava de recursos jurídicos”. Foi por essa razão que a psicóloga Ana Bittencourt procurou o projeto em abril de 2020. Depois de falar com alguns advogados, ela não se sentia segura nem acolhida para conseguir se separar do ex-marido.
“Eu consegui, com mulheres me escutando, compreender o que eu poderia, o que eu deveria e o que eu teria de direitos nessa relação abusiva. Eu cheguei a procurar advogados, mas alguns até tentaram me demover da ideia de separação. Eu encontrei no projeto acolhimento. Diante dessas informações que as voluntárias me passaram, eu consegui reunir forças pra sair desse relacionamento abusivo”, conta.
Em setembro do mesmo ano, ela assinou o divórcio.
“EU ERA UMA PESSOA PEQUENA, DIMINUÍDA. HOJE EU SOU UMA PESSOA GRANDE. EU ME SINTO FORTE, DONA DOS MEUS DIRETOS, DONA DA MINHA VIDA. EU CONSIGO OLHAR PRO FUTURO, VENDO QUE TUDO O QUE EU PASSEI FOI UM APRENDIZADO E ESTENDER AS MÃOS PRA OUTRAS PESSOAS QUE PRECISAM DE AJUDA”.
Ana Bittencourt decidiu virar voluntária do projeto e ressalta que o Brasil carece de políticas públicas e da sensibilidade da sociedade para a violência contra a mulher, principalmente a psicológica.
“Eu costumo dizer que a violência psicológica é a pior das violências, porque ela é a porta de entrada para todas as outras. Você é colocada numa situação em que você é tão diminuída que você começa a duvidar da sua própria capacidade de ação. Eu escutava coisas como: ‘se você separar de mim, você vai passar fome. Se você se separar de mim, ninguém vai te respeitar ou te querer. Então tudo isso acaba minando o poder pessoal de cada mulher, e fica difícil a gente reconhecer o que está acontecendo”, revela.
Em julho de 2021, uma lei sancionada pelo governo federal tornou crime a violência psicológica, mas muitos casos ainda são subnotificados porque as vítimas não sabem que têm esse recurso ou por medo de denunciar.
A violência psicológica pode não ser vista como crime porque muitas vítimas entendem que por não deixar marcas físicas o agressor não poderia ser punido criminalmente. Mas as consequências da violência psicológica podem ser profundas na saúde de quem sofre, como ansiedade, depressão, e ser o início de um ciclo abusivo que pode se intensificar e se transformar também em agressões físicas ou até mesmo um feminicídio.
Vítimas de violência contra a mulher
(Fonte: Projeto Justiceiras)
Atendimentos: 9.483
Período: março/2020 a março/2022
Locais: 26 estados brasileiros, Distrito Federal e outros 27 países
Tipos de violência:
ameaça: 54,3%
violência psicológica: 82,96%
violência física: 59,06%
violência sexual: 52,48%
violência patrimonial: 68,59%
Locais das agressões
casa da vítima: 74,92%
redes sociais: 7,04%
outros: 8,83%
idade das vítimas
até 15 anos: 252 vítimas
entre 16 e 20 anos: 475 vítimas
entre 21 e 30 anos: 2.392 vítimas
entre 31 e 40 anos: 3.009 vítimas
entre 41 e 50 anos: 1.617 vítimas
mais de 51 anos: 650 vítimas
cor
Branca: 48,74%
Amarela: 2,44%
Preta: 12,3%
Parda: 34,08%
Indígena: 0,71%
Não respondido: 1,73%
Como pedir ajuda
Projeto Justiceiras: O projeto Justiceiras conta 9.722 mulheres voluntárias em 27 países, entre elas psicólogas, médicas, advogadas, assistentes sociais e ativistas. O pedido de socorro pode ser feito por meio do site Justiceiras (ao acessar o portal https://justiceiras.org.br/); via WhatsApp (11-99639-1212,) pelo e-mail gestão@justiceiras.org.br, ou mesmo pela conta do projeto no Instagram. A vítima (ou alguém que queira ajuda) deve preencher o formulário e aguardar o contato da equipe especializada. Também é possível fazer uma denúncia anônima, todos os dias da semana, 24 horas por dia.
