Com as manifestações on-line dos representantes das entidades representativas dos segmentos da UFRJ – Sintufrj, Adufrj, DCE Mário Prata, Associação dos Pós-Graduandos (APG) e Associação dos Trabalhadores Terceirizados (Attufrj) –, às 16h, foi encerrado o 19M, nesta quarta-feira, 19: “A UFRJ não pode fechar!”
Pela manhã, a comunidade universitária realizou mobilização na Avenida Venceslau Brás, a principal de acesso ao campus da Praia Vermelha, para chamar a atenção da população sobre o que ocorre atualmente com a mais importante universidade federal do país no governo Bolsonaro.
Em todo o país, trabalhadores e estudantes realizaram manifestações em defesa da universidade pública – “referência de conhecimento é prática da democracia”, conforme destacou o cartaz do Formas (Fórum de Mobilização e Ação Solidária que reúne as entidades da UFRJ) convocando para as atividades.
Sintufrj
“Com muita satisfação o Sintufrj participa deste movimento de resistência planejado e concretizado pelas nossas entidades diante dos ataques do governo às universidades públicas”, afirmou na live a coordenadora de Educação do Sindicato, Damires França. “É uma vergonha que a primeira e a maior universidade pública do Brasil tenha que fazer campanha para angariar dinheiro para pagar suas contas, por conta dos cortes no seu orçamento. O lema do Sintufrj é resistir e eu acredito que a nossa mobilização coletiva é necessária e deve ser constante, e nos envolve numa luta pela nossa própria existência”, disse emocionada a dirigente.
Segundo Damires, “cresce a indignação das pessoas com esse governo, seja por causa da fome, pelas mortes por covid, pela reforma administrativa planejada para pegar só peixe pequeno, deixando de fora os altos salários e dos que vão votar nela e defendê-la, como os parlamentares, juízes, promotores e os militares”.
Adufrj
“Este ato é um ensaio geral de unidade de todas as forças progressistas, das entidades e de todos que estão comprometidos em lutar na defesa da vida, das instituições e da educação pública”, sinalizou a presidenta da Adufrj, Leonora Ziller. Segundo a dirigente, o que estamos enfrentando hoje é da maior gravidade, porque não se trata de desmonte, mas de desmanche. “O que nos coloca numa situação de quase no perigo da irreversibilidade das nossas instituições e das nossas ações de construção de décadas no nosso país de ensino e pesquisa, de produção de conhecimento, cultura e arte”, ela alertou.
Diante da gravidade do momento, Ziller conclamou: “É urgente e necessário que a gente se entenda, se fortaleça, se organize para construir uma rede poderosa de solidariedade e de atuação coletiva de resposta às políticas de morte e de desagregação que enfrentamos hoje. O dia 29 de maio (Dia Nacional de Luta pela Vida e em Defesa da Educação Pública e do Fora Bolsonaro!) deve ser o ápice”.
DCE Mário Prata
“No momento em que o governo federal diz não ter dinheiro para a educação e a saúde, gasta três milhões de reais na compra de apoio no Congresso. Esse dinheiro poderia ter evitado as 500 mil mortes por covid. A gente só consegue salvar a UFRJ com esse governo fora”, apontou a dirigente do DCE da UFRJ, Natália Borges. “A UFRJ é a ponta de lança para puxar a luta e mobilizar as outras universidades em defesa da educação pública”, complementou Allessandro Ribeiro, também da direção do DCE.
APG
Dois dirigentes da associação também dividiram o tempo na live. “Desde 2013 nossas bolsas não são reajustes e foram desvinculadas das agências de fomento”, denunciou Jorge |Marçal, que vê a realidade atual como “(um) cenário derradeiro, que se apresenta como parte de um projeto de morte de um país e que tem que passar por cima dos nossos corpos e da produção de conhecimento”. Natália Trindade fez um depoimento quase pessoal: “Quando este governo negacionista escolhe a centenária e a mais antiga universidade para atacar, ele está dizendo: “não queremos vocês aí”. Sou da geração que viu o filho do pedreiro entrar na UFRJ na graduação e chegar na pós-graduação e tudo o que Bolsonaro quer é que a gente desista, mas a partir da luta coletiva se faz a diferença. (Ele) não vai derrotar todo o processo de avanço que tivemos na universidade pública. A gente não vai sair daqui e a gente quer mais! A gente quer mais bolsa, mais produção científica e cultural…”
Attufrj
“A unificação de todas as entidades contra o desmanche da UFRJ mostra a nossa força contra o peso desse governo sobre mós. O povo trabalhador está morrendo com toda a sem-vergonhice do governo com a retirada de direitos. A gente não vai esperar a covid passar para ir às ruas tomando todos os cuidados, assim como está fazendo o DCE, para não nos contaminar. Os trabalhadores terceirizados precisam da UFRJ e ela não pode fechar. Minha filha se formou na UFRJ, portanto, nossa luta é pelo Fora Bolsonaro genocida e em defesa da educação pública”, falou a representante da Attufrj, Waldinéa Nascimento.
CONFIRA A ÍNTEGRA DA LIVE DESTA QUARTA, 19/05: