“Dossiê 100 anos da UFRJ” é o título da edição especial da Revista Práticas em Gestão Pública Universitária (Revista PGPU), comemorativa do centenário da universidade. A publicação é composta de dez artigos científicos, relatos de experiências, vivências em gestão, entrevistas e resenha. Acesse pelo endereço: https://revistas.ufrj.br/index.php/pgpu.

A publicação é destinada a divulgação da produção técnico-científica de técnico-administrativos em educação (ativos e aposentados), gestores, pesquisadores, docentes, discentes e trabalhadores terceirizados de instituições públicas de ensino superior de todo o país, mas excepcionalmente, participaram deste número da revista somente integrantes da comunidade universitária da UFRJ.

“Essa edição marca os 100 anos da UFRJ, mas também representa a resistência ao momento político em que vivemos. Seu formato dossiê representa muito para todos os envolvidos com a revista por vários motivos”, explica Ivaneide Grizente, editora-chefe da publicação desde 2019. Ela faz parte do projeto desde o início e, por isso, fala com propriedade sobre a publicação: 

“Primeiro, porque estamos vivendo um momento totalmente diferente, em tudo. São muitos desafios a enfrentar sob todos os aspectos e são muitas crises ao mesmo tempo: política, sanitária e cada um com sua luta pessoal.

Segundo, porque a PGPU é uma revista de caráter científico, mas que se dissocia das demais. Afinal, a publicação é pioneira na área técnico-administrativa, feita por e para os técnicos administrativos. Sim, nós temos um espaço de produção científica para chamar de nosso.

Terceiro, porque a revista não possui uma equipe exclusiva: todos nós desenvolvemos nossas tarefas nas diferentes unidades da UFRJ e temos paralelamente as demandas da revista.”

Histórias

“Esse número foi o mais desafiante, pois tivemos um número recorde de trabalhos, e a emoção começou quando convidamos a comunidade universitária a se juntar a nós para comemorarmos os 100 anos da nossa instituição, submetendo trabalhos para uma edição especial e exclusiva com autores só da UFRJ. A resposta foi incrível”, disse Ivaneide.

Segundo a editora-chefe, para se ter uma ideia do volume de trabalhos enviados, nas edições anteriores na seção Entrevista têm apenas um entrevistado contra sete desta. “Fazer o processo de desk review (primeira triagem dos trabalhos antes de serem avaliados) foi uma emoção à parte. Quanta história, quanto conhecimento, quanta coisa maravilhosa tem para compartilhar os trabalhadores da UFRJ!”, afirmou.

Correria 

A editora-chefe conta que a equipe correu contra o tempo em plena pandemia: “Era para nos juntarmos e trabalhar muito, mas está tudo diferente, cada um no seu isolamento. E aí foram madrugadas, fins de semana, muitas trocas de e-mails, mas conseguimos”.

Ela ressalta a capacidade da equipe e envolvimento de todos com a tarefa: “Conseguimos porque temos profissionais que eu qualificaria como acima da média. E, além do profissionalismo, destaco o amor pela revista, que desde o seu projeto encanta a cada um de nós. E sabe o que é mais incrível? Somos todos técnico-administrativos da UFRJ”, observa orgulhosa. 

Ineditismo

A Revista PGPU é o primeiro periódico científico editado por uma Pró-Reitoria de Pessoal, no caso a da UFRJ. Ela foi pensada em 2015 e teve sua primeira edição em maio de 2016. A prioridade é a publicação de textos escritos por técnico-administrativos em educação ou que contenha técnicos entre seus autores. É um periódico eletrônico semestral e recebeu o Qualis B3 em sua primeira avaliação pelo Qualis/CAPES.

A edição especial da Revista PGPU comemorativa do centenário da UFRJ é a maior de todas as já publicadas. Ela pode ser acessada pelo endereço https://revistas.ufrj.br/index.php/pgpu.

Retrocesso

“Se por um lado a UFRJ avança na divulgação da produção técnico-administrativa, por outro dá um passo atrás no seu reconhecimento profissional”. A crítica é da coordenadora de Comunicação do Sintufrj, Marisa Araújo, que integra o Conselho Editorial da Revista PGPU.

