País asiático anunciou que iniciará operações militares ainda nesta terça e avisou que possíveis consequências devem ser atribuídas a Washington

REDAÇÃO OPERA MUNDI

São Paulo (Brasil)

A China respondeu à chegada da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi em Taipei, capital taiwanesa, nesta terça-feira (02/08), afirmando se tratar de uma grave violação de princípio, de soberania e integridade nacional.

“Esta é uma grave violação do princípio de uma só China e das disposições dos três comunicados conjuntos China-EUA”, disse disse o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado, acrescentando que a atitude tem um “impacto severo” na base política das relações entre os países e “infringe seriamente a soberania e a integridade territorial da China”.

A visita de Pelosi “mina a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan e envia um sinal seriamente errado às forças separatistas para a ‘independência de Taiwan'”, acrescentou a chancelaria, pedindo a Washington que “não vá mais longe no caminho errado e perigoso”.

O Ministério também alertou sobre “medidas” não especificadas que Pequim pode tomar à luz da visita da alta funcionária, culpando diretamente as possíveis consequências disso em Washington.

“A China definitivamente tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar resolutamente sua soberania e integridade territorial em resposta à visita do presidente dos EUA. Todas as consequências decorrentes disso devem ser suportadas pelo lado dos EUA e pelas forças separatistas da ‘independência de Taiwan'”, afirmou.

O Comando da Zona Leste da China, por sua vez, anunciou que iniciará ainda nesta terça uma série de operações militares perto de Taiwan, para “defender resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial”, disse o Ministério da Defesa Nacional.

O Exército de Libertação Popular chinês havia anunciado anteriormente exercícios militares em torno de Taiwan entre 4 e 6 de agosto.

Reprodução Forças armadas chinesas tomarão medidas necessárias para a defesa da integridade nacional, alertou China

Roberto Gambine, ex-pró-reitor, é o palestrante convidado da sessão de abertura no Espaço Cultural

sessão de abertura no Espaço Cultural

A aula inaugural dos cursos de capacitação – preparatórios para o mestrado e o doutorado – e das oficinas do Sintufrj é na sexta-feira, 5 de agosto, das 9h30 às 12h, no Espaço Cultural da entidade. Os inscritos não podem faltar, porque contará como presença em aula.

A Coordenação de Educação, Cultura e Formação Sindical fará a apresentação dos professores, esclarecerá dúvidas dos alunos e informará sobre a dinâmica das aulas. Os cursos de capacitação serão ministrados on-line, já as oficinas funcionarão presencialmente.

Roberto Gambine, ex-pró-reitor de Pessoal e de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças é o palestrante convidado da Coordenação de Educação. As Oficinas de Dança e Violão, que já estão em plena atividade, farão apresentações com seus alunos.

Cursos, oficinas e inscrição

Até domingo, 31 de julho, os interessados podem se inscrever para os cursos de capacitação e as oficinas. É só acessar www.sintufrj.org.br  e entrar no link “Fazer Inscrição”. Além de sindicalizados e seus descendentes diretos, podem se inscrever os trabalhadores extraquadro, terceirizados e prestadores de serviços na UFRJ.

Os cursos oferecidos preparatórios para o mestrado e doutorado, e que também contam para progressão em capacitação, resultando em melhoria salarial são: Metodologia de Pesquisa, Redação Acadêmica I e II, Orientação Acadêmica, Espanhol Introdutório e Inglês Instrumental.

Tem ainda o curso História do Patrimônio Cultural: lugares, saberes e memória, dividido em quatro módulos independentes.

Oficinas: Violão, Dança, Pintura e Patchwork.

ROBERTO GAMBINE. Pró-reitor trocará experiências em palestra na aula inaugural

Oficinas: Violão, Dança, Pintura e Patchwork.