Polícia Civil e Polícia Militar: As vítimas de violência psicológica podem e devem procurar a Polícia Civil para denunciar o crime. Em São Paulo, os registros podem ser feitos nas delegacias físicas e eletrônica (https://www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br/ssp-de-cidadao/home). Caso a violência seja praticada no ambiente doméstico e familiar, a vítima poderá também solicitar medida protetiva de urgência, como previsto na Lei Maria da Penha.
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs): São unidades especializadas da Polícia Civil para atendimento às mulheres em situação de violência. As atividades das DEAMs têm caráter preventivo e repressivo, devendo realizar ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal, as quais dever ser pautadas no respeito pelos direitos humanos e pelos princípios do Estado Democrático de Direito.
Em uma situação emergencial: disque 190. É o número de telefone da Polícia Militar que deve ser acionado em casos de necessidade imediata ou socorro rápido.
Campanha Sinal Vermelho: O Conselho Nacional de Justiça se uniu à Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e lançaram, em junho de 2020, a campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica. A ideia central é que a mulher consiga pedir ajuda em farmácias, órgãos públicos e agências bancárias com um sinal vermelho desenhado na palma da mão.
Central de Atendimento à Mulher: 180. O Ligue 180 presta uma escuta e acolhida às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher. O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.
Núcleos ou Postos de Atendimento à Mulher nas delegacias comuns: Constituem espaços de atendimento à mulher em situação de violência (que em geral, contam com equipe própria) nas delegacias comuns.
Defensorias públicas e defensorias da mulher: As Defensorias da Mulher têm a finalidade de dar assistência jurídica, orientar e encaminhar as mulheres em situação de violência. É órgão do Estado, responsável pela defesa das cidadãs que não possuem condições econômicas de ter advogado contratado por seus próprios meios. Possibilitam a ampliação do acesso à Justiça, bem como, a garantia às mulheres de orientação jurídica adequada e de acompanhamento de seus processos.
Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos: Dá para denunciar pelo site da Ouvidora Nacional dos Direitos Humanos, do Governo Federal através do link: https://www.gov.br/mdh/pt-br/ondh
A Jornada de Lutas dos servidores públicos federais se intensifica. Nesta quarta-feira, 30, centenas de servidores ocuparam o canteiro central do espaço do servidor (entre os blocos C e D da Esplanada dos Ministérios), em Brasília, e caminharam até o Ministério da Economia com paradas no Ministério da Saúde e Previdência. É o Ocupa Brasília que faz parte da mobilização unificada das categorias do funcionalismo público federal por reposição emergencial.
“Hoje foi muito bom. Fomos dizer que queremos abertura de negociação imediata! É inadmissível aguardar dia 1º de abril, Dia da Mentira, para o governo vir contar historinha”, declarou Paulo Roberto Marinho, o Paulinho, coordenador de Comunicação do Sintufrj e integrante da delegação da entidade. Como divulgamos, o sindicato enviou uma representação da categoria para participar da Jornada de Lutas em Brasília.
O dirigente informou ainda que os servidores estão jogando peso num início de negociação com o governo, pois há margem para a reposição da inflação. “Não aceitamos não como resposta. A Assessoria Jurídica da Fasubra informou que o índice de 19,99% só pode ser concedido até dia 4 de abril, mas que a reposição inflacionária do período pode ser feita até o fim do ano”, acrescentou Paulinho.
Caravanas de vários estados se encontram na capital federal sinalizando como o maior ato unificado do funcionalismo público em 2022. O objetivo das mobilizações é pressionar o governo a abrir negociações efetivas com o funcionalismo.Há mais de cinco anos os salários dos servidores estão congelados e vêm sendo corroídos pela inflação. Só em três anos de governo Bolsonaro o percentual de perdas é de 19,99%.
Pipocam greves
A insatisfação com o governo Bolsonaro é geral. As categorias da elite do funcionalismo, as que ganham os maiores salários, também se mobilizam por reposição e ajustes de carreiras. No dia 29 os servidores do Banco Central declararam greve por tempo indeterminado. Os servidores do INSS estão em greve desde o dia 23 de março e aumentam o grau de mobilização. Os servidores da Secretaria do Tesouro Nacional aprovaram paralisação das atividades na sexta, 1º de abril, e na próxima terça-feira, 5. A categoria pode votar na próxima terça a possibilidade de greve por tempo indeterminado.
