A ameaça de bolsonaristas ao Sintufrj por causa da campanha “Vacina no braço, comida no prato” teve como resposta uma rede de solidariedade das entidades que atuam na UFRJ. Dirigentes da Adufrj, Associação dos Pós-graduandos e do DCE Mário Prata se manifestaram por meio de declarações e notas rechaçando a investida dos apoiadores de Bolsonaro.

Como o Sintufrj já denunciou por meio de nota, desde sábado 10, um dia após a projeção do vídeo da campanha na Praia Vermelha e na fachada da Escola de Música da UFRJ, o sindicato passou a receber telefonemas com ameaças de bomba, invasão e depredação da sede entidade.

Naquele dia, a notícia com as ações do sindicato denunciando a insensibilidade do governo diante de cerca de 350 mil mortos e do desespero de milhões de famílias sem renda realizadas na sexta-feira 9 já tinha viralizado nas redes sociais e veículos de mídia.

Nesta segunda-feira, a presidente da Adufrj, Eleonora Ziller, sustentou que a entidade de docentes que dirige “compartilha e corrobora” a campanha do Sintufrj “que é nossa também”.

“A gente abraça a ideia de que possamos retomar a atividade do Fórum de Mobilização e Ação Solidária da UFRJ (Formas) composto pelas entidades representativas de professores, técnico-administrativos, estudantes e terceirizados para, inclusive, enfrentarmos a ofensiva de grupos criminosos, milicianos, todos juntos num mesmo processo.  A universidade é nossa e a tentativa de intimidação é contra todos”, disse.

Tarcísio Brito, que é representante da Associação de Pós-Graduandos (APG) no CEPG, foi incisivo. “Publicamos uma nota no Instaram em apoio ao Sintufrj e propomos fazer uma reunião para discutir tudo isso que tem acontecido. É um completo absurdo (as ameaças)”.

Julia Vilhena, que representa do DCE Mário Prata no Conselho Universitário, se coloca como parceira do Sintufrj “nesta luta e se solidariza contra as represálias que vocês estão sofrendo”. A dirigente estudantil disse que o DCE está do lado do sindicato no enfrentamento ao governo e na defesa da universidade pública.

Leia a Nota da ADUFRJ 

Leia a Nota da APG.

 

 

A covid não é democrática e nós pagamos o preço da desigualdade estrutural da sociedade brasileira, afirma Arthur Chioro

Matéria retirada do site Brasil de Fato. 

“Nós vamos ter ainda um mês de abril terrível”, afirmou o  ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, em live da Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes (AAENFF), na última segunda-feira (5), com o tema “Pandemia, vacina e saúde pública brasileira”.

Ele lamentou que, a essa altura, o Brasil tenha mais de 20 mil mortes por semana por covid-19, e o governo Bolsonaro não tome medidas eficazes para mudar esse cenário. 

“Só para dar uma dimensão, isso significa oito World Trade Centers desabando em uma semana. É praticamente como se um atentado terrorista daquela magnitude, que chocou o mundo, acontecesse por dia no Brasil”, afirmou.

O debate contou também com a participação de Maria da Paz, médica e militante do MST e da Rede de Médicos e Médicas Populares. A mediação do debate foi feita pelo coordenador da AAENFF, Fábio Venturini.

Brasil: epicentro da pandemia

O debate tratou das consequências do negacionismo do governo Bolsonaro no combate à pandemia. A primeira delas é o número alto de mortes, segundo avaliação do ex-ministro. “O Brasil tem 2,7% da população mundial, e somos responsáveis por praticamente um terço dos casos e dos óbitos em escala global. Acho que isso por si só dá uma dimensão do tamanho do problema”, avalia Chioro, que foi ministro da Saúde entre 2014 e 2015.

Para Arthur Chioro, a tragédia brasileira tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro. O ex-ministro reforça que os erros na condução da crise sanitária começaram antes mesmo da pandemia, com ações tomadas por Luiz Henrique Mandetta, o primeiro mandatário da pasta da Saúde da atual gestão, que encerrou o programa Mais Médicos, dos governos Lula e Dilma, e reduziu os investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), agora estrangulado pela Emenda do Teto de gastos públicos.

