O anfiteatro da Pupileira, no IPPMG, ficou lotado no início da tarde desta quinta-feira, 11, na reunião convocada pela direção, a pedido dos trabalhadores, para esclarecimentos acerca da preparação para o início das atividades da Ebserh no instituto.

Dúvidas e incertezas provocam naturalmente insegurança no ambiente de trabalho de um hospital universitário de essencial importância para a vida de centenas de famílias que procuram o instituto para tratar de suas crianças.

Servidores, pessoal extraquadro e terceirizados constituem o universo de trabalhadores (muitos dos quais, profissionais experientes e sem os quais o hospital pararia) do IPPMG, uma das jóias da rede hospitalar da UFRJ que está indo para a Ebserh.

Representantes do Comando Local de Greve acompanharam a reunião.

Organograma

O diretor Giuseppe Pastura apresentou o organograma que está sendo projetado para as três unidades do complexo hospitalar que serão assumidas pela empresa (IPPMG, HUCFF e Maternidade Escola).

Ele explicou que, depois da aprovação da Ebserh pelo Conselho Universitário, em dezembro, houve o planejamento orçamentário no Ministério da Gestão e Inovação (MGI) para definição inclusive da quantidade de pessoal nos hospitais. E agora segue a etapa de apresentação do organograma.

Há uma superintendência geral a que estão submetidas as superintendências executivas e a gerência de atenção à saúde de cada uma das unidades.

Também a esta superintendência geral a que estarão diretamente ligadas duas outras (de Ensino e Pesquisa e Administrativa). Ambas, pelo quadro apresentado, não estarão, portanto, no âmbito de cada hospital. Um conselho consultivo e um executivo estão, no quadro, acima da superintendência geral.

O organograma se desdobra em serviços que serão adaptados ou fundidos em divisões e unidades de forma a adaptar a atuação do IPPMG ao organograma da Ebserh.

Iinformes gerais sobre preparação para inico das atividades da EBSERH no IPPMG.
Rio, 11-04-24
Foto Elisângela Leite
Iinformes gerais sobre preparação para inico das atividades da EBSERH no IPPMG.
Rio, 11-04-24
Foto Elisângela Leite

É preciso garantir direitos

Para o coordenador da Fasubra e membro do CNG Francisco de Assis, o que se pode perceber no debate é que o diretor – o último diretor eleito, porque, segundo ele, daqui para frente será indicado pelo presidente da Ebserh em acordo com a Reitoria – não tem elemento suficiente para garantir os direitos dos trabalhadores nesse contrato que está sendo feito. “São muitas palavras ao vento, ditas pelas representações que estão participando dessas reuniões (com a Ebserh)”.

A seu ver, tem muita coisa dita que não faz parte do trato. “Não tem nada no contrato, não tem nada apresentado para o próprio diretor do hospital, então ficou muito mais dúvida do que soluções nas respostas. Então, companheiros, a gente tem que continuar nossa luta e garantir o direito dos trabalhadores no trato e no contrato, buscando a redução de danos. Porque a gente sabe que nacionalmente o que se tem é perseguição a trabalhador RJU, retirada de direitos do RJU e de todos de certa forma”, constatou.

 

Canto da sereia

“A gente tem que continuar brigando e reivindicando que o processo seja transparente e que o trabalhador pode ser ouvido, sanar as suas dúvidas e que a gente se proteja ainda mais porque o que vem aí não é nada daquele mundo, daquele canto da sereia que a Ebserh tenta colocar na cabeça das pessoas”, disse a técnica-administrativa do IPPMG Gerly Miceli.

Depois da reunião, ela avaliou: “Nós estamos aqui, o Sintufrj, trabalhadores do IPPMG, companheiros do comando local de greve da UFRJ porque hoje aconteceu a reunião chamada pelo diretor do hospital para apresentar o organograma da Ebserh e fazer a diminuir os ruídos”, disse ela, falando da intranquilidade que atinge RJU, extraquadros e terceirizados. Mas que houve respostas genéricas porque a seu ver o diretor também não domina tudo que está sendo discutido com a direção da Ebserh.

“A gente sai com o sentimento que a gente tem que lutar e lutar muito pra garantir e minimizar os danos aos trabalhadores estatutários, aos extraquadros que vão sendo substituídos gradativamente e aqueles terceirizados que hoje exercem funções e atividades inerentes aos assistentes administrativos”.

