Data é dia de denúncia contra a condição de vulnerabilidade que a população negra enfrenta ainda nos dias de hoje
A data oficial da abolição da escravidão no Brasil, o 13 de Maio, é uma data que, para a população negra, não é um dia de comemoração. Ao contrário, é uma data de reflexão sobre uma medida tomada, à época, levando em consideração interesses capitalistas e que, na prática, não trouxe liberdade aos negros e negras e sim, perpetuou o racismo estrutural existente na sociedade. LEIA MAIS
Os trabalhadores técnicos-administrativos em educação da UFRJ realizaram mais uma atividade de mobilização da greve, movimento iniciado no dia 11 de março. Desta vez foi no Centro de Tecnologia (CT). Os trabalhadores se concentraram a partir das 9h, na entrada do bloco A, para panfletagem e abordagem de estudantes e docentes. O objetivo era explicar os motivos da greve e convocá-los a participar da luta, “que é de todos em defesa da universidade pública”.
Em seguida, os manifestantes realizaram uma caminhada pelos corredores do CT, sob o ritmo de bumbo, tarol, apitos, e entraram em salas de aula. No diálogo com os alunos, servidores docentes e técnicos que ainda não aderiram à greve, o coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente enfatizou a importância da greve para garantir a recomposição do orçamento da universidade.
Sem recomposição, problemas se sucedem
“Só com a recomposição orçamentárias das universidades federais os trabalhadores poderão oferecer bons serviços à sociedade e os estudantes terão segurança nas salas de aula, bandejões e bolsas de auxílio para concluírem seus cursos. Não podemos permitir que situações como na Escola de Educação Física e Desportos se repitam e no CT”, disse Esteban.
No dia 1º de maio uma marquise desabou na EEFD e na sexta-feira, 10, um pedaço do forro da sala D107, bloco D do CT caiu. Segundo Esteban, em quase todas as unidades acadêmicas e administrativas da UFRJ há problemas de infiltração. “São situações que nós precisamos enfrentar, mas temos que apontar que são necessários recursos para obras e manutenção dos prédios.
O servidor Alcir da Silva informou que a infraestrutura do prédio do CT está se deteriorando por inteiro. “Há muitas infiltrações e vazamentos. O CT vai ser tombado não pelo patrimônio histórico, mas pela natureza”.
“É preciso que todos entendam que se a gente não parar agora, a UFRJ vai parar, porque não tem mais condições de funcionar. Nós estamos aqui para mostrar a nossa greve e chamar vocês para a luta, porque a universidade somos todos nós”, acrescentou Marli Rodrigues, coordenadora de Comunicação do Sintufrj.
Infiltração nos andares do Bloco A do CT desce aos pilotis
São quase dois meses de greve e o Sintufrj deu um com licença na luta diária do movimento paredista para que seus lutadores pudessem relaxar. Afinal,m de 11 de março a 10 de maio, nosso tempo de greve até aqui, tivemos entre os dias de luta a celebração do dia do trabalhador.
Assim promovemos um dia de comemoração da luta geral da classe trabalhadora e de nós tecnico-administrativos da UFRJ, no Espaço Cultural do Sintufrj.
Nesta sexta-feira , 10 de maio, que bom que dançamos muito samba ao som do grupo “Tá Ligado”, integrado por companheiros nossos da UFRJ, e relembramos também com muita dança os nossos anos de bailes com o grupo de flashback Get Black.
Reunido na manhã/tarde desta sexta-feira (10), o Comando Local de Greve (CLG) definiu a agenda da greve nos próximos dias e a agenda interna a ser negociada com a reitoria da UFRJ.
AGENDA DE GREVE
SEG 13/05
9h30 – Agitação de Greve. Concentração Entrada Bloco A CT.
15h – Agitação de Greve, entrada do Palacio Universitário.
17h – Posse Neabi na Praia Vermelha
TER 14/05
10h – Reunião Base Odontologia. Sede Sintufrj
10h – Agitação de Greve, Entrada FND.
13h30 – Protesto unificado da greve dos trabalhadores da rede federal, Colégio Pedro II Unidade Tijuca.
QUA 15/05
9h30 – Assembleia simultânea; Avaliação Conjuntura/Greve, Prestação de Contas Fundo de Greve e Caravana. Inscrição para Caravana.
