O Grupo de Trabalho de Mulheres do Sintufrj (GT Mulher Sintufrj) definiu suas diretrizes em reunião nesta segunda-feira, 6, no Espaço Cultural do Sintufrj, tendo como base mobilizar as mulheres da UFRJ. A primeira e grande tarefa é a participação das mulheres da nossa universidade no ato 8M do Rio de Janeiro, a marcha das mulheres no Centro do Rio, quarta-feira, 8, celebrando a luta histórica das mulheres, e em defesa das liberdades democráticas. O Sintufrj estará com um ônibus à disposição para a saída, às 15h30, para a concentração na Candelária.
Como o GT se pretende ser um espaço de acolhimento e troca a reunião desta segunda-feira foi permeada por relatos de experiências pessoais. Ouvimos histórias de violências, assédios, preconceitos, abusos que são vivenciadas todos os dias pelas mulheres e não seria diferente para as mulheres que trabalham na UFRJ. O feminicídio e o aborto também foram tema na rodada de relatos.
“Eu já sofri todas as formas de violência que uma menina e uma mulher possam sofrer na vida”, desabafou R, vigilante da UFRJ e ex-dirigente do Sintufrj.
“Eu fui uma vítima dessa violência contra a mulher quando eu tinha vinte anos! A Lei Maria da Penha veio para nos ajudar a enfrentar isso, portanto não podemos de forma alguma nos calar. É estarmos nas ruas denunciando as agressões cotidiana”, afirmou F R, dirigente do Sintufrj.
“Nós mulheres precisamos propor novas políticas públicas mais eficazes para as mulheres em relação a medidas protetivas”, acrescentou a coordenadora-geral do Sintufrj, Laura Gomes.
“Só vamos combater de forma vigorosa as violências e os preconceitos com muita organização”, observou Gabriela Gonçalves, integrante do Movimento de Mulheres Olga Benário
Sobre o machismo preponderante na nossa sociedade, a coordenadora de Comunicação Sindical do Sintufrj, Marli Rodrigues, revelou:
“ Eu vivo rebatendo essa cultura dentro de casa. Me imponho frente as minhas vontades. Mas nós temos de ver nossa parcela na educação de nossos filhos quando reproduzimos o machismo ao aceitar que menino não pode usar rosa e menina tem de brincar de boneca”, pontuou Marli.
“Para enfrentar esta sociedade machista temos de ocupar os espaços e principalmente os espaços de poder”, defendeu Alzira Trindade, psicóloga da Prefeitura Universitária e ex-dirigente do Sintufrj.
Problemas e dificuldades no âmbito de trabalho como a que envolve a creche para a trabalhadora da UFRJ também foram discutidos. É histórico o fato de que a maioria não tem acesso a Escola de Educação Infantil da universidade. O GT está debatendo também uma política para a educação infantil que abarque parcela maior das trabalhadoras da UFRJ e que envolva também estudantes e trabalhadoras terceirizadas.
Atividades
No calendário de atividades aprovado está a participação das integrantes do GT no Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora da Fasubra, em 9 de março, em Brasília. Neste encontro a delegação do Sintufrj levará propostas para o aprimoramento de políticas públicas para a saúde da mulher em geral e da saúde da mulher trabalhadora.
Outra data importante é o 3º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe, entre 21 e 23 de julho, em Brasília. Este encontro também está na pauta de atividades do GT.
A participação do GT Mulher em algumas das atividades da Campanha dos 21 Dias de Ativismo contra o Racismo de 2023 também foi aprovada na reunião.
Ações
Além das atividades nacionais há as locais:
– Um debate na Rádio Sintufrj sobre as violências contra as mulheres será programado.
– O GT organizará com o Centro de Referência Para Mulheres (CRM) um cine-debate com a exibição do filme “As sufragistas”.
– O GT irá promover debate sobre Aborto.
– Criação de Núcleos Setoriais de Mulher nos espaços de trabalho. A começar pela Prefeitura Universitária.
– Criar um programa de ambientação para as Aposentandas.
– O GT irá promover encontros em espaços livres da universidade para realizar rodas de conversa sobre as questões da mulher.