O presidente foi alvo de muitas críticas; partidos de oposição já se articulavam para derrubar medida no Congresso

 

“A importância do servidor, que sempre foi imensa, ficou muito mais evidente na atual pandemia. Foi graças à articulação decisiva dos servidores públicos que atuaram na linha de frente do combate À Covid-19 que grande parte da população – aquela que não tem direito a planos de saúde – pode ser acolhida e tratada. Muitas vidas foram salvas graças a atuação deles no Sistema Único de Saúde, o SUS”, aponta o coordenador do Grupo de Trabalho Coronavírus da UFRJ, o epidemiologista Roberto Medronho. 

“Esta é uma prova cabal da importância fundamental dos servidores públicos para a população, mas, infelizmente, estão sendo atacados por uma visão ultraliberal chamada Estado mínimo. Não há dúvida nenhuma que, num país como o Brasil, com escandalosas e indignas desigualdades sociais, não se pode prescindir de um Estado de proteção social, como a Seguridade Social, para se tentar reduzir esse fosso dramático que existe entre a elite econômica que mora de frente para o mar e de costas para o Brasil, e a imensa maioria do povo. Pessoas que sofrem pela falta de empregos formais e com dificuldades de acesso a serviços de saúde — milhões moram em cidades que não existem médicos”, acrescenta Medronho. 

Integrante do GT Coronavírus da UFRJ e coordenador do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação, Guilherme Travassos é um dos responsáveis por uma das principais ferramentas de monitoramento da pandemia no Rio de Janeiro, o Covidímetro. Para ele, a importância do servidor para a sociedade não é uma questão de opinião, mas um fato concreto: “As evidências que podem ser observadas nas diferentes frentes de luta contra a Covid-19 envolvem a presença de servidores públicos. Se não fossem eles,  dificilmente teríamos tido sucesso nas várias ações que empreendemos. Servidores públicos sempre prezam pelo bem comum”, afirma. 

“Por isso”, conclui, “a atuação dos verdadeiros servidores públicos deve ser garantida, promovida, respeitada e apoiada pela população. Os serviços evoluem e assim devemos evoluir para que possamos manter a sociedade bem atendida. Reformas devem levar isso em consideração. É uma pena assistir tanta intervenção, ingerência e interesse político influenciando o dia a dia dos servidores públicos. Isso não contribui para que possamos manter e aumentar os benefícios do nosso trabalho para a sociedade”.

Universidade é exemplo 

Amilcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ é uma das maiores referências brasileiras na área. Além disso, ele é consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS), coordena o laboratório de campanha da universidade com capacidade para realizar 300 testes moleculares do tipo PCR e está à frente do desenvolvimento da nova plataforma de vacina para a Covid-19. 

Para este importante pesquisador, o setor público, principalmente a universidade pública, deu uma resposta muito importante e rápida à pandemia do novo coronavírus. “A UFRJ foi uma instituição exemplar, porque começamos a responder muito cedo(à pandemia) logo no início, atuando em muitas frentes”.

Segundo Tanuri, o setor público foi decisivo, principalmente para a população menos favorecida que depende do SUS. 

Compromisso 

Para o infectologista e diretor da Divisão Médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Alberto Chebabo, no  momento em que se enfrenta uma campanha contra o funcionalismo público, com uma reforma administrativa apontando para a implantação do Estado mínimo, os servidores mostram que o serviço público é essencial à população no combate ao coronavírus.

“Grande parte das pessoas infectadas foi atendida nos hospitais do SUS, onde foi possível salvar um número enorme de vidas. Se não fosse o SUS, grande parte da população brasileira não teria condições de ser atendida adequadamente nesta epidemia. Mesmo com todo subfinanciamento, o SUS conseguiu, tanto nas grandes cidades como nas menores, dar conta desse atendimento. E mostrar a importância do funcionalismo e de se ter servidores de carreira comprometidos e atuando em todas as áreas, principalmente quando se fala de saúde”, reconhece o médico.