14h30 -Evento GT-Antirracista sede do Sintufrj. Em referência ao dia da África 25 de maio
QUI 16/05
10h – Comando Local de Greve, pauta cenários de contraproposta. Sede Sintufrj
14h – Reunião com Caravaneir@s. Sede Sintufrj
16h – Macaé – Panfletagem para a população, Terminal Central
SEX 17/05
8h – Concentração Sintufrj Manifestação entrada da Prefeitura Universitária.
9h – Visita de base aos trabalhadores IPPMG
Dom. 19/05
9h Educação em Greve na Praça – Quinta da Boa Vista
Pauta interna para negociação na UFRJ.
Insalubridade Bibliotecas a partir da discussão da recente aprovação de Projeto de Lei, fazer um GT por via de chamada coletiva, convidar a conselheira TAE de biblioteca Gilda.
Redução Grau de Insalubridade de trabalhadores IPPMG
Possibilidade de permuta nas unidades hospitalares com entrada da Ebserh na gestão.
Sobre funcionamento das aulas de Educação Física, prédio de aulas e estrutura do prédio da Belas Artes.
Enfrentamento ao Assédio.
Solicitar resposta de relatório das atividades da comissão de exames periódicos da PR4.
Solicitar esclarecimento à Reitoria sobre o nível de preparação dos projetos orçamentários para obras de manutenção.
Solicitar assembleia comunitária sobre situação estrutural.
Esclarecimentos cortes de trabalhadores terceirizados nos contratos, situação portaria/vigilância.
Indicar ao Sintufrj a criação do GT Combate Assédio.
Na manhã quente e ensolarada de quinta-feira, 2 de maio, em meio às atividades da semana do trabalhador, os depoimentos dos alunos das aulas de natação e hidroginástica do Sintufrj mostram os resultados da iniciativa da entidade que, além de instrumento de organização da luta da categoria, também se dedica à promoção de saúde e qualidade de vida do trabalhador. As aulas, projeto do Espaço Saúde, são oferecidas em convênio da Coordenação de Esporte e Lazer com o Clube dos Empregados da Petrobrás (Cepe Fundão).
Fotos: Elisângela Leite
No azul da grande piscina do Clube, que rivalizava com o do céu aberto e sem nuvens, a animação da turma de hidroginástica e a energia da galera da natação deram o tom nos depoimentos sobre os benefícios do projeto na vida pessoal de cada um.
Coordenadores e professora também mandaram seu recado e convidam os sindicalizados: “Vem com a gente!”, chama Carla Nascimento, coordenadora do Espaço Saúde do Trabalhador do Sintufrj (à direita, na foto), com o presidente do Cepe, Carlos Roberto Cordeiro, Camarão – que louvou o êxito da parceria “já de muitos anos” – e a professora Carleni Freitas. Ao lado, Jorge Manuel, um dos Coordenadores de Esporte e Lazer (os outros são Waldir Lalá e João Boró) chama a categoria para as atividades oferecidas pelo Sintufrj.
Catarina das dores Silva (à direita), completou 90 anos no dia 4 de maio, foi técnica de laboratório do IPPMG e é a aluna mais antiga do projeto do Sintufrj, desde a primeira edição; Gelza Rocha Medeiros (à esquerda), completou 91 anos em janeiro e Juraci dos Santos Kelly, 82 anos, que também fez parte da primeira edição do projeto: todas apontam os benefícios da Hidroginástica na sua saúde. Juraci estava acompanhada da filha, Lilian Kelly Mafra, 52 anos, que entrou para a Hidro para incentivar a mãe, mas acabou ela também usufruindo dos benefícios: “Faz bem também para mim”, elogia.
Alegria, descontração e um bom bate-papo na espera da próxima aula
Jaques, Luã, Mariana, Ricardo e Roberto
Jaques Charles Silva da Costa, 48 anos, arquivista do DGDI, há 10 anos na UFRJ: “A palavra é superação”, diz o aluno que ingressou na natação há menos de um ano, mas que teve um excelente rendimento.
Luã Braga de Oliveira, 30 anos, assistente em administração da PR-6, desde 2018 na UFRJ. A preparação com a natação foi fundamental para ao restabelecimento após a operação de uma hérnia, em novembro.
