O pró-reitor de Pessoal da UFRJ, Agnaldo Fernandes, disse na assembleia de quarta-feira, 1º de agosto, no auditório do Centro de Tecnologia, que estão esgotadas todas as saídas administrativas para evitar o corte dos 26,05%. Apesar disso, os técnicos-administrativos decidiram ir à sessão do Conselho Universitário na de quinta-feira, dia 2. Objetivo: pressionar para que a Reitoria empregue todos os esforços para garantir a manutenção na folha do percentual para todos, evitando o corte para uma parte da categoria.

 

A discussão do corte dos 26,05% tomou grande parte da assembleia, que também contou com a presença do assessor jurídico do Sintufrj, Rudi Cassel. Adiantando que não se pode gerar maiores expectativas, o advogado informou que ingressará com um último recurso (chamado rescisória da rescisória) na tentativa da manutenção do percentual. Mas Rudi Cassel frisou que são remotas as possibilidades de sucesso. Ele lembrou a reiterada intenção do governo e da Justiça de retirar de vez este direito dos trabalhadores da UFRJ.

 

 

Dia do Basta

Os técnicos-administrativos aprovaram também paralisar o trabalho no dia 10 de agosto, o Dia do Basta, protesto nacional contra os desmandos do governo Temer.

 

Além de um basta ao desemprego, os trabalhadores cobram o fim dos ataques aos seus direitos, o fim das privatizações e a revogação da Emenda Constitucional 95 que congela investimentos dos gastos públicos por 20 anos. Na UFRJ os ataques vêm se materializando de maneira contundente com o corte de direitos, como os 28% e, agora, dos 26%.

 

A assembleia aprovou também, para o dia 10, atividades de mobilização da categoria e a realização de um ato na Praia Vermelha. Uma comissão vai organizar as atividades.

 

(Mais detalhes na próxima edição do Jornal do Sintufrj)

Estão abertas até 14 de julho as inscrições para o curso de capacitação Noções de Gestão Documental e uso do Sistema Eletrônico de Informação (SEI).

 

O curso, promovido pela Escola de Serviço Social, é gratuito e busca capacitar os servidores da UFRJ que manuseiam processos administrativos e documentos que contém ou são informações públicas, sobre legislação e conceitos da gestão documental para o correto uso do Sistema Eletrônico de Informação (SEI).

 

O curso foi  aprovado no âmbito do Edital PR4/UFRJ n° 102 (de 08 de março de 2018) e vai oferecer quatro turmas de 20 alunos em 2018: duas no Fundão (no Núcleo de Computação Eletrônica), em agosto, e duas na Praia Vermelha (na Escola de Serviço Social), em setembro.

 

Para turmas no Fundão

A inscrição deve ser feita pelo link https://goo.gl/forms/NI24qpAw480dUmIr1

Turma A – às terças-feiras (07, 14 e 21/08)

Turma B – às quintas-feiras (09, 16 e 23/08)

Das 9h às 13h e das 14h às 18h

 

Para turmas na Praia Vermelha

A inscrição deve ser feita pelo link https://goo.gl/forms/JaBrcrqVvKFgGPbq1

Turma C – às terças-feiras (4, 11 e 18/9)

Turma D –  às quintas-feiras (6, 13 e 20/9)

Das 9h às 13h e das 14h às 18h

Detalhes: https://eventos.ufrj.br/evento/curso-nocoes-de-gestao-doc-e-uso-do-sistema-eletronico-de-informacao/

O novo regime fiscal implantado no país pela Emenda Constitucional 95 em 2016, instituindo o teto de gastos no Orçamento, está no centro das dificuldades das negociações dos servidores com o governo.

Esta leitura feita por parte do movimento no interior da Fasubra tem lastro na experiência concreta que tem resultado em sucessivas

negativas dos negociadores do Planalto quando se trata de atender às reivindicações dos servidores.

O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) tem uma pauta protocolada, na qual se destaca a reivindicação de correção salarial com aplicação do índice de 25,63% (Dieese).

