O batuku de Cabo Verde e o cordel do Brasil carregam traços semelhantes e a presença das mulheres e dos jovens nos nesses dois ambientes são de grande peso

FONTE: Por Anilza Rocha, Leandro Oliveira, Luana Torres, Olivia Rebeca, Stephani Linard | 19/01/2022

Cada país possui suas próprias expressões culturais. O cordel no Nordeste brasileiro e o batuku na Ilha de Santiago em Cabo Verde contam histórias através de seus ritmos, expressando as ideias de um povo. As mulheres possuem um papel interessante nas duas expressões, simbolizam força e resistência, mas o contexto se dá de forma totalmente diferente. A participação dos jovens também remete a força dessas manifestações, são essenciais para que continuem existindo.

Buscamos compreender em entrevistas a importância das rimas que essas expressões culturais transmitem, enfatizando os papéis das mulheres e dos produtores mirins.

A literatura de cordel

O cordel surgiu no século XVI na Europa e chegou ao Brasil no século 17, com a chegada dos colonizadores portugueses. A região Nordeste é a que mais se utiliza desse gênero literário, que se popularizou entre as décadas de 30 e 60. Tendo começado inicialmente apenas em forma oral, a qual os cordelistas recitavam suas produções com apoio somente de sua memória.

No final do século XIX, temos uma mudança com a dimensão da escrita, os cordéis passaram a ser impressos e também ganharam o gosto de escritores pela forma prática e simples de ser feita: o próprio autor poderia, sozinho, escrever, fazer a capa e comercializar.

Esse estilo de literatura permite que a escrita seja mais livre e desprendida das normas formais da gramática portuguesa, sendo caracterizado pela linguagem composta por traços de oralidade, com rimas que produzem certa musicalidade aos versos. Ele também é bastante reconhecido pelos folhetos pendurados em varais, fáceis de encontrar em feiras de artesanato, bem como a utilização das xilogravuras (que são figuras gravadas na madeira) como forma de ilustração.

Cordéis pendurados-Foto: Acervo Iphan-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

O cordel é uma expressão cultural e artística que usa a prática e experiência de homens e mulheres com as rimas, para expor opiniões e críticas contra os sistemas de opressão sociocultural, falar das desigualdades sociais, segregação, racismo, preconceito e dentre outras questões sociais. Além de, claro, muitas outras temáticas, como por exemplo, voltadas para a cultura popular e folclórica regional.

O batuku
Batuku em crioulo (língua regional de Cabo Verde) ou batuque em português é um gênero musical que faz parte da cultura cabo-verdiana, registrada desde o tempo da colonização no arquipélago de 10 ilhas. Formado quase sempre por um grupo de mulheres, conhecidas como “batucadeiras”, que, sentadas, cantam e tocam no que podemos dizer um “pequeno tambor”. Há uma solista que dá início ao batuku e uma batucadeira que fica de pé para dar o ritmo da música, como é o caso do Grupo Tradison de Terra

Infográfico sobre a popularidade do Batuku em Cabo Verde—Dados Ilustrativos – Produzido pela equipe de reportagem

Atualmente, o batuku é bastante valorizado por seu país de origem, sendo considerado como patrimônio de Cabo Verde, com forte presença na ilha de Santiago, maior ilha do arquipélago.

Infográfico sobre a popularidade do Batuku em Cabo Verde—Dados Ilustrativos – Produzido pela equipe de reportagem

Em texto publicado na página Buala, Redy Wilson Lima salienta que as músicas de protesto tiveram um papel central na difusão dos ideais da libertação de Cabo Verde. O batuku era uma dessas expressões e funcionava como um instrumento de resistência ao domínio português, antes da libertação nacional. Redy Wilson Lima ainda afirma que:

“PROCURA CONSCIENCIALIZAR PARA A VIVÊNCIA SOCIOCULTURAL DA COMUNIDADE COM A FINALIDADE DE ESCLARECER E REFORÇAR A VIDA COMUNITÁRIA, ESTIMULANDO A SOLIDARIEDADE SOCIAL, REFORÇANDO A COESÃO SOCIAL E RESISTINDO CULTURALMENTE”.

As mulheres no Cordel e no Batuku
Para as mulheres cabo-verdianas, a prática do batuku tem um significado importante, em que avós, mães, filhas e netas são criadas enquanto mulheres, através da prática do batuku e das experiências compartilhadas.

Embora nem sempre passada de geração em geração, elas aprendem observando outras mulheres e convivendo diariamente com essa manifestação cultural, a qual é muito natural para elas, pois esse é um espaço em que essas mulheres compartilham experiências, cuidam umas das outras e fazem disso um meio de unir forças para enfrentarem problemas, recriar e aperfeiçoarem cada vez mais, diferentes formas de expressão.

Para Teresa Fernandes, representante do Grupo Tradison di Terra, as mensagens que o batuku sempre trazem é daquilo que está mal para ser trabalhado, daquilo que está bem para ser melhorado ainda mais. Clique aqui para acompanhar o áudio da entrevistada, Teresa respondeu em crioulo (língua originária do Arquipélago de Cabo Verde) e a repórter Anilza Rocha realizou a tradução para português.

Teresa Fernandes, representante do Grupo Tradison di Terra— Foto: arquivo pessoal

Em contraponto com as estrondosas vozes femininas dentro da arte do batuku, no cordel, o que ecoou até pouco tempo atrás foi o silêncio. No batuku as mulheres têm um protagonismo maior, pois é a voz delas que dá forma a essa manifestação cultural, sendo uma expressão tradicionalmente feminina, que fizeram grandes nomes como Nha Nácia Gomi e Nha Bibinha Cabral.

