Ex-presidente foi citado em relatório final sobre tentativa de golpe de Estado, que culminou com o 8 de janeiro

Thalita Pires
Brasil de Fato |

A Polícia Federal (PF) divulgou nesta quinta-feira (21) o relatório final da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado que culminou com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados do primeiro escalão de seu governo foram indiciados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

De acordo com o documento, a tentativa de golpe teria sido tramada em 2022, para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República após sua vitória contra Bolsonaro nas urnas em novembro daquele ano.

Um indiciamento significa, na prática, que o delegado responsável pelo inquérito concluiu, em seu relatório final, pela culpa de alguém por haver elementos de autoria e de materialidade. É um juízo de culpa de caráter preliminar e pode ser feito tanto pela polícia quanto por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mas não condena diretamente o acusado, porque depende de uma denúncia formal por parte do Ministério Público (MP) para que o suspeito seja convertido em réu e julgado pelo Poder Judiciário. Cabe ao MP denunciar ou arquivar um caso após investigação.

No caso do indiciamento desta quinta-feira, a denúncia deve ser analisada pela Procuradoria Geral da República, parte do Ministério Público Federal (MPF).

Para a advogada Tânia Maria Saraiva de Oliveira, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), “é de uma gravidade aterradora que um ex-presidente da República esteja envolvido nisso”.

A despeito da gravidade dos fatos apurados pela PF, no entanto, a jurista explica que Bolsonaro não deve ser preso agora. “É sempre uma decisão do Judiciário, mas não acredito haver razão para isso”, analisa.

Oliveira explica que existe a possibilidade de prisão preventiva, que tem como objetivo impedir a interferência do réu no julgamento. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso que haja uma razão objetiva, como tentativa de fuga, por exemplo.

Uma eventual prisão definitiva só acontece após a conclusão do julgamento, caso Bolsonaro seja considerado culpado. Somados, os crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa podem somar até 30 anos de reclusão.

Bolsonaro também já foi indiciado em outros dois processos. O primeiro é o de inclusão de informações falsas em sistemas oficiais, relacionado ao esquema de inserção de informações falsas em carteiras de vacinação contra a covid-19. O crime pode render de 3 a 15 anos de prisão.

O segundo é o caso de apropriação e venda, nos Estados Unidos, de joias milionárias presenteadas pela Arábia Saudita, pelo qual foi acusado de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. Se condenado, pode pegar até 17 anos de prisão.

Mesmo que seja considerado culpado nos três casos em que foi indiciado até agora – que podem somar até 62 anos de privação de liberdade –, o ex-presidente não poderá passar mais do que 40 anos preso, tempo de reclusão máximo permitido no país.

Problemas de infraestrutura no prédio história do Largo de São Francisco levaram levam a suspensão de aulas e às direções do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e de História a apresentaram manifesto para alertar a necessidade de obras emergenciais em prédio histórico e mais antigo da universidade: ”IFCS e o IH não podem ficar à mercê de sinistros que já não podem mais ser chamados de imprevistos, dadas suas ocorrências e recorrências”.

Além de toda crise com o corte de energia pela Light e de água pelas Águas do Rio na semana passada (depois de intenso protesto da comunidade e por força de uma liminar, o abastecimento hoje está normal), por falta de suplementação orçamentária pelo governo para pagamento da dívida que chega a R$45 milhões, esta semana estourou um novo problema: as direções do IFCS e do Instituo de História suspenderam as aulas nesta quinta-feira (21) e sexta-feira (22) por problemas de infraestrutura do prédio.

Segundo a direção, nestes dois dias estão paralisadas aulas do IFCS e IH e o bandejão do Centro, para reparos no barrilete (sistema hidráulico do edifício). No dia 22, o bandejão voltou a funcionar mas as aulas retornam somente segunda-feira, 25. “As atividades administrativas e os eventos inadiáveis estão funcionando”, informou o direto do IFCS Fernando Santoro.

No manifesto do IFCS e do IH sobre as necessidades de infraestrutura no prédio, as direções alertam que a comunidade acadêmica vive na incerteza de seu calendário acadêmico, “alterados por desabastecimentos de água ou por sinistros vários que envolvem infiltrações, inundações, interrupções elétricas e dos elevadores, calor intenso”.  E reivindicam recursos pessoais, técnicos e financeiros “para as ações que demandam intervenção urgente e cuja falta obriga a suspensão das atividades acadêmicas”.