Mesmo que os prazos legais para concessão de reajuste em ano eleitoral pelo mecanismo da revisão geral anual (art. 37, inciso X da Constituição) se encerrem em abril, a mobilização pode arrancar algo do governo pois esses limites de prazo não se aplicam ao reajuste por meio de reestruturação das carreiras, por exemplo. Para esta quinta-feira, 31, os servidores fazem mais barulho em Brasília.
Calendário
31/3 – Quinta-feira
9h – Concentração no anexo 2 do Senado;
11h – Concentração no bloco “P” do Ministério da Economia.
NA FOTO, DELEGAÇÃO ENVIADA PELO SINTUFRJ A BRASÍLIA
O Salão Leopoldo Miguez, joia da arquitetura abrigada no prédio da Escola de Música da UFRJ, foi o cenário da sessão de boas-vindas aos novos servidores técnicos e docentes que tomaram posse na universidade na manhã desta quarta-feira (30). Joana de Angelis, dirigente do Sintufrj, foi a primeira a falar na solenidade saudando os 75 novos funcionários.
Ela destacou o papel do sindicato na luta em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade e disse aos recém-chegados que a sensação de pertencer e contribuir para a excelência de uma instituição como a UFRJ é um sentimento muito especial.
A reitora Denise Pires de Carvalho foi recepcionar os novos servidores. Num breve discurso, ela expôs parte da história da UFRJ no contexto da criação das universidades no país e destacou a sua importância para a sociedade.
Na solenidade encheu o auditório da Escola de Música pró-reitores ofereceram informações sobre suas áreas de atuação traçando um painel acerca do funcionamento da universidade. Um vídeo sobre a UFRJ também foi exibido na sessão. O Sintufrj distribuiu aos novos servidores materiais com informações sobre a entidade.
MP de Bolsonaro permite jornadas exaustivas sem contrapartida financeira dos patrões, muda regras do direito à desconexão e restringe a atuação sindical, entre outras medidas
O trabalhador e a trabalhadora podem ser importunados a qualquer hora por meio eletrônico, seja celular, e-mail e outras formas de comunicação, fora da jornada, sem contar como tempo à disposição do empregador, regime de prontidão ou de sobreaviso. É isso que prevê a Medida Provisória (MP) nº 1.108/22, editada pelo governo de Jair Bolsonaro, que trata de questões relacionadas ao trabalho híbrido, caracterizado pela execução das tarefas parte dos dias da semana em casa e parte na empresa.
Publicada na segunda-feira (28), a MP alterou a legislação e passou a prever que apenas “empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por produção ou tarefa” podem ficar sem controle de jornada.
Agora há dois tipos de regime de jornada para o teletrabalho: um com jornada de trabalho, que é caracterizado por controle de ponto e pagamento das horas extras; outro sem jornada de trabalho, por produção ou tarefa.
Antes, a previsão legal abarcava todos os trabalhadores em teletrabalho, independentemente de como eram desempenhadas e entregues as atividades.
A mudança foi duramente criticada pelo secretário de Relações de Trabalho da CUT Nacional, Ari Aloraldo do Nascimento. Segundo ele, há um movimento no Brasil e no mundo, de interesse do empresariado, pela expansão das formas de controle do trabalho à distância e pela redução e repasse de custos da atividade econômica das empresas.
“A MP, não por acaso, trata da possibilidade do teletrabalho por produção, sem controle de jornada de trabalho, do tempo de não trabalho, dos descansos remunerados, do direito à desconexão, sem contrapartidas de remuneração, repassando os custos da empresa para a classe trabalhadora, sem discussão de condições de saúde e segurança, e do direito da família à privacidade e outros direitos”, diz Ari.
Crítica neste sentido faz também os advogados do Escritório LBS que analisaram o teor da MP do governo. Para eles, é possível ao empregador controlar a jornada de trabalho e tal restrição pode estimular a adoção de produções ou tarefas em grande volume, acarretando jornadas de trabalho exaustivas.