Já no cordel, assim como em outros gêneros literários, as mulheres pioneiras foram menosprezadas e desencorajadas. Na escrita, quando o cordel passou a ser impresso, as mulheres tiveram que usar pseudônimos masculinos para publicar suas obras, como o exemplo da paraibana Maria das Neves Baptista Pimentel, que foi a primeira mulher a publicar um cordel com o nome de um homem, se identificando como Altino de Alencar Pimentel, sob o título “O violino do diabo ou o valor da honestidade”. A escritora publicou pelo menos três cordéis, assinando como homem.

A professora Francisca Pereira, mais conhecida como Fanka, poetisa e especialista em literatura brasileira, nos contou a respeito da história de Maria das Neves Pimentel, clique aqui para ouvir o áudio na íntegra.

Paulo Ernesto, que é membro da Associação de Cordelistas do Crato, conta que Leandro Gomes de Barros, um grande editor de cordel, teve boa parte de sua literatura feita por mulheres, mais especificamente pelas filhas dele. Mas se elas escreveram, por que o nome delas não estava na autoria? “A explicação é que naquela época as mulheres não eram valorizadas, ninguém acreditava que mulher pudesse escrever poesia. E mesmo que elas assim fizessem, não vendia”, explicou Paulo.

Apesar disso, Paulo Ernesto ainda nos conta que as mulheres tinham um papel muito importante na divulgação do cordel no séc. XIX. Eram elas que mais aprendiam a ler e a escrever, em comparação aos homens, e, dessa forma, na maioria dos casos eram as mulheres que escreviam o que era dito pelos violeiros e poetas. Assim o material poderia chegar a mais pessoas, já que não tinha gravador acessível na época. Clique aqui e acompanhe o áudio de Paulo Ernesto sobre o assunto.

Professora Francisca Pereira- Foto: acervo pessoal

O silenciamento das mulheres enquanto produtoras intelectuais e culturais é muito comum em uma sociedade patriarcal, e não foi diferente no Brasil. A professora Fanka, afirma que não encontrou nenhuma menção das mulheres quanto à escrita nesse gênero literário quando começou sua pesquisa sobre o cordel, por volta dos anos 90.

“AS MULHERES NÃO ERAM CITADAS, E A PARTIR DAÍ SURGIU MEU TEMA, ONDE EU QUIS TRAZER ESSAS VOZES, TAMBÉM ESQUECIDAS, NA HISTORIOGRAFIA OFICIAL, TRAZENDO AS MULHERES NESSA HISTÓRIA, DESDE AS CANTADORAS, AS REPENTISTAS, E TODAS AS OUTRAS QUE A GENTE CONSEGUIU RESGATAR ATRAVÉS DE BREVES CITAÇÕES EM LIVROS DE FOLCLORISTAS OU MESMO DE POETAS QUE CANTARAM COM ALGUMAS DESSAS”.

Segundo Fanka, em todo tipo de arte é encontrado preconceito, mas isso não impossibilitou que as mulheres escrevessem. Ao longo de quase vinte anos de pesquisa, foram encontradas mais de 200 mulheres que fizeram esse tipo de literatura, em todo o país. A catalogação desse registro resultou no livro chamado “O livro delas: autoria feminina no cordel, cantoria e gravura”, lançado neste ano de 2021.

Cordelista Anilda-Foto: arquivo pessoal

Trazendo para o contexto atual, a cordelista Maria Anilda de Figueiredo, que começou a escrever cordel ainda pequena por influência da avó, carrega muito orgulho de poder repercutir esta prática, e afirma: “quando chego em vez de me identificar como advogada, funcionária do Banco do Brasil, como filha de fulano, seu Antônio Bento e Dona Maroli, como esposa de não sei quem, como mãe das minhas filhas, eu me identifico como cordelista e sou muito bem aceita”.

A cordelista relata que, quando foi fundada a Academia do Cordelista do Crato, contava com dez poetas homens e apenas duas mulheres, mas que hoje as coisas evoluíram e trazem um quadro mais equalizado de membros. Atualmente a academia conta com 9 poetas e 11 poetisas. Anilda ressalta:

“HOMEM E MULHER, ESTÃO AÍ PARA ESCREVER O QUE QUISEREM E O CORDEL É PARA TODOS […] TODO MUNDO ESCREVE, TODO MUNDO LÊ”.

Acompanhe o áudio da entrevista com Anilda na íntegra, ela foi entrevistada pela repórter Luana Torres e até nos deu uma despedida muito saudosa, clique aqui para conferir.

No Cordel
Como toda manifestação cultural, a literatura de cordel e o batuku precisam de novos praticantes para continuar viva. O cordel pode proporcionar aos jovens uma nova forma de enxergar o mundo à sua volta, perceber a cultura no dia a dia, expressar seus pensamentos e reflexões sociais, entre outros. Da mesma forma, a prática do batuku é uma maneira de perpetuar a cultura cabo-verdiana, continuar com um legado que vem desde o período da colonização e que é tão importante para a história do seu povo, especialmente as mulheres.

Aqui no Brasil, Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, foi um dos maiores nomes da poesia nordestina. Seu neto, Daniel Gonçalves da Silva, que também é cordelista, comenta que o avô entrou no cordel ainda criança, quando percebeu o talento para a poesia. Para dar continuidade ao legado de Patativa, Daniel começou a escrever as primeiras rimas quando tinha 8 anos de idade, numa parte inspirado pelo avô e em outra, movido pela curiosidade. Hoje, aos 35 anos, o cordelista e poeta que já escreveu grandes obras e participa de festivais em todo o país conta que a inclusão de jovens cordelistas é mais que importante, sendo imprescindível para preencher a lacuna que existe no cordel. “O cordel tem feito uma inclusão muito boa de jovens, mas ainda é um número não significativo. Precisaria ter mais jovens”, explica Daniel.