Estudantes foram avisados na quartra,19

Malu Selonk, do DCE Mário Prata, explica: “A gente está há bastante tempo com um problema na água e de vazão para abastecimento do prédio. No período passado, a prefeitura colocou um tipo de caixa d’água no térreo, porque a do alto não estava dando vazão. Novamente (agora), o problema está relacionado com abastecimento de água. Paralisado para manutenção do sistema de fornecimento de água. Acho que em decorrência da própria estrutura, que é muito antiga”, explicou, informando que além das aulas, estavam paralisadas algumas atividades e o bandejão.

Pelo que se sabe, por enquanto, apenas por dois dias. “Mas não é a primeira vez que isso acontece. No período passado a gente teve duas semanas com o prédio fechado e perdeu aulas por causa da questão da água. (Recentemente), estivemos, na terça, quarta, quinta e sexta-feira da semana anterior, sem aula; daí teve uma semana com alguns dias de aula e agora, feriada. Então a gente está sem aula há vários dias, A gente foi informado ontem à tarde de que não teria aula novamente nesses dois dias pra uma manutenção no prédio. Eu ainda não tenho informação de quando vai retornar, eu imagino que segunda abra, mas é sempre uma surpresa”.

Situação vem do ano passado

Há pouco mais de um ano, no dia 18 de outubro de 2023, a imprensa noticiava “IFCS caindo aos pedaços: em prédio da UFRJ, teto, forro, marquise e ventilador despencam, e alunos relatam princípios de incêndio”, disse matéria que informava ainda a ocorrência de dois princípios de incêndios com curto-circuito.

Fotos: Renan Silva

Leia a íntegra do manifesto

Desde o ano de 2022, as Direções do IFCS e IH abriram processos para reparos emergenciais no prédio que os abriga. Esses reparos incluem telhados, instalações elétricas, instalações hidráulicas, acessibilidade, prevenção a incêndios etc. Pequenos reparos de telhas, pisos, quadros brancos e pinturas puderam ser e foram realizados pela reduzida equipe da administração predial.

A manutenção hidráulica e elétrica está a cargo de empresas terceirizadas contratadas pelas decanias do CFCH e CCJE.

Reparos maiores requisitam a ação do Escritório Técnico da Universidade e empenho de fundos que ultrapassam os orçamentos participativos do IFCS e IH. IFCS e IH orientaram partes consideráveis de seus orçamentos participativos para a sinalização contra incêndios e para reparos emergências da cisterna, e os aguardam.

A prefeitura do Município do Rio de Janeiro ofereceu a restauração do recinto do prédio, ora em curso, e também a reforma elétrica emergencial, cujo projeto executivo está sob análise do IPHAN e do INEPAC.

Todos estes esforços ainda não são suficientes para manter o funcionamento acadêmico de um prédio histórico que requisita reparos emergenciais e reformas estruturais, e cuja responsabilidade de funcionamento cabe a unidades administrativas sem autonomia financeira.

A equipe de manutenção predial não é renovada desde o século passado. As empresas terceirizadas de manutenção elétrica e hidráulica que foram contratadas pelas decanias para atender a todas as unidades do CFCH e CCJE não dão conta nem da manutenção nem dos reparos urgentes necessários ao prédio do IFCS/IH.

As reformas estruturais caminham a passos lentos por conta das características históricas que requerem atenção dos órgãos de preservação do patrimônio, pela escassez de verbas próprias que obrigam a administração a buscar recursos externos, e pela burocracia das licitações públicas.

As comunidades do IFCS e IH vivem na incerteza de seus calendários acadêmicos alterados por desabastecimentos de água ou por sinistros vários que envolvem infiltrações, inundações, interrupções elétricas e dos elevadores, calor intenso.

Agrava este quadro o fato de ter sido instalado no prédio um restaurante universitário para atender a todas as unidades do Centro da cidade. O restaurante serve 800 refeições no almoço e 400 no jantar e aumenta o fluxo de pessoas no prédio.

Não houve nenhuma adequação das instalações do prédio para o aumento do consumo de água, para o aumento da frequentação dos banheiros, para o devido acesso de contêineres de alimentos e para o escoamento do lixo produzido.

