Recomposição atual pelo governo Lula ainda não cobre todo o déficit da UFRJ

O aumento anunciado pelo presidente Lula no dia 19 de abril para recomposição do orçamento discricionário (recursos para cobrir contas básicas), obras e ações de investimento, como bolsas estudantis, num total de R$ 2,44 bilhões, para as instituições federais de ensino superior (Ifes) pôs fim à situação de falência das universidades. Triste história que começou no governo do golpista Michel Temer, com o Teto de Gastos, e foi aprofundada pelo fascista Jair Bolsonaro.
Dos R$ 2,44 bilhões, serão destinados à recomposição direta das finanças das Ifes R$ 1,7 bilhão – R$1,13 bilhão para as universidades e R$ 388 milhões para os institutos. À UFRJ caberá R$ 64 milhões, informou a Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3). Esse montante representa um acréscimo de 20% no orçamento de 2023. Ou seja, de R$ 313 milhões, o orçamento discricionário da instituição passa para R$ 377 milhões.
No Conselho Universitário de quinta-feira, 27/4, o pró-reitor Eduardo Raupp explicou que, embora anunciada na semana passada, a recomposição entra na conta em 31 de maio.

Desinvestimento
Mas, ainda sob os reflexos da política contra o ensino, a pesquisa, a ciência e a cultura do bolsonarismo, o orçamento destinado às despesas da UFRJ em 2023 pelo governo nefasto é menor que o de 2022 (R$ 329 milhões) e menos da metade que o de 2012 (R$ 773 milhões), no governo da petista Dilma Rousseff.
Em valores nominais, o orçamento de 2023 passa a ser igual ao de 2019. Só que o pleito dos reitores apresentado na campanha presidencial era o retorno ao orçamento de 2019, porém corrigido. Isso representaria não R$ 64 milhões, mas R$ 90 milhões para a UFRJ, o equivalente ao déficit que a universidade carregou de 2022 para 2023. Mas isso não se concretizou
“Nossa expectativa era zerar o déficit do ano passado. Ocorre que, assim como outras emendas, houve (outras) rubricas do MEC que ficaram a descoberto, como a questão das bolsas de residência médica e obras para institutos federais. Então, o recurso não veio integral: R$1,32 bi. E a redução foi para todas (as Ifes)”, disse Raupp.

Déficits em aberto
“Nós estamos, óbvio, saudando o fato de que, pelo menos, há uma inversão de rota. A gente vinha desde 2019 com orçamento em queda. Mas temos uma recomposição equivalente a 20% do orçamento deste ano. Em termos concretos, isso significa que vamos terminar o ano com um déficit de pelo menos dois meses de nosso funcionamento. É uma situação, em 2023, difícil, no entanto, administrável”, completou o pró-reitor.
Se o déficit (anteriormente de R$ 90 milhões) persistisse, a universidade só teria condições de bancar seus compromissos até agosto.
“Houve uma recomposição orçamentária. Não veio na dimensão que gostaríamos. Mas é uma mudança na tendência de redução do orçamento da universidade. É um ganho muito importante”, afirmou o reitor em exercício Carlos Frederico Leão Rocha. “Porém”, acrescentou, “a UFRJ ainda terá dificuldades financeiras.”

Consume

 

Salas, auditórios e corredores da Faculdade de Letras ganharam um colorido especial com uma variedade de atividades culturais da 1ª Feira de Extensão, promovida pela direção adjunta de Cultura e Extensão, no dia 3 de maio, e organizada pelo Colegiado de Extensão.

Multiatividades

“Torre de babel: a Biblioteca José de Alencar transfigurando seu papel” foi um dos temas apresentados nos estandes no bloco B, além de outros como ações contra o preconceito linguístico e projeto Letras Inclusiva.

As rodas de conversa no Espaço Cultural João Cabral de Melo Neto trataram de temas como extensão e formação universitária. Nas oficinas, o público conheceu trabalhos como a elaboração de material didático para língua estrangeira, letramento acadêmico e preservação cultural.

Entre as ações culturais – no auditório Samira Mesquita, na biblioteca e no Espaço Cultural –, apresentações musicais e um sarau literário.

Participação nota 10

“Temos atualmente 74 ações, entre projetos, cursos, programas e eventos, produzidos por professores e técnicos-administrativos de nível superior”, conta Lídia Torres, uma das coordenadoras de organização do evento. Ela explicou que foram apresentadas cerca de 35 ações, uma vitrine da produção da Extensão voltada à comunidade, em especial aos calouros.

A coordenadora destacou o envolvimento de cerca de 500 pessoas, entre técnicos-administrativos, docentes e estudantes da faculdade – mais de 50 somente da biblioteca.

Visitaram o evento, além dos estudantes da extensão e de outras áreas da UFRJ, alunos do ensino básico e fundamental de algumas escolas, e até familiares. “Foi um sucesso! Podem aguardar a 2ª feira de Extensão da Faculdade de Letras”, comemorou Lídia.

Primeira feira de extensão da Letras.