Clique aqui e acompanhe um pouco mais da fala de Daniel.

A produção dos jovens é essencial para que o cordel possa continuar repercutindo. O poeta Daniel recitou alguns versos de cordel sobre este assunto, clique aqui e confira!

Não são muitos os jovens conhecidos por escrever este tipo de literatura, e essa ausência não significa o fim do cordel, mas dificulta a entrada de novos cordelistas numa das mais antigas expressões culturais do Cariri e da região Nordeste. Segundo Fanka, o discurso da cultura popular é por vezes tido como algo primitivo, rústico, simples, dentre outros adjetivos que acabam por diminuir a sua importância. A partir disso, o folheto de cordel foi colocado como uma “coisa do passado”, o que desestimula e afasta a juventude como um todo.

Dado o fato da falta de incentivo e reconhecimento desses jovens talentos, é preciso que medidas sejam tomadas para reverter a situação. Uma delas, segundo o poeta Daniel, seria uma maior inclusão do cordel na mídia, que, embora já exista, ainda é pequena, o que expressa a necessidade de pautar mais cordelistas. Um exemplo bem conhecido na contemporaneidade é o poeta Braúlio Bessa, que ficou famoso através de suas participações no programa Encontro, da jornalista Fátima Bernardes, da Rede Globo.

Daniel Almeida, neto de Patativa— Foto: arquivo pessoal

A escola tem um papel fundamental para a continuidade do cordel, já que ela constitui um dos principais, senão o principal, espaço de contato dos jovens com esse tipo de literatura. Ouça o que a professora Fanka tem a dizer sobre isso.

Daniel nos conta que o cordel é essencial por abranger diversas temáticas, clique aqui para acompanhar na íntegra. Esse fator acaba dando mais peso para a importância do cordel na escola.

De acordo com uma pesquisa realizada pela equipe de reportagem, dentre um total de 24 jovens entre 18 e 25 anos, 83,3% responderam que tiveram seu contato inicial com o cordel em âmbito escolar, comprovando que esse espaço deve ser usado como ponte e que a partir dele novos talentos da literatura apareçam. Confira os outros dados coletados na pesquisa:

Infográfico sobre o cordel na UFCA-Produzido pela equipe de reportagem

Para a jovem Sabrina Ferreira, de 17 anos, a literatura de cordel é uma forma de expressar suas emoções e também um lugar de superação. Sua história com o cordel deu início em 2018, após ela perder o irmão que na época tinha 1 ano de idade. “Eu fiquei com começo de depressão, então procurei me refugiar em algo que poderia me fazer sentir melhor, foi aí que eu descobri o cordel e comecei a transpassar os meus sentimentos para o papel. Desde esse dia me apaixonei pela literatura de cordel e a poesia”, conta.

Ainda segundo Sabrina, que recentemente concluiu o Ensino Médio, a cada projeto que podia encaixavam com a literatura de cordel, já que era uma área reconhecida no cotidiano da jovem. O principal incentivo veio de sua professora de artes, Priscila, que a apoiava em suas obras.

No Batuku
O professor de dança do Grupo DanFala Dance, Lonny Alves, afirma, em entrevista, que o batuku não tem a mesma força de antes e principalmente não tem a mesma participação ativa dos jovens como se fazia antigamente.

Ex-professor de dança do Grupo DanFala Dance Lonny Alves— Foto: acervo pessoal

“Hoje os jovens, na maior parte, se desligaram dessa herança deixada pelos nossos antepassados. É claro que, por estarmos no mundo onde as culturas se misturam, acabamos absorvendo mais a cultura externa”, completou.

Loony considerou que é preciso promover esta dança, através de palestras culturais e atividades frequentes, que poderão ajudar a “despertar o interesse dos jovens”, clique aqui e acompanhe o áudio do entrevistado na íntegra.

No que tange a questão da discriminação, Teresa Fernandes, que ganhou este ano o prêmio da Melhor Música Tradicional, informou não existir discriminação por parte dos jovens.

“Não, não há. Porque o batuku marcou muito o tempo da escravatura e eles estudam isso nas escolas”, afirmou.

Esta batukadeira terminou a entrevista ressaltando que o batuku é a identidade de Cabo Verde.

** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE.

 

No Dia Nacional de Lutas em defesa de reajuste salarial para todos os servidores públicos federais, terça-feira, 18 de janeiro, o Sintufrj reuniu três coordenadores da Fasubra que compõem as forças políticas na direção da entidade: Rosângela da Costa, João Paulo Ribeiro (JP), José Maria Castro e Antônio Neto Alves (Toninho) para debater com a categoria, à luz da conjuntura política no país, a proposta de campanha salarial e greve unificada no serviço público federal. 

A atividade teve como objetivo acumular discussão e fortalecer a mobilização para a assembleia geral que o Sintufrj convocará nos próximos dias para tomada de posição sobre a campanha salarial com indicativo de deflagração de uma greve unificada em março, conforme propõe o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), do qual a Fasubra participa, e o Fórum Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacape).

Coube à coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Miceli, atuar como mediadora do debate.

Na terça-feira, 18, as entidades protocolaram, no Ministério da Economia, a pauta emergencial de todos os servidores públicos federais, com as seguintes reivindicações:
1 – Reajuste salarial de 19.99% (acumulado da inflação dos três anos de governo Bolsonaro); 2 – Arquivamento da PEC 32 e
3 – Revogação da EC 95. 