 

A Fasubra, como se sabe, é integrante desse fórum, mas também tem sua pauta específica – inclusive com resolução acerca de campanha salarial, tirada na última plenária, antes do recente congresso da federação.

 

“Mas o fato é que toda negociação acaba com a alegação de que a EC 95 congelou gastos, e isso impede reajustes salariais”, observa Rafael Pereira, um dos diretores da Fasubra.

 

De acordo com o dirigente, em fóruns mais amplos do setor da educação já existe clareza de que é estratégico lutar pela revogação ou alteração da emenda que congelou os gastos sociais do Orçamento por 20 anos.

 

Correlação de forças

Desde o golpe de 2016, com o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, que dirigentes da Fasubra não são recebidos no Ministério da Educação. No período, de acordo com Rafael Pereira, houve três reuniões no Ministério do Planejamento sem nenhum avanço. Isso revela a indiferença estabelecida hoje na Esplanada dos Ministérios.

 

Uma das últimas iniciativas da Fasubra foi solicitar audiência com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e com o presidente do Senado, Eunício de Oliveira. O objetivo é tentar abrir algum  diálogo em torno do debate sobre a LOA (Lei Orçamentária Anual), que será votada no Congresso Nacional, em agosto.

 

O arrocho fiscal

 

A Emenda Constitucional que instituiu o novo regime fiscal foi aprovada no Congresso sob intensos protestos dos sindicatos e das organizações do movimento social. Essa EC foi identificada como símbolo da série de ataques aos direitos dos trabalhadores que estaria por vir. A EC 95, como se sabe, congela gastos com educação, saúde, segurança pública e demais áreas sociais por 20 anos. Deixa de lado as despesas financeiras do governo. Ou seja, preserva a sangria de recursos para a remuneração dos juros, alimentando o rentismo no país e enfraquecendo a força do Estado.

 

O diretor da Fasubra, Rafael Pereira, insiste na centralidade do tema. Ele informa que existem hoje, no Congresso, três propostas de emendas constitucionais que apontam para mudanças na EC 95. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 370, que retira das rubricas do congelamento de recursos a educação e a saúde. A PEC 373, que, além da educação e da saúde, inclui o descongelamento de recursos para a segurança pública. E a PEC 422, que assegura recursos para a área de assistência social. Na opinião de Rafael Pereira, é necessário que o movimento olhe com atenção a tramitação dessas PECs para revisar a asfixia do teto dos gastos públicos.

“Reflexões sobre a defesa dos Direitos Humanos das mulheres brasileiras” foi o tema do seminário realizado no dia 8 pelos Centros de Referências para Mulheres Suely Souza de Almeida e das Mulheres da Maré Carminha Rosa.

 

O objetivo da iniciativa foi debater os avanços legais para a conquista de direitos das mulheres e rememorar o legado de Suely Souza de Almeida para a UFRJ e para a assistência de mulheres vítimas de violência. Ela foi a criadora dos centros de referências.

 

Homenagem

Familiares e amigos da ex-decana do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), ex-diretora da Escola de Serviço Social e do Núcleo de Estudos de Políticas em Direitos Humanos Suely de Souza Almeida, que faleceu em 2008, estavam presentes na homenagem. Uma placa foi inaugurada com o nome da idealizadora do Centro.

 

Debate

Eliana Moura, assistente social e ex-coordenadora dos Centros de Referências, Cristine Brandão, professora da Faculdade Nacional de Direito e Victoria Grabois, representante do grupo Tortura Nunca Mais, colocaram em evidência a necessidade de se compreender as violações dos direitos das mulheres como violações dos direitos humanos, e de se lutar para que as políticas públicas para as mulheres sejam políticas de Estado e não de governo.

O dia 3 de agosto ficará marcado na memória e no coração dos companheiros técnico-administrativos que comemoraram 30 anos de muitas histórias na UFRJ. A confraternização, no Clube dos Empregados da Petrobras (CEPE), que teve o apoio do Sintufrj e do CEPE-Fundão, emocionou a todos.