“Os erros gravíssimos remontam a antes mesmo da pandemia, quando o Mandetta – aquele que vestiu o colete do SUS no Carnaval e gostou, mas sempre foi um adversário ferrenho do SUS – detonou e destruiu, junto com o Bolsonaro, o Programa Mais Médicos e a nossa capacidade de resposta na Atenção Básica”.

O ex-ministro da Saúde também avalia que o Brasil não tem vacinas suficientes por uma ação e decisão do governo Bolsonaro.

Primeiro, porque rejeitou participar do Fundo Covax-Facility, consórcio da Organização Mundial da Saúde (OMS) que aglutina mais de 170 países e permite o acesso a uma cartela com nove imunizantes que estão em fase de produção pelo mundo.

Em paralelo, pela “politização” da Coronavac, produzida em parceria da farmacêutica chinesa Sinovac – atacada pelos bolsonaristas como uma vacina “comunista” – com o Instituto Butantã, associada ao governo paulista. Aproximadamente 90% das vacinas aplicadas nos brasileiros vem do Butantã.

Para Chioro, além de um grande desafio sanitário, a pandemia acentua desigualdades. “A covid não é democrática e nós pagamos o preço da desigualdade estrutural da sociedade brasileira. A covid continua matando e acometendo com maior gravidade as pessoas pobres, pretas, que vivem nas periferias, inclusive os mais idosos. Entre aqueles que têm mais comorbidades, não há um padrão igual de acometimento”, diz.

Experiência cubana

Para a médica Maria da Paz, há uma enorme diferença no tratamento dado à pandemia no Brasil e em Cuba, apesar da pobreza da ilha caribenha. “É certo que em Cuba existe pobreza, mas não existe miséria. O serviço de Saúde está organizado e estruturado, com base na ciência, para responder às necessidades das pessoas; é de fato saúde coletiva”, afirma.

Maria da Paz avalia que Cuba está melhor preparada que o Brasil para lidar com a pandemia também por estar acostumada a enfrentar outros problemas que exigem respostas coletivas, como intempéries climáticas. “Já existe uma formação, uma cultura de cuidado no dia a dia das pessoas”.

Quanto às vacinas, Cuba tem desenvolvimento próprio de cinco imunizantes. O mais promissor é a Soberana 2, que está na terceira fase de testes e em breve será aplicada em toda a população, mesmo com um dos menores índices de mortalidade do mundo até o momento em função da pandemia.

O país pretende produzir cerca de 100 milhões de doses de vacinas e disponibilizar o excedente para países pobres na América Latina na África.

Caráter privatista

Chioro denuncia também o caráter privatista do atual governo na área da Saúde. O ex-ministro cita o programa de governo de Jair Bolsonaro à presidência, em 2018, que indicava uma substituição do Programa Mais Médicos pelo Médicos pelo Brasil, o que envolveria a contratação de médicos e clínicas particulares para atenderem à rede pública. “Na minha opinião, fazia parte do projeto de privatização”.

Entre 2013 e 2016, Maria da Paz supervisionou o Programa Mais Médicos, que garantiu o atendimento de saúde em cidades e estados pouco assistidos por médicos brasileiros, e elogiou os médicos cubanos integrados ao programa, mesmo com ataques da direita e de associações médicas brasileiras. 

“O Programa Mais Médicos e a presença massiva dos médicos cubanos marcou fortemente o país todo. Quando os médicos cubanos saíram, vimos [essa desassistência] na prática. Em uma cidade do interior do Pará que só tinha médicos cubanos, a população ficou meses sem ter médico. A realidade era essa”, lamenta.

 “Acho que esse preconceito, essa ignorância, infelizmente pelos bolsonaristas, vai continuar, porque é uma forma de pensar. Mas posso dizer que, na prática, desconstruiu muito o preconceito com relação aos médicos cubanos, e isso foi muito positivo. Eles demonstraram que realmente são formados, são preparados, além da forma como lidam, a medicina humana, além da técnica. Fidel dizia: ‘Vocês precisam ser médicos com ciência e consciência’”, finaliza.

Arthur Chioro reforça que o SUS é um divisor de águas na garantia de direitos e um “patrimônio da população brasileira”. Sua estrutura precisa ser fortalecida, afirma o ex-ministro, porque outras crises sanitárias estão no horizonte.