Aperfeiçoar e não destruir 

“Os servidores públicos, como o próprio nome diz, prestam serviços ao público, independente dos governos e partidos que estejam no poder. Infelizmente, os servidores foram muito desvalorizados e até mesmo ofendidos nos últimos anos. Mas estão tendo agora o reconhecimento da sociedade, que já não acredita na tese do Estado mínimo”, avalia o sanitarista Christovam Barcellos, vice-diretor do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz, e coordenador do Monitora Covid-19.

“Precisamos de um SUS forte, de pesquisas em saúde e em outras áreas, como das ciências humanas, da assistência social, enfim, de todas como a pandemia da Covid-19 está mostrando ser necessário. Claro que precisamos aperfeiçoar esses sistemas, mas não destruí-los, como pretende o governo atual”, observa Barcellos.

Médica pediatra da Emergência do IPPMG há 32 anos, Aldinélia Pinheiro destacou a diligência e o empenho de todos os profissionais que atuam na saúde nestes tempos de pandemia, desde aqueles dedicados aos serviços gerais até a direção. Ela aponta que as circunstâncias mostraram, mais uma vez, a importância dos serviços públicos e frisa que, não fosse o nosso Sistema Único de Saúde, a situação no país poderia estar bem pior em consequência da  pandemia. 

Mas, ela afirma que não se surpreende com aos ataques aos servidores com a reforma administrativa em curso no Congresso,  porque o governo atual nunca escondeu seu projeto político. O que a surpreende é ainda haver servidores garantindo apoio a esse projeto.

 

 

 

Uma live reunindo a reitora Denise Pires de Carvalho, duas técnicas-administrativas em educação eméritas (Regina Célia Loureiro [Regininha] – a primeira da categoria a ter seu trabalho e dedicação à UFRJ reconhecidos pela comunidade universitária – e a médica do IPPMG Hemengarda Patrícia Santoro – a segunda homenageada com o título), a professora emérita da ECO, Raquel Paiva, e as dirigentes sindicais Noemi Andrade, do Sintufrj, e Eleonora Ziler, da Adufrj, encerrou a celebração pelo Dia do Servidor Público na UFRJ, nesta quarta-feira, 28 de outubro.

“Amo de paixão essa universidade. São mais de 40 anos de trabalho com amor e dedicação e sem nunca esperar por reconhecimento. Esse título de emerência foi uma surpresa, e muitos outros servidores merecem recebê-lo. Com a pandemia, acredito que a sociedade passou a valorizar mais as instituições federais, a universidade pública. Só lamento que o governo não reconheça a nossa importância. Desejo mais 100 anos de sucesso para a nossa UFRJ e que tenhamos força para resistir e lutar e vencer todas as dificuldades”, disse, emocionada, Regininha. 

“A UFRJ mais uma vez demonstrou, com a participação de todos nós, como é protagonista. Eles (os governos) vão passar, como passaram todos os outros, mas nós, servidores, continuaremos, porque temos consciência do nosso papel numa sociedade tão desigual”, afirmou Raquel Paiva.

“Desde criança, assisti essa data sendo muito comemorada, porque meus pais eram funcionários públicos dedicados e orgulhosos do seu trabalho. E nestes 100 anos da UFRJ, 45 deles passei dentro da instituição. Aprendi a amá-la, dignificá-la e retribuir, dando o meu melhor. Hospital-escola, como o HU, se aprende, se ensina e se alcança quem vem procurar ajuda. Um centenário olhando para o futuro, tendo como lastro um belíssimo passado. Por isso, todos vencemos uma doença que ninguém conhecia. Esta será sempre a nossa casa. A universidade tem seu caminho aberto por amor a todos e pelo bem de todos, porque é pública”, prometeu Hemengarda Patrícia.