 

Foram muitos depoimentos de agradecimento pela iniciativa, afinal nada melhor que reencontrar velhos amigos para celebrar e reafirmar laços. A festa “Geração 30 anos UFRJ” reuniu a maioria do pessoal que entrou na gestão Horácio Macedo e ratificou o sentimento de solidariedade construído pelo reitor que lutou lado a lado com os movimentos pela autonomia da universidade.

 

A comissão organizadora, Carlos Rodrigues, Rosangela Gambine e Ana Maria Ribeiro, se surpreendeu com a dimensão que a reunião tomou. “Pensei em reunir 20 colegas e chegamos a 122 pessoas”, disse Carlos, o idealizador do encontro. “Foi maior do que esperava. Esse encontro foi um marco na UFRJ”, declarou Rosângela.

 

O sucesso foi tão grande que a comissão já pensa em promover outra reunião e em local maior para poder agregar a todos os interessados. Na última hora, as solicitações para participar aumentaram, mas o local tinha limite de pessoas. Todos os participantes contribuíram para o pagamento do buffet.

 

Agradecimentos

“A festa foi impecável. O que mais marcou foi o sentimento coletivo de pertencimento e de construção de ao logo de 30 anos de uma universidade pública e gratuita e melhor para a sociedade. Foi o resgate de todas as por garantias e direitos, dentre os quais o reconhecimento do nosso papel como agentes importantes na produção do conhecimento”, Jefferson Salazar.

 

“Linda homenagem aos servidores que contribuíram e que ainda contribuem para que a UFRJ continue firme na luta por uma educação de qualidade e de possibilidades a todos. Encontrei muitos colegas que fizeram parte da minha caminhada”, Rejane.

 

“Amigos, aproveito para agradecer muito. Foram horas que esqueci dos problemas e vivi. Momentos de alegria, de saudade sim, mas senti que se mantém acesa a amizade e o companheirismo, apesar de pequenas diferenças de opinião. Se Horácio Macedo pode ver de lá onde está viu que acendeu uma chama de felicidade, de um coração apertado de tanta emoção de seis filhos de coração. Entrei na UFRJ em 1980 antes dele ser nosso reitor, mas conheci e compreendi os eu pensamento e vivi às suas ações. Em minha trajetória tenho e tive muitos amigos e a UFRJ na minha vida. Que venham outros porque para mim a UFRJ é pura emoção e nos proporciona o bem viver para quem quiser”, Alda.

 

“Festa maravilhosa. Tudo lindo, bem organizado, bem gostoso, embalado por músicas deliciosas e coreografadas pelo nosso querido professor de dança Davi. Reencontramos pessoas que não víamos há algum tempo, vimos outras que fazem parte do nosso dia a dia e quem amamos e temos muita gratidão pelo apoio e companheirismo em determinado momento das nossas vidas. Tivemos o prazer de conhecer colegas que embora estejam na UFRJ há tanto tempo como nós, não conhecíamos. Foi um momento para ficar na história da UFRJ e das nossas vidas”, Fernanda.

 

“Já estou com saudades. Faz tempo que não tinha esse sentimento de união na UFRJ. Precisamos de mais momentos desses. Nós como servidores estamos muito desmotivados. Valeu mesmo! Foi uma dose dupla de união”, Izabel Souza.

 

“Parabéns aos organizadores e a todos nós por essa linda festa. Foi muito especial revê-los e sentir de perto o que há muitos anos aprendi: do quanto o movimento organizado dos técnico-administrativos da UFRJ é responsável por um aprendizado de luta, de resistência e de firmeza inquebrantável na democracia entre aqueles que trabalham. Muito obrigado a todos por esses 31 anos!”, Lenin Pires.

