Por maioria dos votos de ministros do Tribunal Superior Eleitoral – TSE o ex-presidente Bolsonaro foi colocado em inelegibilidade durante oito anos por sua conspiração contra o sistema eleitoral brasileiro, com o único objetivo de se perpetuar no poder, manter seus privilégios e a espoliação do povo brasileiro frente às classes dominantes.
A decisão é vitória na luta pela punição das políticas fascistas e golpistas de seu governo ao longo de quatro anos, baseados em ameaças às liberdades democráticas, cortes de direitos e aumento das desigualdades sociais.
Porém, a direção executiva do Sintufrjcompreende que a luta pela prisão de Bolsonaro e todos envolvidos na articulação golpista dos oito de janeiro deve ser levada a cabo.
Não podemos repetir os erros do passado, quando, ao final da ditadura militar de 1964, os torturadores e golpistas foram anistiados, fortalecendo a impunidade contra aqueles criminosos.
Está vitória é fundamentalmente fruto da ampla luta de ruas protagonizada pelo povo trabalhador brasileiro que protestou nos tsunamis da educação de 2019, greve contra a Reforma da Previdência (2019), jornada Povo na Rua Fora Bolsonaro de 2021 e na mobilização democrática que culminou na vitória eleitoral de Lula em 2022.
Em todas estas lutas, o Sintufrj esteve presente junto à sua categoria dos Técnicos-Administrativos em Educação.
A punição de Bolsonaro, seus generais golpistas e demais aliados nos crimes que cometeram deve ser na mesma proporção da tragédia social que causaram.
POR QUE BOLSONARO E SEUS CÚMPLICES TRAMAM UM GOLPE
Em 2022 mais de R$ 140 bilhões do chamado “crédito emergencial” foram aprovados por seus aliados do Centrão para serem usados pela chapa do fascista no que ficou registrado como a maior tentativa de compra de votos da história da Nova República.
Ao mesmo que tempo que tramava um golpe, tentava passar joias às escondidas por meio de assessores e ajudantes de ordens, ao chegar de viagens internacionais. Como no caso das joias sauditas que valem R$ 16 milhões. Criava privilégios como o duplo teto salarial para Generais/Oficiais Ministros (junho 2021), fato que gerou ganhos para si próprio. Utilizava órgãos de fiscalização do Estado como PF e CGU, para encobrir os crimes de “rachadinha” de seus filhos.
Mas, a política de Estado de Bolsonaro não buscava apenas privilégios para ele mesmo e seus pares. Era uma política de genocídio contra os mais pobres e oprimidos. Realizou uma Reforma da Previdência que aumentou idade mínima de aposentadoria e eliminou a aposentadoria por tempo de contribuição, direitos dos pensionistas e acesso a aposentadoria especial. Ampliando a miséria, mais ainda entre a população idosa.
Gerou um genocídio no território Yanomami com sua conduta de livre exploração das áreas da floresta para garimpo: as imagens de crianças raquíticas sem alimentos em função dos interesses de grandes empresários do setor chocaram o mundo.
Na pandemia de Covid, praticou charlatanismo indicando uso de cloroquina, combateu uso de máscaras e outras medidas de proteção. Tripudiou da população com piadas e gestos de humilhação aos que foram contaminados. Pior que tudo isso, atrasou a compra de vacinas por jogada “ideológica”. Estima-se em centenas de milhares de vidas poderiam ter sido salvas caso o uso da vacina não tivesse contado com os atrasos de uma política de Estado negacionista.
Somam-se em todos esses casos centenas de condutas e ações contra as mulheres, a população negra e o segmento LGBTQIA+. Muitas delas geraram sofrimento psicológico. Outras foram a fonte de violências letais. Aos sindicatos pregava sua extinção e declarava “direitos ou empregos”, dando sustentação aos escravagistas modernos que exploram milhares em nosso país.
Para nossa categoria TAE ficou a marca do governo que se negava a conceder reajuste e buscou medidas de cortes dos salários e fim da estabilidade.
Por tudo isso e muito mais, o Sintufrjdefende punição exemplar para Bolsonaro e seus cúmplices golpistas e fascistas.