Debate importante 

Confira o posicionamento da Fasubra em relação e as manifestações de companheiras e companheiros da direção e da base do Sintufrj no debate. Acesse:

 

 

 

 

 

 

Corrupção, Educação, Fora Bolsonaro e Mourão, Geral, Greve, Manifestações, PEC 32, Política, Serviço Público 

18 de janeiro de 2022. Site Fasubra.

A Fasubra Sindical e entidades de base (Sint-Ifesgo e Sintfub) participaram, na manhã desta terça-feira (18/01), do ato em frente ao Banco Central, no Dia Nacional de Luta em defesa de reajuste salarial para todas as servidoras e servidores públicos. Trabalhadoras e trabalhadores do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) se somaram aos atos do Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), sendo que centenas de pessoas participaram da manifestação.

“Nós da Fasubra estamos aqui com os companheiros da nossa base. Isso é a continuidade das mobilizações que fizemos ano passado, onde exitosamente conseguimos construir uma ampla unidade contra a PEC 32. Hoje defendemos um reajuste, pois estamos há cinco anos sem negociação, sem proposta nenhuma e esse governo destruindo os servidores e servidoras. Um governo genocida que não sabe valorizar os trabalhadores do serviço público. Os trabalhadores do serviço público, seja do Legislativo, do Judiciário e do Executivo estão unidos e, com essa unidade, essa força, nós vamos conseguir o reajuste. Estamos juntos nessa trajetória e vamos vencer: trabalhadores unidos, jamais serão vencidos”, destacou o coordenador Jurídico e de Relações do Trabalho João Paulo Ribeiro (JP).

Ato Ministério da Economia

À tarde, centenas de servidoras e servidores protestaram em frente ao Ministério da Economia e protocolaram ofício, com a presença de deputadas e deputados da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, de reivindicação de reajuste emergencial de 19.99% (índice correspondente a inflação dos três anos do governo Bolsonaro), sem abrir mão das perdas salariais históricas do período dos governos FHC, Lula, Dilma e Temer que somam mais de 30%. Os trabalhadores e trabalhadoras criticaram a política destrutiva de Paulo Guedes e Bolsonaro e lamentaram o aumento apenas para as forças policiais. Além de Brasília, outras cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Aracaju também registraram manifestações e paralisações.

Fotos Banco Central: Sint-Ifesgo

Fotos Ministério da Economia: Scarlett Rocha/Sinasefe

 

 

Aposentados, Educação, Fora Bolsonaro e Mourão, Geral, Manifestações, Serviço Público -10 de janeiro de 2022

Já são cinco anos sem reajuste salarial para trabalhadores(as) do serviço público. Entre eles estão aposentados(as) que, em sua grande maioria, são arrimo das famílias. Situação que foi agravada com a pandemia de Covid-19 e deixou um rastro de destruição com perdas de entes queridos, desemprego de filhos e netos. Com isso foram agravadas também as violências contra as pessoas idosas, sendo a econômica a mais grave, seguida das seguintes: física, psicológica, social, patrimonial, racial, homofóbica, religiosa, de gênero, além do abandono. Idosos(as) ainda servem de chacota para piadistas, que ganham a vida menosprezando sentimentos dessa camada da população. É o idadismo, mal presente na sociedade, que pensa ser a juventude eterna, e as pessoas 60+ descartáveis.

Com o isolamento social, a falta de intimidade com as mídias sociais por grande parte das pessoas idosas ficou evidente, dificultando a interação com familiares, amigos, grupos sindicais, religiosos, sociais, de viagem, enfim, limitou o compartilhamento de apoios e interação tão necessários para o bem viver.

As últimas reformas da previdência tiraram direitos e aumentaram o tempo de contribuição para homens e mulheres. Para os servidores(as) públicos(as) não foi diferente. A aposentadoria passou a ser vista como castigo para quem tem direito de se aposentar. Todo dia o governo inventa um jeito de prejudicar quem contribuiu com a construção do país. Todo dia o Ministério da Economia tenta manobras para levar as aposentadorias ao nível da miséria, querendo copiar o modelo implantado por Paulo Guedes no Chile, onde a maioria dos aposentados não podem sequer comprar seus remédios. É o sonho da privatização da Previdência.

Diante de todo esse malabarismo do mal, o presidente da República assinou em 5 de fevereiro de 2021, o Decreto 10.620, que transfere aposentados(as) e pensionistas das autarquias e fundações para a vala comum do INSS, onde já tem mais de 30 milhões de beneficiários do RGPS e mais 660 mil do RPPS. Um órgão que já tem mais de 1.875.000 demandas represadas, com pessoas esperando auxílio-saúde há mais de um ano, correção de benefício há mais cinco anos, aposentadoria há mais de quatro anos, sem falar em outros benefícios, como um simples auxílio natalidade. E lá vamos nós, resolver nossas demandas no INSS, onde não sabemos nem por onde começar. Nunca tivemos essa experiência porque todos os nossos problemas foram resolvidos nas universidades, conversando com nossos companheiros(as).

Para dar cumprimento ao decreto a Presidência do INSS publicou em 13 de outubro/2021 a Portaria 1.365 com o cronograma que as universidades deverão seguir para a transferência de aposentados(as) e pensionistas para aquele órgão, com um prazo de até julho/2022. Dessa forma, se nada for feito, lá estaremos ainda esse ano.

