Categoria está sem reajuste salarial há cinco anos e exige reposição de 19,99% da inflação. Eles também exigem a retirada da proposta de reforma Administrativa do governo Bolsonaro

Publicado: 21 Março, 2022 – 15h05 | Última modificação: 21 Março, 2022 – 15h10 | Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

ARTE: EDSON RIMONATTO/CUT

 

 

 

O povo banca os lucros quando compra derivados de petróleo como gás de cozinha, gasolina e óleo diesel, entre outros produtos que são refinados pela estatal

Publicado: 21 Março, 2022 – 11h19 | Última modificação: 21 Março, 2022 – 15h11

 

O custo médio de extração de petróleo e produção de derivado da Petrobras, em 2021, foi de R$ 114,89 por barril, mas a estatal vendeu produto no mercado interno por um valor três vezes e meia maior, R$ 416,40 o barril. O lucro, pago pelo povo, foi de R$ 301,51 por cada barril comercializado no país no ano passado.

A afirmação de que o povo é quem banca esses lucros se justifica porque os  derivados de petroleo, produtos que surgem a partir de um processo de refino, em que os elementos que compõem o petróleo são separados, são o GLP (gás de cozinha) – com o último reajuste da Petrobras, um botijão de 13 quilos chega a custar mais de R$ 150 -, a gasolina, o querosene e o óleo diesel, cujos preços também dispararam, entre outros produtos.

Os cálculos sobre o lucro 3 vezese meia maior do que os custos de extração e produção são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese/subseção FUP), com base nas informações dos relatórios de desempenho financeiro da Petrobras de 2019, 2020 e 2021. Na composição desses custos, entram as participações governamentais (royalties e participações especiais) e todos os custos operacionais (na extração do petróleo e refino).

Os dados mostram que o valor de venda doméstica de derivados praticado pela gestão da Petrobrás em 2021 (R$ 416,40/barril) foi 63% acima do realizado em 2020 (R$ 254,40/barril), ao mesmo tempo em que o custo de extração e refino, em real, caiu.

Por trás da diferença entre custo de produção e valor de venda doméstica está a política de preço de paridade de importação (PPI) praticada pela direção da Petrobrás, que leva em consideração o preço internacional do derivado, variação cambial e despesas com importação; e desconsidera custos internos de produção.

Segundo as análises do Dieese /FUP, o valor médio do barril de derivado comercializado pela Petrobrás no país cresceu 40,7%, entre 2019 a 2021, acima das variações do câmbio (36,7%) e do barril do óleo no mercado internacional (10%).

Enquanto isso, no mesmo período, a empresa teve redução de custos de extração, em todas as alternativas apresentadas pela estatal em seus relatórios financeiros (terra, pós sal, pré-sal, com ou sem participações governamentais e com ou sem afretamento). De um ano para outro, a empresa aumentou seus volumes de extração e concentrou atuação em campos com maior produção e produtividade, como os campos do pré-sal, que são muito mais rentáveis que os demais.

Em relação ao refino, também houve redução significativa dos custos de produção, de 32,5% no período 2019/2021, se considerado em dólar; e de 8,5% em reais. Da mesma forma, destacam-se menores custos operacionais e maior produtividade.

O economista do Dieese/FUP, Cloviomar Cararine, explica que, considerando o maior custo de extração no ano de 2021 (com participação governamental e com afretamento), de US$ 19,62 por barril, ao câmbio de R$ 5,40, o custo por barril, em real, é de R$ 105,95. Somado ao custo de refino em reais, de R$ 8,94 por barril, chega-se a um custo total de R$114,98.

Por conta da grande produtividade dos campos do pré-sal, descobertos em 2006, e dos investimentos nas melhorias operacionais das refinarias brasileiras, a Petrobrás vem apresentando queda nos custos para extração do petróleo e para a produção de derivados. “O Brasil se tornou um país muito competitivo nesse setor. Ao mesmo tempo, por conta da política de Preços de Paridade de Importação (PPI), na hora de precificar os combustíveis em seus terminais, a Petrobrás não leva em consideração esses custos de produção e sim o preço internacional, acrescido das despesas com importação de derivados” destaca Cararine.