 

 

Desigualdade salarial no Brasil contribui para a concentração de renda e o desequilíbrio social. Em vários países desenvolvidos, diferença é de apenas 10 salários entre os maiores e os menores rendimentos

 Publicado: 01 Agosto, 2022 – 08h00 | Última modificação: 01 Agosto, 2022 – 16h08

Escrito por: Andre Accarini | Editado por: Rosely Rocha

CUT NACIONAL

A desigualdade salarial no Brasil contribui para a concentração de renda e o desequilíbrio social. Em vários países desenvolvidos, a diferença entre os maiores e os menores rendimentos é de apenas 10 salários. No Brasil, 52% dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras ganham até dois salários mínimos (R$ 2.424), enquanto 90 CEO´s (sigla para Chief Executive Officer ou diretor executivo, geral ou presidente) de empresas com capital aberto na Bolsa de Valores de São Paulo, ganham mais de R$ 1 milhão por mês.

O levantamento, feito a partir de uma documentação pública sobre remuneração total que empresas têm de entregar à Comissão Mobilizaria de Valores (CVM), foi publicado pelo jornal o Estado de S Paulo. Segundo a reportagem, somente no ano passado os 10 executivos mais bem pagos do Brasil receberam R$ 400 milhões de reais, valor 30% maior que em 2020. Ou seja, a pandemia fez bem a esses executivos ao mesmo tempo em que deteriorou o mercado de trabalho para os menos escolarizados.

Mas, essa não é uma realidade exclusiva dos tempos atuais. O que muda, em parte é a justificativa dos setores da elite econômica para manter a desigualdade social no Brasil. A pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (CESIT) da Unicamp, Marilane Teixeira, diz que nos anos 1970, por exemplo, a argumentação do mercado financeiro era a de que o país estava crescendo e que era preciso primeiro crescer para depois distribuir as riquezas.

“Mas, evidentemente não aconteceu”, ela reforça.

Marilane cita também como desculpa do mercado para manter a discrepância salarial, a baixa escolaridade e baixa produtividade. “Isso de alguma forma vem sendo superado nas últimas décadas, em que mais pessoas tiveram oportunidades de qualificação, no entanto, o abismo se mantém”, ela critica.

Para a economista, as justificativas das empresas sobre produtividade e perfil dessas pessoas, os CEO´s, que são mais qualificados e preparados e mais difíceis de se encontrar e que, portanto, o salário se eleva no mercado, são argumentos que mascaram a condição cultural de desigualdade salarial no Brasil.

Em grande parte dos países desenvolvidos, a diferença entre o maior e o menor salário não pode ser superior a dez vezes. No Brasil, é mais de cem vezes, ou até mais mais de mil vezes

– Marilane Teixeira

Regulação

Não há no Brasil hoje nenhuma iniciativa que proponha acabar com esse fosso. No entanto, Marilane Teixeira explica que uma regulação garantiria um maior equilíbrio social, já que os salários – as remunerações – são indicadores essenciais da desigualdade.

“É essa forma que se a gente vai corrigir as desigualdades no mercado de trabalho. Essa discrepância, sem dúvida, não tem nada de natural, pelo contrário, acentua a o desequilíbrio e não é com teses furadas de que o problema é escolaridade e baixa produtividade” ela diz.

Regulação, ela explica, seria uma política, uma lei, que determinasse às empresas não praticar diferenças salariais que excedam dez salários, por exemplo. Sem regras sobre o tema, impera a realidade que vivemos em que 30% da força de trabalho ganha um salário mínimo (R$ 1.211,00) enquanto pequena parcela ganha mais de um milhão.

“Em um cálculo muito simples e por cima, com um salário de um executivo, daria para contratar mil trabalhadores”, ela observa.

Desigualdade

O rendimento mensal do trabalhador, no trimestre encerrado em junho deste ano, foi R$ 2.652, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

“O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 2.652 no trimestre de abril a junho de 2022, registrando estabilidade frente ao trimestre de janeiro a março de 2022 e redução de 5,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior”, diz a apresentação da Pnad-Contínua, indicando queda nos rendimentos dos brasileiros.

Leia mais: Renda cai e número de trabalhadores informais é recorde, mostra pesquisa IBGE

Outro dado importante sobre a desigualdade social no país é o de que, em 2021, a fatia do 1% mais rico no Brasil tem metade de toda a riqueza do país. O dado foi levanto por um estudo do banco Credit Suisse.