“Temos uma oportunidade ímpar de colocar na agenda nacional o debate sobre a importância do SUS. Até porque, se tem uma certeza hoje, é que nós vamos ter outras pandemias, outras tragédias. No século 20 nós tivemos duas. No século 21, a covid-19 já é a quinta”.

 

 

 

Ameaças começaram após repercussão da campanha “vacina no braço, comida no prato: Fora Bolsonaro!”, realizada com êxito na sexta (9)

Escrito por: Redação CUT 

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Sintufrj) divulgou nota nesta segunda-feira (12) denunciando ameaças, inclusive de ações terroristas , que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) vêm fazendo por telefone desde este domingo (11). De acordo com a direção do sindicato, os bolsonaristas acusam o movimento sindical de “atrapalhar o Brasil” e prometem invadir e depredar a sede da entidade.

“As ameaças são uma consequência da ação realizada pelo Sintufrj no dia 9 de abril, com ampla repercussão nas redes sociais, denunciando os crimes do governo na pandemia, motivação da recente criação de uma CPI no Senado e de ofício enviado pela OAB à PGR, além de amplamente denunciados pelos movimentos sociais e pela imprensa”, diz trecho da nota do sindicato.

Foto: RENAN SILVA

“A intenção dos apoiadores do governo é intimidar o Sintufrj e tentar impedir novas ações de denúncia contra Bolsonaro”, ressalta a nota.

“Afirmamos em alto e bom som: não vão nos calar!”, segue a nota que cita as vidas perdidas para a Covid-19, dizendo: “Nos últimos dias, chegamos à marca de 3 pessoas mortas por minuto. 

Ultrapassamos as 350 mil vítimas fatais da pandemia. Nada pode ser maior do que combater essa tragédia e seus responsáveis. 

Nosso compromisso é com a defesa da vida e da democracia”.

Os trabalhadores da educação da federal do Rio de Janeiro reforçam na nota a importância da organização da classe trabalhadora neste momento. “Contra a violência e o arbítrio, nossa arma é a força organizada das trabalhadoras e trabalhadores que se dedicam todos os dias a salvar vidas, produzir conhecimento e contribuir para a construção de um Brasil melhor”.

O Sintufrj realizou, ao longo da sexta-feira (9 de abril) várias ações coordenadas em defesa da vida e contra o governo Bolsonaro.

Com o mote “vacina no braço, comida no prato: Fora Bolsonaro!”, o sindicato instalou um telão de LED na Praia Vermelha e realizou uma projeção na fachada da Escola de Música, na Lapa, exibindo simultaneamente nos dois pontos um vídeo denunciando as ações do governo na pandemia – falta de vacinas, corte de verbas, ausência de auxílio emergencial decente – e exigindo a saída de Bolsonaro.

O Sintufrj também instalou um outdoor de frente para a Linha Vermelha e 2 grandes faixas na principal passarela da vida exibindo os dizeres da campanha.

 

 

A Direção da FASUBRA Sindical manifesta sua solidariedade à direção do SINTUFRJ pelos ataques sofridos de apoiadores do ódio e da violência. As ameaças de extremistas de direita à direção do sindicato são consequência da potente ação política construída pela entidade, seguindo orientação da FASUBRA, no último dia 9 de abril, quando exibiu em pontos diferentes da cidade um vídeo denunciando o governo Bolsonaro pela conduta criminosa na pandemia, responsável pela morte de mais de 350 mil pessoas, fato este que a Federação caracteriza como genocida, ao negar ações concreta, que iniba a proliferação, deste vírus, aliado aos vários ataques através de PECs que visam a destruição dos Servicos Públicos em nosso país, em um momento que salvam vida nesta pandemia.

As ameaças são uma consequência da ação realizada pelo Sintufrj no dia 9 de abril, com ampla repercussão nas redes sociais, denunciando os crimes do governo na pandemia, motivação da recente criação de uma CPI no Senado e de ofício enviado pela OAB à PGR, além de amplamente denunciados pelos movimentos sociais e pela imprensa. A intenção dos apoiadores do governo é intimidar o Sintufrj e tentar impedir novas ações de denúncia contra Bolsonaro.