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, observa que “o resultado dessa política são maiores lucros para a empresa distribuir para seus acionistas nacionais e estrangeiros (cerca de 750 mil acionistas no total), enquanto a população sofre com preços absurdos nos combustíveis, mais inflação e perda do poder de compra dos salários”.

 

 

 

Reportagem mostra que religiosos atuam como lobistas, fazem parcerias com prefeituras e têm trânsito livre no ministério

Redação Brasil de Fato | Brasília (DF) | 18 de Março de 2022 

Reunião do ministro da Educação com prefeitos em Brasília, com a presença dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura – Reprodução/Instagram

O Ministério da Educação tem um “gabinete paralelo” formado por pastores, que, mesmo sem vínculo formal com o órgão, controlam a agenda do ministro Milton Ribeiro, intermediam a relação com prefeituras e fazem parte de definições sobre o orçamento da pasta.

A informação foi revelada em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta sexta-feira (18). O grupo seria capitaneado pelos pastores Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da entidade.

De acordo com a apuração, a dupla forma “um gabinete paralelo que facilita o acesso de outras pessoas ao ministro e participam de agendas fechadas onde são discutidas as prioridades da pasta e até o uso dos recursos destinados à educação no Brasil”.

A reportagem identificou a presença dos dois pastores em 22 agendas oficiais no MEC, 19 delas com a presença do ministro, nos últimos 15 meses. Algumas são descritas como reunião de “alinhamento político” na agenda oficial de Ribeiro, que também é pastor.

Nos eventos com a presença do ministro e diante de gestores municipais, os pastores falam em nome do governo federal. Em viagem de Ribeiro ao município de Centro Novo do Maranhão (MA), em maio do ano passado, o pastor Gilmar dos Santos afirmou ser o responsável por garantir verbas para prefeituras.

“Estamos fazendo um governo itinerante, principalmente através da Secretaria de Educação, levando aos municípios os recursos, o que o MEC tem, para os municípios”, declarou. Especialistas em Direito Público consultados pela reportagem do Estadão veem indícios de irregularidade e até mesmo tráfico de influência na ação dos pastores.

“Qualquer pessoa pode levar determinados pleitos a algum representante do poder público. É legítimo. Agora, a partir do momento que passa a ser uma prática, um exercício de uma atividade pública (por alguém que não faz parte da administração), configura o crime”, afirmou o advogado Cristiano Vilela.

A relação dos dois pastores com o governo começou antes mesmo da chegada de Ribeiro ao Ministério da Educação. Em 2019, eles foram recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro duas vezes, uma delas ao lado general Luiz Eduardo Ramos, que é da igreja Batista, então ministro da Secretaria de Governo.

Quem abriu as portas do governo à dupla, segundo integrantes da bancada evangélica, foi o deputado João Campos (Republicanos-GO), pastor da Assembleia de Deus Ministério Vila Nova, ligado à convenção de Madureira.

Outro lado

Procurado pela reportagem, Milton Ribeiro não se manifestou. O Estadão tentou contato com os pastores por meio da Assembleia de Deus Cristo para Todos, mas não obteve resposta até o momento.

Edição: Vivian Virissimo

 

 

Medidas incluem liberação de verbas do FGTS, antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS e um programa de microcrédito

 Publicado: 18 Março, 2022 – Escrito por: Eduardo Maretti, da RBA

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Como se esperava há semanas, o governo de Jair Bolsonaro lançou nesta quinta-feira (17) o chamado “pacote” que pode injetar R$ 150 bilhões na economia até o fim de 2022, no período eleitoral. As iniciativas incluem liberação de verbas do FGTS, antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS e um programa de microcrédito e ampliação de empréstimos consignados. As medidas são anunciadas em um cenário de crise em ascensão, com juros e inflação em alta e, consequentemente, o poder de compra dos brasileiros sacrificado ante o elevado endividamento das famílias.

Cerca de 40 milhões de trabalhadores com saldo nas contas do FGTS poderão sacar até R$ 1.000. Seriam injetados R$ 30 bilhões na economia com essa medida. “O pacote é para arrombar o cofre. Não vão poupar recursos do trabalhador ou dos cofres públicos, rompendo com a própria lógica de ajuste fiscal do governo”, diz o deputado Ivan Valente (Psol-SP). “Usam o dinheiro do próprio trabalhador para liberar dinheiro”, acrescenta. Sob esse aspecto, a antecipação do 13° é escandalosa e perversa, na opinião do deputado.