26 DE MARÇO (TERÇA-FEIRA), 10H.

(Concentração em frente à entrada do Horto)

30 ANOS DE LUTAS DO SINTUFRJ: SABERES E MEMÓRIAS

A coordenação de Educação e Cultura do Sintufrj convida a todos e todas para participarem da aula inaugural que acontecerá no dia 18 de março (segunda-feira)
às 15h, no Espaço Cultural do Sintufrj.

QUINTA-FEIRA, DIA 14
Ato no Conselho Universitário, às 9h30, no auditório do Parque Tecnológico por apoio à greve. O movimento também reivindicará solução para a falta de local de aulas para alunos e profi ssionais do segmento da Educação Infantil do Colégio da Aplicação.

  • Por unanimidade, técnicos-administrativos aprovam greve a partir do dia 11

  • Ver cerca de 700 pessoas reunidas e distribuídas nos três auditórios onde o Sintufrj realizou as assembleias simultâneas – Fundão, Praia Vermelha e Macaé –, e decididas a dar um novo rumo à Campanha Salarial, emocionou trabalhadoras e trabalhadores

Com o auditório do Centro de Tecnologia CT) lotado, nesta quinta-feira, 7, os técnicos-administrativos em educação da UFRJ deliberaram pela adesão à greve da Fasubra, que terá início na segunda-feira, 11. O movimento é nacional e a maioria da categoria nas instituições federais de ensino do país já tomou essa decisão, inclusive as outras universidades e um instituto no Rio de Janeiro.

A última vez que esses servidores entraram em greve foi em 2015. E ver cerca de quase 700 pessoas reunidas e distribuídas nos três auditórios onde o Sintufrj realizou as assembleias simultâneas – Fundão, Praia Vermelha e Macaé –, e decididas a dar um novo rumo à Campanha Salarial, emocionou trabalhadoras e trabalhadores. Muitos optaram por acompanhar as discussões pelas redes sociais.

“É muito importante saber que poderíamos mobilizar a categoria em um cenário tão adverso. Essa greve está a serviço das lutas democráticas. Mas, precisa ser uma greve real, contundente. É entrar pra ganhar. Parabéns, categoria. Vamos à luta!”, disse confiante o coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente.

O esforço da Comissão de Mobilização nos três dias que antecederam as assembleias, e na própria quinta-feira, 7, foi responsável por garantir o quórum qualificado para decretação da greve.  Afinal, a realidade hoje na UFRJ é outra com o PGD (Programa de Gestão de Desenvolvimento). Depois da pandemia de covid-19, a rotina de trabalho na universidade ficou hibrido: presencial e home office.

Caráter da greve e Fundo de Greve

Na segunda-feira, 11, o Comando Local de Greve (CLG) se reúne às 10h, no Espaço Cultural do Sintufrj. Todos estão convocados a participar. O caráter dessa greve é de ocupação e mobilização, com lista de presença. Ou seja, a categoria virá à universidade para participar da agenda de lutas interna e externa.

As assembleias também aprovaram a criação do Fundo de Greve, no valor de um por cento do salário bruto, descontados em duas vezes, em abril e maio, sendo que a segunda parcela estará sujeita a uma avaliação de assembleia. Esse dinheiro custeará despesas com as mobilizações, que incluem caravanas a Brasília, material para atos e manifestações, visitas a parlamentares, com os comandos local e nacional de greve (deslocamento, hospedagem e alimentação dos companheiros), entre outros gastos.

Essencialidade

A intenção é fazer uma greve que mesmo os trabalhadores dos setores considerados essenciais possam participar das agendas de luta. Caberá ao CLG constituir uma Comissão de Ética para solucionar demandas das unidades e agir em caso de assédio moral de chefias.

Delegação a Brasília

Por decisão das assembleias, sete delegados participarão da plenária nacional  da Fasubra, sábado, dia 9 de março, no formato virtual. Foi formada uma chapa única com a participação de representantes dos coletivos políticos que militam no movimento sindical na UFRJ, e que estavam presentes nas assembleias.

A pauta da plenária é a seguinte: Informes da direção nacional; informes da assessoria jurídica nacional; informes das entidades; ratificar o indicativo de deflagração de greve da Fasubra para o dia 11 de março e encaminhamentos.

Porque votamos pela greve

Os eixos centrais da greve é a reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE), recomposição salarial e não à Reforma Administrativa. Mas o movimento inclui também a recomposição orçamentária das instituições públicas de ensino; jornada de 30 horas semanais para todos os servidores; não ao ponto eletrônico; paridade nas eleições para a Reitoria e órgãos colegiados.