O IFCS e o IH ocupam o prédio mais antigo da UFRJ e aquele que oferece no Centro da Cidade os maiores serviços para uma efetiva inclusão universitária entre as unidades da UFRJ no Centro, com sua biblioteca, seu restaurante universitário, suas ações de extensão, seus eventos acadêmicos nacionais e internacionais, seus 8 cursos de graduação, seus 6 programas de pós-graduação.

O IFCS e o IH querem continuar sendo a referência universitária de excelência e de inclusão e não podem ficar à mercê de sinistros que já não podem mais ser chamados de imprevistos, dadas suas ocorrências e recorrências.

As Direções do IFCS e IH, tolhidas em sua autonomia financeira e administrativa reivindicam que haja um mínimo de atenção das instâncias responsáveis superiores para não apenas encaminhar as soluções a médio e longo prazo, mas que disponibilizem às administrações das unidades os recursos pessoais, técnicos e financeiros para as ações que demandam intervenção urgente e cuja falta obriga a suspensão das atividades acadêmicas.

Não podemos deixar o prédio que abriga a história do ensino superior no Brasil desde o início ficar à mercê de seus sinistros já ocorridos ou sob risco de ocorrer.

A lição do Museu Nacional precisa ser aprendida: não adianta obter grandes recursos depois da destruição. Queremos pequenos, mas efetivos, recursos para os reparos e a prevenção.

Neste sentido, solicitamos com urgência urgentíssima:

1) O reparo do encanamento central (barbará), para o retorno imediato das aulas;

2) O reparo da cisterna, para mitigar os constantes desabastecimentos e novas suspensões de aula;

3) A duplicação da frequência de recolhimento do lixo, para evitar a proliferação de pragas;

4) O reparo dos danos causados pelo caminhão da empresa que gere o restaurante universitário

 

Neste sentido, solicitamos com urgência:

1) A consideração da especificidade de manutenção dos prédios históricos, que não podem ser tratados como as demais instalações universitárias, subordinados a orçamentos participativos diminutos e à gestão dependente das respectivas decanias.

2) A permanência da COPRIT com um escritório no Centro para gestão permanente da conservação dos prédios históricos.

3) Uma fração do orçamento universitário dedicada aos reparos emergenciais dos prédios históricos.

4) A adequação das instalações e serviços do restaurante universitário do Centro da cidade de modo a não causar mais danos ao prédio e a reparar os já causados nas instalações hidráulicas, nas rampas de acesso e no controle de pragas.

 

A excelência da pesquisa, do ensino e da ação social extensionista do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e do Instituto de História saberão agradecer com seu efetivo funcionamento a recuperação das condições mínimas de trabalho e estudo.

Saudações Universitárias,

Fernando Santoro e Daniela Mussi

Direção do IFCS

Marta Mega e Lise Sedrez

Direção do IH

O III Congresso Mundial de trabalhadores do ensino contra o Neoliberalismo na Educação, realizado entre os dias 11 e 17 de novembro, na UERJ, teve a programação de seu segundo dia, 12, aberta com o debate sobre questões raciais, de gênero e de classe na Capela Ecumênica da UERJ. Estavam presentes coordenadores e militantes do Sintufrj, como Esteban Crescente (Geral) e Marly Rodrigues (Políticas Sociais).

A coordenadora de Educação da Fasubra Helena Nara destacou que a educação superior tem sido alvo da tentativa de privatização e interesses do mercado na produção acadêmica. Para ela, o que o neoliberalismo faz é retirar direitos, principalmente de populações mais vulneráveis: “Esse sujeito abstrato que é mulher, que é negro, que é indígena, que é latino-americano, que é operário, ele se concretiza em pessoas diversas, pessoas de diversidade sexual, diversidade racial, diversidade étnica, mas ele é o centro, é o que a gente precisa entender como a identidade da classe, é o que nos une, a identidade da classe trabalhadora”.

Segundo Giovanna Almeida, do DCE Mario Prata da UFRJ, pesquisas que mostram que, dos estudantes de escolas e universidades sem estrutura mínima, 86% são negros; 96% dos docentes negros já viveu situação de racismo em seu ambiente de trabalho. De quatro em cada dez crianças sofreram racismo no ambiente escolar.  “Se a gente não consegue, dentro desses ambientes, mudar essa estrutura, fica mais difícil a gente conseguir mudar também, estruturalmente, fora… A gente precisa construir uma nova campanha de combate a opressões dentro das nossas escolas e universidades”.