 

“Quero agradecer a todos e, em especial, aos organizadores, por esta festa maravilhosa. Tenho 31 anos de UFRJ e de IFCS. Nunca trabalhei em outra unidade e confesso o meu receio em sentir-me um “peixe fora d´água”. Ainda bem que estive com vocês. Dancei, bebi e confraternizei com os amigos que conhecia e os novos amigos que fiz. A recepção que tive me fez sentir acolhida e bem-vinda! Desejo, de coração, que outros encontros aconteçam! Por antecipação já digo “presente”, Sônia Reis.

 

“Agradeço a Carlinhos e Rosângela. Foi muito legal e me fez muito bem…ver várias(os) colegas que fizeram e fazem parte da minha vida…Peço desculpas para quem eu não vi e não cumprimentei…Passei pela Odonto, CCJE e PR-4. Encontrei queridíssimas pessoas dos três lugares”, Agnaldo Fernandes.

 

“Que linda festa vocês proporcionaram para os presentes e para aqueles que a viveram de longe. Fiquei muito emocionado pelos depoimentos de agradecimento e pela felicidade que vocês proporcionaram a tanta gente”, Sérgio Fontoura.

 

“Obrigada aos organizadores e a todos os amigos que revi, abracei e pude compartilhar de horas prazerosas em companhia de amigos queridos”, Cláudia Damiana.

 

“Parabenizo a comissão pela ideia do encontro, esse momento de reencontros que afinal não são 30 dias. Não pude comparecer, mas fiquei curtindo pelas fotos e vídeos. Espero que tenha outros encontros e possa participar de mais uma história na minha querida UFRJ”, Moacir Moura.

 

“Esse encontro mostrou que pensamos diferente, porém nosso sentimento ao reencontrar um amigo (a) de trabalho é exatamente o mesmo. Carinho, satisfação, amor e muito respeito. Desejo do fundo do coração que possamos regar diariamente essa semente que foi plantada há 30 anos e hoje podemos colher esse fruto maravilhoso”, Vander.

 

“Esse momento vai ficar na história de nossas vidas. Foi sensacional estar com vocês. Uma pena que tive que sair cedo, mas fiquei olhando as fotos postadas. Podíamos manter o grupo e já marcar uma confraternização para o fim do ano”, Ailton.

 

Os concursados chegaram ansiosos ao auditório do Roxinho para a recepção e entrega de documentos.

Mas o clima era de alegria pela conquista de uma vaga no serviço público, principalmente na UFRJ.

 

Luan Souza, 28 anos, comemorou a entrada como assistente em administração na UFRJ. “Sou concurseiro desde 2009, e o meu foco era nas universidades públicas pelo incentivo à qualificação e por ser área da educação, que gosto muito. Estudei na Faculdade de Letras daqui quando era servidor da Prefeitura do Rio, e isso me atrapalhou a concluir o curso. Acabei me formando em Relações Internacionais numa instituição particular e tenho lato sensu em Direitos Humanos pela UFRJ. Espero muita coisa desse emprego para o qual vou dar o meu melhor e aprender muito”, disse Luan.

 

Leidiane Borges, 28 anos, é analista de sistemas. Ela disse que a perspectiva de estabilidade e de valorização profissional a incentivou a concorrer. “Na iniciativa privada você se dedica, mas não tem reconhecimento. Estou muito entusiasmada”, afirmou.

 

 

 

Alexandre Silva, 23 anos, formado em análise de sistemas, vai trabalhar na universidade como analista de Tecnologia da Informação (TI). “Estou muito animado para começar e na expectativa por desafios na profissão”, disse.

 

 

 

O engenheiro civil Carlos Eduardo Lobo, que preferiu não dizer a idade, foi ex-aluno da UFRJ e vai trabalhar na mesma unidade onde se formou, que é o Centro de Tecnologia (CT). “Nós, principalmente os da engenharia, estamos passando por uma grande dificuldade de conseguir emprego na nossa área de atuação. Fico muito feliz de estar de volta à universidade, agora como técnico-administrativo, e de estar trabalhando na minha área, e de poder dar uma condição de vida melhor para minha família”, afirmou.

