Servidores/as técnico-administrativos/as em greve desde 11 de março na universidade cumpriram na manhã desta terça-feira (19) mais uma etapa da jornada de esclarecimentos e mobilização do movimento. O cenário foi o pátio do campus da Praia Vermelha, cujas instalações estão castigadas pela falta de manutenção de sua infraestrutura resultante da asfixia financeira da UFRJ. Como se sabe, nesta quarta-feira, às 10h, a assembleia de greve será no auditório Manoel Maurício, ao lado da biblioteca do CFCH. O ato teve participação de representantes do Andes-Sindicato Nacional, do DCE Mário Prata, de companheiros da Unirio (também em greve) e dirigentes e militantes do Comando Local de Greve. Um panfleto numa linguagem quase didática e que apresentava os pontos defendidos na greve foi distribuído à comunidade universitária. Em algumas intervenções, houve a convocação para que os trabalhadores e trabalhadoras participem das ações de greve na defesa da Carreira, de reajuste salarial e de orçamento para a universidade.

Protesto na Praia Vermelha.
Rio, 19/03/24
Protesto na Praia Vermelha.
Rio, 19/03/24
Protesto na Praia Vermelha.
Rio, 19/03/24
Protesto na Praia Vermelha.
Rio, 19/03/24

Ao discursar na inauguração do restaurante universitário, reitor da UFRJ voltou a declarar apoio à greve dos trabalhadores

O Centro de Tecnologia (CT) ganhou um novo bandejão – no espaço no qual durante décadas funcionou o restaurante Burguesão, de uma cooperativa de professores.

A inauguração na segunda-feira (18) foi comemorada por representantes da União Estadual dos Estudante (UNE), do DCE Mário Prata e de Centros Acadêmicos.

O movimento estudantil atribui à luta dos estudantes a construção de um novo restaurante universitário – luta que recebeu o apoio do Sintufrj.

O reitor Roberto Medronho, pró-reitores e decanos prestigiaram o evento.

Camile Paiva, do DCE, destacou a importância da mobilização para que se possa ter mais bandejões; Thais Raquel, dirigente da UNE, ponderou que o bandejão não seria inaugurado sem a luta histórica do movimento estudantil.

O reitor ressaltou a importância dos trabalhadores que ajudaram a construir aquele momento e a pressão do movimento estudantil.

Apoio à greve

Medronho aproveitou a ocasião para, como vem repetindo, declarar apoio à greve dos trabalhadores da universidade. “Sem eles a UFRJ não funciona”. Disse que pretende que seja oferecido também café da manhã em todos os campi (garantiu que fará até o final da gestão) porque é dever da Reitoria dar assistência aos estudantes especialmente os que moram mais distante.

Inauguração do Bandeijão no CTC.
Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Inauguração do Bandeijão no CTC.
Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Inauguração do Bandeijão no CTC.
Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Inauguração do Bandeijão no CTC.
Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite
ESTUDANTES NA FILA DO NOVO BANDEJAÃO manifestam apoio à greve dos técnicos-administrativos da universidade Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite

 

 

 

Dirigente destaca a importância dos sindicatos na história como instrumento de defesa dos trabalhadores

O ano letivo começa na UFRJ com novos estudantes e com novos funcionários, mas eles encontraram a força de trabalho técnico-administrativa da UFRJ em greve. Para explicar os motivos do movimento paredista, o Comando Local de Greve (CLG) tem percorrido os campi distribuindo panfletos, conversando e convocando para ações do movimento.  Nesta segunda-feira (18) à tarde, o comando foi a recepção de novos servidores da UFRJ no Salão Nobre do Centro de Tecnologia.

Os integrantes do CLG, Esteban Crescente, Nivaldo Holmes Filho e Marli Rodrigues distribuíram panfleto de informação da greve com texto sobre o cenário de dificuldades da instituição, a realidade salarial dos técnico-administrativos e falaram aos servidores. Material sobre o Sintufrj, uma pasta com informações sobre o sindicato e ficha de filiação foi distribuída pelos funcionários do sindicato.

