Já se encontra em funcionamento no Instituto de Neurologia Deolindo Couto INDC), na Praia Vermelha, o novo serviço de Audiologia, com equipamentos especializados de última geração para atendimento de pacientes da unidade e à população em geral, encaminhados pelos postos de saúde do município (por meio do sistema Sisreg).
A reinauguração do serviço ocorreu na quarta-feira, 14, e a chefe da Fonoaudiologia, Simone Palermo, informa que o setor atende crianças (a partir de seis meses), jovens e adultos de todas as idades, de segunda a sexta-feira. “O interessado deverá comparecer no posto de saúde próximo à sua residência e solicitar ao médico da família avaliação auditiva conforme sua queixa”, orientou.
Agradecimento
“A iniciativa teve o apoio do diretor do instituto, César Andraus, do administrador, Marcelo Ramos, e o empenho de toda a equipe do INDC, técnicos-administrativos e professores, entre outras pessoas, que de alguma forma também contribuíram para que essa conquista fosse alcançada, beneficiando quem mais necessita que é a população”, destacou Simone.
Equipe e exames
O setor de Fonoaudiologia e Audiologia conta com três fonoaudiólogas especializadas: Ana Cláudia Aboim, Daniela Schuewk e Simone Palermo, e com a aluna do curso teórico prático em Neurorreabilitação do INDC, Flávia Alvarenga.
Estão disponíveis para a população os seguintes exames:
Audiometria tonal (via aérea e óssea), audiometria vocal ou logoaudiometria (LDV: Limiar de Detecção de Voz), LRF: Limiar de Reconhecimento da Fala) e audiometria com reforço visual, audiometria condicionada, imitânciometria, timpanometria e pesquisa de reflexos acústicos.
Para neutralizar protestos, Roberto Medronho recorre a argumentos burocráticos limitando tempo do expediente
“O reitor burocratiza o Consuni como represália a falas críticas e protestos”. Este é a avaliação do coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente, diante do que vem se sucedendo no Conselho Universitário da UFRJ, para onde confluem os profundos problemas oriundos da crise orçamentária, represados, no entanto, pela limitação do tempo no expediente diante de uma visão arcaica do regimento.
O Conselho Universitário, colegiado máximo da instituição e palco de grandes e acalorados debates políticos sobre temas cruciais para a vida institucional, enfrenta o desafio de superar limitações de regramento pouco oportunas quando adotadas de forma acrítica num momento de tamanha crise na UFRJ.
É no expediente, etapa anterior a ordem do dia, que ocorrem informes, propostas, e, claro, posicionamentos por vezes críticos por parte de conselheiros e das entidades representativas dos segmentos, cuja participação é tradicionalmente aprovada no colegiado há décadas. Esta etapa da sessão já se estendeu, anteriormente, muito além do tempo regimental, pela dimensão de determinado tema.
No entanto, nesta quinta-feira,16, depois de uma sequência de falas sobre a gravidades dos problemas, o reitor Roberto Medronho, alegando fim do tempo regimental, suspendeu o expediente e, com isso, o Sintufrj (representado pelo coordenador-geral Esteban Crescente), não pôde se manifestar.
Medronho procedera da mesma forma em sessão dia 9, por exemplo, em que foi suspensa a fala dos estudantes a Educação Física (e a do CLG Sintufrj na sequência) – em meio a ruidoso protesto, devido a situação precária da Escola que sofreu queda de mais um trecho da marquise com a suspensão de aulas.
No entanto, na sessão desta quinta, o reitor propôs que, em sessões extraordinárias destinadas a agilizar a pauta represada, por exemplo, de processos de revalidação de diploma, não haja expediente. Só que isso também acarretaria numa alteração do regimento. Lógico que, de pronto, conselheiros apontaram a contradição e solicitaram discussão sobre o limite, embora concordassem com agilizar a pauta. Medronho retirou a proposta.
Críticas
“O Reitor usou a limitação do tempo regimental para dizer que não abriria fala ao sindicato hoje. Mas, depois, esgotou o tempo do expediente (com informes da Reitoria) e propôs uma mudança que não estava no regimento”, ponderou Esteban, lembrando que esta e outras reitorias já estenderam o tempo por sensibilidade aos temas tratados. Ele vê, nesta atitude, uma possível reação à pressão, em especial com o protesto dos estudantes semana passada.
