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Neste mês de março os profissionais da enfermagem estão em campanha nacional pela aprovação do PL 2564/2020 que estabelece o piso salarial da enfermagem. É o março verde! E já começa com forte mobilização. Para 8 de março – Dia Internacional da Mulher e data incorporada para mobilização de trabalhadores, vide servidores públicos, e movimentos sociais – os enfermeiros de todo o país irão a Brasília para reivindicar a aprovação do PL 2564.

O PL fixa o piso salarial de enfermeiros em R$ 4.750,00; o de técnicos de enfermagem em R$ 3.325,00; e o de auxiliares e de parteiras em R$ 2.375,00. O relatório do deputado Alexandre Padilha (PT-SP) sobre o impacto decorrente de sua implantação foi aprovado por unanimidade, dia 23 de fevereiro, pelo Grupo de Trabalho da Câmara dos Deputados destinado a examinar seu impacto orçamentário-financeiro. Agora depende do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), colocar em pauta para votação.

O relatório demonstra custos em torno de R$ 16,3 bilhões, quase um terço dos valores inicialmente estimados. O piso proposto já é reduzido em cerca de 35% em relação ao valor inicialmente proposto e é fruto de muita negociação das entidades de representação, já levando em consideração as limitações orçamentárias. São mais de 30 anos de luta da Enfermagem pelo piso, uma categoria que reúne mais de 2.600.000 profissionais no Brasil, em sua maioria mulheres e negras

O diretor da Divisão de Enfermagem do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e Conselheiro Efetivo do Coren-RJ, Tony Figueiredo, faz uma avaliação do trabalho da categoria e a realidade que os profissionais enfrentam:

“Os últimos anos não foram fáceis, nossa Enfermagem lutou bravamente no enfrentamento à COVID-19, continua lutando e segue de prontidão, aliás como sempre está quando a missão é cuidar, salvar ou recuperar vidas.

A Enfermagem é a responsável por operacionalizar e tornar possível a maior campanha de vacinação em massa da nossa história, implicando na queda significativa de casos, permitindo o retorno progressivo ao “novo normal” e a retomada da atividade econômica do país.

Nossa categoria recebeu elogios e palmas da população, mas segue desvalorizada e menosprezada pelos governantes e políticos, sobrecarregada e explorada pelos empresários da saúde. Não aprovar o PL 2564, é privar os profissionais de Enfermagem de necessidades básicas necessárias à sua dignidade, certamente comprometendo a qualidade da assistência à saúde da população.

Os Grandes empresários precisam entender que não se promove qualidade e segurança para o paciente, privando e sobrecarregando a categoria que está 24horas na linha de frente do cuidado e que é responsável por implementar e viabilizar todos os processos assistenciais. São as pessoas que “transformam” a estrutura e recursos, por meio de processos bem gerenciados, em resultados satisfatórios. As pessoas são as responsáveis pela experiência dos clientes e colaboradores, pela redução de desperdícios e pelo marketing positivo. Quando se investe em Enfermagem, se investe em qualidade assistencial.

O aumento inicial de custos com remuneração, facilmente se compensa pela diminuição de custos relacionados ao turnover, evasão profissional, desgaste profissional, acidentes, doenças ocupacionais e absenteísmo aumentado. Também o processo de trabalho penoso e insalubre, o convívio com doenças, agentes infecciosos, emoções negativas e morte, por si só, justificam a carga horária máxima de 30 horas semanais de trabalho e a contagem especial de tempo para aposentadoria.

Nossos parlamentares deveriam mesmo é estudar o impacto dos baixos salários, carga horária exaustiva e múltiplos vínculos, na saúde e relações sociais dos profissionais de Enfermagem, na qualidade da assistência e na segurança do paciente. A maioria dos profissionais opta por um segundo vínculo por necessidade de compor a renda para seu sustento e de seus familiares.

Nossa luta é histórica, merecemos respeito e reconhecimento por parte dos nossos governantes e pela sociedade de modo geral. O projeto de lei 2295 apresentado no ano de 2000 com a intenção de regulamentar a jornada de trabalho da categoria, fixando a jornada em trinta horas semanais está “engavetada” no plenário por mais de 20 anos. Os profissionais de enfermagem devem se mobilizar e apoiar essa luta, caso contrário o PL 2564/2000 pode ter o mesmo destino.