Durante a pandemia, segundo o estudo o acúmulo de riquezas pelos mais ricos, não só no Brasil, como no mundo aumentou significativamente. As 500 pessoas mais ricas do planeta tiveram um crescimento de seu patrimônio líquido em mais de US$ 1,8 trilhão.

Contra cortes e por eleições livres

O Sintufrj realiza assembleia-geral para discutir os cortes no Orçamento da Educação, consequentemente na UFRJ, e a mobilização pela democracia e eleições livres. As entidades representativas que atuam na UFRJ – SINTUFRJ, ADUFRJ, ATTUFRJ, DCE e APG – apoiám mobilização nacional em defesa do orçamento da universidade e pelo Fora Bolsonaro marcada para o dia 11 de agosto. Neste dia o país vai parar para manisfestação gigante contra a tentativa de golpe do fascismo. E o SINTUFRJ estará junto aos lutadores do povo!

ANOTE:

ASSEMBLEIA-GERAL

9 de AGOSTO

ÀS 10H, NO QUINHENTÃO (CCS)

 

 

PRESENÇA CONFIRMADA DE EDUARDO RAUPP,

PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E FINANÇAS

PAUTA:

– SITUAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

E CORTES NA UFRJ

– MOBILIZAÇÃO CONTRA O

GOLPISMO EM DEFESA DAS ELEIÇÕES

 

 

Nova turma do curso Metodologia de Pesquisa foi aberta e as inscrições para as Oficinas e curso História Patrimônio Cultural: Lugares de Saberes e Memórias foram prorrogadas. Aproveite a oportunidade!

 

Inscrição aberta para nova turma do curso Metodologia de Pesquisa

Uma nova turma do curso Metodologia de Pesquisa foi aberta pela Coordenação de Educação, Cultura e Formação Sindical do Sintufrj para início no dia 22 de agosto. As aulas (sempre on line) serão às segundas-feiras, das 19h às 20h30. Inscreva-se!

 

Prorrogadas inscrições das Oficinas e do curso Patrimônio Cultural

As inscrições ficarão abertas até o preenchimento de todas as vagas das Oficinas de Violão, Dança de Salão, Patchwork e Pinturas (aulas presenciais), como também para o curso História Patrimônio Cultural: Lugares de Saberes e Memórias (aulas on line).

Podem se inscrever para os dois cursos e as Oficinas: técnico-administrativo sindicalizado ao Sintufrj e seus dependentes diretos, extraquadro, terceirizados e prestadores de serviços na UFRJ.

 

Clique no link para fazer sua inscrição no curso que desejar

https://sintufrj.org.br/cpd/curso20222/

 

 

Segundo os dados do IBGE, o emprego sem carteira cresce duas vezes mais que o com carteira assinada; e número de autônomos também é recorde, apesar da queda do desemprego

 Publicado: 29 Julho, 2022 – 10h35 | Última modificação: 29 Julho, 2022 – 10h45

Escrito por: RBA

MONTAGEM RBA / REPRODUÇÃO

A taxa de desemprego fechou o trimestre encerrado em junho em 9,3%, mantendo a trajetória de queda dos últimos meses. Foi o menor índice para o período desde 2015. Mas, ao mesmo tempo, a renda cai e a informalidade é recorde (40%). Segundo o IBGE, o número de trabalhadores informais atingiu o recorde da série histórica: 39,3 milhões.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (29), o país tem agora 10,080 milhões de desempregados, 1,869 milhão a menos no trimestre (-15,6%) e menos 4,571 milhões em 12 meses (-32%). Os ocupados somam 98,269 milhões, número recorde, com altas de 3,1% e 9,9%, respectivamente.

São 25,7 milhões por conta própria na luta contra o desemprego

O emprego com carteira cresce, mas o sem carteira aumenta em ritmo duas vezes maior. Em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitca (IBGE), houve alta de 11,6% no número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (mais 3,685 milhões). Já os sem carteira subiram 23% (acréscimo de 2,438 milhões). O trabalho por conta própria perdeu ritmo e teve alta de 4,3% no mesmo período (1,071 milhão a mais). No entanto, o número é o maior da série histórica: 25,714 milhões.