A FASUBRA Sindical ingressou como Amicus Curae na ADIN 6767, impetrada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), para que seja suspenso o Decreto 10.620. Essa ADIN está com a ministra Rosa Weber aguardando julgamento. Outra forma de derrubar o famigerado decreto é ter aprovado no Parlamento um decreto parlamentar nesse sentido. O deputado Jorge Solla PT/BA e mais 30 parlamentares do partido já entraram com esse decreto parlamentar que está aguardando ser colocado em pauta.

Não podemos ficar esperando decisões judiciais e parlamentar que podem demorar anos para sair. É preciso um trabalho efetivo dos nossos SINDICATOS junto às reitorias e conselhos universitários. É preciso fazer a política sindical nas universidades, chamar aposentados(as), pensionistas, aposentandos e futuros aposentados para a luta. É preciso dar ciência dos problemas que teremos se formos para o INSS. É preciso união! É preciso LUTA!

A FASUBRA, por meio de sua Assessoria Jurídica orientou os sindicatos a entrarem na justiça em seus estados, com uma Ação Civil Pública – ACP com o objetivo de conseguir liminar para barrar a transferência. Cabe aos sindicatos analisarem essa possibilidade.

Dia 24 é dia de Luta Nacional contra o Decreto 10.620. Participe!

 

 

Estudo da USP identificou pelo menos 96 óbitos de pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo, entre abril de 2020 e maio de 2021, mais que o dobro do número oficial da prefeitura

Publicado: 18 Janeiro, 2022 – Escrito por: RBA

JOSÉ CRUZ / AGÊNCIA BRASIL

Um estudo do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (Labcidade), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), mostra que o número de mortes por covid-19 entre a população em situação de rua na cidade de São Paulo é maior que o total divulgado pela prefeitura.

Os pesquisadores constataram pelo menos 96 mortes de sem-teto por covid, mais que o dobro dos 38 óbitos identificados pelo Consultório na Rua, equipe da prefeitura que atua com base em política nacional de atenção básica, criada em 2011. Para os cientistas do Labcidade, mesmo que desatualizado, o total apurado demonstra que o impacto da pandemia foi maior do que o apresentado pelos dados oficiais.

Em parceria com a Clínica de Direitos Humanos Luiz Gama, da Faculdade de Direito da USP, os pesquisadores analisaram uma base de dados inédita sobre os óbitos em decorrência da doença do novo coronavírus, organizada pelo Projeto Recovida, também da USP, responsável por uma reavaliação da mortalidade por causas naturais durante a crise sanitária no período de março de 2020 a maio de 2021.

Reportagem da RBA, em setembro de 2020, já havia antecipado o problema da subnotificação nessa população nacionalmente. À época, as estatísticas de casos e mortes divulgadas eram referentes apenas aos que estavam abrigados em acolhimentos e centros temporários. Sem dimensão real da pandemia nessa população, especialistas e movimentos advertiam que o poder público estaria deixando escapar da conta quem vive e dorme nas calçadas das cidades. Ou aqueles que acessavam os equipamentos de saúde sem a mediação das equipes do Consultório na Rua.

Perfil das vítimas

“Nós tivemos acesso a alguns dados inéditos da pandemia, em que conseguimos extrair os endereços da pessoas que foram a óbito. Mas com os endereços a gente conseguiu encontrar em fichas médicas profissionais da saúde que preenchiam uma observação como ‘morador de rua’, ‘em situação de rua’, e com isso localizamos 35 óbitos pelo menos. E também fizemos um cruzamento desses endereços com os endereços de centros de acolhida, albergues, repúblicas e demais serviços de acolhida da população em situação de rua que a prefeitura disponibiliza. Então, a partir desse cruzamento, a gente encontrou mais 61 óbitos”, explica o pesquisador do LabCidade Aluízio Marino ao repórter Kaique Santos do Seu Jornal, da TVT. 

Homens negros, adultos, de idade mais avançada, baixa escolaridade e com alguma comorbidade compõem o perfil dos óbitos. O número, segundo o especialista, é subestimado. No estudo aparecem mais de 200 mortes sem indicação de nenhum endereço e outras 179 que constam em instituição de longa permanência para idosos, pensão e abrigo que poderiam representar também pessoas em situação de rua. Uma população que aumentou com a crise agravada pela covid-19, conforma adverte o secretário do Movimento Nacional da População de Rua, Darcy da Costa. 

“Houve um aumento considerável entre 2020 e 2021 no número de pessoas que foram para situação de rua por questões econômicas. Veio aí uma avalanche de pessoas que estavam em um limbo, já com dificuldades econômicas e sobrevivendo com trabalhos precários. E uma vez perdendo seus empregos, eles vieram em massa para a situação de rua”, observa. 

Invisibilidade e o censo não divulgado

Os dados existentes sobre a quantidade de pessoas sem-teto em São Paulo são do censo de 2019. De acordo com a pesquisa, existiam mais de 24 mil pessoas morando nas ruas. No ano passado, um novo censo foi realizado, mas os dados ainda não foram divulgados pela gestão de Ricardo Nunes (MDB). Diante da pandemia, ações foram feitas pelo poder público também junto à sociedade civil, como a distribuição de comida. Mas as medidas não foram suficientes, de acordo com Costa. “O que eles mais precisam nesse momento é acesso à moradia social”. 

O pesquisador do LabCidade concorda e ressalta que, com o aumento de casos de covid-19 e gripe recentes, medidas emergenciais devem ser tomadas pelo município para o real monitoramento desse público mais vulnerável. “A gente tem aí um censo em 2021 que já foi feito e não foi divulgado. Então, isso é mais uma camada da invisibilidade dessa população. Não sabemos quantos vieram morar na rua, quantos morreram por infecção da covid, porque também não testamos. O Brasil foi um país que investiu em cloroquina, mas não em teste. É tudo muito na base de pesquisas como a nossa que foi um esforço. Estamos realmente no escuro e é muito difícil atuar e pensar políticas, possibilidades e iniciativas para pensar os problemas”, critica Marino.