Como a população está passando por dificuldades, as pessoas não querem saber de onde vem o dinheiro, que, no caso, é do próprio trabalhador. “Mas é sempre o dinheirinho que entra. O pessoal quer saber mesmo é como vai fazer para suprir suas necessidades, jantar à noite etc.”, sublinha o deputado.

A estratégia do governo é usar todo o poder discricionário que o Executivo tem, que não é controlado por nenhum órgão, como o TCU e mesmo o Ministério Público Federal (MPF), como era antigamente, observa o economista Guilherme Mello, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Esses órgãos provavelmente iriam se opor a algumas das medidas que pudessem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Mas como o governo hoje não tem essas resistências, vai fazer o que for necessário”, diz Mello.

E os princípios fiscais do ministro Paulo Guedes nesse liberou geral? “Guedes virou um boneco, um espantalho que aceita qualquer coisa”, responde o deputado.

Quanto ao impacto do valor estimado (R$ 150 bilhões) na economia, obviamente tem repercussão no nível de atividade e de renda imediata das pessoas de imediato, pondera Guilherme Mello. “São medidas parafiscais que funcionam para tentar reanimar a economia, que caminha para a estagnação”, diz. Porém, com o choque de preços dos combustíveis, e também dos fertilizantes, a tendência recessiva pode se acentuar.

“Mesmo com subsídio da gasolina o governo pode conseguir reduzir o tamanho do aumento, mas diminuir o preço em relação ao que estava antes da guerra na Ucrânia é difícil. A não ser que tenha uma reversão no preço do petróleo”, acrescenta. O governo estuda instituir um subsídio, como sinaliza o próprio Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.

Juros podem chegar a 13%

Mello lembra que o Banco Central deve subir os juros até a quase 13%, e há quem preveja mais do que isso. A tentativa do governo é tentar compensar as pressões dos juros e inflacionárias com medidas fiscais e parafiscais como a liberação do FGTS, antecipação de pagamentos, incentivo ao crédito. “E também nos combustíveis, seja com a demissão do presidente (da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna), seja com subsídios, sendo que subsídios precisa excepcionalizar da LRF, senão teria de explicar de onde  vem o dinheiro”, explica o professor da Unicamp.

O próprio Auxílio Brasil já diminui a rejeição de Bolsonaro. Mesmo assim – destinado a 18 milhões de pessoas – o benefício não pode ser comparado ao Auxílio Emergencial, que abrangia 65 milhões recebendo R$ 600, e depois R$ 300. O governo vai apelar para vale-gás, abrir o cofre, além de contar com as emendas parlamentares para o Centrão, que injeta recursos nos municípios, avalia Ivan Valente.

“Bolsonaro está desesperado. Ele quer um espeço fiscal de 150 bilhões para ganhar a eleição. Ou ele racha o próximo governo ou ele ganha e depois faz o maior arrocho fiscal. Evidentemente haverá algum impacto na economia. Mas com a crise que estamos vivendo, a inflação na casa de dois dígitos, os juros lá em cima, não vai haver crescimento suficiente e geração de emprego. Creio que eles não têm condições de impactar tanto na economia”, diz o deputado.

 

 

Nova assembleia geral, dia 29, que será realizada de forma híbrida (virtual e presencial) vai avaliar a mobilização e novos encaminhamentos.

Nova assembleia geral, dia 29, que será realizada de forma híbrida (virtual e presencial) vai avaliar a mobilização e novos encaminhamentos.

A assembleia Geral dos trabalhadores da UFRJ, realizada nesta quinta-feira, 17, em ambiente virtual, teve como pauta central a discussão sobre o indicativo da Fasubra de greve dos servidores públicos federais por tempo indeterminado a partir do dia 23 de março.

Depois de extensa discussão em que se identificou nas intervenções e avaliações a necessidade de intensificar a mobilização, ampla maioria dos presentes (81%) aprovou paralisação de 24 horas no dia 23, com a realização de assembleia híbrida posteriormente para avaliação e discussão dos passos seguintes. Apenas 18% dos presentes aprovaram o indicativo da federação de greve por tempo indeterminado a parir do dia 23.