Assim, os com carteira assinada agora representam 36,4% dos ocupados, apenas meio ponto percentual a mais do que há um ano (35,9%). E os sem carteira 1,4 ponto, de 11,9% para 13,3% do total de ocupados.

Os subutilizados, pessoas que gostariam de trabalhar mais, agora somam 24,736 milhões, -7,7% no trimestre e -24,1% em um ano. A taxa de subutilização foi de 21,2%, a menor desde 2016. Os desalentados, por sua vez, são 4,265 milhões, quedas de 7,1% e 22,5%, respectivamente. Eles agora representam 3,8% da força de trabalho – eram 5% há um ano.

Rendimento cai 5%

No serviço doméstico, o total subiu 4,4% no trimestre, para 5,856 milhões. Em 12 meses, o aumento é de 19,4%.

Estimado em R$ 2652, o rendimento médio ficou estável no trimestre e caiu 5,1% em 12 meses. A massa de rendimentos soma R$ 255,707 bilhões, com aumento de 4,4% e 4,8%, devido ao maior número de ocupados.

 

Troca de mensagens mostra suposto planejamento de assassinatos em região onde três indígenas foram assassinados em 2021

Murilo Pajolla
Brasil de Fato | Lábrea (AM) |

Indígenas Guarani Kaiowá – Tiago Miotto/Cimi

A Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani, a Aty Guasu, denunciou pelas redes sociais uma troca de mensagens virtuais que indica o planejamento de um massacre contra estudantes dentro de uma escola indígena no Mato Grosso do Sul.

Conforme a Aty Guasu, as ameaças são direcionadas para uma instituição de ensino no interior da Terra (TI) Indígena Amambai, onde vivem 12 mil pessoas. Nos últimos meses, três Guarani Kaiowá foram assassinados a tiros enquanto tentavam retomar terras ancestrais, hoje ocupadas por fazendeiros.

Embora a veracidade da conversa não tenha sido comprovada, o episódio colocou as comunidades em alerta. Nos supostos diálogos divulgados na quarta-feira (27), duas pessoas combinam, em detalhes, de “entrar naquela escola e metralhar os filhos dos vagabundos”.

As ameaças, que preveem até 10 vítimas, teriam motivado a paralisação de atividades de saúde, educação e de instituições religiosas voltadas aos indígenas. A Aty Guasu pediu que o episódio seja investigado com urgência.

No dia em que foi divulgada a troca de mensagens, o Ministério da Justiça mandou a Força Nacional à região. Sem citar os indígenas, a ordem assinada pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, determina a presença de tropas em cidades onde houve registro de violência contra os Guarani Kaiowá.

A eleição para capitão e vice-capitão dos Guarani Kaiowá da TI Amambai, uma herança do tempo em que os indígenas foram confinados em pequenas reservas, é citada na troca de mensagens. Segundo o MPF, o pleito tem motivado um “conflito que envolve a liderança da aldeia”.

Brasil de Fato perguntou à Funai, Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Civil do Mato Grosso Sul quais providências estão sendo tomadas para evitar mais casos de violência contra os Guarani Kaiowá e identificar a veracidade e os autores da suposta ameaça. Não houve respostas até a publicação.

“Recado dos ruralistas”

Após a divulgação do diálogo, o clima de pânico tomou conta da TI Amambai. Daniel Lemes Vasques, liderança da Aty Guasu, relatou que aulas de crianças e adolescentes foram suspensas temporariamente em três escolas indígenas.

Cultos evangélicos, muito presentes nos territórios da região, também foram interrompidos. Um posto de saúde foi fechado, por medo de um novo massacre. Vasques considera o episódio um “recado dos ruralistas” e avalia que a ofensiva de fazendeiros atingiu um novo patamar.