Segundo a dirigente, houve retrocesso em decisão recente do Conselho de Ensino para Graduados (Cepg) que vedou a participação de técnico-administrativos na coordenação de pesquisas na área da Extensão.

 “Isso é ruim. Ainda mais após um Sintae com tanta mostra qualitativa de trabalhos técnico-administrativos. Muitos técnicos ao longo dos anos vêm se qualificando e os concursos injetaram na universidade profissionais já com especialização, mestrado e doutorado. Mas esse reconhecimento não está acontecendo, ao contrário, até pela decisão do Cepg”, declara Marisa.

“A produção da Revista PGPU na UFRJ é importante porque é o nosso lugar de fala. E rechaçamos o retrocesso do Cepg ao não reconhecer a qualificação técnico-administrativa para coordenar pesquisa na Extensão”, finalizou a dirigente.

 

 

 

O cirurgião bucomaxilofacial Carlos Henrique da Luz Barbosa, que integra o staff de colaborador do Serviço de Cirurgia Oral do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), criou uma ferramenta inédita para pesquisas clínicas: o Dispositivo de Contenção para Exames de Imagem para Animais de Pequeno Porte. 

O dispositivo é o único existente na área de imagem para este fim. Em 2014, a UFRJ registrou a descoberta no Inpi, mas somente obteve a patente em novembro deste ano. Mas outubro, a inovação rendeu ao pesquisador o prêmio IAAM Scientist Award (Associação Internacional de Materiais Avançados, da Suécia). 

Motivação 

Durante suas pesquisas de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Cirúrgicas do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFRJ, Carlos Henrique não conseguiu que um coelho ficasse deitado de costas ou sentado para uma tomografia computadorizada. 

Então, o cirurgião constatou a necessidade de criar um dispositivo para a contenção e imobilização de animais de pequeno porte para viabilizar exames de imagens com mais segurança. Foi assim que surgiu a caixa de acrílico transparente que permite uma contenção confortável do animal em diferentes posições.

O estudo foi publicado na revista Biomed Research International em maio de 2014.  E a inovação no âmbito das Ciências Cirúrgicas e Clínica, e também da Veterinária e da Cirurgia Experimental, rendeu ao cirurgião mais que a possibilidade de dar continuidade às suas pesquisas: ele obteve o reconhecimento da International Association of Advanced Materials (Associação Internacional de Materiais Avançados, organização que trabalha para incentivar a interação na pesquisa de materiais avançados), sendo contemplado com o prêmio IAAM Scientist Award e garantida a sua participação no Advanced Materials Lectures Series 2020. 

 “A inovação que eu desenvolvi foi levada a Association of Advanced Materials (junto com outros trabalhos do mundo todo) para a comissão analisar sua relevância. Eles me concederam o prêmio de cientista da Associação Internacional de Materiais Avançados da Suécia, após minha palestra”, contou o pesquisador. Ele foi o único brasileiro distinguido, nesta edição da premiação. 

“Fiquei muito feliz. Parece simples, mas não tinha algo assim (o dispositivo) no mundo Ficaram interessados (na palestra do evento internacional) em meio a trabalhos de milhões de dólares. O meu custa R$120 dólares”, comemorou Carlos Henrique. 

Atuação no HUCFF

O pesquisador faz parte do staff de colaboradores do HUCFF desde 2010, realizando  trabalho voluntário. Ele define o que faz Omo sendo uma oportunidade que Deus lhe deu para ajudar alunos e pacientes. “Estou onde gostaria de estar e ajudando as pessoas”, disse. Carlos Henrique também foi professor substituto de Cirurgia Oral e Maxilofacial da Faculdade de Odontologia da UFRJ em 2015 e 2016, mas sua ligação com a universidade  vem de bem antes. 

Depois de concluir a graduação na Faculdade de Odontologia de Valença, em 2007 ingressou em cursos de pós-graduação na Faculdade de Odontologia da UFRJ e, mais tarde, no mestrado em Ciências Cirúrgicas na Faculdade de Medicina. Ele pretende seguir com as pesquisas e o doutorado deverá se basear na reconfiguração do dispositivo para uso no âmbito da Neonatologia e Pediatria.