 

 

 

Família de ativista racial dos Estados Unidos pede para que a população pressione o Congresso a aprovar propostas

Eloá Orazem/Brasil de Fato | Los Angeles (EUA) | 18 de Janeiro de 2022

Ativistas marcham em homenagem ao dia de Martin Luther King, incluindo seu filho mais velho, no dia 17 de janeiro de 2022. Eles seguram uma faixa que diz “Cumpra pelo direito ao voto”. – MANDEL NGAN / AFP

O discurso mais famoso do ativista Martin Luther King Jr. começava com “eu tenho um sonho”. No entanto, uma das falas mais poderosas do líder do movimento civil nos EUA, assassinado aos 39 anos em 1968, foi outra, e pôde ser ouvida um ano antes de sua morte.

Em 1967, o reverendo leu em alto e bom som o texto intitulado “Nos dê uma cédula”. Nele, King Jr. diz às autoridades: “nos dê uma cédula eleitoral e nós não teremos mais que nos preocupar com o governo federal em relação aos nossos direitos básicos; nos dê uma cédula e nós encheremos o legislativo com homens de boa vontade”.

A luta de Martin Luther King Jr. para que o exercício da democracia se estendesse a toda comunidade negra e afrodescendente surtiu efeitos. Graças ao movimento pacífico do reverendo, os Estados Unidos aboliram o teste de alfabetização e os impostos eleitorais – mecanismos cuidadosamente desenhados para excluir os mais pobres da eleição. Não coincidentemente a maior parcela da população pobre em território americano era (e ainda é) composta por negros. 

Uma vida inteira dedicada à igualdade e justiça social é celebrada anualmente. Desde os anos 2000, o dia 15 de janeiro é dia de Martin Luther King Jr., data de seu nascimento, em 1929, e agora um feriado nacional. 

Membros da imprensa e ativistas aproveitam o marco no calendário para exaltar seu legado. “Um dos maiores feitos deixados por Martin Luther King Jr. é sua luta contra o que chamou de os ‘três males’ ou os ‘trigêmeos do mal’: racismo, pobreza e militarismo”, disse à reportagem do Brasil de Fato o professor Dr. Lerone Martin, diretor do Instituto de Pesquisa e Educação Martin Luther King, Jr. na Universidade de Stanford. 

“Quando falamos do reverendo, pensamos apenas no racismo, mas sua luta era muito maior e mais ampla, sobretudo porque ele nos lembra que esses três males estão entrelaçados”, continuou. 

A vida e a morte de King Jr. mudaram os Estados Unidos, mas o sonho do ativista, de ter uma nação igual para todos, ainda não se realizou. Aliás, pelo contrário, no ano passado, segundo o FBI, crimes de ódio saltaram 6% no país. Se analisarmos crimes de ódio apenas contra a população negra, o salto é de 40%. 

“Os Estados Unidos nunca se comprometeram, de verdade, com a igualdade racial. Na época, Martin Luther King Jr. dizia que esse país dá alguns passos para frente e outros para trás, e sinto que isso ainda é verdade nos dias atuais”, comenta o Dr. Lerone.

A luta em meio a celebrações

A transformação social tem que ser também uma transformação política. Foi isso que assinalou a família King ao encorajar os cidadãos estadunidenses a trocar a celebração pela luta. Este ano, os filhos do reverendo pediram que a comemoração dos feitos do passado de Martin Luther King Jr. fosse trocada por uma contínua pressão sobre o Congresso para aprovar uma série de reformas eleitorais.

Estão no legislativo duas propostas que podem impactar o sistema político nos EUA. Uma, chamada de Freedom to Vote Act (Ato pela Liberdade de Votar), que estabelece o dia da eleição como um feriado nacional e permite o registro de eleitores online, mesmo aqueles feitos na própria data da eleição.

Essa proposta também devolveria o direito de voto às pessoas que foram condenadas por crimes, que anularia uma regra que, de novo, afasta das urnas a população mais vulnerável e injustiçada do país, visto que nos Estados Unidos negros têm mais chances de serem acusados de crimes que não cometeram.

Outra proposta na mão dos representantes é o John Lewis Voting Rights Advancement Act (Ato de Avanço para Direitos de Voto), que quer obrigar estados e distritos onde há histórico de exclusão eleitoral a pedir autorização federal (do Ministério da Justiça) para efetuar qualquer mudança que possa impactar processos de voto. 

A lei homenageia John Robert Lewis, congressista e ativista pelos direitos civis que serviu na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pelo distrito da Geórgia de 1987 até sua morte em 2020.

Apesar de ambos os projetos serem apoiados por ativistas sociais e boa parte da classe política, é pouco provável que eles sejam aprovados. Isso porque, para aprovar a proposta, o Congresso precisaria do apoio da maioria dos representantes, e os republicanos não estão de acordo com as medidas.

“O voto da comunidade afrodescendente nos Estados Unidos é tão importante que tem muita gente querendo barrar isso, e é urgente que reconheçamos quem são essas pessoas trabalhando para que os negros não tenham acesso às urnas”, pontua Dr. Lerone.

O presidente Joe Biden, em seu discurso no dia de Martin Luther King Jr., disse que é hora dos Estados Unidos abraçarem o trabalho não-finalizado do reverendo e garantir que todos tenham acesso ao voto. “É hora de todos os representantes eleitos nos Estados Unidos deixarem claro seu posicionamento”, disse Biden, “é hora de todos os americanos se levantarem. Fale, seja ouvido. Qual a sua posição?”