Mariana Medeiros, estudante de Engenharia Química, é a aluna mais nova e faz hidro há três meses. “Além da oportunidade do exercício físico, é muito divertido, a turma é muito acolhedora, então tá sendo ótimo pra minha saúde”. Ela é filha de outro aluno, Ricardo Julian, técnico em eletrotécnica da Escola Politécnica há 36 anos na UFRJ. “Eu acho esse projeto muito, muito importante, para melhora da qualidade de vida, ainda mais se você pode combinar com outras atividades físicas que o próprio sindicato oferece, Acho isso tudo muito importante, até com uma forma de valorizar a vida do trabalhador”
Roberto Lemos, Roberto Lemos, servidor da Decania do Centro Tecnologia, na há 30 anos é aluno da Hidroginástica desde o início do projeto há sete anos e acha o convênio Fundamental. Um benefício principalmente com o avançar da idade, em que, a atividade física, ele aponta, ajuda a superar os desgastes. Ele também indica outras atividades do Espaço Saúde como a musculação e as terapias. Ele destaca até mesmo a importância socioeconômica da iniciativa para os sindicalizados.
Retomada foi em 2023
A foto, com coordenadores do Sintufrj e o presidente do Cepe Fundão, é de fevereiro de 2023 e registra a retomada da parceria entre o Sintufrj e o clube, da atividade de hidroginástica, com uma novidade: as aulas de natação. “É muito importante essa reaproximação com o Sintufrj, porque o clube nasceu de uma relação antiga com os servidores da UFRJ”, saudou o presidente. O convênio com o Cepe para uso da piscina pelo Sintufrj começou na gestão 2015-2017 e foi interrompido pela pandemia. A atual direção, por intermédio da Coordenação de Esporte e Lazer, resgatou a parceria.
“Café com Lula” se transformou em ritual da luta diária que os trabalhadores da educação mobilizados nesse período de greve em Brasília realizam. Nesta sexta-feira (10) a manifestação foi repetida em frente ao Palácio do Planalto. Os trabalhadores técnicos-administrativos que integram o Comando Nacional de Greve (CNL) da Fasubra participam da atividade com forte presença para assegurar visibilidade a nossa greve.
O Ato Unificado da Educação no Rio de Janeiro encerrado em frente ao Palácio Guanabara (depois de concentração no Largo do Machado) na tarde desta quinta-feira (9) reuniu estudantes e trabalhadores que nas últimas semanas atuam numa jornada em defesa de recomposição orçamentária e salarial, Carreira e contra o desmonte da assistência estudantil.
O movimento – convocado por duas dezenas de entidades sindicais, do movimento social e de estudantes – tentou protocolar um ofício ao governador Cláudio Castro, mas isso não aconteceu. O governador, aliás, um dos focos principais das críticas repetidas em bordões pelos manifestantes: “Oh Cláudio Castro., seu caloteiro, a educação precisam de dinheiro”, era uma delas.
Os técnicos-administrativos da UFRJ, em greve desde 11 de março, foram presença marcante – como tem acontecido nos eventos que tem marcado a trajetória da greve.
A crise financeira da UFRJ bate às portas do Consuni sob diversas formas. Além de sucessivas falas de conselheiros, já no expediente da sessão desta quinta-feira, 9, expondo uma série de problemas em várias unidades e pedindo posicionamento público da Reitoria, dezenas de estudantes ocuparam o auditório do Parque Tecnológico para apresentar gravidade do que enfrentam com a interdição da Educação Física (depois do desabamento de mais uma parte da marquise da unidade).
“Estamos novamente sem ter onde estudar e precisamos que medidas sejam tomadas”, disse Melani Zmorzynski, coordenadora do CA do Curso de Dança, apontando negligência e falta de atenção com os cursos e que a situação precisa mudar urgentemente.
Ela criticou a adoção de medidas sem que o corpo estudantil seja consultado, diante da possibilidade anunciada na mídia de irem para um centro militar na Penha. “Não há possibilidade de estarmos fora do campus. Somos de curso noturno. Há alunos que residem em pontos distantes”, disse.
Ela anunciou que caso as suas exigências não sejam atendidas os estudantes farão greve: “A total falta de condições de permanência não pode redundar e prejuízo o corpo discente que recebe auxílio e as bolsas. Nós estudantes somos vítimas do desmonte da educação pública e nossa eventual paralisação deve ser entendida como uma necessidade de resposta”.
Medronho suspende, alunos continuam
Mas, alegando o fim do expediente, e com pouco tato diante da gravidade da situação, o reitor Roberto Medronho não permitiu a conclusão das falas concedidas aos estudantes. Mesmo assim, a garotada decidiu continuar mandando seu recado, com ou sem microfone. Medronho suspendeu a sessão. O protesto se intensificou e o reitor acabou cercado pelos estudantes, que, indignados, se postaram diante da porta, cobrando respostas.