:: Como o agronegócio cercou os Guarani Kaiowá e por que os indígenas tentam retomar suas terras ::

“Os alunos estavam na sala de aula quando saiu aquela ameaça. Todo mundo ficou apavorado: mãe, família… Aqueles que moravam perto foram correndo para pegar os filhos [na escola]. E os que não puderam, as crianças saíram correndo. Foi horrível”, afirma Vasques.

Segundo ele, agora as ameaças não se restringem apenas a lideranças que organizam retomada de territórios ancestrais, mas também contra crianças e mulheres indefesas que vivem no interior das TIs demarcadas e homologadas, como é o caso da Amambai.

“Diante do anúncio criminoso contra as vidas das crianças pedimos proteção às crianças na escola onde começa a aula, na escola indígena, solicitamos com urgência a investigação federal dos mentores e autores do possível ataque terrorismo e genocida contra as crianças Guarani e Kaiowá”, escreveu em nota a Aty Guasu.

Eleições internas têm fomentado conflitos, diz MPF

Antropólogos e indigenistas ouvidos pelo Brasil de Fato afirmam que a eleição para a liderança da comunidade Amambai, marcada para 31 de julho, pode estar fomentando conflitos internos.

A gestão por capitanias é uma herança deixada pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão que antecedeu a Funai. Conforme o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o sistema é baseado em uma lógica de controle verticalizado e autoritário, implementada quando os Guarani Kaiowá foram removidos à força de seus territórios e confinados em Postos Indígenas (PIs), que, mais tarde, seriam transformados em Terras Indígenas.

Neste ano, o MPF intermediou um acordo entre os Guarani Kaiowá e decidiu tomar a frente da organização no processo eleitoral, em conjunto com Polícia Federal, Defensoria Pública da União (DPU), Funai de Ponta Porã e de Amambai, além do antropólogo indígena Tonico Benites.

:: “Agrobolsonarismo” aprofunda violação de direitos dos Guarani Kaiowá no MS, diz pesquisador ::

Em reunião com lideranças no dia 11 de julho, o MPF pediu tranquilidade durante a eleição. O órgão afirmou por meio de nota que os indígenas se comprometeram “cessar qualquer ato de ameaça e violência entre si e no âmbito da Aldeia Amambai e da Retomada Guapoy Mirim”.

Os presentes no encontro se comprometeram ainda a “aceitar a liderança que vier a ser eleita e conviver pacificamente com ela futuramente na busca pelo bem comum de toda a comunidade”, informa comunicado do MPF.

A persistência do autoritário sistema de capitanias

O Cimi afirma que, nos territórios habitados por indígenas no Mato Grosso do Sul, a continuidade da existência da figura do capitão e vice-capitão contradiz a forma ancestral de organização política e social dos Guarani Kaiowá.

No passado, os grupos se reuniam sob o comando a orientações de núcleos familiares e lideranças mais velhas e experientes. Ainda sem a invasão de fazendeiros, as famílias viviam com autonomia territorial, organizacional e produtiva nos espaços tradicionalmente ocupados.

Antropólogos dizem que a solução mais comum era a realização de assembleias, que duravam até que o consenso fosse atingido. Caso não houvesse acordo, as famílias se dividiam e buscavam novos territórios.

Com o confinamento em pequenas reservas, imposto pelo SPI, o modelo de resolução de conflitos pautado pelo consenso foi substituído pelas capitanias chefiadas por indígenas, que acumularam poder e tinham até uma “polícia” própria, que usava a violência para resolver divergências.

Com o passar dos anos, os capitães acumularam ainda mais poder e se envolveram em negociações locais da política não indígena, atrelando sua atuação à agenda eleitoral de prefeitos e vereadores, que, por sua vez, está ligada aos interesses dos latifundiários do interior do estado.