Participaram ainda Sebastián Vargas (Universidad de Chile) Andrea Sandino (Secretaria de Assistência a Educação, Colombia), María del Mar Rosa Rodríguez (Asociación Puertorriqueña de Profesores Universitarios).

Coordenadores, militantes e estudantes da UFRJ

 

Giovanna e Helena

 

Esteban e Marly

O público que acompanhou o debate sobre Gênero, Raça e Classe no debate da manhã do dia 12, na Capela Ecumênica da UERJ.

Assembleia Simultânea Sintufrj
Pauta; Conjuntura, Carreira e eleição delegados Plenária da Fasubra.
27 de novembro, 9h30.
Fundão – Auditorio CCS Quinhentão.
IFCS – Sala Amarela 109, primeiro andar.
Macaé – Sala 207, Bloco A

FOTOS: RENAN SILVA

“Todos os sonhos são possíveis de serem alcançados. Tudo o que você tem a fazer é continuar se movendo na direção deles.” Com esta frase da atriz e produtora negra norte-americana mais premiada do cinema e do teatro, Viola Davis, a integrante do GT Antirracismo do Sintufrj, Norma Santiago, abriu a reunião especial do grupo de trabalho que celebrou o Dia Nacional da Consciência Negra, no Espaço Cultural do sindicato. A data é comemorado em 20 de novembro, aniversário da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
O tema da atividade “Trajetória de sucesso: os desafios profissionais em uma sociedade racista” reuniu três palestrantes, cujas histórias de vida e o enfrentamento das dificuldades como pessoas negras para alcançar seus objetivos, com dignidade e mantendo a essência de suas origens, emocionaram os participantes do evento. São eles: Vantuil Pereira, decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e ex-candidato a reitor da UFRJ; Verônica Caé, professora adjunta da Escola de Enfermagem Ann Nery, e a advogada trabalhista Mônica Santos, da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB-RJ. O debate foi mediado por Hilem Moises, técnico-administrativo atuante no GT.
Música, arte e dança
A parte cultural teve a apresentação do Projeto Capo UFRJ, que faz parte do Departamento de Capoeira da Escola de Educação Física, Desportos e Dança (EEFDD), coordenado pela professora Livia Pasqua – primeira mulher a assumir o cargo na unidade. “Que navio é esse que chegou agora? É navio negreiro com escravos de Angola” era o refrão da canção que embalou os capoeiristas. Várias companheiras se animaram e entraram na roda mostrando sua ginga.
“Esse é um espaço de muita troca, quando mostramos nosso trabalho e um pouco da nossa cultura. A nossa escola está sem prédio e no momento estamos usando hall do Centro de Tecnologia, às segundas e quartas-feiras, das 17h às 18h20, para aas aulas de capoeira”, disse a professora Livia.
A apresentação da Banda Afro-Reggae Orunmilá, do Catumbi, composta por oito músicos, uma bailarina e duas cantoras, apresentando composições próprias e de outros autores, empolgou e finalizou com muita alegria a homenagem a Zumbi dos Palmares. Valeu, Zumbi!
O colorido da festa ficou por conta dos panos de matizes étnicos transformados em arte nas cabeças das mulheres pela turbantista Rosângela Ronegraça, que faz parte do elenco da Orunmilá.
. Matéria completa na edição do Jornal do Sintufrj 1444.

 

 

#NãoApagueAUFRJ #RecomposiçãoOrçamentária #DefendaAUFRJ

Fotos: Renan Silva

Vídeos: Daniel Outlander e Regina Rocha

A fachada do prédio Inova UFRJ, onde, no auditório acabara de acontecer mais uma sessão do Conselho Universitário (Consuni), nesta quinta-feira,  dia 14/11, foi palco de mais um ato  em defesa da urgente recomposição orçamentária da UFRJ.

Por causa da insuficiência crônica e cada vez mais acentuada de recursos para o funcionamento e uma dívida de mais de R$ 50 milhões,  a universidade viu-se sob o constrangimento de ter luz e água cortadas quase ao mesmo tempo (entre os dias 12 e 13) em várias unidades acadêmicas e de assistência estudantil, prejudicando centenas de alunos e trabalhadores, principalmente aqueles em maior estado de vulnerabilidade.

