Pandemia e aumento do valor dos insumos seriam os principais fatores para subida de 28% nos preços

Publicado: 11 Janeiro, 2022 – Por: Michele de Mello e Thales Schmidt/ Brasil de Fato

Imagem: ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

A Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) das Nações Unidas divulgou estudo neste início de ano em que revela que o preço médio dos alimentos em 2021 foi o maior dos últimos 10 anos. O Índice de Preços de Alimentos da FAO foi 28,1% superior a 2020.

O índice acompanha as mudanças mensais nos preços internacionais de commodities de cinco produtos: cereais (arroz, milho, trigo e outros), óleos vegetais (soja, canola, girassol e outros), produtos lácteos (leite em pó, queijo, manteiga), carnes (bovina, frango, suína, ovina) e açúcar.

“Embora se espere que os preços normalmente altos deem lugar ao aumento da produção, o alto custo dos insumos, a pandemia global em curso e as condições climáticas cada vez mais incertas deixam pouco espaço para otimismo sobre um retorno a condições de mercado mais estáveis, mesmo em 2022”, afirma o economista da FAO Abdolreza Abbassian.

Os cereais tiveram o aumento mais expressivo. Devido à seca no Brasil, o preço do milho subiu 44,1% em 2021, enquanto o preço do trigo avançou 31,3%. Já os óleos vegetais ficaram até 65,8% mais caros no último ano. O índice que acompanha os preços das carnes teve um aumento de 12,7% em 2021 na comparação com 2020.

O professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, destaca que as flutuações nos preços dos alimentos são rotineiras e resultado de um modelo agrícola baseado no lucro e no “elevado uso de insumos, comprados dos oligopólios, alta produtividade e monocultivo, com uma economia baseada no lucro que considera alimento como commodity, em português, mercadoria.”

“A variação de preços desses produtos segue o ‘mercado’, que é umbilicalmente vinculado ao modelo agrícola. Embora haja fatores conjunturais influindo na variação de preços, como variações climáticas que afetam a produtividade das lavouras ou a variação da demanda de grandes importadores como China e outros países asiáticos, a variação de preços segue, estruturalmente, a especulação financeira e os ganhos dos grandes oligopólios do chamado ‘Agronegócio'”, diz o pesquisador ao Brasil de Fato.

A pandemia também marcou um agravamento dramático da fome no mundo. De acordo com a ONU, 811 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo.

Na América Latina e Caribe, a insegurança alimentar é realidade para 9,1% da população — o índice mais alto dos últimos 15 anos. Somente no Brasil, o maior produtor de alimentos do mundo, 116,8 milhões de pessoas não conseguem realizar três refeições ao dia.

Edição: Arturo Hartmann

 

 

Esses profissionais da saúde, os técnicos e auxiliares de enfermagem representaram 36,3% (44.722) do total de casos positivos de Covid-19

Publicado: 11 Janeiro, 2022 – Escrito por: SindSaúde-SP

Imagem: SINDSAÚDE-SP

Levantamento da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no SindSaúde-SP mostra que os técnicos e auxiliares de enfermagem foram os mais infectados pelo coronavírus desde o início da pandemia. Esses profissionais representaram 36,3% (44.722) do total de casos positivos de Covid-19 entre profissionais de saúde.

Em segundo lugar estão as enfermeiras e enfermeiros, que representaram 15,4% (18.930) dos casos positivos; na sequência estão médicos e médicas, com 10,3% (12.710) do total de positivado.

No total, pelo menos 123.087 profissionais de saúde no estado de São Paulo foram contaminados pelo coronavírus. Contudo, o SindSaúde-SP avalia que esse número pode ser muito maior, tendo em vista a alta de taxa de subnotificação, pois não houve uma política de testagem periódica.