A assembleia foi marcada para dia 29 e o local ainda será definido.

Um minuto de silêncio 

A assembleia foi aberta com o pedido pela mesa de um minuto de silêncio pelo falecimento do companheiro Francisco de Paula, militante do movimento técnico-administrativo, representante TAE atuante no Consuni, que contribuiu para a luta e conquistas da categoria.

Urgência do Trabalho Externo

Diante da proximidade do retorno presencial previsto para 11 de abril foi abordado com ênfase a necessidade de uma ação de mobilização para que o Conselho Universitário aprove a proposta do GT-Consuni alternativa ao programa de gestão da IN 65. A proposta já foi encaminhada há algum tempo à Reitoria.

Como ficou acertado, o Sintufrj vai produzir cards (como esse que ilustra esse texto) com o fim de fortalecer o tema inserindo o debate e pressionando o colegiado para definir a questão.

 

 

Presidente da Câmara informou ainda que aguarda análise de dois partidos para colocar em votação proposta de combate às fake news

17/3/2022  

Lira voltou a cobrar uma resposta rápida da Petrobras sobre o preço dos combustíveis/ Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o projeto (PL 2564/20) que estabelece o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras terá sua urgência votada pelo Plenário na próxima semana. Conforme a proposta, o valor mínimo inicial para os enfermeiros será de R$ 4.750, a ser pago nacionalmente pelos serviços de saúde públicos e privados.

Lira disse, após a reunião de líderes desta quinta-feira (17), que o mérito do texto será analisado apenas em abril. Segundo o presidente, foi estabelecido um cronograma de trabalho para que sejam encontradas as fontes de recursos para bancar esse aumento nas redes públicas e nos hospitais filantrópicos.

“Vamos conversar com o Senado, que votou [o projeto] e nos enviou. Ficamos aqui com uma proposta que gera impacto de R$ 16 bi a 18 bilhões e afeta muitas instituições e a vida dos que estão envolvidos”, explicou.

Combustíveis

Arthur Lira cobrou mais uma vez que a Petrobras reduza o preço dos combustíveis em razão da queda dos preços do petróleo e do dólar. De acordo com ele, é preciso que a estatal dê uma resposta rápida à população.

“Ela não pode ficar com sua política com valores defasados, mas, quando baixam o petróleo e o dólar, não recuar nos preços é uma incapacidade da Petrobras de dar uma resposta ao povo brasileiro”, criticou Lira.

Lira também destacou que a proposta (PL 1472/21) que cria um sistema de bandas de preços para limitar o reajuste dos derivados de petróleo e gás de cozinha (GLP) ao consumidor final vai ser discutida com calma e não vai entrar na pauta de forma urgente. Ele comentou que, por ser algo estruturante e a longo prazo, precisa ter tempo para ser discutido.

Fake news

Questionado sobre o projeto que estabelece regras para combater as fake news (PL 2630/20), Lira afirmou que aguarda a análise de dois partidos (MDB e PL) para colocar a proposta em votação no Plenário.

De acordo com o presidente, o projeto é prioridade do Parlamento. “É um assunto delicado, cheio de questões importantes; é importante ter uma legislação clara.”

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier

Edição – Marcelo Oliveira

Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

 

 

Atos contra despejos acontecem em dezenas de cidades brasileiras nesta quinta (17); acompanhe

Confira a lista dos protestos marcados que, sob o lema “Prorroga STF”, querem evitar a remoção de meio milhão de pessoas

Gabriela Moncau/Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 17 de Março de 2022

Se o STF não prolongar sua decisão, a partir de 31 de março 132.291 famílias podem ser removidas à força de suas casas – MTD PE

Faltando exatamente duas semanas para que, em 31 de março, acabe a vigência da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu as remoções forçadas durante a pandemia, as ruas são tomadas em todo o país nesta quinta-feira (17). 

Convocados pela Campanha Despejo Zero e por diversos movimentos populares, atos com o lema “Prorroga STF” acontecem nas cinco regiões do Brasil.  

O objetivo é evitar que cerca de meio milhão de pessoas sejam despejadas.  