Outra medida contida na MP é que essas mudanças não precisam ser feitas por meio do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), basta o patrão pressionar o trabalhador que, sem apoio do seu sindicato, sairá mais uma vez prejudicado, alertam os advogados do LBS.
“A antiga redação possibilitava a negociação coletiva do regime de trabalho híbrido, o que agora torna-se desnecessário, distanciando o movimento sindical do trabalhador e possibilitando pactuação de forma individual”, dizem em nota os advogados.
Sobre este ponto, o secretário da CUT Nacional ressalta que tentam insistentemente impor a negociação individual, há anos, em detrimento da negociação coletiva.
“Na negociação individual o trabalhador ou a trabalhadora que necessita do trabalho para seu sustento e da família, ainda mais em momentos de crise econômica como o atual, se sujeita a qualquer tipo de regramento da empresa. Já na negociação coletiva, a classe trabalhadora une forças para colocar limites à sanha do capital de aumentar seus lucros através da precarização das condições de trabalho”, diz Ari Aloraldo.
Na mesma MP sobre o teletrabalho a empresa fica isenta de pagar os custos de mudança de cidade do trabalhador, caso seja determinado o retorno para as atividades presenciais e também não exige qualquer negociação coletiva.
Para o secretário de Relações do Trabalho da CUT Nacional, mais uma vez o governo ataca um direito conquistado por meio da luta sindical junto às empresas nas negociações coletivas e junto ao Congresso Federal.
“A ampliação do teletrabalho foi acelerada durante a pandemia como forma de proteção a milhões de trabalhadores e trabalhadoras que tiveram a oportunidade de não se exporem ao vírus da covid-19 nos locais de trabalho, sobretudo em sua fase mais aguda”, ressalta Ari.
A MP também dificulta eventual discussão de enquadramento do empregado em teletrabalho como operador de telemarketing ou de teleatendimento, que tem jornada reduzida.
A única medida que poderia ser benéfica, que priorizaria o teletrabalho aos empregados com deficiência ou com filhos até 4 anos, na verdade, segundo os advogados, não traz obrigação ao empregador já que a palavra “prioridade” incluída no texto, não obriga a nada.
Programa Renda e Oportunidade
No total, o governo federal publicou diversas alterações legislativas, por meio da edição das Medidas Provisórias nºs 1.105, 1.106, 1.108 e 1.109 e do Decreto nº 10.999. O conjunto de alterações foi denominado “Programa Renda e Oportunidade”.
A MP nº 1.105 permite o saque extraordinário do FGTS de até R$ 1.000,00, até 15 de dezembro de 2022. A MP nº 1.106, por sua vez, amplia a margem de empréstimo consignado dos atuais 35% do valor do benefício de aposentadoria e pensão para até 40%, além de incluir o empréstimo consignado também aos beneficiários do (BPC) ou do Auxílio Brasil.
A MP nº 1.107/22 institui o Sim Digital – Programa de Simplificação do Microcrédito Digital e a MP nº 1.109/22 traz mudanças temporárias na legislação em decorrência nas situações de estado de calamidade, com mudanças no teletrabalho, possibilidade de antecipação de férias individuais e coletivas, aproveitamento e antecipação de feriados, banco de horas, suspensão da exigibilidade dos recolhimentos do FGTS, suspensão dos contratos de trabalho, redução da jornada e do salário, pagamento do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda.
Por fim, o Decreto nº 10.999 antecipa o pagamento do abono anual (13º salário) devido aos beneficiários do INSS.
As MPs publicadas na última segunda-feira (28), têm prazo de validade de 60 dias, prorrogáveis por mais 60, para serem aprovadas no Congresso Nacional. Se não forem apreciadas nesse prazo, deixam de valer.
“O governo deveria estar empenhado em promover emprego e renda e não precarizar os postos de trabalho. Sua preocupação deveria ser com os preços dos combustíveis, do gás de cozinha e dos alimentos, com o escândalo do MEC, mas não sua única preocupação é retirar direito do trabalhador e proteger os maus patrões”, finaliza Ari Aloraldo.
Saiba o que é Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)
O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) é feito a partir de uma negociação entre o sindicato que representa a categoria, os próprios trabalhadores e uma empresa. O ACT estipula condições de trabalho e benefícios, reajustes salariais etc.