“Nos primeiros meses de pandemia, não havia testes e, quando eles chegaram, não foram suficientes para fazer uma avaliação em massa. Sabemos que existem casos assintomáticos, então, esse número de contaminados pode ser muito maior, sem sombra de dúvidas”, avaliou a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro.

O apontamento do Dieese teve como base os dados abertos do governo do Estado de São Paulo, desde 2020 a 3 de janeiro de 2022, em relação aos trabalhadores da saúde do serviço público (estadual e dos municípios) e do setor privado.  

Internações e óbitos

Em relação ao número de internações e óbitos entre profissionais da saúde, a subseção do Dieese utilizou os dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe, o SIVEP-Gripe, de janeiro a 6 de dezembro de 2021.

Os números apontavam que, no estado de São Paulo, houve 491 casos de Covid-19, que evoluíram para uma Síndrome Respiratória Grave Aguda (SRAG) e necessitaram de internação. Desse total, 160 foram a óbito. Em 2020, esse número havia sido de 587 internações e 134 óbitos no estado por Covid-19.

Além da subnotificação por falta de testagem, é preciso alertar para o fato de que a identificação da ocupação do paciente ao ser internado nem sempre é feita e, por isso, a dimensão dos trabalhadores da saúde afetados pela Covid-19 tende a ser ainda maior.

Durante todo período de pandemia, o SindSaúde-SP lutou e continua lutando para que as trabalhadoras e os trabalhadores tenham seus direitos garantidos, entre eles, até mesmo ao acesso a Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) para se protegerem da Covid-19.

 

 

Pelo menos 17 capitais e o Distrito Federal já cancelaram o Carnaval 2022. Em outros estados, prefeituras ou estão analisando se realizam – a maioria – ou decidiram realizar – a minoria

Publicado: 11 Janeiro, 2022 – Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Imagem: CARNAVAL CANCELADO MONTAGEM SOBRE FOTO DE ROVENA ROSA – AGÊNCIA BRASIL

Com o avanço de casos da variante ômicron do novo coronavírus e o aumento de casos de gripe, 17 capitais do Brasil e o Distrito Federal, além de centenas de cidades do interior em todo o país, muitas delas com tradição de realizar a festa de momo, cancelaram o Carnaval de rua em 2022, que ocorreria entre os dias 25 de fevereiro e 05 de março.

Em outras capitais os prefeitos ainda estão analisando se realizam as festas de rua e algumas decidiram realizar.

O Carnaval foi cancelado em cidades onde a festa é tradicional e atrai uma multidão de turistas, como no Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Recife (PE), Olinda (PE), Ouro Preto (MG), Juiz de Fora (MG) e São Luiz do Paraitinga (SP). Nem em São Paulo, onde nos últimos anos os blocos voltaram com tudo para as ruas da cidade, a festa foi autorizada. 

Confira as cidades onde o Carnaval de 2022 já foi cancelado, onde está sendo analisada a possibilidade de realizar a festa e onde foi confirmado, por enquanto, pelo menos.

Aracaju

A Prefeitura da capital de Sergipe ainda está analisando se realiza o Carnaval.

Belém

A Prefeitura da capital do Pará cancelou o Carnaval.

Belo Horizonte

A prefeitura não anunciou oficialmente o cancelamento das festas nas ruas, mas suspendeu os investimentos e a infraestrutura para os desfiles dos blocos, o que inviabilizaria a realização. No entanto, grupos e blocos estão organizando suas atividades de forma independente.

Boa Vista

A Prefeitura da capital de Roraima está analisando as chances de realizar o Carnaval.

Brasília

O governador Ibaneis Rocha cancelou o Carnaval na capital e em todas as cidades do Distrito Federal.

Campo Grande

A Prefeitura da capital do Mato Grosso do Sul cancelou o Carnaval.

Cuiabá

A Prefeitura da capital de Mato Grosso cancelou o Carnaval.