O acolhimento faz parte do Programa de Admissão de novos servidores da UFRJ, promovido pela Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4). Constitui-se de atividades de recepção e capacitação, com o objetivo de receber os novos servidores na instituição e apresentar orientações básicas sobre a estrutura e o funcionamento da universidade, além de explicações sobre a importância do serviço público, dos servidores e de sua atuação na sociedade e na educação.

“Vocês como servidores públicos são importantes para ajudar a reconstruir a UFRJ e o Brasil. Nós como servidores temos compromisso, exercendo nossos cargos na universidade, de fazer um Brasil diferente, num espaço sem censura e democrático, contribuindo para o esforço de manter o espaço republicano garantindo a educação pública de qualidade”, refletiu Joana de Angelis, da Divisão de Desenvolvimento, Capacitação e Formação Continuada da PR-4, ao se referir ao governo anterior que elegeu a universidade pública como inimiga número 1.

O Sintufrj tem por tradição participar desta atividade, e no caso do momento da greve o CLG é o porta-voz. Esteban foi o primeiro a falar e discorreu sobre a história dos sindicatos e sua importância como instrumento de defesa dos direitos dos trabalhadores. Ele informou que o Sintufrj é o maior sindicato de trabalhadores técnico-administrativos do Brasil e tem 13 mil filiados.

“Somos trabalhadores técnico-administrativos em educação, que é uma conquista da nossa luta. Tudo o que conquistamos nos últimos anos foi através de luta porque não temos data base como os celetistas. E infelizmente ficamos sete anos amargando um congelamento salarial. Derrotamos o governo anterior e com o novo governo recuperamos a oportunidade de negociação. Conseguimos 9%, mas é insuficiente, nossas perdas são mais de 40%. Então temos de nos mobilizar. Não existe categoria que não faça greve”, explicou Esteban.

Estamos não só lutando pela reposição salarial. Estamos na luta também pela recomposição orçamentária das universidades públicas federais”, sublinhou Nivaldo. “Hoje nós temos o PCCTAE (Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação), conquista da greve de 2004. Já temos quase 20 anos, e vocês estão entrando na carreira num momento importante que é a luta também justamente pela reestruturação desse plano. Então contamos com vocês com apoio e participação nas atividades”, acrescentou Nivaldo.

Mesmo com todo todos os problemas a UFRJ é um lugar importante, bom de se trabalhar e onde vocês podem crescer e produzir. Fizemos especialmente esse panfleto para vocês com assuntos inerentes aos novos servidores. Servidor não pode ser punido por fazer greve e servidor em estágio probatório tem o direito de participar da greve. Todos nós podemos fazer greve. E essa greve é um direito de todos nós, foi muito conversada e muito pensada. Digo para vocês que é uma greve forte, tirada numa assembleia simultânea com mais de 700 companheiros. É uma greve justa e vocês precisam entender por que estamos nesse movimento. Tudo o que temos nos nossos contracheques é fruto de luta e greve!”, finalizou Marli.

Dúvidas

Foi aberto um espaço para os servidores se manifestarem e alguns fizeram algumas perguntas como Hélio Moura e Leonardo Pina. Hélio quis saber se essa era uma greve nas universidades, haja visto que a UFF também está com seus servidores em greve.

Foi explicado pelo CLG que a greve é em nível nacional, nas universidades federais que integram a base da Fasubra – a federação que reúne os sindicatos de trabalhadores técnico-administrativos das universidades públicas federais.

Leonardo perguntou sobre o alcance dos serviços oferecidos pelo Sintufrj interior do estado. Sendo explicado que o Sintufrj tem a sede no Fundão e subsedes na Praia Vermelha e HUCFF. Nas unidades externas e nos campi de Xerém e Macaé o Sintufrj realiza atividades itinerantes e organiza plantões conforme a necessidade.