“Parabéns a todos os servidores federais, estaduais e municipais deste país, e engana-se quem acha que não temos nada a comemorar. A pandemia mostrou que o serviço público é essencial e necessário, e a UFRJ, com seus trabalhadores, tem dado um show em assistência, em informação segura e com as suas pesquisas. Mostramos para a sociedade que estamos aqui para servir pelo bem-estar social, mesmo com um governo que não considera o serviço público como necessário à população. Nestes 100 anos da universidade produzindo para o público e formando cidadãos, sempre unimos as nossas forças, e agora não será diferente para defender a instituição e o servidor da reforma administrativa, que nos impõe momentos sombrios de ataques aos nossos direitos”, lembrou a coordenadora sindical Noemi Andrade. 

“Já enfrentamos outros momentos de muitas dificuldades, mas o serviço público vem se firmando como um escudo do cidadão. Do ponto de vista ético e político, o país está se desmantelando, mas nós estamos aqui, com ética e muito trabalho, impondo derrotas a esse governo. Temos como tarefa pressionar os congressistas a não votarem na mais draconiana piloa e nos preparar para enfrentar a reforma administrativa.” E encerra a dirigente da Adufrj citando o poeta Mário Quintana: “Eles passarão… Eu passarinho!”

Denise Pires de Carvalho abriu e fechou a live, e homenageou também os terceirizados: “O que seria de nós sem os trabalhadores terceirizados cuidando dos espaços onde as ações presenciais são necessárias durante a pandemia? São eles que fazem a segurança patrimonial, dos servidores, dos pacientes, garantem a limpeza dos locais”. 

 

Segundo a reitora, a defesa do público tem que partir da própria sociedade. “Os servidores atuam em organizações do Estado, e isso é o que garante uma sociedade mais justa e menos desigual. Sem as instituições públicas e os servidores, seríamos muito piores como nação. O que teria sido do Brasil sem o SUS, as instituições públicas, as universidades neste momento de pandemia?”, questionou. 

Captura de momento da live, no canal da Extensão UFRJ.

Esta quarta-feira, 28 de outubro é especial. Porque mesmo sob o domínio de um governo de extrema direita e inimigo das trabalhadoras e trabalhadores deste país, comemora-se o Dia do Servidor Público. Uma categoria de vieses tão múltiplos e por isso mesmo tão necessária à sociedade. Principalmente neste momento tão atípico em que o país e o mundo sobrevivem a uma pandemia sem precedentes na nossa história recente.

Nunca se precisou tanto dos servidores públicos como agora e em todas as frentes de trabalho. O destaque maior fica com as áreas da saúde e da pesquisa, mas o que seria de todos nós sem os funcionários das empresas públicas coletoras de lixo, por exemplo? Então, uma pergunta que não quer calar: por que os profissionais a serviço da sociedade estão ameaçados de extinção pela reforma administrativa do governo?

O Boletim Dia a Dia do Sintufrj inicia hoje uma série de três reportagens com fogo no protagonismo do servidor da UFRJ especialmente na frente da saúde.

Acesso universal
A enfermeira Aline Muniz trabalha no setor de apoio e suporte para dependentes químicos e alcoolismo no Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (ex-Hesfa).

Aline Muniz.

Servidora federal há 18 anos, ela afirma: “O serviço público tem que ser prestado com equidade, porque é um serviço prestado para todos e o direito é universal, independente de classe social. A partir desta lógica, como servidora pública do Sistema Único de Saúde sei que o serviço público nos dá algumas garantias que permitem que façamos um trabalho de qualidade. A partir do momento que temos estabilidade, trabalhamos não para servir como cargo político, mas para atender aos interesses da população de forma adequada”.

Marcos Padilha é técnico de enfermagem no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho há mais de três anos, atuando nos setores de internação clínica e acadêmico. Para ele, os servidores públicos são fundamentais para manter a máquina pública viva: “Sem nós, a população estaria padecendo nas mãos dos empresários. Eu, enquanto servidor e atuante no SUS, defendo o serviço público gratuito, universal e de qualidade”.