O democrata que ocupa a morada da presidência na Casa Branca afirmou ainda que a democracia do país está ameaçada, e que ele está cansado do silêncio em relação às reformas eleitorais.

Primogênito do ativista, Martin Luther King III fez de seu discurso uma resposta à Biden: “o presidente disse que está cansado de ficar calado sobre os direitos de voto. Bem, estamos cansados de ser pacientes”. 

A votação oficial dos projetos acontece nesta semana, mas a derrota é quase certa. “Não importa quantas vitórias tenhamos, temos que continuar vigilantes porque sabemos que há sempre aqueles que tentam voltar no tempo”, finaliza o professor.

Edição: Arturo Hartmann

 

 

 

Nesta terça-feira, 18, às 15h, o Sintufrj realizará uma live para  discutir a conjuntura e o indicativo de greve unificada no serviço público federal, debatida e apontada pelo Fonasefe. Participarão do debate os coordenadores da Fasubra Toninho, Zé Maria, JP e Rosângela. 

A atividade tem o objetivo de acumular discussão coletiva sobre a construção da campanha salarial e da greve, fortalecendo a mobilização para uma assembleia da categoria, a ser convocada nos próximos dias.

O debate acontecerá virtualmente, pelo Zoom, e terá transmissão ao vivo pelo YouTube. Para participar da atividade, inscreva-se pelo link abaixo: https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZYocemvrTgsGdanldvSHZMyc1LDtRoWnlEK

Após a inscrição, você receberá um e-mail de confirmação contendo informações sobre como entrar na reunião.

 

 

 

Inflação, desemprego, desinvestimento, PIB zero… três anos de desastre, três anos de BolsoGuedes

Publicado: 17 Janeiro, 2022 – Escrito por: Comunicação CUT-CE | Editado por: Samira de Castro

ANTÔNIO CRUZ / AGÊNCIA BRASIL

A economia brasileira ficará estagnada em 2022, confirmando o fracasso da política econômica implantada após o golpe de 2016, e aprofundada por Jair Bolsonaro (PL) e o ministro Paulo Guedes. A grande marca do desgoverno ultraliberal e conservador é o descontrole dos preços da energia, em especial dos combustíveis, o desmonte do Estado, e a supressão de direitos sociais – o que esmaga a renda dos trabalhadores.

Pesquisa do Valor Econômico com 105 instituições financeiras e consultorias mostra expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,4% em 2022. Ao menos 26 instituições projetam contração e 13, estagnação.

“Os bolsonaristas colocam a culpa na pandemia, mas a coisa está pior que antes da crise sanitária global, e o governo não reage, não propõe nada, não trabalha”, afirma o presidente da CUT Ceará, Wil Pereira. “Enquanto o país vive tragédias ambientais e as consequências gravíssimas de desastres climáticos, o presidente tira férias. Na hora de trabalhar, logo adoece”, lembra.

Desemprego, miséria e fome

O Brasil de Bolsonaro e Guedes é o país do desemprego, da miséria e da fome. “Hoje, temos 44% dos trabalhadores e trabalhadoras na informalidade. A taxa de desemprego no Brasil é de 11,7% para homens e 17,1% para as mulheres; para a população negra a taxa de desemprego representa 13,1% para homens negros e inacreditáveis 20,1% para as mulheres negras”, completa o presidente da CUT-CE.

Os negros representam 55% da população brasileira. A população negra é a que mais perdeu emprego durante a pandemia do coronavírus (representam 72% dos que perderam emprego na crise), é a que mais morreu de covid-19, e também é a que mais morre de “bala perdida da polícia”.

Quase 20 milhões de brasileiros declararam passar 24 horas ou mais sem ter o que comer. Mais da metade (55%) da população brasileira sofria de algum tipo de insegurança alimentar em dezembro de 2020, segundo a Rede Ressan/Inquérito Nacional sobre a Segurança Alimentar no contexto da pandemia.

De acordo com a pesquisa, 116,8 milhões de brasileiros não tinham acesso pleno e permanente a alimentos. Desses, 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada ou grave) e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome (insegurança alimentar grave).

Preço dos combustíveis

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), a gasolina custava, em média, R$ 4,60 em janeiro do ano passado. No último mês de 2021, a média era de R$ 6,67. O diesel passou de R$ 3,60 para R$ 5,30. O etanol teve o aumento de 58%, de R$ 3,20 em janeiro para R$ 5,10 em dezembro. Em 2021, a Petrobras operou 16 reajustes no preço da gasolina e 12 no preço do diesel.

A política de preços dos combustíveis é uma decisão de Bolsonaro e do presidente da Petrobrás, o militar Joaquim Silva, nomeado pelo presidente. E os dois vêm promovendo reajustes contínuos nos preços, seguindo o valor do dólar. Isso faz com que os combustíveis fiquem muito caros para o consumidor brasileiro. Quem ganha com isso? Os investidores estrangeiros.

“Bolsonaro lasca com os brasileiros para garantir lucros para acionistas estrangeiros. Patriota de mentira!”, conclui Wil Pereira.

Produção industrial estagnada

Uma das provas da inoperância do governo é a produção industrial, que ficou em -0,2% entre outubro e novembro de 2021. Deste modo, registrou o sexto mês consecutivo de resultado negativo, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografa e Estatística (IBGE).