Nesse sentido orientamos que os sindicatos da base da Fasubra manifestem publicamente sua solidariedade ao Sintufrj. O movimento sindical não se calará frente aos desmandos e crimes de um governo inimigo do povo. Todo apoio à luta das trabalhadoras e trabalhadores!
A FASUBRA Sindical reafirma seu posicionamento em defesa da vida, vacina para todas e todos!
#servidoressalvamvidas
#Vacina no braço, comida no prato!
#ForaBolsonaroeMourão
#BolsonaroGenocida

 

 

Desde ontem, vários apoiadores do presidente Bolsonaro estão telefonando para o sindicato e fazendo ameaças, inclusive de ações terroristas. Acusam o movimento sindical de “atrapalhar o Brasil” e prometem invadir e depredar a nossa sede.

As ameaças são uma consequência da ação realizada pelo Sintufrj no dia 9 de abril, com ampla repercussão nas redes sociais, denunciando os crimes do governo na pandemia, motivação da recente criação de uma CPI no Senado e de ofício enviado pela OAB à PGR, além de amplamente denunciados pelos movimentos sociais e pela imprensa. A intenção dos apoiadores do governo é intimidar o Sintufrj e tentar impedir novas ações de denúncia contra Bolsonaro.

Afirmamos em alto e bom som: não vão nos calar! Nos últimos dias, chegamos à marca de 3 pessoas mortas por minuto. Ultrapassamos as 350 mil vítimas fatais da pandemia. Nada pode ser maior do que combater essa tragédia e seus responsáveis. Nosso compromisso é com a defesa da vida e da democracia.

Contra a violência e o arbítrio, nossa arma é a força organizada das trabalhadoras e trabalhadores que se dedicam todos os dias a salvar vidas, produzir conhecimento e contribuir para a construção de um Brasil melhor.

Vacina no braço, comida no prato! Fora Bolsonaro!

Sintufrj – Gestão Ressignificar

As projeções de vídeo com protesto contra o governo Bolsonaro realizado pelo Sintufrj ganharam repercussão nas redes sociais e em veículos de mídia. Parlamentares de diferentes partidos saudaram a ação do sindicato feita por meio de painel de LED instalado na Praia Vermelha e por imagens projetadas no paredão da Escola de Música da UFRJ, na Lapa.

A Adufrj se solidarizou com o Sintufrj e exibiu o conteúdo do vídeo em suas redes.

O líder da bancada do PT na Câmara, Bohn Gass, os deputado federais Henrique Fontana e Alencar Santana, além do vereador Lindbergh Farias, todos do PT; o deputado Marcelo Freixo, líder da oposição na Câmara Federal, o deputado federal David Miranda e a deputada estadual Renata Souza, do PSOL; e a deputada Jandira Feghali, do PC do B, estão entre os parlamentares que manifestaram apoio ao vídeo cuja mensagem caracteriza o ocupante do Palácio do Planalto como genocida.

Os dirigentes do PT Jilmar Tatto e Renato Simões, e a professora Luciana Boiteux (PSOL) também saudaram a ação política do sindicato.

O texto e as imagens foram roteirizados pelo Sintufrj sob o mote “Vacina no Braço, Comida no Prato”. Em mínimos minutos, a peça audiovisual traduz o caos no qual o governo Bolsonaro mergulhou o país.

A última tela do vídeo estampa o #forabolsonaro. A reação veio do senador Flávio Bolsonaro, que chafurda na lama do escândalo da rachadinha e que acaba de adquirir em condições suspeitas uma mansão no Lago Sul de Brasília.

No Facebook, o senador anunciou que um de seus asseclas, o deputado estadual Anderson Moraes (PSL), denunciou o protesto à Polícia Federal.

Mas, como esclarece matéria da Carta Capital sobre o assunto, “uma decisão do Supremo Tribunal Federal datada de 2020 declarou ser inconstitucionais atos que vão contra a liberdade de expressão de alunos e trabalhadores e tentativas de impedir a propagação de ideologias ou pensamento dentro das universidades”.