A enfermagem é o maior corpo profissional da área da saúde, quase 70% do efetivo, somos mais de 2.600.000 profissionais no Brasil, em sua maioria mulheres e negras. Uma profissão milenar, mas que ainda “engatinha” no campo da representação política. Se faz necessário uma mudança quanto a reflexão crítica, promover o empoderamento da categoria, organizar o pensamento e informações e desempenhar ações de forma consciente, quanto a motivação, interesses, causas e consequências. Ou seja, é imprescindível entender as “regras do jogo” e pleitear uma representação político-parlamentar forte, só assim nossos projetos e lutas serão levados à diante. “Enfermagem vota em Enfermagem”. ”

HU reúne quase mil profissionais

O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) é a maior unidade de saúde do Complexo Hospitalar da UFRJ. Reúne 969 profissionais, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, sendo a maioria RJU pois integram também integram o corpo de trabalho os extraquadro.

Segundo Tony Figueiredo, a Enfermagem na UFRJ é representada pelo Grupo de Trabalho dos Diretores de Enfermagem do Complexo Hospitalar da UFRJ, Grupo formado pelos Diretores de Enfermagem das unidades e pela Direção da Escola de Enfermagem Anna Nery.

Este grupo, ele explica, tem por objetivo discutir assuntos inerentes ao trabalho, gestão, ensino, pesquisa e extensão de Enfermagem no âmbito da UFRJ e que se mobiliza no sentido de manter as conquistas históricas da categoria, entre elas, a jornada de 30 horas semanais que vigora desde a publicação da Portaria da UFRJ nº 9871/2011, pelo então reitor Carlos Levi. 

“A portaria estabelece jornada diária de seis horas e máxima de 30 horas semanais para enfermeiros, técnicos e auxiliares em todas as unidades de saúde vinculadas à instituição e foi compromisso de campanha de nossa Magnífica Reitora”, reitera o diretor da Divisão de Enfermagem do HUCFF.

 

Profissionais de saúde fazem manifestação por reajuste salarial em Três Corações (MG) — Foto: Reprodução/EPTV

 

Se aproxima mais um #8M, Dia Internacional da Mulher, dia de luta no Brasil e no mundo pelos direitos femininos. Na segunda, 7, o Sintufrj debate o assunto junto com @dara.santanna e @nattie_trindade, não perca!

76,6% das famílias declararam ter dívidas a vencer em fevereiro e, nas famílias com rendimentos até 10 salários mínimos, 30,3% ficaram inadimplentes, a maior proporção histórica

Publicado: 03 Março | Por: Redação CUT 

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

Com orçamentos pressionados pela alta da inflação e das taxas de juros, desemprego, trabalho informal e salários baixos, o percentual de famílias brasileiras com dívidas e/ou contas atrasadas em fevereiro deste ano foi o maior desde março de 2010, de acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada nesta quinta-feira (3).

De acordo com a pesquisa, três a cada dez famílias brasileiras (27%) estão com as contas em atraso.

76,6% das famílias relataram ter dívidas a vencer em fevereiro (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa).  

10,5% das famílias declararam que permanecerão inadimplentes – aumento de 0,4 p.p.

Nas famílias com ganhos até 10 salários mínimos, o percentual de endividados aumentou 0,4 p.p., chegando a 77,8%.

Nas famílias com renda acima de 10 salários mínimos, a proporção de endividados alcançou maior patamar histórico, 72,2%.

86,5% do total de famílias têm dívidas com o cartão de crédito.

“O panorama mostra que, na margem, o custo do crédito mais elevado e o próprio endividamento alto entre as pessoas que vivem no mesmo domicílio dificultam a contratação de novas dívidas e o pagamento dos compromissos na data de seus vencimentos,” disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

A escalada dos juros, que encarece o crédito, dificulta a renegociação das dívidas, afirmou.