Analisando mês a mês, o IBGE observa que, das 11 informações de 2021, nove foram negativas. Ou seja, o setor industrial ainda sente muitas dificuldades, se encontrando atualmente 4,3% abaixo do patamar de produção em que estava em fevereiro de 2020.

“A indústria sofre com os juros em alta e a demanda em baixa, impactada pela inflação elevada e a precarização das condições de emprego, já que com o rendimento mais baixo, o trabalhador consome menos”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo.

Fuga de investimentos no Brasil

O chefe da BlackRock na América Latina, Dominik Rohe disse à Veja que mais nenhum investimento será feito no Brasil até o fim do governo Jair Bolsonaro. Segundo ele, o fundo só voltará a investir no país após a mudança do governo. Ao que tudo indica, Bolsonaro deve deixar o poder no final deste ano, após a eleição.

Como motivos para a decisão, Rohe citou o negacionismo do presidente e as promessas sem retorno de Paulo Guedes, além dos juros altíssimos e da inflação forte. Para Rohe, o ministro da Economia fala muito e faz pouco. Ele disse também não acreditar no avanço de nenhum projeto de Guedes em 2022.

Com informações da Rede Brasil Atual, Valor Econômico e Veja

 

 

Categoria decidiu pela paralisação por falta de diálogo com a atual direção que quer cobrar preços abusivos nos planos de saúde e vem alterando de forma unilateral resoluções internas

Publicado: 17 Janeiro, 2022 – Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha

FACEBOOK / CNU-FNU

Os eletricitários e eletricitárias da Eletrobras decidiram entrar em greve por tempo indeterminado em defesa dos seus direitos, de seu plano de saúde, que a atual direção da empresa quer cobrar preços abusivos. Eles também protestam contra a coação e assédio que vêm sofrendo em Furnas.

No Boletim Intersindicais Furnas a categoria denuncia que “ parece é que Furnas virou o laboratório do medo e da coação. A vanguarda do atraso. Não existe uma greve que não seja precedida de terrorismo direto nos emails da força de trabalho. E com o teletrabalho isso só se agravou. Diretores covardes, submissos às imposições da holding, passaram a dar ordem aos superintendentes e gerentes para estabeleceram o caos, a insegurança e o medo nos grupos de whatsapp dos departamentos com ameaças e intimidações aos movimentos grevistas ou a qualquer resistência”.

Nesta segunda-feira (17), as bases do Rio de Janeiro:  Santa Cruz, Grajaú, Angra dos Reis, Escritório Central (B.M.); Distrito Federal: Brasília, Gurupi, Serra da Mesa; Espírito Santo; Goiás: Aparecida de Goías, Rio Verde, Itumbiara; Minas Gerais: Marimbondo, Poços de Caldas, Itutinga; São Paulo – Campinas, Estreito e Itabera, amanheceram com faixas em apoio à greve e convocando a categoria para a luta.

FACEBOOK / CNU-FNU
FACEBOOK / CNU-FNU

Em nota, a Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL)  diz que é chegada a hora da mobilização em defesa do nosso país, da soberania, da defesa dos nossos empregos e dos nossos direitos e convoca todos os trabalhadores e trabalhadoras a entrarem em greve por tempo indeterminado, conforme deliberado em assembleia.

Segundo a AEEL, a paciência dos trabalhadores e trabalhadoras chegou ao limite com a iniciativa dos diretores da Eletrobras, principalmente do senhor Luiz Augusto Figueira, de alterar o plano de saúde em plena pandemia, como se já não bastasse a inflação de mais de 17% (IGP-M) e 10% (IPCA) que corrói o poder de compra e a qualidade de vida, agora a empresa quer empurrar goela abaixo um plano de saúde com cobranças abusivas.  A empresa também vem alterando de forma unilateral resoluções denunciam os dirigentes da AEEL.

Redução da qualidade do serviço prestado à população

Os eletricitários alertam que o rebaixamento da qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras é só o primeiro ato, que antecede as demissões, com a consequente redução da qualidade do serviço de energia elétrica para a população, que pagará o preço com novos aumentos das tarifas. E tudo isso com o único objetivo de pagar mais dividendos e enriquecer os acionistas privados, ou seja, com o interesse de transferir renda do trabalhador e da população para os banqueiros e grandes empresários.

 

 

 

 

Entre as mulheres, 61% acham que o presidente mais atrapalha. Elas também são as que mais concordam com a imunização

Publicado: 17 Janeiro, 2022 – 10h08 | Última modificação: 17 Janeiro, 2022 – Escrito por: Revista Fórum

SECOM / GOVERNO DE SP

Pesquisa Datafolha divulgada na noite deste domingo (16) revela que 79% dos brasileiros apoiam a vacinação contra a Covid-19 de crianças entre 5 e 11 anos. Seguindo o exemplo de Jair Bolsonaro (PL), 17% rejeitam a imunização e outros 4% não souberam opinar.

Atacando diariamente a vacinação, Bolsonaro é tido como empecilho para a maioria dos brasileiros. Segundo a pesquisa, 58% acreditam que o presidente mais atrapalha do que ajuda quando o assunto é a vacinação das crianças.

O estudo mostra que 25% acham que Bolsonaro mais ajuda, 14% disseram não saber a resposta e apenas 2% disseram que ele não ajuda, nem atrapalha.

Entre as mulheres, 61% acham que o presidente mais atrapalha. Por outro lado, 32% dos homens acreditam que Bolsonaro mais ajuda.

As mulheres são também as que mais concordam com a imunização, com 83% – entre os homens o índice é de 75%.

A pesquisa foi feita por telefone nos dias 12 e 13 de janeiro, com 2.023 pessoas de 16 anos ou mais em todos os estados do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.