O Cimi avalia que a Funai, ao dissolver o modelo de capitanias a partir de 1988, não se encarregou de promover uma substituição que levasse em consideração a tradição organizativa dos povos Guarani Kaiowá. A chegada de igrejas evangélicas tornou ainda mais complexa a vida política no interior das TIs, também contribuindo para o surgimento de conflitos.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

 

 

 

O evento de inauguração reuniu milhares de pessoas que cobraram justiça pelo assassinato da vereadora

Jéssica Rodrigues
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

Estátua fica no buraco do Lume, local em que a vereadora ia todas as sextas prestar contas de seu mandato – Fernando Frazão| Agência Brasil

A vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em 2018 junto ao seu motorista Anderson Gomes, ganhou, na última quarta-feira (27), dia em que completaria 43 anos, uma estátua em sua homenagem. A obra foi instalada no buraco do Lume, no centro do Rio de Janeiro, local em que Marielle ia todas as sextas-feiras prestar contas de seu mandato à população carioca.

A iniciativa foi do Instituto Marielle Franco, uma das muitas sementes deixadas pelo trabalho em prol dos direitos humanos da vereadora. O instituto realizou uma vaquinha virtual em 2021 e conseguiu cerca de 650 doações, que totalizaram R$ 40 mil, para a construção da estátua de bronze em tamanho real, feita pelo artista plástico Edgard Duvivier.

Leia também: Bolsonaro, Marielle e a fala de Lula

O evento de inauguração reuniu familiares, amigos e milhares de apoiadores de Marielle que foram prestigiar a memória da vereadora. A irmã de Marielle, Anielle Franco, é diretora executiva do Instituto Marielle Franco e ficou muito emocionada durante toda a solenidade: “a gente está aqui hoje, um dia que a gente estaria celebrando 43 anos da minha irmã, inaugurando essa estátua que para mim ressignifica memória, luta, dor, saudade desse dia importante”.

 

 

Anielle também destacou que o assassinato da vereadora e de seu motorista ainda seguem sem conclusão. “Lembrando que a gente ainda não sabe quem mandou matar a Mari, e inaugurar essa estátua hoje neste lugar onde ela discursou tantas vezes, conheceu pessoas, fortaleceu laços é muito importante. É emocionante”, disse Anielle.

A integrante do Movimento Unido dos Camelôs (MUCA), Maria dos Camelôs, compareceu à inauguração e lamentou pela trajetória de luta de Marielle ter sido interrompida tão cedo.

“Marielle deixou um buraco na nossa vida e a gente vai sempre pensar e lembrar com essa memória muito grande que vai ficar para gente e que não vai passar nunca. História, memória, saudade, luta, resistência. Marielle presente na nossa vida sempre”, falou Maria.

Durante o evento foi realizada uma aula pública com o tema “A memória é a semente para novos futuros: legado, justiça e reparação”, além de uma batalha de poesia sobre a memória de Marielle.


A estátua é uma iniciativa do Instituto Marielle Franco / Jéssica Rodrigues

O companheiro de partido de Marielle, o vereador Tarcísio Motta do Psol falou da importância da preservação da  memória de Marielle por conta de todo seu trabalho como vereadora, mas também cobrou justiça pelo crime.

“[Hoje} é um ato de cobrança por justiça para que a gente saiba quem mandou matar Marielle, quem matou Marielle e Anderson, porque isso aconteceu, quais foram os motivos desse brutal assassinato. A gente precisa lembrar que esse assassinato político marca de certa forma esse período do ódio na política que estamos vivendo agora e que precisamos superar”, explicou o vereador.

Leia também: BH: vereadores votam contra o “Dia Marielle Franco de enfrentamento à violência política”

O estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Daniel Costa, aproveitou a data para lembrar que o trabalho que Marielle realizava para conquistar uma sociedade melhor deve ser continuado por todos.

“A gente está aqui reunido não para celebrar, mas para reviver um pouco dessa memória, lembrar do porque a gente continua aqui, e lembrar também que o Brasil que a gente vive hoje é um Brasil que voltou para o mapa da fome, um Brasil que vive um dos piores momentos da história”, relatou o estudante.