Organizados em ao menos 21 cidades, protestos acontecem em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Salvador (BA), Maceió (AL), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Belém (PA), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), entre outras.  

Confira aqui a lista completa, os horários e locais.   

Em São Paulo, estado que concentra o maior número de famílias com o risco iminente de despejo – 42.499 de acordo com a Campanha Despejo Zero – uma carta aberta de movimentos foi publicada nesta quinta (17).  

“O lucro não pode estar acima da vida” 

“Somos famílias que, diante do desemprego, dos baixíssimos salários, da ausência de políticas públicas habitacionais e de segurança social, ocupamos prédios e terrenos que antes estavam vazios, ociosos e improdutivos”, narra a carta.  

“Construímos ali nossas casas, damos abrigo seguro às nossas crianças, plantamos para nos alimentar e temos agora, uma vez mais, nosso direito a ter um teto e uma casa ameaçados”.  

O texto é assinado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento Luta Popular, as Brigadas Populares, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a União de Movimentos de Moradia (UMM), a Central de Movimentos Populares (CMP), o Movimento de Lutas em Bairros, Vilas e Favelas (MLB), a Frente de Luta por Moradia (FLM), o Movimentos Unidos pela Habitação (MUHAB), o Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), a Ocupação do Ouvidor 63 e a Federação das Associações Comerciais de SP.  

A carta convoca a sociedade civil a se engajar na solução de uma questão que, para os movimentos, diz respeito a todo mundo.  

O fato de centenas de milhares de pessoas no país estarem sob risco de perder a moradia no mesmo período escancara, de acordo com a carta, que o tema habitacional não é “pontual ou jurídico”, mas estrutural.  

 

 

16/3/2022 – Porta Geledes

Com o objetivo de dialogar com estudantes e profissionais da educação básica sobre as pedagogias das culturas juvenis urbanas, Geledés Instituto da Mulher Negra, apoiada pelo Itaú Educação e Trabalho, deu início ao projeto Pedagogias da Geração Hip-hop e Culturas Juvenis nas Escolas, que tem como objetivo reconhecer, valorizar e sistematizar os “modos de fazer, pensar e agir” elaboradas pela geração Hip-hop e pelas novas culturas juvenis no ambiente educacional, as quais podem contribuir para diminuir as desigualdades enfrentadas por crianças,  adolescentes e jovens em idade escolar.

Esta iniciativa se conecta com um projeto realizado pela instituição no período de 1992 a 1998 e que teve como foco específico a juventude negra – o Projeto Rappers, que consistiu em uma parceria pioneira entre uma ONG e artistas de rap por meio da articulação da agenda de Direitos Humanos a partir da ação cultural. Os ativistas de Hip-hop pertencentes a grupos de rap da cidade de São Paulo procuraram Geledés para denunciar a violência policial das quais eram vítimas, em razão das letras de suas músicas, que destacavam as condições de marginalização social, racismo, preconceitos e violências a que estavam (e estão) expostos os jovens negros Como resultado, eram retirados dos palcos em que se apresentavam, em desrespeito ao direito de liberdade de expressão. O Projeto Rappers ofereceu formação sobre as agendas de raça e gênero para ativistas do movimento hip-hop, orientação jurídica para a garantia do direito de ocupação de espaços públicos e estratégias para atuação e incidência nos espaços de tomada de decisão. Além disso, possibilitou a realização de importantes eventos culturais e a elaboração da primeira revista de Hip-hop do país, a “Pode Crê“, que trazia informações sobre a cena cultural e temas de interesse da juventude negra, pobre e periférica.

Aliar a educação, o combate à violência e o racismo sempre foi central na atuação de praticantes da cultura Hip-hop. Consideramos que a geração Hip-hop tem muito a ensinar e contribuir, principalmente para reduzir os índices de desigualdades na educação e propor metodologias que contemplem e agreguem adolescentes e jovens em suas diversidades e diferenças. Da mesma forma, esse movimento coloca em evidência a importância que as culturas juvenis têm no processo educacional.