Curitiba

A Prefeitura da Capital paranaense cancelou o Carnaval, apesar da pouca tradição de realização da festa. E no Estado, o vice-líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Cobra Repórter (PSD),entrou com um requerimento de cancelamento da festa em todas as cidades do Paraná alegando a necessidade de manter baixa a taxa de contaminação no estado.

Espírito Santo

Por enquanto a única decisão por cancelar o Carnaval foi tomada na cidade de Guarapari.

Fortaleza

O edital de apoio às festas na capital cearense havia sido cancelado pelo prefeito José Sarto (PDT) em 30 de novembro, sendo seguido pelo governador Camilo Santana (PT). Não vai ter Carnaval no Ceará.

Florianópolis

A Prefeitura da capital de Santa Catarina decidiu cancelar o Carnaval deste ano, tanto os blocos de rua, quanto os desfiles das escolas de samba.

Goiânia

O Carnaval está cancelado na capital de Goiás.

João Pessoa

Na capital da Paraína, a realização do Carnaval ainda está sendo analisada.

Macapá

Na capital do Amapá o Carnaval foi cancelado.

Maceió

Na capital de Alagoas o Carnaval tamvbém foi cnacelado.

Manaus

Na capital do Amazonas o Carnaval foi cancelado.

Natal

Na capital do Rio Grande do Norte, por enquanto, a Prefeitura decidiu realizar o Carnaval.

Olinda

A Prefeitura de Olinda (PE) também cancelou o Carnaval de 2022 na cidade. O prefeito Professor Lupércio (Solidariedade) prometeu linhas de investimentos para a cultura local como medida alternativa.

Ouro Preto

A prefeitura de Ouro Preto (MG) já havia anunciado que não haveria o desfile de blocos de rua desde 15 de dezembro. O município vetou qualquer tipo de evento, público ou privado, em espaços abertos ou fechados, durante a folia. Outras cidades mineiras como Ouro Preto, Diamantina, Mariana e outros 27 municípios da Associação das Cidades Históricas também decidiram, em conjunto, pela não realização das festas.

Palmas

Na capital do Tocantins, a Prefeitura ainda está analisando se realiza ou não o Carnaval 2022.

Porto Alegre

Na capital do Rio Grande do Sul, a Prefeitura decidiu manrer o Carnaval.

Porto Velho

Na capital de Rondônia a realização da festa ainda está em análise.

Recife

A prefeitura da capital pernambucana cancelou toda a  programação oficial do Carnaval de rua alegando que a prioridade deste – e de qualquer momento – sempre será a preservação da saúde e da vida”.

Rio Branco

O mesmo ocorre na capital do Acre onde as autoridades locais ainda analisam a possibilidade de realizar a festa.

Rio de Janeiro

A Prefeitura do Rio de Janeiro cancelou o Carnaval de rua no município, mas manteve, por enquanto, os  desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. O prefeito Eduardo Paes (PSD) alegou que o sambódromo oferece possibilidades de controle sanitário de pessoas mediante a apresentação de comprovante vacinal.

Salvador

A capital baiana foi a primeira grande cidade brasileira a cancelar a sua tradicional folia. O governador Rui Costa (PT) disse em 23 de dezembro que uma megafesta, nos moldes das que são feitas historicamente em Salvador, seria “inviável”.

São Luís

A Prefeitura da capital do Maranhão já cancelou o Carnaval.

São Luiz do Paraitinga (SP)

O Carnaval de marchinhas de São Luiz do Paraitinga, famoso destino carnavalesco no interior de São Paulo, havia anunciado em 23 de novembro que não realizaria a folia em 2022. A prefeitura local disse que “momento atual ainda requer atenção, cautela e responsabilidade”.

São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), cancelou o desfile dos 696 blocos que tinha autorizado a desfilar, mas, como o colega do Rio, quer manter os desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi. Veja no final lista de todas as cidades do estado que já cancelaram o Carnaval.

Teresina

A prefeitura da capital do Piauí decidiu realizar o Carnaval.