Jornal do Sintufrj 

O cirurgião destacou a importância da matéria produzida pelo Jornal do Sintufrj, em janeiro de 2016, para a divulgação da sua criação. “Coloquei no mural da faculdade e do Hospital Universitário para que as pessoas soubessem o que estava acontecendo”, contou. Aliás, uma preocupação do pesquisador é que os alunos conheçam os trabalhos inéditos realizados no âmbito da universidade para que se inspirem e saibam que é possível pôr em prática suas ideias. “Com muito estudo e esforço é possível acontecer. Aconteceu comigo e pode acontecer com outros”, afirmou. 

Segundo Carlos Henrique, a premiação ajuda bastante, mas o resultado do seu trabalho precisa de divulgação para atrair empresas dispostas a investir na fabricação do dispositivo em escala. Mais informações a respeito em https://inovacao.ufrj.br/.

 

Carlos Henrique da Luz Barbosa, cirurgião bucomaxilofacial, criador do Dispositivo de Contenção para Exames de Imagem para Animais de Pequeno Porte. 

Assim que o Senado rejeitou o golpe, CNTE, CUT e comunidade escolar começaram a pressionar deputados por texto sem repasse de recursos públicos para iniciativa privada. Participe da campanha. Acesse o NaPressão

Matéria retirada do site da CUT. 

 

Assim que o Senado rejeitou nesta terça-feira (15) o golpe que previa repasse de recursos públicos para escolas da iniciativa privada, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), CUT e toda a comunidade escolar começaram a pressionar os deputados, para onde a proposta voltou, pela aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 4.372/20, que trata da regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) permanente, com recursos exclusivos para a rede pública.

A rejeição da proposta que havia sido alterada na Câmara foi considerada uma vitória pela comunidade escolarpela CNTE, CUT e por todas as entidades que defendem educação pública com recursos públicos e valorização da categoria.

Como o PL não foi aprovado como veio da Câmara, o texto volta para a apreciação dos deputados e entidades ligadas à educação reforçam: “pressão agora é nos deputados e deputadas, na Câmara”.

E o site Na Pressão já está pronto desde ontem a noite para você mandar um recado aos deputados por meio do WhatsApp, Facebook, Twitter ou e-mail.  É fácil e rápido. Acesse, participe, lute pela educação pública.

Tramitação

O relator do texto de regulamentação do Fundeb Permanente no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF), informou que obteve o compromisso do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que a proposta volte a ser analisada já nesta quinta-feira (17).  A pauta já está na agenda da Câmara.

“Foram rejeitadas todas as emendas privatistas da Câmara, consideradas inconstitucionais por entidades responsáveis pela fiscalização do FUNDEB, especialmente pelo conjunto do Ministério Públicos Federal  (MPF), ministérios públicos Estaduais e Tribunais de Contas nacionais (MPF, MPE, TCU, TCEs e TCMs). Na prática, o Senado consertou o passa-moleque da Câmara dos Deputados”, disse a CNTE em nota.

Nesta terça, antes da votação, o Ministério Público Federal divulgou nota alertando os senadores que repassar recursos do Fundeb à rede privada era inconstitucional.

Pressão e mais pressão

Após muita pressão da CNTE, CUT e entidades e parlamentares ligados à educação e contrários as emendas do texto do relator deputado Felipe Rigoni (PSB), que foi aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 10, os senadores e as senadoras retiraram os trechos que permitiam repasses de recursos públicos para escolas privadas, conhecidas como filantrópicas e religiosas, e para o sistema S. Se estes repasses fossem aprovados, a educação pública iria perder quase R$ 16 bilhões de reais.

A parte do texto da Câmara que também permitia usar os recursos do Fundeb para o pagamento de salários de trabalhadores de outras categorias também foi retirado. No texto aprovado no Senado, os 70% dos recursos do Fundeb ficaram exclusivamente para o pagamento e valorização dos profissionais da educação.

Em vídeo publicado no Instagram da CNTE, o presidente da entidade, Heleno Araújo, disse que mais uma grande mobilização garantiu mais uma vitória no Congresso Nacional, desta vez no Senado e agora precisa ser intensificada.

O presidente da entidade pediu aos trabalhadores e trabalhadoras da base para intensificar também a mobilização e pressão nas bases eleitorais dos parlamentares.

“Os trabalhadores e trabalhadoras da educação precisam pressionar os deputados pelas redes sociais, participando dos tuitaços, usando o NaPressão para mandar mensagens diretas para os indecisos e os parlamentares contrários ao projeto de Rigoni, que não é o ideal, mas é o que mais chega próximo do que defendemos”.

“Vamos pressionar os deputados e deputadas, nas ruas, nas redes e em seus estados. Garantir que os recursos do Fundeb sejam exclusivamente para a educação pública e valorização da categoria é nosso objetivo agora”, explicou Heleno.

O dirigente informou ao Portal CUT que a campanha para pressionar deputados e deputadas já está disponível no Napressão e Tuitaços com a hashtag #FundebÉPúblico continua todos os dias às 10h até a regulamentação da Emenda Constitucional 108 for aprovada na Câmara.

Nesta quarta-feira (16), a pesquisadora-sênior do Peterson Institute for International Economics e diretora do Programa de Estudos Latino Americanos da Johns Hopkins University, em Washington, D.C, Monica de Bolle reagiu ao tuitaço e interagiu com a mobilização da CNTE.

Como foram as mobilizações

Desde que foram aprovadas as emendas na Câmara, no dia 10, a CNTE tem puxado campanhas digitais para defender o Fundeb com recursos públicos para a educação pública e valorização dos profissionais.

A entidade convocou, junto com parceiras, tuitaços todos os dias e agitação nas redes sociais com a tag  #FundebÉPúblico, incluindo no final de semana, com disparo de mensagens para os senadores e senadoras por e-mail.

Reprodução

Só no site NaPressão, plataforma de mobilização digital, nesta terça, mais de 6 mil pessoas pressionaram os senadores e senadoras que estavam na dúvida ou contrários ao texto que é bom para a educação pública e a categoria. Os dirigentes da CNTE fizeram corpo a corpo com os senadores e diálogos com os parlamenteares e também fizeram trabalho nos estados.

Em nota, a CNTE disse que Câmara votará novamente a regulamentação do FUNDEB e que cabe aos parlamentes manter integralmente o substitutivo do Senado que:

  1. Não admite convênios com o Sistema S ou quaisquer outras entidades privadas, mesmo sem fins lucrativos, para a oferta da educação técnica e profissional;
  2. Veda o conveniamento de matrículas públicas nas etapas do ensino fundamental e médio, ainda que na proporção de 10% sugerida na emenda de plenário da Câmara;
  3. Não permite convênios privados para atividades no contraturno, uma vez que a educação integral é um dos objetivos a serem alcançados pelo novo FUNDEB permanente;
  4. Só admite remunerar com recursos do FUNDEB os/as profissionais da educação pública, previstos no art. 61 da Lei 9.394/96, e os/as psicólogos/as e assistentes sociais nos termos da Lei 13.935/19.

“A sociedade civil organizada, tal como se fez presente na votação do Senado, estará mobilizada e atuante durante todo o processo de negociação e deliberação na Câmara dos Deputados, e espera que a Casa reveja sua posição inicial votando em defesa das verbas públicas para as escolas públicas”, diz trecho final do documento publicado no site da CNTE.

 

 

O livro de Rafael dos Santos Pereira, de reflexões sobre a política nacional de avaliação e a gestão universitária, será lançado virtualmente amanhã, quinta-feira, 17, às 19h30, com transmissão ao vivo no Facebook da Enunciado Publicações e no YouTube do Sintufrj.

Além do autor, também estarão debatendo o livro a companheira da UFRJ, Ana Maria Ribeiro, e do companheiro da FURG, Celso de Sá Carvalho. NÃO PERCA!

O questionário “Perfil Étnico-Racial dos TAEs” ( https://formularios.tic.ufrj.br/index.php/877887 ), realizado pela PR-4, NEPH-DH e Ouvidoria da UFRJ, e distribuído pela PR-4, é uma iniciativa importante para fazer um retrato preciso da nossa categoria, balizando a formulação de políticas específicas e campanhas de reparação e combate à discriminação.

Nos chamou a atenção, no entanto, nas perguntas 25 e 26, a inexplicável presença do termo “opção sexual” como uma das alternativas de resposta.

“Opção sexual” não existe. Ninguém opta ou escolhe conscientemente a sua orientação sexual. Não se trata de uma “preferência”, e sim da inclinação involuntária de cada pessoa em sentir atração sexual, afetiva e emocional por indivíduos de gênero diferente, de mais de um gênero ou do mesmo gênero.