Os dados do Banco Central (Bacen) mostram que as taxas de juros médias nas linhas de crédito com recursos livres às pessoas físicas aumentaram de 39,4%, em janeiro de 2021, para 46,3%, em janeiro de 2022. Em contrapartida, as concessões de crédito com recursos livres para pessoas físicas aumentaram 13,1% em termos reais na comparação interanual, mas caíram 2,7% em janeiro ante dezembro, na média diária.

 

 

O governo está usando a guerra na Ucrânia para pressionar deputados a votar pela mineração em terras indígenas. Pedido de urgência já foi protocolado e vai ao colégio de líderes dia 8. Artistas e organizações convocam manifestação dia 9 de março, na Esplanada dos Ministérios, “em defesa da Terra” para pressionar o Congresso a barrar projetos de lei que terão impactos diretos e irreversíveis para a Amazônia, os direitos humanos, o clima e a segurança da população, segundo manifesto do grupo.

Fonte: Carta Capital 

O Ricardo Barros, líder do governo Bolsonaro na Câmara (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP), começou a colher assinaturas para que o projeto de lei do Executivo 191/20 tramite em regime de urgência. Barros usa como argumento para a urgência a guerra na Ucrânia. Isso porque o País importa 85% de seus fertilizantes, 23% deles apenas da Rússia. O pedido de urgência foi protocolado e será levado ao colégio de líderes na próxima terça-feira 8, para decidirem quando vota a pauta.

O projeto autoriza atividades de mineração, agronegócio e de qualquer tipo de obra de infraestrutura dentro das áreas demarcadas, ainda não passou por nenhuma comissão da Câmara para ser alvo de discussões e ajustes, mas a expectativa do governo é que sua votação vá a plenário nas próximas semanas, segundo o portal Terra.

A aprovação do PL 191/2020 pode causar a perda de 160 mil km² de floresta na Amazônia, área maior que a superfície da Inglaterra. “Eles já têm maioria para votar a urgência, então nossa queda de braço é apostar nas mobilizações de fora pra dentro, pressão da opinião pública, pois se colocar para votar corremos risco”, afirmou o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) à revista Carta Capital. Para ele, a guerra é apenas uma forma de garantir narrativa e liberar logo a mineração.

Ato contra ‘pacotaço’ de ataque ao meio ambiente

No dia 9, acontece na Esplanada o ato “Em Defesa Da Terra” contra projetos variados a agenda antiambiental do governo, incluindo o PL 191. 

Caetano Veloso, Maria Gadú, Seu Jorge e Nando Reis se colocam contrapropostas que tratam de grilagem, liberação de agrotóxicos e garimpo em terras indígenas. Encabeçam ainda a convocação para a manifestação artistas como Bela Gil, Cristiane Torloni, Letícia Sabatella, Bruno Gagliasso e Lázaro Ramos que se juntam a e organizações sociais como Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Greenpeace Brasil, Observatório do Clima, ClimaInfo, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

 

Sintufrj vai se agregar à marcha deste 8M pela vida das mulheres, pelo fim do machismo, racismo e LGBTfobia e Fora Bolsonaro!

Foto: DIVULGAÇÃO/Marcha Mundial das Mulheres

O Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, será marcado por atos presenciais e virtuais em todo o país, em luta pelo fim do governo Bolsonaro, por um Brasil sem machismo, racismo e fome.

Brasileiras vão sair às ruas de centenas de cidades para pedir o fim da violência contra as mulheres, do machismo, racismo e fome e principalmente por Bolsonaro Nunca Mais. 

Na Candelária

O site Marcha Mundial das Mulheres elenca inúmeras atividades em diversos estados. Segundo o site, as companheiras do Rio de Janeiro vão se concentrar às 16h na Candelária e sair às 18h rumo à Cinelândia. As palavras de ordem são “Pela vida das mulheres! Fora Bolsonaro e Cláudio Castro! Por empregos, direitos e justiça reprodutiva! Chega de machismo, racismo e LGBTfobia!”.

Manifesto

Na leitura da CUT, 8 de Março, além de ser uma luta em defesa da vida das mulheres, é também um manifesto contra a fome, a carestia, a violência, o desemprego, pela saúde, pelos direitos reprodutivos e pela justiça reprodutiva, em defesa do SUS e dos serviços públicos gratuitos e de qualidade.