Problemas de infraestrutura no prédio história do Largo de São Francisco levaram levam a suspensão de aulas e às direções do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e de História a apresentaram manifesto para alertar a necessidade de obras emergenciais em prédio histórico e mais antigo da universidade:” IFCS e o IH não podem ficar à mercê de sinistros que já não podem mais ser chamados de imprevistos, dadas suas ocorrências e recorrências”.

Depois de toda crise com o corte de energia pela Light e de água pelas Águas do Rio na semana passada (depois de intenso protesto da comunidade e por força de uma liminar, o abastecimento hoje está normal), por falta de suplementação orçamentária pelo governo para pagamento da dívida que chega a R$45 milhões, esta semana estou um novo problema: as direções do IFCS e do Instituo de História suspenderam as aulas nesta quinta-feira (21) e sexta-feira (22) por problemas de infraestrutura do prédio.

No manifesto do IFCS e do IH sobre as necessidades de infraestrutura no prédio, as direções alertam que a comunidade acadêmica vive na incerteza de seu calendário acadêmico, “alterados por desabastecimentos de água ou por sinistros vários que envolvem infiltrações, inundações, interrupções elétricas e dos elevadores, calor intenso”.  E reivindicam recursos pessoais, técnicos e financeiros “para as ações que demandam intervenção urgente e cuja falta obriga a suspensão das atividades acadêmicas”.

Estudantes foram avisados na quartra,19

Malu Selonk, do DCE Mário Prata, explica: “A gente está há bastante tempo com um problema na água e de vazão para abastecimento do prédio. No período passado, a prefeitura colocou um tipo de caixa d’água no térreo, porque a do alto não estava dando vazão. Novamente (agora), o problema está relacionado com abastecimento de água. Paralisado para manutenção do sistema de fornecimento de água. Acho que em decorrência da própria estrutura, que é muito antiga”, explicou, informando que além das aulas, estão paralisadas atividades administrativas e bandejão.

Pelo que se sabe, por enquanto, apenas por dois dias. “Mas não é a primeira vez que isso acontece. No período passado a gente teve duas semanas com o prédio fechado e perdeu aulas por causa da questão da água. (Recentemente), estivemos, na terça, quarta, quinta e sexta-feira da semana anterior, sem aula; daí teve uma semana com alguns dias de aula e agora, feriada. Então a gente tá sem aula há vários dias, A gente foi informado ontem à tarde de que não teria aula novamente nesses dois dias pra uma manutenção no prédio. Eu ainda não tenho informação de quando vai retornar, eu imagino que segunda abra, mas é sempre uma surpresa”.

Situação vem do ano passado

Há pouco mais de um ano, no dia 18 de outubro de 2023, a imprensa noticiava “IFCS caindo aos pedaços: em prédio da UFRJ, teto, forro, marquise e ventilador despencam, e alunos relatam princípios de incêndio”, disse matéria que informava ainda a ocorrência de dois princípios de incêndios com curto-circuito.

Fotos: Renan Silva

Leia a íntegra do manifesto

Desde o ano de 2022, as Direções do IFCS e IH abriram processos para reparos emergenciais no prédio que os abriga. Esses reparos incluem telhados, instalações elétricas, instalações hidráulicas, acessibilidade, prevenção a incêndios etc. Pequenos reparos de telhas, pisos, quadros brancos e pinturas puderam ser e foram realizados pela reduzida equipe da administração predial.

A manutenção hidráulica e elétrica está a cargo de empresas terceirizadas contratadas pelas decanias do CFCH e CCJE.

Reparos maiores requisitam a ação do Escritório Técnico da Universidade e empenho de fundos que ultrapassam os orçamentos participativos do IFCS e IH. IFCS e IH orientaram partes consideráveis de seus orçamentos participativos para a sinalização contra incêndios e para reparos emergências da cisterna, e os aguardam.

A prefeitura do Município do Rio de Janeiro ofereceu a restauração do recinto do prédio, ora em curso, e também a reforma elétrica emergencial, cujo projeto executivo está sob análise do IPHAN e do INEPAC.

Todos estes esforços ainda não são suficientes para manter o funcionamento acadêmico de um prédio histórico que requisita reparos emergenciais e reformas estruturais, e cuja responsabilidade de funcionamento cabe a unidades administrativas sem autonomia financeira.

A equipe de manutenção predial não é renovada desde o século passado. As empresas terceirizadas de manutenção elétrica e hidráulica que foram contratadas pelas decanias para atender a todas as unidades do CFCH e CCJE não dão conta nem da manutenção nem dos reparos urgentes necessários ao prédio do IFCS/IH.

As reformas estruturais caminham a passos lentos por conta das características históricas que requerem atenção dos órgãos de preservação do patrimônio, pela escassez de verbas próprias que obrigam a administração a buscar recursos externos, e pela burocracia das licitações públicas.

As comunidades do IFCS e IH vivem na incerteza de seus calendários acadêmicos alterados por desabastecimentos de água ou por sinistros vários que envolvem infiltrações, inundações, interrupções elétricas e dos elevadores, calor intenso.

Agrava este quadro o fato de ter sido instalado no prédio um restaurante universitário para atender a todas as unidades do Centro da cidade. O restaurante serve 800 refeições no almoço e 400 no jantar e aumenta o fluxo de pessoas no prédio.