Diferentemente da Convenção Coletiva de Trabalho, que vale para toda a categoria representada, os efeitos de um Acordo Coletivo de Trabalho se limitam apenas às empresas acordantes e seus respectivos empregados.
O Acordo Coletivo de Trabalho está disposto no § 1º do artigo 611 da Consolidação das Leis do Trabalho e é instrumento jurídico que, para ter validade após a negociação, precisa ser aprovado em assembleia da categoria.
Quando o acordo coletivo não é firmado entre as partes nas mesas de negociação, a empresa ou o sindicato recorrem a Justiça do Trabalho que estabelece o dissídio coletivo.
Endereço é de prédio de luxo na orla de Niterói; telefone pertence a escritório de contabilidade que nega atender Pires
Paulo Motoryn/Brasil de Fato | Brasília (DF) | 30 de Março de 2022
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) à presidência da Petrobras, o economista Adriano Pires tem uma empresa com capital social de R$ 1,2 milhão, chamada Tapd Nit Consultoria Empresarial, sediada em um luxuoso prédio residencial, em uma das áreas mais nobres da cidade de Niterói (RJ).
A reportagem não localizou nenhum site oficial ou página da empresa na rede social corporativa LinkedIn. Também não há nenhum tipo de menção na internet ao nome da firma. De acordo com a Receita Federal, familiares de Pires são os sócios-administradores. Além do novo presidente da Petrobras, o quadro societário da Tapd Nit Consultoria Empresarial exibe sua esposa, Maria Tereza dos Santos Rodrigues, e seus filhos, Pedro Rodrigues e Deborah Rodrigues.
Na Receita Federal, a descrição da atividade econômica principal da empresa é de “serviços combinados de escritório e apoio administrativo”. Como “atividade secundária”, aparece que a empresa pode atuar em “gerenciamento de imóveis”.
Em seus currículos disponíveis no LinkedIn, Adriano Pires, Pedro e Deborah, não exibem o cargo ocupado na empresa como uma experiência profissional.
Pedro e Deborah trabalham com Pires. Ele, inclusive, assina artigos ao lado de Pires no site Poder360 e tem um canal no YouTube chamado Manual do Brasil. Ela chegou a atuar por dois anos como assessora do Ministério da Economia, em cargo de confiança, sob o comando de Paulo Guedes.
Firma de contabilidade não atende Pires
O Brasil de Fato também entrou em contato com o número telefônico da Tapd Nit Consultoria Empresarial disponível no site da Receita Federal, que pertence a um escritório de contabilidade niteroiense. Uma representante da empresa, no entanto, negou que preste serviço a qualquer empresa ligada a Pires.
“A gente não tem nenhum empresa com esse nome, não. Não é cliente nosso mesmo. Estranho. Deve ser algum erro no cadastro. A gente realmente não tem essa empresa aqui. Essas informações não são de nenhum dos nossos clientes”, declarou.
Landon Planejamento: outro mistério
Outra empresa que pertence a Pires também é envolta em informações pouco conclusivas. Em sociedade com seu filho Pedro Rodrigues, a Landon Planejamento foi fundada em outubro de 2015 e tem sede no bairro do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro (RJ).
O Brasil de Fato entrou em contato com o número telefônico da Landon Consultoria disponível no site da Receita Federal. No contato, a reportagem falou com uma secretária de Pires. Ela afirmou que o posicionamento do empresário é “não responder a nenhuma das especulações da imprensa”.
A Landon Planejamento também não atua publicamente. Os registros com o nome da empresa na internet são praticamente inexistentes. O filho de Adriano Pires chega a citar a sociedade como uma experiência profissional no LinkedIn. A firma, no entanto, não tem nenhuma informação cadastrada na rede social.
Mais negócios “estranhos”
Publicamente, Pires fundou e dirige uma empresa de consultoria, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que há mais de 20 anos trabalha ou trabalhou para as principais multinacionais de petróleo, gás e energia.
De acordo com informações da Receita, a firma tem dois CNPJ’s em funcionamento. Pires é sócio de apenas um deles, ao lado de seu filho Pedro Rodrigues. No outro, o herdeiro divide o quadro societário com outros dois empresários: Bruno Pascon (sócio-administrador) e Antonio Notarangeli.