 

Clarice Cabral, 40 anos, também ex-aluna da UFRJ, irá exercer a profissão na qual se formou: psicologia clínica. “Estou muito feliz de retornar à UFRJ depois de tanto tempo. Espero o melhor para essa nova etapa da minha vida. Estou pronta para encarar essa nova jornada”.

 

 

Paula Maués, 28 anos, também atuará na área de psicologia clínica. Ela sabe o valor de uma instituição pública de ensino. “Mesmo sucateadas, as universidades públicas seguem resistindo, e isso me traz muita esperança. Vim da UFF, já passei pela Uerj, e estar aqui na UFRJ me deixa bastante confiante e animada para começar a exercer meu ofício”, afirmou.

Um vazamento de gás no Instituto de Microbiologia, no bloco I do Centro de Ciências da Saúde (CCS), na manhã desta segunda-feira, 20, obrigou ao rápido esvaziamento do prédio e a suspensão de todas as atividades durante todo o dia. Era grande o número de trabalhadores e estudantes que se aglomeram por volta das 11h nos acessos ao centro. A expectativa é que a rotina volte à normalidade no CCS a partir de amanhã, terça-feira,

Segundo a Coordenadora de Biossegurança do CCS, Bianca Ortiz, o trabalho da Brigada de Produtos Perigosos e de Incêndio foi ágil na identificação do local vazamento e no trabalho de evacuação do prédio, garantindo a segurança de estudantes e trabalhadores. Não houve registro de intoxicação.

Perigo

A notícia que correu rápido de risco de explosão, tinha fundamento. Segundo o decano do CCS, Luiz Eurico Nasciutti, o vazamento ocorreu num cilindro no subsolo do bloco I e o gás se propagou para outros setores. Os bombeiros também recomendaram a retirada das pessoas do prédio.

“Por medida de precaução tomamos a decisão de suspender todas as atividades hoje. Está tudo sob controle. Bombeiros já vieram, mas tem muito gás no prédio. Amanhã, em princípio, segundo os Bombeiros, a gente pode voltar”, informou Nasciutti.

Segundo o decano, a Comissão de Biossegurança e o Corpo de Bombeiros vão apurar as causas do acidente.

Um assunto até certo pon¬to surpreendente ocupou a sessão do Conselho Universi¬tário (Consuni) desta quinta¬-feira. O reitor da UFRJ, Ro¬berto Leher, apresentou na sessão do Consuni, no dia 12, uma proposta de contrato do Banco Nacio¬nal de Desenvolvimen¬to Econômico e Social (BNDES) como consultor da UFRJ.

 

O banco daria consul¬toria para concessão de uso de imóveis, criação de fundos de investimento de ativos imobiliários e outras formas de aproveitamento econômico. Segundo Ro¬berto Leher, a intenção é viabilizar, com esses inves¬timentos, a construção e manutenção de infraestru¬turas acadêmicas e de equi-pamento cultural.

 

“É uma consultoria, um serviço que a UFRJ está con¬tratando do BNDES com o objetivo de avaliar o patri¬mônio da UFRJ e, sobretudo, fazer uma prospecção sobre valores, uma expertise que a universidade não possui e que envolve expectativa de mercado. Esse trabalho visa aferir a potencialidade econômica de cada área”, explicou o reitor.

 

Trata-se de assunto de¬licado. É fato que as univer¬sidades federais padecem de asfixia financeira, alvo da política de desmonte de um governo inimigo. Mas, quando envolve setores pri¬vados, todo cuidado é pouco. Setores da esquerda sempre criticaram a transferência de recursos públicos para a iniciativa privada, como no caso do Próuni. O aprofun¬damento dessa discussão é necessário, com pondera¬ção e considerando todos os cenários.

 

Entre os imóveis que seriam avaliados dentro do contrato encontra-se o que abrigou a famosa casa de espetáculos Canecão, na zona sul da cidade, fe-chada há oito anos, depois de uma longa briga judicial com os antigos inquilinos. Espaço artístico-cultural objeto de cobrança de rea¬bertura pela sociedade.

