O Sintufrj marcou presença na tarde desta terça-feira (13) no ato de protesto no Buraco do Lume contra as restrições a gastos públicos presentes no projeto do Arcabouço Fiscal encaminhado pelo governo ao Congresso e já votado na Câmara – mas ainda em tramitação no Senado.
Nessa semana o Fórum Nacional de Entidades dos Servidores Públicos (Fonasefe) está convocando atividades de luta no país contra o projeto que restringe investimentos nas áreas sociais e pode congelar concursos e reajustes dos servidores. Atos foram realizados nessa terça-feira, 13, em todos os estados.
No Rio, a manifestação reuniu trabalhadores convocados por sindicatos de servidores, principalmente de universidades federais, profissionais da educação estadual em greve e estudantes. Foi o segundo ato de rua nos últimos dias.
“Nossa participação nesse ato foi importante pela representatividade que o Sintufrj tem na classe trabalhadora. Várias representações políticas se fizeram presentes e não vamos parar. Vamos continuar na luta e nas ruas contra o Arcabouço Fiscal e contra qualquer outro projeto que vá contra os direitos da classe trabalhadora. Foi um ato importante, participativo, com aceitação da população. Esse segundo ato nos fortalece”, declarou a coordenadora do Sintufrj, Marli Rodrigues.
“Esse ato é maior do que o anterior e o próximo será maior ainda. Nós da UP acreditamos que é urgente massificar os trabalhadores nas ruas, ir aos trens e periferias, ir aonde o povo está. É urgente enfrentar o Arcabouço Fiscal, o Marco Temporal e revogar o projeto do novo ensino médio”, defendeu Raul Bittencourt, do Sindisep-RJ.
A dirigente do Sepe-RJ, Mariana Moreira, explicou as razões da greve dos professores da rede estadual e pediu apoio, anunciando vigília para esta quarta-feira, 14, às 10h, no mesmo Buraco do Lume, e ato-show quinta-feira, dia 15.
“Estamos em greve desde o dia 17 de maio pelo piso nacional para os professores. Estamos todos juntos nessa luta contra o Arcabouço Fiscal e contra o Marco Temporal*. Os desafios que enfrentamos nesse governo é o mesmo enfrentado pelos servidores públicos. Para não valorizar os profissionais da educação utilizam o mesmo discurso do Arcabouço Fiscal. Convocamos todos a estarem juntos com a gente na vigília de quarta e no ato-show quinta-feira”, anunciou Mariana.
**O Marco Temporal é uma interpretação da legislação defendida por ruralista, garimpeiros, madeireiros. Segundo esse entendimento, os povos indígenas só têm direito àquelas terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, quando foi promulgada a atual Constituição. Querem sequestrar os direitos dos povos nativos para consolidar uma legislação que acolha os crimes de destruição de florestas e rios.