Realidade da UFRJ

“Ao chegarmos na UFRJ acreditamos que vamos encomendar uma estrutura à altura da maior universidade do Brasil, mas após o acolhimento começamos a nos deparar com os problemas que impactam o nosso trabalho cotidianamente – a grande maioria em função da falta de orçamento – e descobrimos que somos uma das categorias com a maior defasagem salarial do serviço público federal. Além disso, as estruturas estão desabando por falta de manutenção”, diz um trecho do panfleto.

E continua. “Com uma perda inflacionária de mais de 40% nos salários, um plano de carreira defasado que não valoriza a permanência dos servidores na universidade, e cortes nos orçamentos, a categoria buscou o diálogo com o governo federal. Mas, após muitas reuniões não houve contraproposta, além de 0% de reajuste esse ano.”

Novos Concursados da UFRJ.
Rio, 18-03-24
Foto Elisângela Leite
Novos Concursados da UFRJ.
Rio, 18-03-24
Foto Elisângela Leite

 

“30 anos de lutas do Sintufrj saberes e memórias” foi o tema da aula inaugural dos cursos de capacitação e das oficinas oferecidos pelo sindicato aos sindicalizados e seus dependentes, terceirizados e trabalhadores do entorno da universidade, nesta segunda-feira, 18, no Espaço Cultural da entidade. Foi um momento festivo e de valorização da trajetória histórica e de lutas da categoria.

Na abertura, os coordenadores de Educação e Cultura do Sintufrj, Edmilson Pereira e Helena Alves, destacaram a importância dos cursos de capacitação oferecidos pelo Sintufrj para a qualificação dos servidores da UFRJ, e o de Patrimônio Cultural. Como também a contribuição das oficinas de violão, dança e patchwork para promover convivência social e colaborar para a saúde mental dos seus participantes.

O coordenador da Fasubra e técnico-administrativo do Instituto de Biologia da UFRJ, Francisco de Assis, enfatizou que os cursos objetivando capacitar e qualificar a categoria, e as oficinas que promovem a integração social e aglutinam as pessoas para trazê-las para a entidade, fazem parte da construção coletiva que resultou no projeto Universidade Cidadã para os Trabalhadores.

Além dos dois coordenadores de Educação e Cultura Edmilson e Helena (Carlos Daumas estava de plantão no HUCFF), fizeram parte da mesa o ex-dirigente da Asufrj e técnico-administrativo do Instituto de Biologia, Orlando da Conceição, e Roberto Gambine, ex-coordenador do Sintufrj e atual diretor adjunto de Administração do Instituto de Doenças do Tórax; Andrea Crisitna Queiroz, coordenadora da Divisão de Memória Institucional do Sistema de Bibliotecas e Informação (Sibi); Carolina Potiguara, assessora da Coordenação de Igualdade Racial e de Etnias da Secretaria de Cultura de Maricá e Renata Gama, coordenadora de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura de Maricá e do Instituto Estadual de Tombamento (INPAC).

Matrículas abertas

Até o final de março estão abertas as inscrições para os cursos de capacitação preparatórios para mestrado e doutorado, e até abril, quando será concluído o primeiro módulo, para o curso Patrimônio Cultural: lugares, saberes e memória. Já as oficinas oferecem vagas o ano todo.

. Leia matéria completa na edição do Jornal do Sintufrj 1430, que estará disponível nas redes sociais da entidade nesta sexta-feira à noite e nas unidades na segunda-feira, 25.

Inauguraçâo dos Cursos de Capicitação.
Rio, 18/03/24
Foto Elisângela Leite
Inauguraçâo dos Cursos de Capicitação.
Rio, 18/03/24
Foto Elisângela Leite
Inauguraçâo dos Cursos de Capicitação.
Rio, 18/03/24
Foto Elisângela Leite

Na Faculdade de Letras, os novos alunos encontraram a faculdade com aulas suspensas: os cerca de 40 trabalhadores – da empresa Athos estão até hoje (dia 18) sem salário e com as atividades paralisadas

Um ato na manhã desta segunda-feira (18) – programado dentro do calendário de atividades da greve dos trabalhadores da universidade – reuniu militantes do Comando Local de Greve dos técnicos-administrativos, estudantes veteranos e novos alunos (em atividade de recepção dos calouros) em defesa do pagamento dos trabalhadores terceirizados do serviço de limpeza da Faculdade de Letras.