Fernando Pimental, representante técnico-administrativo, lembrou que, em outras sessões, o expediente foi prorrogado, e propôs à Comissão de Legislação e Normas que aprecia o pedido para que se possa colocar em votação a extensão. Ele lembrou que, além da incerteza quanto ao futuro próximo, os estudantes da Educação Física, na sessão passada tiveram que lidar com a insensibilidade do colegiado, “justificando-se na burocracia de um regimento caduco, apenas alimentou a tristeza e a insatisfação dos estudantes, fragilizados pela situação. A solução final, ou seja, a formação de uma comissão para tratar do tema, poderia ter sido alcançada na ordem democrática da própria sessão, com continuidade das falas aprovadas por este conselho”.
Giovana Almeira, representante dos estudantes, também lembrou a sessão anterior, “que reflete o cenário que a gente está vivendo em vários institutos e locais da universidade”, disse ela, lembrando que é uma preocupação grande dos estudantes e luta importante dos técnicos-administrativos em greve. Ela informou que o IFCS, naquele dia, por exemplo, estava sem água. E criticou a postura dos que relativizam a situação.
Ame e lute pelos milhares de estudantes afetados
“Acho que hoje estamos num momento de nos unirmos. Acho que ninguém aqui odeia a UFRJ. Mas o que está acontecendo é que se a nossa universidade não parar para lutar, vai continuar parando: hoje não tem aula em Caxias (uma infiltração atingiu salas de aula), a Dança está sem aula, a Educação Física está sem aula, o IFCS está sem aula, já parou para boa parte dos estudantes e dos docentes. Se a gente não enxergar isso e colocar a nossa universidade numa luta unitária por mais orçamento, por mais verba, assim como mais de 65 universidades estão fazendo no nosso país, a gente vai abrir mão da UFRJ para uma parte da população, esses estudantes que estão aqui dentro. Devemos nos posicionar. Unificar a comunidade para essa luta por orçamento”, disse ela, também apresentando a proposta de uma assembleia dos três segmentos, feita pela DCE, puxada pela Reitoria. “para a gente poder chegar junto nessa discussão e manter a nossa universidade viva e funcionando”.
O professor Vantuil Pereira expressou solidariedade aos estudantes da Educação Física, Caxias, IFCS e outros cursos: “Hoje são mais ou menos 5 mil estudantes afetados pelo que vem acontecendo na nossa instituição. Sem falar dos técnicos e dos professores. Também quero expressar minha solidariedade ao choro, na sessão passada, de vários estudantes da Educação Física. É preciso a gente romper com todas as formas de conformismo. Nesse sentido, uma greve dos administrativos, um possível debate sobre a greve dos professores, é bem-vindo, se somando à defesa da instituição e à defesa da recomposição orçamentária. Temos aqui, diante da gente, duas formas de enxergar a questão: ou pela resiliência, ou por uma visão crítica da situação. Olhar a universidade pela visão da resiliência é afirmar o ufanismo do ame-a ou deixe-a. E esse não é o caminho. O caminho é a defesa da universidade a partir de uma luta. O ame e lute!”
O coordenador-geral do Sintufrj reitera a necessidade de unidade: “A postura que buscamos é da abertura de fala aos atores políticos para que se sintam à vontade para lutar junto com o reitor na busca de solução para os problemas e não para que ele se sinta rejeitado. A gente defende que ele cumpra esse papel. E uma das propostas foi apresentada em sessão anterior pelo Comando Local de Greve do Sintufrj, representado pelo coordenador da Fasubra Francisco de Assis, de realização de uma assembleia comunitária”, disse Estebam, informando que a proposta seria reiterada por ele na sessão, se pudesse se manifestar, em nome do CLG. FOTOS: ELISÂNGELA LEITE
Reunião da mesa específica com representantes de professores no MGI também não avançou na proposta de reestruturação da Carreira
No dia em que a greve dos professores das universidades públicas federais completou um mês, o governo insistiu em reajuste zero e não avançou em uma proposta para a reestruturação da carreira do Magistério Federal.
Esse foi o resultado da quinta rodada de negociação da Mesa Específica Temporária de Carreira na quarta-feira (15) no Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), em Brasília, com representantes dos Comandos Nacionais de Greve do Andes e do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica).
s Na reunião, a categoria docente reafirmou a defesa do índice de 22,71% (perdas acumuladas desde 2016) como horizonte de recomposição para os próximos três anos: 7,06% em 2024; 9% em janeiro de 2025; e 5,16% em maio de 2026.
Com a deflagração da greve no dia 15 de abril, mais de 50 instituições federais de ensino da base do Andes aderiram à paralisação. Esse movimento se somou às greves em curso dos técnico-administrativos em educação nas universidades federais e também à greve de docentes e técnico-administrativos da Rede Federal de Ensino Básico, Profissional e Tecnológico.