Marcos Padilha

Padilha não tem dúvidas de que a atuação dos servidores no Hospital Universitário foi de fundamental importância para salvar vidas durante os momentos mais críticos da pandemia. “Tivemos medo, na verdade, muito medo… Encarar o novo e perigoso nos trouxe incertezas e preocupações. Mas como bons profissionais assumimos a missão que nos foi dada desde, que é servir ao povo brasileiro”, fala emocionado o profissional.

Para ele, o anúncio da reforma administrativa é um golpe no estômago por parte de alguém que deveria estar atuando ao lado dos servidores. “A reforma desvaloriza todo o nosso esforço e empenho durante a pandemia!”, lamenta.

Seguir em frente
“Essa mudança (se a reforma administrativa for aprovada pelo Congresso Nacional) será triste. Estamos trabalhando há tantos anos e não muda para melhor o atendimento para quem precisa. Mas como a gente gosta do que faz, o importante é saber que o que fazemos importa demais. São vidas e lutamos com todo sacrifício por elas, e estamos aqui para trabalhar”, define Laura Santos, técnica em enfermagem há 34 anos no IPPMG. Ele faz parte das centenas de profissionais de saúde da UFRJ que foram contaminados pelos vírus, por estar de frente no combate à pandemia.

“Não desistimos, mesmo com medo a gente tem que seguir em frente. Ficamos infelizes porque perdemos muitas pessoas. mas não deixamos de dar nossa assistência. É muito triste essa reforma administrativa anunciada. Eu estou saindo (se aposentando), mas qual será o futuro dos servidores que estão começando agora? Será que terão algum futuro?”, pergunta.

Laura Santos.

 

 Nesta terça-feira, 27 de outubro, duas unidades de saúde do campus da UFRJ na Praia Vermelha receberam a unidade móvel do Sintufrj: o Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC) e o Instituto de Psiquiatria (IPUB). O Sintufrj Itinerante voltará a estacionar no Instituto de Ginecologia nesta quinta, 29. Compartilhe!

Em cidades Brasil afora este 28 de outubro, Dia do Funcionalismo Público, será celebrado com manifestações contra o governo Bolsonaro e a proposta de reforma administrativa que desmonta os serviços públicos no país.

O Dia de Mobilização Nacional no Rio de Janeiro terá como cenário a Candelária, em concentração convocada para 16h, com apoio da CUT-RJ e aprovado nos fóruns Estadual e Nacional dos Servidores Públicos.

É um dia para enaltecermos a importância da servidora pública e do servidor público na prestação de serviços à sociedade, ressaltarmos a necessidade da sua valorização e darmos um sonoro NÃO à Reforma Administrativa que o Governo Bolsonaro quer implantar.

 

 

O golpe jurídico do governo Bolsonaro nas eleições internas dos Institutos e Universidades Federais do país ainda não foi digerido pelos reitores democraticamente eleitos e não empossados. Poucas semanas depois da interferência direta do Ministério da Educação na escolha dos gestores dos IFs, três professores eleitos para a reitoria de IFs no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Santa Catarina se uniram, vêm se articulando e já estudam estratégias em conjunto para reaver os cargos.

À frente do grupo estão o potiguar José Arnóbio de Araújo Filho (IFRN), o carioca Maurício Saldanha Motta (Cefef-RJ) e o catarinense Maurício Gariba Junior (IFSC). O trio vem reunindo apoio de outras instituições e no parlamento. A deputada federal e relatora do Fundeb Dorinha Seabra (DEM-TO) já declarou apoio à pauta e intermediou uma audiência entre os reitores eleitos e um secretário do MEC, que se comprometeu em levar a pauta para o ministro. O grupo, no entanto, tem ampliado o debate para pressionar o governo:

– Desde o período que a gente percebeu que estava acontecendo o golpe, eu e Maurício Gariba estreitamos relações. Então a gente vem conversando e pensando estratégias. Depois com Maurício Mota, discutindo, vendo saídas e possibilidades. Quando aconteceu o golpe na UFERSA resolvemos fazer uma Frente Nacional em torno dos Institutos e Universidades Federais. Percebemos que ia acontecer (o golpe) na rede. Iniciamos essa conversa eu, Gariba e Maurício Mota e convidamos os reitores. A primeira reunião foi há um mês e meio”, conta Arnóbio Filho, 1º colocado na eleição do IFRN.