Apresentamos abaixo alguns dados que justificam a importância desse projeto:

O Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, realizado pelo Fórum de Segurança Pública, aponta que 80% dos jovens assassinados de 15 a 29 anos no Brasil entre 2016 e 2020 são negros;

No Ensino Fundamental, embora as taxas de matrícula sejam equivalentes para negros (97,7%) e brancos (98,3%), no 5 º ano apenas 51% dos negros apresentam proficiência em língua portuguesa, enquanto para os brancos este indicador é de 70% (“Anuário Brasileiro da Educação Básica”, 2019);

No Ensino Médio as disparidades de frequência escolar voltam a aparecer: a) em 2018 apenas 64,3% dos adolescentes de 15 a 17 anos estavam matriculados no Ensino Médio, enquanto 75,4% dos brancos do mesmo grupo de idade frequentavam este nível de ensino; b) apenas 55% dos jovens negros de até 19 anos haviam concluído o Ensino Médio, enquanto 73,7% dos brancos na mesma faixa etária tinham finalizado este nível de ensino (“Anuário Brasileiro da Educação Básica”, 2019).

As diferentes gerações do Hip-hop, provocada pelas temáticas que esse movimento traz para o debate público, estas que envolvem reflexões sobre a história, leituras críticas da realidade e construção de projetos/novas expectativas de vida, extrapolaram os limites colocados por uma sociedade excludente e hoje vêm produzindo/articulando conhecimentos que podem contribuir para as diferentes áreas de conhecimento, como história, geografia, física, química, letramento, matemática, sociologia, artes etc. Isto porque praticar os elementos da cultura Hip-hop exige cálculo, habilidade, segurança, reflexão, leitura e desenvolvimento de técnicas.

A produção do rap envolve a observação e leitura sociohistórica, tecnologia de produção e programação musical com samplings e colagens musicais, além de uma escrita que conecta cenário, análise crítica e perspectivas sobre o problema abordado; já o graffiti é, ao mesmo tempo, um domínio de traços, cores e química e a elevação de identidades marginalizadas e suas ideologias projetadas nas paredes das cidades; o breaking, por sua vez, hoje inserido nos jogos olímpicos mundiais, exige conhecimento sobre o corpo, noção de espaço, interpretação da performance do grupo ou do sujeito rival, respostas criativas e comunicação corporal. Em síntese, não seria exagero afirmar que a prática do hip-hop também é ciência e pedagogia. 

Nesse sentido, visto que o Brasil já produziu diferentes gerações da cultura hip-hop e, hoje, tem grandes artistas projetados na esfera pública que influenciam e inspiram as novas gerações de adolescentes e jovens das periferias brasileiras, propomos, neste projeto, um exercício de sistematização das práticas protagonizadas pela geração Hip-hop e uma pesquisa sobre as culturas juvenis em cena no ambiente escolar que podem auxiliar as estratégias pedagógicas de profissionais da educação.

É importante também ressaltar que a cultura Hip-hop produz hoje o estilo musical mais ouvido no mundo, o rap, ocupa grandes galerias de arte com o graffiti, e a partir de 2024 estará nos Jogos Olímpicos Mundiais com a inserção do breaking como categoria esportiva. Como movimento que sofreu diferentes formas de cerceamento e perseguição política nas últimas décadas, o atual cenário demonstra o reconhecimento e dá dimensão de seu impacto social nas periferias do Brasil e do mundo.

Buscando valorizar e registrar as pedagogias da geração Hip-hop, o projeto constituirá um grupo de trabalho de ativistas do Hip-hop que atuam como educadores e, por meio  de pesquisa participativa, produzirão o levantamento de materiais sobre Hip-hop e Educação; realizará a identificação e sistematização das pedagogias da cultura Hip-hop; e mapeará outras expressões culturais juvenis que estão no espaço escolar, em diálogo ou como decorrência do hip-hop, a exemplo das batalhas de rima, slam, funk, games, entre outras expressões. A pesquisa sobre hip-hop e educação contará com a parceria do Arquivo Brasileiro de Hip-hop (AEL-UNICAMP).

A iniciativa tem por objetivo contribuir com a construção de novos diálogos e parcerias que possibilitem a introdução das pedagogias do Hip-hop na formação de professores da educação básica, assim como fortalecer as culturas juvenis em espaços escolares. Ao final do projeto, apresentaremos um material de referência das ações desenvolvidas para que sejam replicadas em outras localidades, como forma de contribuir com reflexões e ações sobre a escola e o seu papel como um espaço democrático que valoriza as diferentes vozes e formas de vivenciar o mundo.