As assembleias desta quinta-feira, 7, acrescentaram mais um ponto de luta para esta Campanha Salarial: o combate permanente contra a adesão da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

“O governo tentou confundir a Fasubra com a mesa técnica da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC), do dia 29 de fevereiro, mas a Federação continuou reta no indicativo de greve. E o ministro da Educação somente apresentou algo depois do indicativo de greve da entidade. Nós temos o pior piso do serviço público e o ministro sabe que queremos respeito e valorização. Nossa luta tem duas frentes: uma para cima do governo e outra para cima do Parlamento”, afirmou o coordenador de Comunicação da Fasubra e técnico-administrativo da UFRJ, Francisco de Assis.

Agenda de lutas

Foi aprovado ainda a realização de assembleia geral do Sintufrj na quarta-feira, 13, às 10h, no auditório do Centro de Tecnologia (CT), para avaliar as deliberações da plenária nacional da Fasubra, e manifestação na sessão do Conselho Universitário na quinta-feira, 14, às 9h.

8 de Março: Dia Internacional da Mulher

A coordenadora-geral do Sintufrj Laura Gomes falou nas assembleias sobre o 8 de Março e convocou todos os presentes ao auditório do CT e no auditório do CFCH, na Praia Vermelha, a participarem do ato na Candelária, nesta sexta-feira, 8, às 16h, seguido de caminhada pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, Centro do Rio.

Manifestações de apoio: sindicato, DCE e UNE

“Apoiamos a luta dos companheiros, porque é a nossa unidade que vai fazer o governo recuar da sua proposta de zero por cento. O servidor colabora com o Brasil e precisamos de muitas reestruturações, mas eles querem é destruir o serviço público”, disse Raul Bittencourt, dirigente do Sindicato Intermunicipal dos Servidores nos Municípios do Rio de Janeiro.

“Se fecha a universidade não com cadeado nas portas, mas com os sucessivos cortes no orçamento, trabalho insalubre e estudantes tendo que comprar equipamentos para poder estudar. Zero por cento de reajuste é um desrespeito. Esta é uma greve justa e tem o apoio e a solidariedade do Diretório Central dos Estudantes”, texto de apoio do DCE à luta dos trabalhadores.

Mabel, vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE), também se manifestou em apoio aos técnicos-administrativos em educação: “A luta dos trabalhadores será distanciada dos estudantes. O Centrão com suas medidas neoliberais é o nosso inimigo comum. Por isso a necessidade de uma grande mobilização conjunta. Estamos lutando por uma educação de qualidade e gratuita”.

 

Simultâneas
Assembleias aconteceram de forma simultânea no Fundão, na Praia Vermelha e em Macaé, transmitidas pelas redes sociais do Sintufrj e pela Fasubra (também no vídeo a seguir).
Auditório do Centro de Tecnologia, no Fundão
    
Praia Vermelha
      
Macaé
     
Momentos da mobilização
 
A Comissão de Mobilização composta por coordenadores do Sintufrj, apoiadores da gestão e militantes de base percorreram unidades dialogando com as trabalhadoras e trabalhadores e distribuindo panfletos explicando as razões pelas quais todos devem abraçar a Campanha Salarial deste ano. Nas fotos, mobilização no CT e no CCMN momentos antes da assembleia. À direita, chegada da delegação de Caxias, com mais de 15 pessoas.
Fotos: Elisângela Leite, Daniel Outlander e Jamil Malafaia (CT), Pedro Gabriel (Macaé) e AF Rodrigues (Praia Vermelha)

 

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Nesta quarta-feira, 21 de fevereiro, o Grupo de Mobilização organizado pelo Sintufrj realizou panfletagem nas Pró-Reitorias, Garagem, CPST, IGEO, DRE e no CT.

O trabalho de mobilização nas bases começou no dia anterior, com reunião na Faculdade de Letras, e continuou na parte da tarde de quarta-feira.

Dirigentes do Sintufrj, Fasubra e colaboradores da gestão sindical distribuíram o panfleto da entidade convocando para as atividades desta quinta-feira, 22, quando haverá negociação com o governo.

 

Grupo de Mobilização do Sintufrj: coordenadores sindicais Laura, Esteban, Luciano e Boro, dirigente da Fasubra Francisco de Assis, e os colaboradores da gestão Orlandinho e José Carlos

 

Reunião de mobilização na Faculdade de Letras