 

 

 

 

Vídeos, charges e memes movimentaram as redes sociais do Sintufrj nesta sexta-feira, 9 de abril:

 

Na Linha Vermelha e em um dos acessos ao Fundão, o Sintufrj exige vacina no braço e comida no prato em faixas e outdoor.

 

 

Sem renda, sem emprego, sem comida, sem vacina

Vários pontos da UFRJ e da cidade estão com paredões emplastados de cartazes imitando a estética dos anúncios de supermercados. Neles, os preços do gás, da carne, gasolina, arroz, da cesta básica indicando a explosão do custo de vida num momento em que milhões estão mergulhados no desemprego e na falta de qualquer renda. Na UFRJ, os cartazes BOLSOCARO podem ser vistos nas cercanias do IPPMG, IFCS, CT, Praia Vermelha, entre outros locais.

CONFIRA AS FOTOS:

 

 

A principal pauta do Conselho Universitário (Consuni), na quinta-feira, 8, era a apresentação da proposta do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFRJ. Toda a comunidade universitária, e também a sociedade em geral, foi estimulada a contribuir com ideias. Dentre as contribuições enviadas à Reitoria pelo Sintufrj, consta a criação do Conselho Superior de Administração e Gestão de Pessoal.

O debate nem chegou a ser iniciado, porque a sessão do colegiado foi interrompida com a notícia da morte de mais uma servidora da universidade pela Covid-19. Juliana Cruz Lopes, 42 anos, fazia parte da Coordenação de Relações Institucionais e Articulações com a Sociedade (Corin). A comunidade universitária da UFRJ já não suporta mais contabilizar tantas vidas perdidas nesta pandemia.   

De acordo com a reitora Denise Pires de Carvalho, a discussão sobre a proposta finalizada do PDI pelos conselheiros será retomada em 15 dias, em sessão normal do Consuni ou em caráter extraordinário.

Ditadura nunca mais

Enquanto durou a sessão na quinta-feira, 8, estava em pauta a continuidade de uma discussão iniciada há duas semanas no colegiado: a proposta de cassação do título de Doutor Honoris Causa concedido ao coronel Jarbas Passarinho, em 1973, no auge dos “anos de chumbo” do golpe militar. Ele foi duas vezes ministro dos golpistas e subscreveu o AI-5. 

Na sessão do dia 25, ao apresentar a justificativa para a cassação do título de Jarbas Passarinho, os estudantes lembraram que a ditadura matou pelo menos 27 estudantes da UFRJ e leram nomes de alguns dos assassinados pelos generais. Foi um momento de emoção na sessão virtual.

Parte do colegiado é favorável à cassação dos títulos de Passarinho, como já ocorreu com outros personagens nefastos da história do Brasil.  

Momento exige tomada de decisão

Pela bancada técnico-administrativa falou a conselheira Joana de Angelis, que é também coordenadora do Sintufrj. Ela defendeu que este é o momento ideal de a universidade se posicionar em razão dos inúmeros ataques do governo à instituição, à educação, à ciência e ao SUS, e propôs: 

“Não há melhor apoio à universidade, aos nossos cientistas e pesquisadores do que mostrar publicamente para a sociedade que somos contra a tortura e a ditadura.”

Segundo a conselheira e dirigente sindical, é importante fazer o resgate desta parte trágica da história do país e dos protagonistas do golpe que matou, torturou, exilou e calou estudantes, trabalhadores e a sociedade. 

“Mais do que nunca a UFRJ não pode se calar, e este Conselho tem a obrigação e o dever de se posicionar, sim, num momento em que há um governo que vive tentando nos colocar de novo nas mesmas condições que tanto repudiamos. Esta casa centenária, que produz conhecimento científico e que tem autonomia, tem de manifestar seu posicionamento contrário à ditadura, porque está havendo ataques e retrocesso”, afirmou. 

“Não vamos conseguir nada nos submetendo, mas, sim, mostrando que estamos juntos, unidos e fortes pela resistência e pela luta em defesa da educação pública, e esta casa tem o dever de retirar o entulho ditatorial que carregamos”, concluiu Joana. 

Aqui você encontra a íntegra das considerações e propostas apresentadas pelo Sintufrj ao PDI https://sintufrj.org.br/wp-content/uploads/2020/12/PDI-Sintufrj-2020-Revisado.pdf