Representantes do Centro Acadêmico da Faculdade de Letras e do DCE Mário Prata participaram ativamente da manifestação.

Ao se dirigir aos novos estudantes, a coordenadora do Sintufrj Marly Rodrigues, explicou que a greve deflagrada dia 11 de março – que atinge todas as universidades federais – é um último recurso pelo atendimento das reivindicações da categoria.

“Vocês passaram (para a UFRJ), realizaram um sonho. Mas a realidade da universidade é que faltam bolsas, bandejão, sala de aulas adequadas, condições de estudo e de trabalho. E essa luta não é só nossa. Hoje a Faculdade de Letras está sem aula. Suspensas porque os trabalhadores estão sem salário. Temos que lutar todos juntos”.

Também coordenadora do sindicato, Vânia Godinho lembrou que no “tour” que os veteranos fizeram com os calouros por todo Centro de Letras e Artes, puderam constatar os problemas da infraestrutura nos prédios, como no “Pamplonão”, o ateliê de pintura da Escola de Belas Artes, que foi fechado por falta de condições.

Esclarecendo a pauta da greve, a dirigente lembrou que a carreira dos técnicos-administrativos completa 18 anos e precisa da reestruturação e que todos os segmentos, trabalhadores e estudantes, precisam juntos abraçar as pautas em defesa da instituição.

O estudante Alexandre Borges, do DCE Mário Prata, falou aos novos estudantes e aos veteranos que responderam à convocação do CA de Letras e do DCE.

A manifestação denunciou o absurdo de trabalhadores terceirizados estarem sem salários e cobrar da Reitoria que resolva a situação: “Mesmo a UFRJ tendo pagado a empresa, segue sendo responsabilidade da universidade cobrar esses pagamentos de salário, afinal, sem as equipes de limpeza a UFRJ não funciona!”, afirma documento do movimento estudantil.

Situação dos terceirizados é absurda

Os novos alunos encontraram a faculdade com aulas suspensas. Os cerca de 40 trabalhadores – da empresa Athos estão até hoje (dia 18) sem salário e com as atividades paralisadas.

O salário de janeiro, segundo os trabalhadores, foi pago dia 28 de fevereiro. O de dezembro, dia 31 daquele mês e o 13º salário, só em janeiro. “Passamos o Natal sem salário”, reclamam.

Eles sofrem com atraso e, claro, juros nos pagamentos dos aluguéis. Uma trabalhadora conta que paga R$15 a cada dia de atraso e que um companheiro já foi despejado três vezes por causa da situação, até que largou o emprego.

E a situação vem se repetindo há alguns meses. Segundo alguns deles, desde que a empresa entrou há um ano. Dizem até que não está depositando o FGTS ou pagando o INSS.

A Congregação da Faculdade de Letras, diante da falta de pegamento e a consecutiva falta de condições de higiene e limpeza adequadas do prédio, aprovou a paralização das aulas dias 18, 19 e 20.

O CLG, que neste início de semestre letivo se divide nos campi em tarefas de mobilização, reuniões e panfletagens na recepção aos novos estudantes, se somou ao ato diante da importância do trabalho dos companheiros e do fato de que a situação é mais um reflexo da crise orçamentária, um dos alvos centrais da greve da categoria.

UFRJ informa que tomará medidas cabíveis

A UFRJ garantiu em nota que está em dia com as obrigações contratuais com a empresa Athos. “A UFRJ está processando os pagamentos de acordo com os prazos e fluxo contratual, mas a empresa infelizmente está em atraso quanto às suas obrigações junto aos trabalhadores que atuam no contrato”, diz o texto, explicando que a Reitoria adotará medidas cabíveis para isso não se repita.