O último encontro do grupo aconteceu dia 22 de outubro. Os reitores eleitos avaliam entrar como parte na ação direta de Inconstitucionalidade ajuizada pelo Partido Verde questionando as portarias do MEC que ignoraram o resultado das eleições. A ação está atualmente em análise pelo STF.

A ideia também é levar a pauta para o Congresso Nacional e garantir ainda mais visibilidade nacional. Como as eleições municipais esvaziaram a Câmara e o Senado, a ideia é realizar audiências públicas após os pleitos:

– Pensamos num conjunto de ações para mostrar à sociedade o que está acontecendo. Procuramos a professora e deputada federal Dorinha Seabra, que foi relatora do Fundeb, e ela se mostrou muito indignada e também acredita que não existe ilegalidade para que não pudéssemos tomar posse. Então reunimos reitores dos institutos e das universidades para pensar ações políticas”, disse o reitor eleito do IFRN.

O grupo, que conta com representantes de professores, sindicatos, estudantes e servidores técnicos de várias instituições de ensino federal do país, tem nova reunião marcada para 5 de novembro e até lá esperam ampliar os apoios.

– Estamos conversando sistematicamente para encontrar alternativas e reaver os mandatos”, concluiu.

IFRN

No Rio Grande do Norte, a intervenção do MEC nas eleições para reitor no IFRN já completou 7 meses. Em 20 de abril, o então ministro Abrahm Weintraub baixou uma portaria nomeando o professor Josué Moreira, que sequer participou das eleições.

O 1º colocado, eleito com 48% dos votos, foi o professor José Arnóbio de Araújo Filho. O interventor já disputou a eleição para a prefeitura de Mossoró pelo PSL e foi uma indicação do deputado federal bolsonarista general Girão.

A comunidade acadêmica, no entanto, não aceitou a intervenção. Uma onda de protestos e manifestações tomou conta das redes sociais e também da estrutura do campus central do IFRN. O interventor chegou a acionar a Polícia Militar para retirar à força estudantes que protestavam contra o golpe na sede da reitoria. Agressões contra alunos foram registradas, um processo disciplinar foi aberto na Polícia Militar e o policial que comandou a operação terminou afastado.

 

Matéria retirada do site da agência de reportagem Saiba Mais

 

O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) precisa de doação de sangue para atender seus pacientes como também os do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) e, eventualmente, da Maternidade Escola.

Além disso, a unidade por oferecer atendimento de alta complexidade, tem pacientes em estado grave ou com patologias que necessitam de sangue, por exemplo, em caso de transplante de medula óssea, serviço que não foi interrompido durante a pandemia.

“O mundo não parou e (procedimentos como cirurgia de medula) têm que acontecer na medida em que por possível”, explica Carmen Nogueira, chefe do Serviço de Hemoterapia do Hospital Universitário e professora da Faculdade de Medicina.

“O HU está sempre precisando de doação”, diz a médica, explicando que sangue tem prazo de validade. “Precisamos de sangue todos os dias do ano,  sábados, domingos e feriados. “Não é só agora e a comunidade extramuros tem que perceber isso”, acrescenta.

Agenda

Na maior parte do tempo, o atendimento ao doador é bem rápido. Por isso, em caso de livre demanda, não há necessidade de marcar horário. A situação muda um pouco quando se trata de grupos grandes de pessoas que vão juntas praticar esse ato de solidariedade. Isso ocorre muito quando famílias de pacientes se mobilizam para a doação.

No caso de 10 pessoas, por exemplo, o aconselhado é entrar em contato com a Recepção de Doadores de Sangue (pelo telefone exclusivo 3938-2305) para avisar sobre a ida do grupo.