A vereadora Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro, quando voltava de um evento. Ela e seu motorista Anderson Gomes tiveram o carro alvejado por tiros. Até hoje, os mandantes do crime não foram encontrados.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse

 

 

Equipes de seis instituições atuam desde o início do mês em ações intensivas e flagram também exploração de crianças

Cristiane Sampaio
Brasil de Fato | Brasília (DF) |

Alojamentos precários marcam realidade de diferentes casos de trabalho análogo à escravidão encontrados por equipes de fiscalização – Divulgação/MTP

Fiscais que atuam no combate à exploração ilegal de mão de obra resgataram um total de 337 trabalhadores de condições análogas à escravidão desde o início deste mês, quando começou a chamada “Operação Resgate II”, desencadeada em 22 estados e no Distrito Federal por diferentes órgãos de fiscalização.

A operação envolve Ministério Público Federal (MPF), Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Previdência, MP do Trabalho (MPT), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Defensoria Pública da União (DPU). O período da operação marca o Dia Mundial do Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, comemorado a cada 30 de julho.

O número foi revelado em coletiva de imprensa realizada nesta quinta (28), em Brasília (DF), por seis instituições que respondem pelas ações. De acordo com o subsecretário de Inspeção do Trabalho do MTP, Rômulo Machado, houve 105 ações envolvendo 1.124 trabalhadores e 37 delas configuraram exploração de trabalho análogo à escravidão.

Os órgãos não destrincharam os números por estado, mas chamaram a atenção, por exemplo, para o fato de 149 dos 337 resgatados terem sido vítimas também do tráfico de pessoas, crime que geralmente envolve comercialização, escravização, exploração de pessoas, entre outras formas de violação de direitos.

“É um número preocupante, alarmante e que acende uma luz de atenção e alerta pra todos nós”, disse Machado, ao afirmar que todos os resgatados receberam direito a sacar três parcelas do seguro-desemprego para que, a partir disso, possam encontrar um outro rumo. As verbas rescisórias totais dos 37 casos se aproximam do montante de R$ 4 milhões a serem pagos aos trabalhadores resgatados.

As ações envolveram 65 municípios nos seguintes estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e São Paulo.

O procurador do Trabalho Italvar Felipe de Paiva Medina, vice-coordenador da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do MPT (Conaete), disse que os casos foram localizados tanto em zonas urbanas quanto no meio rural.

Neste último, por exemplo, destacaram-se flagrantes em atividades de colheita de palha, produção de cigarros, café e ainda desmatamento para abertura de pasto. Medina destacou  a gravidade de uma ocorrência relacionada a desmatamento clandestino no Acre.


Operação flagrou casos de trabalho explorado em plantações sob condições precárias / Divulgação/MTP

“Foram encontrados trabalhadores que precisavam se deslocar 7km todos os dias da sede da fazenda até os seus alojamentos em um terreno péssimo, no meio da mata e cheio de lama. Eram barracos de palha e lona. Eles bebiam água de igarapé e muitos adquiriram intoxicação e infecções gastrointestinais em virtude disso.”

Segundo os fiscais, para atrair pessoas para esse tipo de situação, os exploradores geralmente lançam mão de falsas promessas de boas condições de trabalho. Com a vida marcada pela vulnerabilidade, muitos trabalhadores acabam caindo na armadilha.

“A maioria dos casos envolve, em cerca de 80% das vezes, negros, pessoas com baixa escolaridade e com idade entre 20 e 30 anos de idade. Sob qualquer recorte que se faça, a gente costuma se deparar com essa realidade”, disse ao Brasil de Fato o auditor fiscal do MTP Maurício Fagundes.

“A escravidão clássica do período colonial e imperial, em que os escravos eram considerados objetos, propriedades a serem comercializadas e sem direitos, foi abolida pela Lei Áurea. Contudo, situações como essas mostram que ainda hoje verificamos graves violações de direitos humanos que afetam a liberdade desses indivíduos e atentam contra a sua dignidade”, comentou Rômulo Machado, ao se debruçar sobre as estatísticas.

Crianças

Ao todos, os fiscais se depararam com 13 casos de exploração do trabalho infantil, sendo cinco delas de condições análogas à de escravo. “As crianças geralmente estão acompanhadas dos pais. Num período de safra, por exemplo, os pais saem pra trabalhar em outros municípios e acabam levando os filhos por não terem com quem deixar. Estando nesses locais, as crianças acabam trabalhando também”, explica Maurício Fagundes.