Que medidas

“A Divisão de Contratos da PR6 está em contato com a empresa, enveredando esforços para que a mesma possa regularizar os pagamentos junto aos trabalhadores sobre sua responsabilidade. Estamos trabalhando também para otimizar nossos processos de fiscalização e acompanhamento dos contratos para reduzir problemas na execução dos mesmos. Estamos analisando outros modelos de contratação dos serviços de limpeza, de forma a assegurar a toda a comunidade acadêmica a continuidade desse serviço e o direito dos trabalhadores que atuam nos contratos de serem remunerados tempestivamente pelo seu trabalho”, declarou a pró-reitora de Gestão e Governança, Claudia Cruz.

Inauguração do Bandeijão no CTC.
Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite

A greve dos servidores técnico–administrativos da UFRJ começou em alta esta semana. Logo na primeira reunião (presencial, no Espaço Cultural do Sintufrj, e por meio virtual) do Comando Local de Greve (CLG), dia 11, reuniu mais de 170 pessoas. Na reunião,  que programaram a agenda de ações e que se dividiram em comissões (Mobilização, Infraestrutura, Ética, Comunicação e Finanças). O trabalho destes companheiros é fundamental para a organização dos movimentos da greve que, por decisão da assembleia, é de ocupação com participação integral nos atos da categoria.

Coordenadores, militantes e trabalhadores da base reunidos nas comissões estão em campo, se reunindo para organizar as tarefas (por exemplo atos e atividades, demandas de divulgação, infraestrutura e recursos necessários, atividades essenciais, entre outras), em reuniões nas unidades e panfletando junto a categoria nos diversos campi, para conscientizar a todos para um movimento forte, coeso e eficaz.

Flashes da mobilização

Fotos: Elisângela Leite e CLG

Reunião do CLG

   

   

          

Reunião da Comissão de Infraestrutura

     

Reunião da Comissão de Comunicação dia 15

      

Comissão de Ética

   

Pelas unidades

IPPMG

   

   

Hesfa, EEAN e PV

             

Comitê de mobilização da PV

     

Reunião na Letras, Rádio e HUCFF

 

   

Ato e panfletagem no Consuni

        

REUNIÃO DO COMANDO LOCAL DE GREVE no Espaço Cultural do Sintufrj organiza o movimento

A Comissão de Ética alerta que é necessário que as demandas dos técnico-administrativos sejam enviadas através do e-mail comissaodeetica@sintufrj.org.br. Só assim será possível o retorno para os servidores que estejam com dificuldades, seja numa situação de conflito, seja caso de assédio e ou dúvida sobre essencialidade e demais assuntos.
A Comissão de Ética é integrada por companheiros de todos os campi da UFRJ – Fundão, Praia Vermelha, Macaé, Caxias e Centro. Vem atuando desde a entrada do Sintufrj na greve. Têm reuniões semanais ordinárias e realiza reuniões extraordinárias sempre que houver uma demanda ou uma avaliação mais urgente. Não deixe de enviar sua demanda para o e-mail! Juntos somos mais fortes! (Foto: Elisângela Leite)

 

Fasubra já contabiliza a adesão de 54 universidades e três institutos federais. Comando Nacional do movimento será instalado nesta segunda-feira, 18 de março

A greve nacional dos trabalhadores técnico-administrativos em educação se fortalece em todo o país. Até o momento já são 3 Institutos Federais e 54 Universidades que aderiram à greve iniciada dia 11 de março.

No dia 18 de março será instalado o Comando Nacional de Greve, sendo que da UFRJ serão enviados 7 delegados. No Rio de Janeiro as quatro universidades federais – UFRJ, UFF, Rural e Unirio – aderiram ao movimento grevista.

Na UFRJ, um calendário de atividades foi montado e as comissões do Comando Local de Greve para organizar a mobilização e resolver problemas nos setores vem se reunindo para dar conta das demandas apresentadas pela categoria. Panfletos, cartazes, faixas estão sendo produzidos, distribuídos e colocados nos campi.