Solicitamos que a PR-4 corrija imediatamente o formulário em questão, substituindo “opção sexual” por “orientação sexual”. Não se trata de mera discussão semântica, mas de respeito e promoção da cidadania LGBTQI+.

Direção do Sintufrj
Gestão Ressignificar

 

Após a publicação desta nota, a coordenação da pesquisa respondeu, também por meio de nota à comunidade acadêmica, esclarecendo a situação e lamentando o ocorrido. LEIA AQUI.

 

 

O previsto se confirmou na prática: o Período Letivo Excepcional (PLE) terminou em 16 de novembro, mas vários cursos tiveram que adiar o início do 2020.1, no dia 30 de novembro, porque o tempo de recesso foi exíguo para o lançamento de avaliações e notas de todas as disciplinas. Situação que poderá se repetir daqui para frente. 

Em nota divulgada no dia 1º de dezembro, o Sintufrj afirmou: “É necessário que aconteça uma discussão aprofundada sobre a organização e o calendário dos próximos períodos e que a posição dos técnicos-administrativos em educação e estudantes seja levada em consideração”. 

Problemas previstos

Quando o Conselho de Ensino de Graduação (CEG) discutia o calendário acadêmico e o  Conselho Universitário (Consuni) se preparava para aprová-lo, as bancadas técnico-administrativas e estudantis dos dois colegiados se manifestaram apontando que o curto  intervalo proposto pela Reitoria de apenas duas semanas entre o fim do PLE e o início do primeiro período de 2020 (2020.1) iria sobrecarregar os profissionais das secretarias acadêmicas, coordenações e docentes. 

No Consuni, o Sintufrj reforçou a necessidade de ampliação do recesso entre o PLE e 2020.1 visando maior tempo para que os técnicos-administrativos das coordenações e secretarias acadêmicas realizassem seu trabalho de forma adequada, preservando a saúde física e mental, e reivindicou que se levasse em consideração a opinião daqueles servidores. 

Sob pressão  

O período de recesso foi de muito trabalho, mas nem com todo empenho foi impossível realizar todas as tarefas atender todas as demandas antes do início do primeiro período de 2020 (2020.1): lançar notas, abrir e fechar disciplinas, regularizar inscrições, trancar e destrancar matrícula, resolver os problemas de calouros sem acesso ao Sistema de Integrado de Gestão Acadêmica da UFRJ (Siga), atender pedidos de declarações e de históricos, orientar sobre o calendário, entre outras solicitações e necessidades relacionadas a acadêmica. A pressão foi intensa para os trabalhadores dessas áreas.  

Damires França, que é coordenadora técnica do curso de Ciências Sociais, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), alerta para mais um agravante: as Secretarias Acadêmicas sofrem com falta crônica de pessoal, problema que foi acentuado com a pandemia da Covid-19 e pelas dificuldades de adaptação de alguns servidores às novas tecnologias – ou pela falta de equipamentos necessários para a realização do trabalho.

 A sobrecarga de trabalho e a redução das equipes obrigaram que coordenadores de cursos, como Damires, assumissem responsabilidades que não eram deles e cumprissem extensas jornadas. “Até as coisas se acertarem demorou muito e o tempo todo teve problemas. O trabalho nas secretarias foi intenso, porque só tínhamos duas semanas (entre os períodos) para fazer tudo. Muitas vezes, nem professores conseguiam lançar  notas”, disse a servidora. 

Máquina complexa

“Desde o PLE tem sido muito trabalho. A Resolução do Consuni saiu e as unidades tiveram que formar um Grupo de Trabalho para definir, num período muito curto, quais os alunos inscritos pelas secretarias acadêmicas partilhariam do PLE. Muita discussão e tensão. Logo depois veio o planejamento para 2020.1”, elencou a técnica em assuntos educacionais do Instituto de Psicologia, Monica Teixeira Vairo, que há sete anos atua na Secretaria Acadêmica da unidade. 

Monica Teixeira Vairo, atuante na secretaria acadêmica do Instituto de Psicologia.