Imagem 5: CNPJ’s do Centro Brasileiro de Infraestrutura, empresa na qual atua Adriano Pires; ele é sócio de apenas uma delas / RedeSIM – Receita Federal
Clientes não são informados
De acordo com reportagem do jornalista Rubens Valente, no UOL, contudo, a lista dos seus clientes não é informada em nenhum endereço público e, quando foram indagados sobre isso, o CBIE e Pires se recusaram a fornecê-la.
Procurado com uma série de perguntas sobre os clientes da sua consultoria, o CBIE informou a Valente, por email nesta terça-feira (29): “Infelizmente não podemos atendê-lo, pois o prof. Adriano Pires está em período de silêncio”.
Em 2019, Pires teve a oportunidade de esclarecer esse ponto, mas estrategicamente renunciou a uma cadeira de conselheiro de um órgão vinculado ao governo Bolsonaro assim que o tema dos seus clientes foi alvo de questionamento.
Lobista?
Em reportagem publicada em dezembro, o site The Intercept Brasil aponta, com base na entrevista de um empresário que preferiu não se identificar para evitar prejuízos profissionais, que Adriano Pires opera em “todo tipo de privatização, vantagem a particulares, defesa de interesses estrangeiros no setor elétrico e de petróleo”.
A reportagem aponta que Pires atuou com afinco por uma lei que beneficiasse a Comgás, empresa sobre a qual ele costuma escrever artigos favoráveis e que também seria cliente da sua consultoria, segundo fontes do setor afirmaram ao Intercept.
A apuração do veículo aponta ainda que Pires atuou em diversas outras pautas em favor de empresas do setor de óleo e gás que contratam seus serviços. A reportagem cita como exemplos a Comgás e a Cosan – a última chegou a contratar sua filha, Deborah Rodrigues, para um estágio em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Troca de comando
Na segunda-feira (28), o general da reserva Joaquim Silva e Luna foi demitido da presidência da Petrobras. Após a empresa obter um lucro recorde e aumentar o preço da gasolina em quase 19%, o Ministério de Minas e Energia anunciou que o militar deixa o comando da companhia.
Para o seu lugar, o presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou Pires, que é doutor em Economia Industrial pela Universidade Paris 8, mestre em planejamento energético pela Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e economista formado pela UFRJ. A confirmação das mudanças no comando da estatal só deve ocorrer daqui a duas semanas, após a Assembleia Geral de Acionistas, quando o governo trocará seus representantes do conselho de administração.
Clique aqui para ler a nota oficial do Ministério de Minas e Energia, e aqui para ler o comunicado oficial da Petrobras sobre as novas indicações do governo, que é acionista majoritário da estatal.
Documentário “O Povo Pode? – Um País Pelo Olhar de Brasileiros”, que será lançado no dia 4 de maio, busca estimular organizações e movimentos para lutar pela democracia, justiça social e igualdade de direitos
A transformação da vida de quatro brasileiros durante os governos de Lula é retratada no documentário “O Povo Pode? – Um País Pelo Olhar de Brasileiros”, que será lançado no dia 4 de maio, em São Paulo, e depois na Região Nordeste, em sindicatos, universidades, movimentos populares, associações, cineclubes, praças e espaços públicos.
O filme, dirigido por Max Alvim e co-produzido pela TV dos Trabalhadores (TVT), Instituto Alvorada Brasil e Canal i Produções, retrata a história de quatro nordestinos, João, Vani, Aurieta e Izaltina, e mostra como suas vidas foram transformadas no período em que Lula foi presidente e o Nordeste deixou de ser invisível, recebeu investimentos em todas as áreas e a população passou a ter oportunidades de ascensão econômica e social.
Filmado entre os anos de 2017 e 2021, o longa de duas horas de duração, mostra que o Brasil que o povo sonha pode ser uma realidade, mas isso depende de vontade política, de governos democráticos e populares, que coloquem as necessidades do povo em seus orçamentos. Como disse Lula: “Temos de incluir o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”
Incluído no orçamento, o povo pode transformar suas vidas porque teve oportunidade – de estudar, se formar, virar doutor, mudar a história de suas famílias. As histórias dos 4 personagens do longa são como as que são publiucadas nas redes sociaiais de pessoas cujas vidas foram transformadas por políticas públicas, como Bolsa Família, a construção de cisternas, programas na área da educação, de incentivo a agricultura familiar, acesso facilitado ao crédito e investimentos em grandes obras de infraestrutura, que atraiu grandes empresas para a região Nordeste, além da transposição do Rio São Francisco que levou água para lugares arrasados pela seca.