Segundo o auditor, em um caso flagrado em Minas Gerais, por exemplo, uma criança de cerca de 4 anos que era explorada no local chegou a se perder em meio à plantação. “Tiveram que chamar a polícia pra fazer buscas e foi o dia inteiro atrás dela pra conseguirem encontrar”, relata, ao comentar a crueldade do caso.

Zona urbana

Também houve diferentes casos de pessoas resgatadas de situação de trabalho doméstico análogo à escravidão, contexto mais observado em zonas urbanas, segundo os órgãos de fiscalização.

“Nós resgatamos mais duas trabalhadores domésticas na Paraíba. Esse é um cenário que teima em se repetir, um cenário de pessoas em extrema vulnerabilidade que são recebidas por uma família e essa família usa o trabalho delas submetendo-as a um trabalho análogo ao de escravo”, disse Machado.

Outro caso emblemático que chamou a atenção dos fiscais se deu em uma clínica de reabilitação fajuta localizada pelas equipes. Machado disse que foi um “caso marcante” da operação.


Ao todos, fiscais lavraram mais de 700 autos de infração desde 4 de julho, quando começou a Operação Resgate II / Operação Resgate/Divulgação

“Pessoas vulneráveis que faziam uso de drogas eram encaminhadas pra essa clinica e lá, a título de fazerem o tratamento, acabavam fazendo artesanato e eram obrigadas a comercializar esse artesanato nas ruas. Elas tinham metas que, se não fossem cumpridas, acabavam sendo penalizadas. Foi um caso de trabalho forçado que chocou pela gravidade das situações, inclusive com relatos de agressão contra eles”, relatou o subsecretário.

Denúncias

Machado chamou a atenção para a importância de a sociedade denunciar esses e outros tipos de situação relacionada à exploração ilegal de mão de obra. “À medida que estão sendo divulgados os casos, a gente vê que há uma crescente no número de denúncias. Isso mostra que há uma conscientização da sociedade em torno do tema.”

Os diferentes órgãos destacaram que as denúncias podem ser feitas de forma sigilosa e remota por diferentes canais. Pode ser utilizado o “Sistema Ipê”, no site ipe.sit.trabalho.gov.br, bem como o denunciante pode relatar o caso por meio da página do MPT (www.mpt.mp.br) ou ainda via  Disque 100.

 

 

 

 

Edição: Rodrigo Durão Coelho

 

As bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) estão realizando mobilizações e atrasos para pressionar a Petrobrás a apresentar uma proposta que garanta reajuste real de salários e valorização dos direitos do ACT. A federação discutirá também a necessidade de construção da greve da categoria a partir da terceira semana de agosto, antes do fim da data-base.

A FNP também irá articular com a FUP um calendário de atos unificados em todas as bases.

Categoria já rejeitou a proposta da empresa

A FNP não caiu no jogo da Petrobrás e deixou claro em que a segunda proposta estava rejeitada pelas assembleias e exigiu que a Petrobrás apresente uma proposta que preserve o ACT e garanta o reajuste dos salários ou apresente sua proposta final ainda essa semana, para que a categoria possa decidir sem a chantagem.

Com o fim da ultratividade dos acordos e negociando sob as novas regras da reforma trabalhista, não dá pra categoria aceitar que a empresa enrole a negociação até 31 de agosto, onde teríamos que analisar a proposta da empresa com a faca no pescoço. Exigimos respeito!

Lucro recorde e pagamento recorde de dividendos

A empresa anunciará outro lucro bilionário no segundo trimestre, além de discutir antecipação de dividendos de 2023 a pedido do governo Bolsonaro. Ou seja, para os acionistas e para o governo, o cofre está aberto. Para os trabalhadores, a gestão da companhia tenta impor rebaixamento de salários e corte de direitos.

Somente com a mobilização da categoria iremos garantir uma campanha vitoriosa! Caso a empresa não recue nos ataques, vamos rumo à greve nacional da categoria!

 

Informações: FNP