Doadores

Podem doar pacientes de 16 anos (com autorização dos pais) até 69 anos. Mas, Carmem Nogueira lembra que, como estamos em tempos de pandemia, a faixa etária de doadores foi reduzida para entre 18 e 55 anos, preferencialmente, para evitar deslocamentos desnecessários em transporte público de pessoas do grupo de risco.

Funcionamento

O Serviço de Hemoterapia do Hospital Universitário funciona no 3º andar do prédio da unidade. O doador deve comparecer munido de documento com foto e estar bem de saúde. A coleta é feita entre 7h30 e 13h30, de segunda a sexta-feira.

Cuidado geral

Além de atenção à faixa etária, ao estado de saúde e às recomendações na pandemia, o doador tem que pesar mais de 50 Kg. Não é necessário estar em jejum, mas evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação.

Outras informações (inclusive sobre quem pode doar) e agendamento pode ser feitos pelo telefone do setor ou pelo e-mail hemoter@hucff.ufrj.br.

Segundo a responsável pelo setor, a responsabilidade do serviço é buscar o melhor sangue para o paciente, mas também cuidar da saúde do doador para que goste da experiência e retorne. Homens podem doar três vezes por ano. Mulheres, duas.

 

 

Duas unidades de saúde do campus da UFRJ na Praia Vermelha recebem nesta terça-feira, 27 de outubro, a unidade móvel do Sintufrj: o Instituto de Neurologia Deolindo Couto e o Instituto de Psiquiatria. Entre 10h e 16h o plantão itinerante do sindicato estará disponível para atender e orientar servidores com o mesmo naipe de serviços que presta na sua sede e subsedes. Na quinta-feira, dia 29, o Sintufrj Itinerante retornará ao Instituto de Ginecologia. Nesta segunda-feira, a van do sindicato esteve no Hospital Escola São Francisco de Assis (Hesfa). Foi a continuidade de uma ação que busca aproximar ainda mais a base da categoria de técnico-administrativos de sua entidade, iniciada pelo Hospital do Fundão na segunda-feira, 19 de outubro. No momento, a itinerância tem se voltado para unidades de saúde, setor que exige o trabalho presencial na universidade. Além de serviços, a gestão Ressignificar às unidades mensagens políticas relacionadas à defesa da universidade pública e dos servidores.

CONFIRA O DEPOIMENTO DE SERVIDORA DO HESFA NESTA SEGUNDA-FEIRA, 26: 

 

Nesta quarta, 28, servidores e trabalhadores de várias áreas vão se unir em atos para defender o serviço público de qualidade, o servidor e as estatais brasileiras, que vem sendo atacadas por Bolsonaro

Matéria retirada do site da CUT

Nesta quarta-feira (28), Dia do Servidor Público, a CUT e as entidades que representam os trabalhadores e as trabalhadoras realizarão manifestações nas ruas e nas redes em todo o país em defesa do serviço público de qualidade para a população, da valorização do servidor público.

Os atos também serão em defesa das empresas públicas que estão na mira da privatização, como os Correios, Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica e, no Distrito Federal, a Companhia Energética de Brasília (CEB), e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 32/2020), que prevê uma reforma Administrativa que acena ao mercado e penaliza populaçãodestrói funcionalismo público e mantém privilégios para poucos

A luta é contra o processo de sucateamento e desmonte dos serviços públicos e das estatais, iniciado pelo golpista Michel Temer (MDB) e intensificado na gestão do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que deve ser acelerado com a tramitação da reforma Administrativa encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional, e as privatizações das empresas públicas, que serão entregues ao capital financeiro e às corporações multinacionais, entre elas, a Eletrobras, que além de atacar a soberania nacional, afeta o bolso dos trabalhadores e trabalhadoras.

O Dia de Mobilização Nacional de Luta Contra a Reforma Administrativa de Bolsonaro, nesta quarta-feira, está sendo organizado nas capitais e nos grandes centros de todo o país, segundo o diretor Executivo da CUT, Pedro Armengol.