Não houve nenhuma adequação das instalações do prédio para o aumento do consumo de água, para o aumento da frequentação dos banheiros, para o devido acesso de contêineres de alimentos e para o escoamento do lixo produzido.

O IFCS e o IH ocupam o prédio mais antigo da UFRJ e aquele que oferece no Centro da Cidade os maiores serviços para uma efetiva inclusão universitária entre as unidades da UFRJ no Centro, com sua biblioteca, seu restaurante universitário, suas ações de extensão, seus eventos acadêmicos nacionais e internacionais, seus 8 cursos de graduação, seus 6 programas de pós-graduação.

O IFCS e o IH querem continuar sendo a referência universitária de excelência e de inclusão e não podem ficar à mercê de sinistros que já não podem mais ser chamados de imprevistos, dadas suas ocorrências e recorrências.

As Direções do IFCS e IH, tolhidas em sua autonomia financeira e administrativa reivindicam que haja um mínimo de atenção das instâncias responsáveis superiores para não apenas encaminhar as soluções a médio e longo prazo, mas que disponibilizem às administrações das unidades os recursos pessoais, técnicos e financeiros para as ações que demandam intervenção urgente e cuja falta obriga a suspensão das atividades acadêmicas.

Não podemos deixar o prédio que abriga a história do ensino superior no Brasil desde o início ficar à mercê de seus sinistros já ocorridos ou sob risco de ocorrer.

A lição do Museu Nacional precisa ser aprendida: não adianta obter grandes recursos depois da destruição. Queremos pequenos, mas efetivos, recursos para os reparos e a prevenção.

Neste sentido, solicitamos com urgência urgentíssima:

1) O reparo do encanamento central (barbará), para o retorno imediato das aulas;

2) O reparo da cisterna, para mitigar os constantes desabastecimentos e novas suspensões de aula;

3) A duplicação da frequência de recolhimento do lixo, para evitar a proliferação de pragas;

4) O reparo dos danos causados pelo caminhão da empresa que gere o restaurante universitário

 

Neste sentido, solicitamos com urgência:

1) A consideração da especificidade de manutenção dos prédios históricos, que não podem ser tratados como as demais instalações universitárias, subordinados a orçamentos participativos diminutos e à gestão dependente das respectivas decanias.

2) A permanência da COPRIT com um escritório no Centro para gestão permanente da conservação dos prédios históricos.

3) Uma fração do orçamento universitário dedicada aos reparos emergenciais dos prédios históricos.

4) A adequação das instalações e serviços do restaurante universitário do Centro da cidade de modo a não causar mais danos ao prédio e a reparar os já causados nas instalações hidráulicas, nas rampas de acesso e no controle de pragas.

 

A excelência da pesquisa, do ensino e da ação social extensionista do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e do Instituto de História saberão agradecer com seu efetivo funcionamento a recuperação das condições mínimas de trabalho e estudo.

Saudações Universitárias,

Fernando Santoro e Daniela Mussi

Direção do IFCS

Marta Mega e Lise Sedrez

Direção do IH

O III Congresso Mundial de trabalhadores do ensino contra o Neoliberalismo na Educação, realizado entre os dias 11 e 17 de novembro, na UERJ, teve a programação de seu segundo dia, 12, aberta com o debate sobre questões raciais, de gênero e de classe na Capela Ecumênica da UERJ. Estavam presentes coordenadores e militantes do Sintufrj, como Esteban Crescente (Geral) e Marly Rodrigues (Políticas Sociais).

A coordenadora de Educação da Fasubra Helena Nara destacou que a educação superior tem sido alvo da tentativa de privatização e interesses do mercado na produção acadêmica. Para ela, o que o neoliberalismo faz é retirar direitos, principalmente de populações mais vulneráveis: “Esse sujeito abstrato que é mulher, que é negro, que é indígena, que é latino-americano, que é operário, ele se concretiza em pessoas diversas, pessoas de diversidade sexual, diversidade racial, diversidade étnica, mas ele é o centro, é o que a gente precisa entender como a identidade da classe, é o que nos une, a identidade da classe trabalhadora”.

Segundo Giovanna Almeida, do DCE Mario Prata da UFRJ, pesquisas que mostram que, dos estudantes de escolas e universidades sem estrutura mínima, 86% são negros; 96% dos docentes negros já viveu situação de racismo em seu ambiente de trabalho. De quatro em cada dez crianças sofreram racismo no ambiente escolar.  “Se a gente não consegue, dentro desses ambientes, mudar essa estrutura, fica mais difícil a gente conseguir mudar também, estruturalmente, fora… A gente precisa construir uma nova campanha de combate a opressões dentro das nossas escolas e universidades”.

Participaram ainda Sebastián Vargas (Universidad de Chile) Andrea Sandino (Secretaria de Assistência a Educação, Colombia), María del Mar Rosa Rodríguez (Asociación Puertorriqueña de Profesores Universitarios).

Coordenadores, militantes e estudantes da UFRJ

 

Giovanna e Helena

 

Esteban e Marly

O público que acompanhou o debate sobre Gênero, Raça e Classe no debate da manhã do dia 12, na Capela Ecumênica da UERJ.

Assembleia Simultânea Sintufrj
Pauta; Conjuntura, Carreira e eleição delegados Plenária da Fasubra.
27 de novembro, 9h30.
Fundão – Auditorio CCS Quinhentão.
IFCS – Sala Amarela 109, primeiro andar.
Macaé – Sala 207, Bloco A