Todas as etapas do projeto e seus resultados serão apresentados em seminários formativos voltados à comunidade escolar, além de disponibilizados na área de educação do Portal Geledés.

 

 

 

 

O funcionalismo público realizou diversos atos pelo país nesse 16M, dia nacional de mobilização pela recomposição salarial emergencial de 19,99%.

 

No Rio de Janeiro, o ato na Praça XV reuniu em sua maioria técnico-administrativos das universidades federais e docentes.

Falas dos representantes das entidades, entre elas, Sintufrj e Adufrj, e militantes marcaram o ato, que foi fechado num forte brado “Fora Bolsonaro”.

“Estamos vivendo um ano importante. É o ano da virada. Da recuperação salarial, da recuperação da democracia e da busca pela recuperação de direitos usurpados por Temer como a emenda 95 e por Bolsonaro com a reforma da Previdência”, disse Gerly Miceli, coordenadora do Sintufrj.

“Estamos há cinco anos sem reajuste. Está na hora de realizarmos uma grande greve do serviço público, pois não aguentamos mais a inflação acima de dois dígitos”, acrescentou.

A coordenadora de Educação do Sintufrj, Joana de Angelis, alertou sobre a necessidade de mobilização e realização da greve como instrumento de pressão.

“Temos de fortalecer essa luta pelo reajuste imediato dos salários dos servidores, ampliar essa luta, e construir mobilização para derrotar esse governo que só retira direitos dos trabalhadores e penaliza o povo.

Dulcineia Barcelos e Paulo César Marinho, integrantes da direção do Sintufrj, também se manifestaram. “Cadê você companheiro que não está aqui conosco para somar?! Essa luta é de todos nós!” conclamou Dulcineia.

Paulo César mostrou preocupação com a mobilização. “Mas nas universidades existe mobilização, tanto é que somos maioria aqui no ato”.

O técnico-administrativo da UFRJ, Esteban Crescente, destacou a necessidade de união da classe trabalhadora.

“Estamos aqui, nós da oposição  e dirigentes do Sindicato, em unidade, pois é dia de exigir reposição salarial”.

 

 

Brasileiros pagam uma das tarifas mais caras do mundo. Privatização tornou a situação ainda pior, com elevação de preços e piora nos serviços

Carlos Vasconcellos | Imprensa SeebRio

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os consumidores começaram a pagar mais caro pela energia elétrica desde a última terça-feira (15): aumento de 17,39% da Enel e 15,53% nas residências atendidas pela Light. Os brasileiros já pagam uma das tarifas altas do mundo e o aumento joga por terra a balela dos economistas e governos neoliberais que sempre prometem tarifas mais baratas com a privatização dos serviços.

Trabalhador paga mais

As concessionárias cobram uma tarifa mais cara para os trabalhadores do que para empresas. Para as indústrias, o reajuste foi de 12,89% na Light e 15,38% na Enel. A primeira atende 4,5 milhões de consumidores e a segunda, cerca de 2,7 milhões.

“Esses aumentos e o preço já absurdo das tarifas de energia elétrica colocam por terra a balela de que a privatização ‘aumenta a concorrência’ e reduz as tarifas. Muito pelo contrário. As experiências, mundo à fora, revelam que nas mãos do estado estes serviços focam mais o aspecto social, atendendo regiões mais pobres e cobram preços menores até porque não há a preocupação com os bônus dos lucros para meia dúzia de executivos. Em muitos países desenvolvidos os governos reestatizaram os serviços”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT Vinícius de Assumpção.

Outro aspecto que causa indignação na população é o atual papel das agências reguladoras, que só atendem aos interesses das empresas privadas concessionárias, deixando o consumidor à deriva.

Refinaria privatizada

A Acelen, que comprou da Petrobras a Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, é outro exemplo de que privatizar custa mais caro para o consumidor. A empresa privada está vendendo a gasolina que produz em território baiano a um preço cerca de 10% maior do que ela vende esse mesmo combustível em Pernambuco, Alagoas e Maranhão.