O  ato “Não Apague a UFRJ”, convocado pelo Sintufrj, Fasubra, DCE, APG e Adufrj, o ato reuniu, além das lideranças e militância dos segmentos de  técnicos administrativos,  estudantes, professores contou com membros do Consuni, com o reitor Roberto Medronho, a vice-reitora Cássia Turci e pró-reitores.

Portando a enorme faixa ( com os dizeres “Não Apague a UFRJ. Pela recuperação do orçamento”), todos saíram juntos do salão onde se encerrava a sessão do colegiado. Foi suspenso antecipadamente por proposta das bancadas TAE e estudantil, aprovada pelo colegiado, para que os conselheiros pudessem integrar outro ato que se realizaria à tarde, no Ministério da Fazenda, também por verbas para a UFRJ.

                    ][

No Consuni, reconhecimento

O expediente da sessão foi tomado quase inteiramente por manifestações sobre a crise. Assim como no final da sessão. Em várias falas, em particular de estudantes e técnicos administrativos, foi reiterado o pedido feito frequentemente em sessões anteriores de que a Reitoria convocasse assembleias comunitárias ou conselhos especiais para demarcar a gravidade da crise e alertar a comunidade. Assim como alguns conselheiros, o reitor destacou a atuação prefeito e de sua equipe durante a crise e também o papel fundamental dos técnicos administrativos, estudantes e das entidades representativas dos segmentos, como o Sintufrj, na mobilização em defesa da UFRJ.

Veja o depoimento das lideranças do movimento

Na sequência, Francisco de Assis (Fasubra), Marly Rodrigues e Esteban Crescente (Sintufrj) e os estudantes integrantes do Consuni Isadora (DCE), Sofia (CABio) e Henderson (DCE e CAEBA).

 

 

 

 

 

Reitor e vice-reitora avaliam situação

Durante o ato, o reitor Roberto Medronho e a vice-reitora Cássia Turci pedem atenção da sociedade para importância da suplementação e destacam a importância da mobilização dos movimentos.

 

 

 


Equipe da Light no JMM e da Águas do Rio na Prefeitura

 

Fotos e vídeos: Renan Silva

 

O abastecimento da energia elétrica do Edifício JMM (antiga Reitoria) foi religado pela Light no início da tarde desta quinta-feira, dia 14, após uma mobilização intensa da comunidade universitária e uma medida judicial adotada pela UFRJ.

O fornecimento do prédio havia sido cortado no início da noite do dia 12, em ação arbitrária da Light que começou à tarde, com cortes no Museu Nacional, Editora da UFRJ, na Praia Vermelha, seguido do estacionamento da Coppead e da sede da Associação de Moradores da Vila Residencial. Por uma ação contundente da Prefeitura (que resistiu aos cortes que levariam a insegurança no campus, como nas vias, e atingiriam estudantes mais carentes, como no Alojamento e no Restaurante Universitário), da Procuradoria (que conseguiu uma liminar) e da comunidade e das suas entidades representativas que atenderam à convocação da Reitoria e se manifestou em conjunto na aula pública sobre orçamento no dia 13, os cortes foram suspensos.

No dia seguinte, 13, a UFRJ foi surpreendida pelo corte no fornecimento de água no prédio da Reitoria, nas instalações da Prefeitura Universitária, no Restaurante Universitário (RU) e na residência estudantil. Mas a UFRJ, em negociações com a concessionária, buscou meios para restabelecer o fornecimento e informou, no Consuni, que no dia 14 seria retomado.

Em sessão do Conselho Universitário nesta quinta-feira, 14, o reitor destacou a atuação prefeito e de sua equipe durante a crise e reconheceu o papel fundamental dos técnicos administrativos e do corpo discente na mobilização em defesa da UFRJ.

De fato à tarde, equipe da Light foi acompanhada pelo prefeito da UFRJ, Marcos Maldonado, que se emocionou ao ver o reacender das luzes novamente.