“A secretaria acadêmica é uma máquina complicada, mas quem está de fora não sabe. São muitos alunos para três ou quatro funcionários que trabalham de forma remota, mas  com a excelência e a qualidade que as tarefas exigem”, afirmou Mônica.

Segundo Mônica, a coordenação tem apoiado os profissionais da área arregaçando as mangas junto com eles quando o trabalho se avoluma. Ela também aponta como um dos  problemas graves do setor, independente de pandemia, a limitação de equipamentos e o reduzido número de servidores para atender toda demanda. Principalmente agora, quando muitos estão de licença médica. 

Sobrecarregados

“São muitas as dificuldades. Uma delas porque trabalhamos com um reduzido número de servidores. Tem gente que se aposentou e até hoje não recebemos ninguém para o seu lugar. Assim como a secretaria acadêmica, a coordenação também tem um trabalho dinâmico, e com essa proximidade dos períodos o setor ficou sobrecarregado”, observou Roberta Alfradique, da Coordenação da Direção Adjunta de Graduação do IFCS.

Roberta Alfradique, da Coordenação da Direção Adjunta de Graduação do IFCS.

De acordo com a técnica-administrativa, sem atendimento presencial, o que muitas vezes poderia ser resolvido rapidamente tem que ser encaminhado por e-mail, o que exige mais elaboração e mais tempo. Isso ocorre em meio a tantas outras tarefas a serem desempenhadas. Para piorar, disse ela, ainda há as dificuldades por conta de alguns servidores não saberem lidar com as mudanças tecnológicas. “A gente está no limite”, disse ela, explicando que, por vezes, limitações do sistema de informação acadêmica acabam atrasando o andamento de atividades. “Isso contribui negativamente, mas a questão da falta de pessoal e sobreposição dos períodos foi bem complicada. É pouquíssimo tempo para muita coisa”, concluiu. 

Dura realidade

As dificuldades inerentes ao atendimento remoto e os períodos colados pioraram a situação, mas, segundo Anna Lúcia Braga Salles, chefe da secretaria acadêmica da graduação do Instituto de Economia, “só piorou o que já vem sendo muito ruim. Essa é a dura realidade”.

“O problema”, avalia, “não é especificamente do PLE ou do período 2020.1 remoto, mas da secretaria acadêmica, um setor importante ligado à atividade fim (o atendimento ao aluno), porém desprestigiado. Inclusive com a falta de servidores qualificados e de equipamentos adequados às atividades remotas”. 

“No PLE a situação piorou com a sobrecarga de trabalho. Muito do que se fazia (em modo presencial) é preciso agora responder por e-mail. Eu respondo mais de 200 e-mails por dia”, contabiliza a experiente técnica-administrativa, enumerando outras tarefas que se tornaram mais complexas pela nova realidade de trabalho imposta pela pandemia. “Em contrapartida”, acrescenta, “nunca somos ouvidos. E nem mesmo as resoluções são enviadas diretamente para as secretarias que lidam, por vezes, com instruções pouco claras”.

Anna completou 30 anos de casa em março, pode se aposentar, mas continua trabalhando por respeito aos alunos da UFRJ. Mas está cansada com o desprestígio das secretarias acadêmica: “Posso dizer que hoje estamos entre os servidores que, junto com o pessoal da saúde, mais trabalha na UFRJ”, observou.

 

 

A campanha “O Brasil precisa do SUS” teve seu ato de lançamento on-line nesta terça-feira, 15, promovido pela Frente pela Vida e com a participação de representantes das diversas entidades que a compõe: da sociedade civil; da saúde, ciência, tecnologia e inovação; comunicação; educação; de políticas públicas; Fórum das Centrais Sindicais, entre outras áreas.

O objetivo da campanha é mobilizar a sociedade para a importância da defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e de chamar a atenção para os riscos que a saúde pública universalizada e gratuita está correndo. O lançamento foi também um ato político que foi transmitido pelo YouTube no canal da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Ato

Durante o evento, representantes da Frente pela Vida entregaram ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a “Carta ao Povo Brasileiro” e a Petição Pública do Conselho Nacional de Saúde (CNS) “O SUS merece mais em 2021”. O abaixo-assinado já conta com mais de 560 mil assinaturas.