Frente à frente
Durante uns bons minutos, o reitor os ouviu frente a frente: “A gente está sem aula. Vocês estão aqui no Parque Tecnológico, parece outra dimensão. Tem ar-condicionado. Eu estava andando (na escola) com o barulho (dos destroços) caindo. Que absurdo. Como vocês conseguem colocar a cabeça no travesseiro sem saber que tem gente que está sem previsão de futuro? Já fizeram a graduação de vocês. Têm o emprego de vocês. Têm que lutar mais. Têm que reclamar mais”, pediam.
Gabriela Souza, representante dos estudantes de Educação Física pediu que os gestores participem das reuniões de deliberação da escola em busca de uma solução.
Medronho disse que tentaria de todas as formas chegar ao ministro da Educação e ao presidente da República. “A situação da UFRJ é muito grave. Por isso que eu apoio as reivindicações que o movimento dos técnicos-administrativos, entre elas a recomposição orçamentária, a reestruturação do plano de Carreira e mais verbas para a Educação”. O reitor considerou o pedido dos estudantes de ida a Brasília, sugerindo que se organizassem e o procurassem para a possibilidade de disponibilizar ônibus.
Garantiu que nenhuma mudança seria feita sem a concordância dos estudantes. Que estaria presente, se houvesse pedido da direção, no Conselho Departamental da EEFD (dia 14, às 13h, no Auditório do Quinhentão, CCS). Concordou com a formação de uma comissão com a participação da diretoria da escola, do decano do CCS, Reitoria e estudantes que se reunirá no dia 16, às 15h, na Reitoria. Nesta reunião, articularão uma assembleia comunitária da EEFD na semana seguinte.
Conquistas da greve: dos TAE para todos
Destacando que eram conquistas do movimento paredista dos técnicos-administrativos, o superintendente da Pro-Reitoria de Pessoal (PR-4) Rafael Pereira informou que o aumento do auxílio alimentação (que passou de R$ 658 para R$1000), já seria aplicado em junho, e que seria paga também a diferença do mês anterior (o aumento vale a partir de 1º de maio). Segundo ele, já foram publicadas portarias referentes ao aumento do auxílio creche e saúde também vão entrar na folha.
O coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente, reiterou a importância do movimento, que conquistou o aumento no valor dos benefícios para todos.
Movimento e conselheiros pedem assembleia comunitária
Além dos conselheiros, os assentos também estavam todos ocupados com militantes do Comando Local de Greve (CLG Sintufrj) também em protesto pela recomposição orçamentária, por ações mais contundente por parte da Reitoria em defesa da UFRJ.
De fato, a situação da universidade tomou a maior parte das falas, reiterando a importância do papel da Reitoria de liderar o processo de luta política para além do que está sendo feito.
Alguns conselheiros apontaram a necessidade de a Reitoria buscar uma reunião com o presidente Lula. Apontando que a universidade vive uma morte lenta, o professor Vantuil Pereira, decano do CFCH, apontou que este quadro precisa ser revertido com urgência e reiterou proposta apresentada em sessão anterior pelo representante da Fasubra Francisco de Assis de realização de uma assembleia comunitária, com a presença da mídia, para denunciar a situação à sociedade e cobrar solução. Recebeu muitas palmas.
No horizonte da Reitoria
“É uma proposta que a gente vai avaliar, e não existe no Estatuto, mas politicamente a gente está pensando em fazer uma convocação ampla ao corpo social, com a imprensa e com uma apresentação para toda a sociedade. Isso está no nosso horizonte. Estamos fazendo as coisas aos poucos. Se conseguirmos as audiências, melhor”, anunciou Medronho.
Deterioração grave
O reitor lembrou que segundo relatório do Escritório Técnico, 52% das edificações da UFRJ foram analisadas e têm, algum grau de deterioração. Alguns muito crítica e comparou que uma doença, sem intervenção, pode evoluir para uma forma grave.
A UFRJ preparou relatório enviado ao MEC relatando essa situação de gravidade e reivindicando a verba (R$ 268 milhões para o custeio, não para os prédios). Para o reparo das edificações são necessário R$ 790 milhões e, para os casos mais graves, R$570 milhões e são emergenciais. “Eu tenho ido à Brasília, eu tenho procurado falar com o presidente Lula, tento falar pedindo apoio de deputados muito próximos a ele, para que eu mostre, no papel, toda a gravidade que nós estamos passando nesse momento, com risco à segurança do nosso corpo social em alguma dessas edificações”.