 

Religamento da água à noite

Por volta das 20h, a equipe da Águas do Rio restabeleceu o abastecimento. O prefeito comemorou: “Já temos água na Prefeitura Universitária. IESC, DISEG e todo complexo que se abastece pela Prefeitura”. Veja a seguir:

 

 

 

 

FOTOS: RENAN SILVA

Às escuras e sem água. Esta é a triste realidade da maior universidade federal do país e a terceira mais importante da América Latina. Por falta de pagamento, a Light e a Águas do Rio cortaram o fornecimento de luz e água para parte da UFRJ, levando caos para a comunidade universitária por onde circulam, diariamente, entre servidores técnicos-administrativos e docentes, estudantes, terceirizados e prestadores de serviços, pelo menos cem mil pessoas.
A Light iniciou os cortes na terça-feira, 12, pelo prédio histórico da Reitoria, onde funcionam a Procuradoria, a Escola de Belas Artes e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; no Palácio do Museu Nacional, e no Horto Botânico, instalados na área da Quinta da Boa Vista, e no estacionamento da Coppead. Na manhã desta quarta-feira, 13, outra surpresa desagradável: a Águas do Rio interrompeu o fornecimento para todos os andares da Reitoria.
Segundo o reitor Roberto Medronho, a UFRJ precisaria de R$ 192 milhões para zerar todas as dívidas acumuladas ao longo dos últimos anos. O débito com as concessionárias de anos atrás soma R$ 65 milhões. Por ano, o gasto total de energia elétrica da universidade é de R$ 70 milhões, por conta dos equipamentos de ponta – “responsáveis pelas pesquisas que rendem bilhões de reais ao governo”.
Socorro do MEC – Medronho antecipou que para mostrar que não há má-fé por parte da UFRJ, estava sendo providenciado o pagamento urgente de uma das parcelas devidas à Light, de cerca de R$ 4 milhões. “Pegamos um pouquinho de cada lugar para juntar essa quantia”, disse. Mas, a expectativa era receber ainda nesta quarta-feira, um socorro do MEC de R$ 1,5.
“Ato arbitrário e ilegal”
Com a ajuda de um gerador portátil de pouca potência, o reitor reuniu servidores, estudantes e a imprensa no hall de entrada do prédio da Reitoria para “apresentar a situação orçamentária que é dramática. A água da Reitoria acabou de ser cortada”, iniciou Roberto Medronho.
“Esse prédio, por onde passaram Cândido Portinari, Oscar Niemeyer, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Clarice Linspector, Ana Maria Machado, aria da Concenição Tavares, Carlos Lessa, entre outras figuras de destaque, e são feitas altas pesquisas não pode ficar na escuridão. Foi um ato arbitrário e ilegal. Já entramos com agravo regimental. A antecipação de tutela caiu e eles cortaram, explicou Medronho. “A situação vai de encontro a ciência e tecnologia e exige que todo o corpo social da UFRJ esteja unido na indignação”, afirmou o reitor.
Corte interrompido
Roberto Medronho informou que a energia elétrica do Palácio do Museu Nacional foi restabelecida. “Tiveram juízo e religaram”. Entre os vários acervos preciosos, o museu guarda o Manto Tupinambá, que tem que ser mantido sob condições especiais de preservação – “pertenceu a um ancestral de quase 400 anos”. No Horto Botânico localizado no pavimento subterrâneo ao lado do museu, está guardada uma coleção inédita de invertebrados.
“Onde cem mil pessoas circulam diariamente não pode ficar desprovida. Que chamem a força policial para nos prender, mas aqui não vão fechar”, garantiu o reitor, que conta para resistir e lutar pela sobrevivência da universidade com o apoio das entidades sindicais e estudantis, e toda a comunidade universitária.
Sintufrj e Fasubra
na defesa da UFRJ
O coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, afirmou na coletiva: “Se o Teto de Gastos permanecer, se não houver uma recomposição orçamentária robusta para a UFRJ, com luta e com garra vamos levar esse movimento de defesa da universidade para as ruas”. O dirigente lembrou que na negociação da campanha salarial com o governo foi incluída na pauta recursos extras para a instituição, e essa ajuda, embora pouca, foi conquistada pelos trabalhadores técnicos-administrativos em educação.
Francisco de Assis, coordenador da Fasubra, complementou: “Essa universidade é maior que as nossas diferenças políticas com a Reitoria e entre nós. Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados) é o grande orquestrador dos cortes. A luta é unificar todos os trabalhadores, incluindo terceirizados e estudantes, e a sociedade para um grande ato em defesa da UFRJ e contra esses cortes do arcabouço fiscal”.
O dirigente do DCE Mário Prata, Enderson Ramon, propôs a realização imediata de uma plenária estudantil para saber o que fazer daqui para frente. “Precisamos de respostas: quando vai chegar a luz no prédio e quando vai chegar a verba”.
“A UFRJ precisa ser referência para o mundo em ciência e tecnologia. A reconstrução orçamentária das Ifes tem que estar no centro da luta. A recomposição orçamentária tem que ser urgente. A UFRJ é muito grande e importante para a soberania nacional”, destacou Paula Coutinho, diretora da UNE,