A carta denuncia a política genocida do presidente Jair Bolsonaro e reivindica vacinação para toda a população, e a Petição Pública solicita a aprovação da continuidade do orçamento no próximo ano. A petição também pede a revogação da Emenda Constitucional 95/2016, que congelou os investimentos em saúde e demais áreas sociais até 2036.

Para 2021 os valores do orçamento são menores dos que os de 2020 – menos de 40 bilhões de reais. Segundo a Frente, os sucessivos ataques ao SUS vêm se intensificando, como a recente publicação do decreto número 10.530 que leva a intenção de privatizar as Unidades Básicas de Saúde (USD) de todo o Brasil. 

O SUS brasileiro é um sistema de saúde singular no mundo, criado para atender gratuitamente toda a população do país. O que a Frente pela Vida está empreendendo é uma grande luta pela valorização e defesa do mais democrático programa de cobertura universal de saúde do continente que vem sendo sufocado pela asfixia de recursos. A maioria dos brasileiros, 75%, depende exclusivamente do SUS. 

“O SUS representa um patrimônio grande de direitos que se soma a outras políticas públicas”, pontuou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), no evento online.

Carta 

“No país, a Covid-19 mata mais pessoas negras, pobres e se dissemina rapidamente entre trabalhadores de serviços essenciais e informais, assim como entre populações vulnerabilizadas. A desigualdade social e a desvalorização da vida serviram de terreno fértil para o vírus”, diz o texto da carta.

E continua: “Ações relevantes de enfrentamento que deveriam ter sido lideradas pelo governo federal foram sabotadas pelo presidente Jair Bolsonaro. A ausência de coordenação nacional, testes armazenados em uso e recursos financeiros retidos são alguns exemplos. Essa desorientação propositada tem alimentado as mais altas taxas de mortalidade e letalidade da Covid-19 nas Américas, só comparáveis às dos Estados Unidos, Peru e Chile.

“A saúde do Brasil precisa do SUS. A economia do Brasil precisa do SUS. O povo brasileiro precisa do SUS forte, público, integral e universal. Defender o SUS é defender a vida. Junte-se a esta campanha. Vacina para todas e todos! O Brasil precisa do SUS”, finaliza o documento.

Frente pela Vida 

Motivadas pela necessidade de propor ações efetivas em resposta à pandemia da Covid-19 essas entidades formaram a Frente pela Vida:

Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes); Conselho Nacional de Saúde (CNS); Associação Rede Unida; Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); e Sociedade Brasileira de Bioética (SSB).

 

 

Os números são referentes a 2019 e ainda não refletem a crise provocada pela pandemia de Covid-19

Matéria retirada do site da Carta Capital.

O Brasil perdeu cinco posições no ranking global feito anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU). Os números divulgados nesta terça-feira 15 são referentes a 2019 e ainda não refletem a crise provocada pela pandemia de Covid-19.

O índice mede, de forma resumida, o progresso de 189 países em três indicadores: renda, educação e saúde. Atualmente, o Brasil ocupa a 84ª posição.

Em comparação com 2014, ano de referência usado pela ONU, o País caiu duas posições, mas viu o índice passar de 0,756 para 0,765. O Brasil mantém-se na categoria “Alto Desenvolvimento Humano”.

A expectativa de vida teve um leve aumento, passando de 75,7 no ano anterior para 75,9 neste ano.

Na área de educação, o ranking considera que os brasileiros devem ficar 15,4 anos na escola. A realidade, no entanto, é outra. Na média, o tempo de estudo no País é de 8 anos — 0,2 a mais que no ano anterior.

O rendimento nacional bruto per capita, que mede o grau de desenvolvimento econômico de um país, foi de US$ 14.263 em 2019, uma melhora em relação ao número de 2018, de US$ 14.068.

Desigualdade de gênero

No Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), que compara dados de direitos reprodutivos, empoderamento e mercado de trabalho dos homens e das mulheres, o Brasil perdeu seis posições e passou a ocupar o 95ª lugar entre os 189 países do ranking.

Mercado de trabalho: Cerca de 54,2% das mulheres acima de 15 anos estão inseridas no mercado de trabalho. Entre os homens, esse número sobe para 74,1%. As mulheres ocupam apenas 15% das cadeiras do Parlamento.

Educação: 61,6% das mulheres acima de 25 anos têm algum grau de educação secundária. O índice é menor entre os homens: 58,3%.