O documentário dirigido por Max Alvim reconstitui a história recente do Brasil, de transformação social nos governos do PT e de retrocesso depois do golpe de 2016. O país deixou de ser a Nação de todos, onde o jovem pobre podia ser doutor, como dizia Lula.
O filme ajuda o povo a lembrar do que foi feito, o que foi destruído, fazendo uma hábil costura entre os fatos dos últimos seis anos, desde o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, por meio da visão desses personagens, brasileiros deserdados, todos nordestinos em situação de dificuldade de sobrevivência ou de perseguição ou violência.
O objetivo do longa, dizem seus produtores, é estimular o debate e o espírito crítico, contribuindo assim com a luta pela democracia, justiça social e igualdade de direitos.
Caravaneiros do Sintufrj com outras categorias do serviço público federal agitam a Esplanada dos Ministérios
Começou a Jornada de Lutas dos servidores públicos federais em Brasília. O objetivo é pressionar Bolsonaro pela recomposição salarial emergencial de 19,99%. A mobilização vai até o dia 1º de abril, quando o governo se comprometeu a dar uma resposta às entidades. Delegações de técnico-administrativos das universidades federais de diversas partes do país, entre elas a do Sintufrj, engrossam o movimento que reúne várias categorias.
Nesta terça-feira, 29, houve ato pela manhã em frente ao Ministério da Educação (MEC) junto com estudantes, quando foi cobrado que o presidente da República seja investigado na farra de recursos do MEC. No ato, o coordenador-geral da Fasubra, Toninho Alves, destacou que não basta a demissão do 4º ministro da Educação nas denúncias de corrupção e do “gabinete paralelo”. Para ele, é necessário investigar Bolsonaro, que foi citado nominalmente nos áudios do escândalo do #BolsolãodoMEC.
“As entidades do movimento sindical e estudantil estão aqui exigindo a apuração dos fatos, exigindo a punição dos culpados, exigindo que o STF apure as denúncias que envolvem o presidente da República, o ex-ministro da Educação e os pastores que negociavam a preço de ouro a Educação brasileira”, afirmou o coordenador da Federação. “Nem ouro, nem prata. Chega de negociata no MEC”, criticou Toninho.
Sintufrj
“Chegamos pela manhã em frente ao Ministério da Economia e fizemos protesto junto com outras categorias. Houve muitas manifestações contra o repasse ilegal de verbas do MEC para pastores associados ao governo. Mas a mobilização mesmo é pelo reajuste emergencial. Aqui (em Brasília), estamos fazendo o máximo que podemos, tentando ser ouvidos e vistos”, disse Marcos Padilha, enfermeiro do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e integrante da delegação do Sintufrj.
Jornada
Os protestos fazem parte da “Jornada de Lutas” que acontece esta semana — dias 29, 30 e 31 de março, em Brasília — e é promovido pelas entidades do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), Fórum Nacional das Carreiras Típicas do Estado (Fonacate) e Centrais Sindicais. Á tarde, neste primeiro dia, os trabalhadores do serviço público seguiram com a vigília em frente ao Ministério da Economia pela campanha salarial.
Confira a programação:
30/3 – Quarta-feira
9h – Concentração no espaço do servidor
10h – Caminhada até o Ministério da Economia (bloco P);
31/3 – Quinta-feira
9h – Concentração no anexo II do Senado;
11h – Concentração Ministério da Economia (bloco P).
1/4 – Sexta-feira – Ato pela Liberdade democrática: ditadura nunca mais, convocado pelo ANDES-SN, na cidade de Porto Alegre.
7/4 – Quinta-feira – Dia Mundial da Saúde. Fortalecer atos que vão ocorrer em todo Brasil destacando a defesa do SUS.
9/4 – Sábado – Dia Nacional construído pelo Comando Nacional de Luta pelo FORA BOLSONARO.