É dia de denunciar a política do governo Bolsonaro que, se aprovada no Congresso Nacional, pode acabar com o serviço público no Brasil, disse o dirigente se referindo a PEC 32 que, segundo ele, prevê uma profunda mudança no papel do Estado no Brasil, com a precarização do serviço público, retirada de direitos dos servidores e o início do modelo de Estado mínimo e que deixará milhares de pessoas sem acesso a serviços básicos essenciais.

Reforma Administrativa desconhece realidade de servidores públicos do Brasil

“Não temos o que comemorar neste dia 28 e também não podemos ficar em casa sem nos manifestar. Estaremos nas ruas, com todos equipamentos de proteção contra Covid-19, para dialogar com a sociedade sobre esta medida de Bolsonaro e Guedes que, se aprovada, só quem tem dinheiro para pagar que terá educação e saúde. E isso tudo num grande descaso com a população para atender ao capital financeiro”, explicou.

“No orçamento de 2021, por exemplo, está previsto 53% dos recursos para pagamento de dívidas com os bancos, e para isso eles vão tirar pessoas, principalmente as mais carentes, da cobertura social do Estado.  Eles estão rasgando o contrato social garantido na Constituição de 1988, tirando o Estado como responsável pela saúde, saneamento e educação para todos e todas”, completou.

A nossa responsabilidade é ir contra esta medida e derrotar este projeto tão danoso para a sociedade brasileira, que é a reforma Administrativa e o conjunto de privatizações das nossas estatais.

– Pedro Armengol

O diretor Executivo da CUT ressalta que a mobilização da próxima quarta será maior que a do último dia 30. “Cada estado e fórum estão discutindo o formato e local dos atos, sempre prestando atenção nas condições sanitárias contra a Covid-19, mas pelo que podemos avaliar, desta última reunião com as entidades que estarão neste dia 28 nas ruas, é que este ato será grande”.

CUT orienta sua base

A Executiva Nacional da CUT convocou todas as CUTs estaduais, Ramos e entidades filiadas a se somarem aos atos em todos os estados e municípios, para “demonstrar indignação e disposição de luta contra essa política que atenta contra a soberania nacional, os interesses da maioria do povo brasileiro que é atendido pelos serviços públicos e dos servidores públicos que prestam serviços inestimáveis para nosso povo”.

Onde vai ter ato

Em São Paulo, o Macrossetor do Serviço Público da CUT-SP vai realizar um ato, às 13h30,  na Praça do Patriarca, no centro da capital.  O uso de máscaras e os cuidados de autoproteção, como manter o distanciamento, será obrigatório entre os participantes.

No Distrito Federal, além de debates conjunturais e falas políticas, a atividade contará com apresentações artísticas diversas. A transmissão será a partir das 18h pela TV Comunitária ─ Canal 12 na NET ─ e pelas páginas do Facebook das entidades que compõem o movimento.

“É um dia para lembrarmos a importância da servidora pública e do servidor público na prestação de serviços à sociedade e também de ressaltarmos a necessidade da sua valorização”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.

“Nesta data, reforçaremos ainda nossa mobilização contra a reforma Administrativa que, na prática, significa a destruição dos serviços públicos, e nosso posicionamento contra a venda de empresas públicas que são fundamentais para a população”, completou o dirigente.

Em Recife, a agenda começa com panfletagem na Estação Central do Recife, às 7h. Depois, tem um ato simbólico, às 14h30, na Avenida Guararapes.

Em Santa Catarina, as mobilizações estão marcadas para acontecer em Florianópolis, concentração às 10h30, na Catedral, e em Joinville, às 17h, na Praça da Bandeira.

Em Minas Gerais vai ter pedágio nos órgãos públicos para que os dirigentes sindicais e servidores públicos possam falar da importância dos serviços públicos.

Em Porto Alegre, o ato público, às 14h, será em frente à Prefeitura, e foi convocado pela Frente dos Servidores Públicos, pela CUT e demais centrais sindicais e movimentos sociais. Também será realizada uma coletiva de imprensa, às 11h, das entidades que representam federais, estaduais e municipais, que participam das mobilizações contra a reforma administrativa.