América do Sul 

O Brasil ocupa o 6º lugar no ranking do IDH dos países da América do Sul. O Chile ocupa a primeira posição, com IDH de 0.851. Em relação aos demais países do mundo, o Chile manteve o 43º lugar. A Argentina também manteve sua posição (46º). Veja o ranking dos 10 melhores colocados:

  1. Chile – 0.851 (43º no mundo)
  2. Argentina – 0.845 (46º no mundo)
  3. Uruguai – 0.817 (55º no mundo)
  4. Peru – 0.777 (79º no mundo)
  5. Colômbia – 0.767 (83º no mundo)
  6. Brasil – 0.765 (84º no mundo)
  7. Equador – 0.759 (86º no mundo)
  8. Paraguai – 0.728 (103º no mundo)
  9. Bolívia – 0.718 (107º no mundo)
  10. Venezuela – 0.711 (113º no mundo)
PESSOAS CAMINHAM EM RUA COM ÁGUA DE ESGOTO DE GUARÁ, A 20 KM DE BRASÍLIA. (FOTO: EVARISTO SÁ/AFP)

 

 

 

OUÇA O ÁUDIO

BAIXE AQUI O PDF

“Movimentos cruzados, histórias específicas. Estudo comparativo das práticas sindicais e de greves entre metalúrgicos e canavieiros” é o título do livro ganhador do prêmio da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) como a melhor obra científica das Ciências Sociais de 2020. A primorosa edição leva a assinatura da Editora UFRJ.

A obra tem vários autores, mas foi organizado pelos professores José Sérgio Leite Lopes e Beatriz Heredia (in memorian). A diretora adjunta da editora, Fernanda Ribeiro, fala da importância da premiação:

“É um incentivo e reconhecimento da produção científica realizada na universidade e difundida por uma editora universitária pública também, no campo das ciências sociais no país. E assegura a difusão dos trabalhos de excelência acadêmica e intelectual junto à comunidade científica e ao público em geral. Num ano com tantas dificuldades em virtude da Covid-19, esse prêmio trouxe uma alegria enorme para toda a equipe”.

 O prêmio, observa Fernanda, é um “reconhecimento não só dos organizadores e autores, mas de toda equipe que trabalhou para que o texto se tornasse um belíssimo livro”.

O conteúdo foi tema de debate que contou com a participação de quatro pesquisadores envolvidos no projeto que resultou na obra publicada e são eles: os sociólogos Mário Ladosky, professor da Universidade Federal de Campina Grande; Jaime Santos Jr., professor da Universidade Federal do Paraná; Marilda Menezes, professora da Universidade Federal do ABC e o historiador e professor da Universidade Federal de São Paulo, Murilo Leal. 

O vídeo do debate pode ser acessado pelo endereço https://www.facebook.com/editora.ufrj/. O livro encontra-se disponível gratuitamente no site da Editora UFRJ: www.editora.ufrj.br/Download.

Projeto exitoso

O livro é o resultado do projeto de pesquisa “Movimentos cruzados, histórias específicas. Análise comparativa dos ciclos de greves iniciados pelos metalúrgicos de São Paulo e do ABC Paulista e pelos canavieiros de Pernambuco no final dos anos 1970”, aprovado pelo edital da Capes “Memórias Brasileiras: Conflitos Sociais”, de 2015.

“A obra trata de uma comparação entre práticas de lutas por direitos exercidas por trabalhadores urbanos e trabalhadores rurais. Dentre vários episódios exemplares de lutas do povo brasileiro selecionados para terem um lugar importante na memória transmitida entre gerações, figuram os das greves dos metalúrgicos de São Paulo, Osasco, Guarulhos e do ABC paulista, os operários urbanos por um lado e, por outro, as greves dos canavieiros de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, no final dos anos 1970!, explica Fernanda.

Fernanda complementa informando que a escolha das categorias de grevistas visou privilegiar a comparação entre o sindicalismo de trabalhadores numa situação urbano-industrial e numa situação rural. E com isso oferecer uma ideia mais ampliada das lutas de dois setores importantes das classes trabalhadoras brasileiras desde que o direito à sindicalização foi estendido ao campo, em 1963. A comparação foi uma oportunidade de analisar recorrências e diversidades entre esses setores.