 

Debate amplo

A representante técnico¬-administrativa e coorde¬nadora-geral do Sintufrj, Gerly Miceli, disse que um projeto estruturante des¬sa envergadura, não pode ser decidido às pressas. De acordo com a dirigen¬te, a consolidação dessa proposta tem necessaria¬mente que ser precedida de ampla discussão com todos os três segmentos na UFRJ. “Toda comunidade universitária tem que par¬ticipar e ser amplamente consultada.”

No dia 3 de agosto, o Sintufrj marcou presença no ato contra os cortes no orçamento das pesquisas científicas propostas pelo governo anti-povo de Temer. O ato exigiu que Temer preservasse integralmente o orçamento para a Educação no PLOA 2019 (Projeto de Lei Orçamentária Anual).

Caso esse orçamento seja vetado, conforme previsto no Artigo 22 da LDO aprovada no Congresso Nacional, a educação no Brasil, do ensino básico ao superior, sofrerá cortes drásticos que representarão um dos maiores ataques históricos à pesquisa, à licenciatura e ao ensino dos brasileiros e brasileiras.

QUARTA-FEIRA, 4 e julho: lembranças da insurgência contra o autoritarismo do governo de FHC

“O Projeto Memória pode ser uma ponte entre gerações”

Danielle São Bento

 

“Ninguém invade aquilo que é seu”

Marcelo Cantizano, rebatendo a mídia da época, que chamada a “ocupação” de “invasão”

 

“Sou cada vez mais apaixonada por nós mesmos”

Neuza Luzia, louvando a história de luta da categoria

 

O episódio da ocupação da Reitoria em 1998, momento marcante da trajetória de lutas na UFRJ, foi revisitado nessa quarta-feira, 4 de junho, no evento que deu a largada no Projeto Memória Sintufrj – da Coordenação de Educação, Cultura e Formação Sindical da entidade.

Há 20 anos, a insurgência, que durou 45 dias, foi provocada pela nomeação de um reitor (José Henrique Vilhena), repudiado pela comunidade universitária. O governo FHC decidiu não reconhecer a consulta que indicou Aloísio Teixeira para o cargo e golpeou a democracia.

Naquele momento histórico, não havia precedente de ação tão ousada nas universidades nos anos que se seguiram à redemocratização.

O movimento dos técnicos-administrativos assumiu o protagonismo da resistência e liderou os eventos que sensibilizaram forças progressistas além dos muros da universidade.

A roda de conversa, organizada pelo Projeto Memória Sintufrj, reuniu alguns protagonistas do episódio. Mas foi só o início de uma série de iniciativas que vai se cristalizar nas próximas semanas em torno do evento histórico.

Entre os presentes que participaram das ações na Reitoria, estavam os diretores do Sintufrj Jessé Mendes de Moura e Neuza Luzia, que à época da ocupação também eram dirigentes sindicais.

Sebastião de Oliveira, Marcelo Cantizano, Vera Valente, presentes no episódio, também se encontraram com a memória, assim como Massaimi Saito.

Um testemunho teve tom especial. O de Daniele São Bento, hoje técnica da UFRJ e coordenadora pedagógica de cursos do Sintufrj, que, na época, era estudante da Letras. “Descobri o movimento estudantil e a política naquele momento”, confessou.

O gesto autoritário que mergulhou a UFRJ na crise e sustentou no cargo a figura de um usurpador se deu no auge de um governo que patrocinou o maior programa de privatizações. Tudo que era público era atacado. E as universidades eram alvo preferencial.

Os organizadores do Projeto Memória explicaram que o objetivo, ao recuperar a história das lutas, é fortalecer a identidade da categoria. E o caminho de construir esta memória por meio de fatos, como a ocupação da Reitoria e a mobilização que obrigou o governo a adiar o vestibular, é um método eficiente.