Proposta ignorada
O governo ignorou também a proposta do Andes de unificação de carreira entre docentes do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e do Magistério Superior, estrutura de 13 níveis sem classes, progressão de carreira com aumente de 5% entre cada “step” (diferença entre os níveis da carreira), entre outros aspectos.
Numa tentativa de reduzir as distorções entre as classes iniciais e finais da carreira atual, o governo propôs a aglutinação das classes iniciais, apresentando também uma alteração gradual os “steps” para 2025, passando de 4,0% para 4,5% para os padrões C2 a 4 e D2 a 4; e de 25,0% para 23,5% para o padrão D1 e DIV 1. Para 2026, passaria de 4,5% para 5,0% os padrões C2 a 4 e D2 a 4 e C1 em 6%; D1 e DIV 1 em 22,5%. Com isso, segundo o governo, os reajustes propostos podem variar de 13,3% a 31,2%.
Avaliação
Jennifer Webb, 1ª tesoureira do Andes que esteve presente na reunião, afirmou que, nesse momento, não há como fazer um balanço da proposta do governo, pois cabe ao Comando Nacional de Greve (CNG) essa avaliação.
“A posição final do governo é que, de fato, em 2024 não teremos possibilidade de reajuste. De início, ponderamos algumas questões problemáticas na proposta do governo, que é a questão dos ‘steps’ e desse reajuste que ficou entre 13,3% e 31,2%, que nós temos uma grande faixa da categoria que será atingida com um percentual menor do que estamos reivindicando, que é próximo a 22%. Temos distorções muito grandes ao longo da carreira, mas temos também que fazer a análise de que foi proposto alcançar, em maio de 2026, a linearidade dos steps em toda a carreira, portanto é algo que a gente também tem que considerar”, avaliou.
A diretora do Andes ainda disse que outras reivindicações não puderam ser debatidas na reunião por não ser o “ambiente” para a discussão. De acordo com o governo, alguns itens deveriam ser tratados na mesa Central ou na mesa do MEC, reforçando a pulverização dos itens da pauta apresentada pelos docentes.
Última proposta
Na reunião, o governo disse que essa seria a última proposta e que não haveria mais espaço para negociações. Foi informado pelo secretário de Relações de Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, que a data limite para assinatura do acordo, pelas entidades da Educação, é o dia 27 de maio.
Conforme Jeniffer Webb, o representante do MGI afirmou que assinará o termo de acordo com “qualquer um”. Para ela, o governo sinaliza a possibilidade de repetir a mesma postura adotada em 2012 e o prazo estabelecido pode ser entendido como uma sinalização de término de diálogo com a categoria.
“Assumimos o compromisso de fazer a análise no nosso Comando Nacional de Greve, consultar nossas bases, porque elas são soberanas daquilo que vai acontecer no próximo passo dessa greve da Educação Pública Federal, sem se descolar, inclusive, do que será apresentado para os técnicos, na mesa do dia 21 de maio. Temos também esse horizonte que faz parte desse processo de negociação”, disse Jennifer.
Mobilização
No dia 21 de maio, ocorrerá mobilização das entidades da Educação durante a reunião com os técnico-administrativos em educação no MGI. Já em 22 de maio, o funcionalismo público de todo o país soma forças à greve da Educação Federal, na Marcha das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, também na capital federal.
Como o movimento dos técnicos-administrativos em greve e estudantes da UFRJ têm alertado, sem que haja uma reação incisiva da comunidade e caso não haja a recomposição orçamentária – e investimentos para a necessária manutenção – a situação da UFRJ tende a se agravar ainda mais. Agora, além da restrição de serviços e mão de obra terceirizada que a administração central vem enxugando para a sobrevida dos recursos parcos, a cada dia se revelam novos problemas de infraestrutura, mostrando o grau de insegurança nos prédios da universidade.
SOS UFRJ. O pedido para que a comunidade se mobilize em socorro à UFRJ se repete nos protestos públicos e nas mídias do Sintufrj e do DCE, que vem mostrando com constância, ora a queda de uma marquise ou parte do forro da sala de aula (como na Escola de Educação Física, no dia 1o, e na sala D107 do CT, no dia 12) ) ora um vazamento ou uma infiltração que alaga salas de aula, um piso que afunda (como no auditório do bloco N do CCS), uma janela ou ventilador que despenca (como na EBA e na FAU).