FRANCISCO DE ASSIS, coordenador da Fasubra, na reunião de resistência em defesa da UFRJ
ROBERTO MEDRONHO coletiva de imprensa improvisada
REITOR EXPÕE A DRAMATICIDADE da situação da universidade
COORDENADOR GERAL DO SINTUFRJ, Esteban Crescente, na manifestação no histórico prédio da reitoria

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) foi evacuado após terem sido ouvidas explosões, por volta das 19h30, na Praça dos Três Poderes. Uma pessoa morreu, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. 

Em nota, o STF disse que foram “ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão e os ministros foram retirados do prédio com segurança”. “Os servidores e colaboradores também foram retirados por medida de cautela”, acrescenta. O público que participava da sessão que analisava ação sobre letalidade policial em favelas foi retirado às pressas. As explosões foram ouvidas após o encerramento da sessão.

Policiais militares e bombeiros foram acionados e estão no local.

Esplanada dos Ministérios fechada

O acesso a Esplanada dos Ministérios foi fechado após as explosões.

A Polícia Civil do Distrito Federal informou que já deu início “às primeiras providências investigativas e a perícia foi acionada ao local”.

Palácio do Planalto

A segurança foi reforçada no Palácio do Planalto, que fica no lado oposto ao STF, na Praça dos Três Poderes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Planalto no momento das explosões. Ele deixou o local por volta das 17h30 em direção ao Palácio da Alvorada.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Bruno Peres / Agência Brasil

“A exposição Arquivo Central foi desenvolvida pensando em marcar os 60 anos da Ditadura no Brasil, um dos períodos mais tenebrosos da história do nosso país”, diz diretor do SIARQ, Cláudio Roberto Leite

FOTOS: RENAN SILVA

Na batida dos eventos na UFRJ para marcar os 60 anos do golpe militar, o Arquivo Central promove a exposição “O Arquivo Central nos anos de chumbo: recortes documentais da UFRJ durante a ditadura civil-militar (1964-1985)”. A inauguração da exposição foi nesta quarta-feira, 13 de novembro, no hall do Edifício Jorge Machado Moreira (no prédio histórico da Reitoria da universidade), e permanecerá até 21 de novembro.
“A exposição Arquivo Central foi desenvolvida pensando em marcar os 60 anos da Ditadura no Brasil, um dos períodos mais tenebrosos da história do nosso país. É lembrar os 60 anos de 1964 para nunca mais acontecer. Embora os militares tenham desempenhado um papel central, o golpe contou com apoio de setores da sociedade civil, como políticos, empresários, membros da elite econômica e parte da mídia”, declara o diretor da Divisão de arquivos permanentes do Arquivo Central – SIARQ/UFRJ, Cláudio Roberto Leite.
Ele informa que a exposição reúne um conjunto de documentos da UFRJ relativos ao período, tais como processos administrativos abertos contra servidores, o documento que extinguiu a Faculdade de Economia, atas do Conselho Universitário registrando a expulsão de estudantes, etc. “Aqui na UFRJ tivemos a repressão atuando”, comenta Cláudio. Ele acrescenta que até faixas dos estudantes de 1963 fazem parte do acervo da exposição.
A imagem do card que ilustra a exposição que tem a frase “ESTUDANTES + POVO garantia das LIBERDADES DEMOCRÁTICAS” é uma dessas faixas de 1963. “É lembrar para não esquecer e para que não se repita”, frisa Cláudio.
O diretor da SIARQ destaca também que a exposição homenageia as 25 pessoas entre alunos e professores da UFRJ, mortos ou desaparecidos, que não retornaram para suas casas e famílias. “Essa exposição também será uma forma de homenagear esses alunos, professores e técnicos-administrativos que lutaram pelo retorno da democracia em nosso país”, afirma.

DOCUMENTOS DOS ANOS EM CHUMBO na exposição
EQUIPE DO SIARQ QUE SE ENVOLVERAM na organização dessa importante exposição que resgata a história que deve ser lembrada para nunca ser esquecida