Só a luta vai mudar a UFRJ
Na assembleia dos TAE desta quarta-feira, 15, a vereadora e professora da UFRJ, Luciana Boiteux, articuladora da audiência pública na Câmara Municipal do Rio de Janeiro que lançou a Frente Parlamentar em Defesa da Educação Pública e que visitou a Escola de Educação Física, disse que acompanha o importante movimento dos trabalhadores em Educação. “A sensação que me deu hoje, visitando aqueles corredores, prédio caindo, o teto caindo, é que todos as críticas que fazem a nós quando fazemos greve, de que a gente quer parar a universidade, é que ela precisa continuar viva e funcionando. O que está acontecendo hoje nas universidades, os institutos da educação federal hoje, e especial aqui na UFRJ, é que a própria estrutura está parando. A gente acredita que essa mobilização é essencial para a pressão. Nunca conseguimos nada sem ter mobilização, sem ser greve, comentou, proposto a convocação da frente, da sociedade para que conheçam a situação. “Faremos outras reuniões da frente, para fortalecer esse movimento tão importante. Se a greve é justa, se a greve é necessária, só a organização e só a luta vão mudar a vida e mudar a UFRJ”.
Veja o vídeo no canal do Instagram do Sintufrj.
Registros preocupantes
“Saunas” de aula e água intragável
“É urgente discutirmos a precarização da nossa universidade. Nosso prédio enfrenta problemas estruturais que prejudicam nossa graduação: goteiras, teto caindo, curto-circuito, falta de refrigeração nas salas e água com gosto duvidoso”, convoca do CA do Curso de História, no IFCS, que está fazendo uma consulta sobre a possibilidade de uma greve e chama os estudantes para a assembleia do dia 20, ás 17h, no Salão Nobre, para decidir os próximos passos e evitar que “o teto do IFCS-IH desabe sobre nós”.
Segundo a representação estudantil do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Física, no último fim de semana, logo depois do desabamento de parte do teto da sala do Bloco D no CT, ocorreu um grande vazamento no Bloco A. Vídeos gravados pela equipe de manutenção e segurança do CT mostram a sala 318 alagada e a infiltração até os pilotis do CT. A origem teria sido um vazamento numa tubulação do sexto andar.
“A estrutura da UFRJ está insustentável! É absurdo nos depararmos todos os dias com problemas que impossibilitam as aulas e colocam cada vez mais em risco a vida de estudantes e trabalhadores”, alerta a postagem.
Caxias: infiltração interdita sala.
No dia 14, o segundo andar do Bloco A do campus Geraldo Cidade, em Duque de Caxias, amanheceu com infiltração e vazamento no teto, segundo o DCE (veja vídeo a seguir), a ponto de impedir momentaneamente a utilização da sala, Só que a cena não é nova: a infiltração vem acontecendo há tempos, causando mofo nas salas, o que reforça a necessidade de reparo na infraestrutura.
“Parece piada, mas nos últimos dias casos graves de problemas estruturais nos prédios da UFRJ não param de surgir! Não vamos esperar alguém se ferir. Participe das próximas assembleias e vem pra luta por recomposição orçamentária urgente!”, convoca o DCE.
CCS – Na tarde de 14 de maio, o DCE postou imagens do afundamento de um pedaço do piso do auditório do Bloco N, no CCS: o piso de madeira quebrou durante a aula e o professor caiu no vão, mas não houve ferimentos, segundo o DCE.
FAU – O CA da FAU conta que no dia 15 de abril, um ventilador de teto se desprendeu e atingiu um estudante.A empresa de vistoria da parte elétrica, segundo o CA foi informado não teve seu contrato renovado: “Precisamos lutar pela recomposição orçamentária para que situações como essa não aconteçam”, dizem os alunos.
A Escola de Belas Artes pede Socorro!
Segundo do CA da EBA. a janela do Ateliê de Metal e Madeira caiu em pleno horário de aula. “Até quando vamos viver com nossas vidas correndo risco? Mês passado um Ventilador caiu em cima de um estudante e agora esta janela quase atingiu outro discente. É momento da gente crescer nossas mobilizações ! Queremos a Recomposição Orçamentária das Universidades!”, alertou o CAEBA, convocando para assembleia nesta quinta-feira, 16 de maio.
EEFD interditada
As aulas estão canceladas no prédio interditado da Escola de Educação Física depois de mais um desabamento de um trecho da marquise. A primeira vez foi em setembro do ano passado, no bloco B, atingindo salas de aulas. E agora, dia 1o de maio, no Bloco A, atingindo o corredor da direção. A comunidade discute o destino dos estudantes e há risco do semestre ser suspenso.