Nesta quinta-feira,14, a Comissão de Ética esteve reunida para avaliar demandas já encaminhadas e deliberou por dar orientações para algumas questões em comum. A comissão reitera que qualquer demanda dos locais de trabalho podem ser enviadas ao e-mail da Comissão de Ética: comissaodeetica@sintufrj.org.br

 

Universidades do Rio

Estão também intensas as atividades de greve na Universidade Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Nelas, ficou garantido o não corte de ponto e ou qualquer retaliação à greve. Veja como está a greve nessas universidades.

 Rural

Além da pauta nacional geral de reivindicações da categoria foi construída a pauta interna na assembleia de organização da greve, realizada em 11 de março. O Comando de Greve da Rural irá discutir com o reitor Roberto Rodrigues o combate ao assédio, o fim do ponto eletrônico, melhorias nas condições de trabalho, entre outras demandas da base.

Quanto aos serviços essenciais e aos serviços imprescindíveis, o Comando de Greve irá procurar os trabalhadores em seus setores para depois definir o funcionamento desses setores. O comando garante que não haverá nenhum corte de ponto, sendo esse compromisso reafirmado pelo reitor.

UFF

O Comando Local de Greve (CLG) do Sintuff esteve reunido em audiência nesta quinta-feira, 14, com o vice-reitor Fabio Passos, acompanhado de pró-reitores e outros representantes da gestão para tratar de assuntos relativos à greve, seus impactos para a universidade e à vida funcional dos servidores que aderiram.

O CLG apresentou sua avaliação acerca dos serviços que a reitoria listou considerar essenciais na reunião anterior realizada dia 11. Na maioria dos pontos, houve consenso entre a reitoria e a posição do Sintuff. Houve divergência acerca do fechamento do Restaurante Universitário, considerado essencial na avaliação da reitoria, e foi constatado desencontro de informações acerca do tema das novas nomeações, tendo em vista que a reitoria emitiu previamente que seriam suspensas em decorrência da greve.

De antemão, o CLG – com anuência da categoria no setor responsável – adiantou que será garantida a preparação de refeições do Restaurante Universitário aos estudantes da Moradia Estudantil. Não houve recusa do CLG e dos servidores do setor em dialogar com outras necessidades, desde que preservado o direito aos servidores do Restaurante Universitário em exercer o direito de greve.

Além da alimentação aos moradores da Moradia, o CLG também reconheceu como essenciais vários outros itens como pagamento de bolsas, auxílios e apoio à assistência estudantil a discentes de graduação em vulnerabilidade socioeconômica; garantia do atendimento médico a tratamentos em andamento, mediante debate com servidores do setor; pagamento de auxílio, compensações bancárias, na área de gestão de pessoal, como auxílio funeral, pensão alimentícia, entre outros; atendimentos a demandas judiciais pelos setores envolvidos, garantir a vida e proteção a animais e microrganismos na rede de biotérios e garantia de TI para manutenção dos serviços considerados essenciais. Os serviços, segundo deliberação do CLG, serão mantidos em sistema de escala e revezamento.

À luz da moção aprovada pelo Conselho Universitário (CUV), a reitoria refirmou os princípios do texto aprovado pela instância máxima da universidade, que dentre vários aspectos endossa uma futura reposição dos dias de greve através de compensação de trabalho represado, prática de acordo recorrente em todas as últimas greves. Esses termos, que na prática já abrangem quem aderiu ao Programa de Gestão (PGD), também se estendem aos demais servidores. A reitoria expressou que não formalizará qualquer retaliação à greve junto aos órgãos e sistemas do governo, em sintonia com as posições defendidas pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Em relação ao Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), os representantes da reitoria manifestaram que terão o mesmo tratamento dos demais servidores, tendo direito ao exercício de greve, sendo garantidos os serviços essenciais.

Ao fim da reunião, o vice-reitor gravou um vídeo junto ao CLG, manifestando apoio às pautas da categoria, defesa do orçamento das universidades e garantia do livre direito democrático de greve.

Unirio

Na Unirio a categoria dos técnico-administrativos deliberou em assembleia por greve de ocupação. Assim como as demais universidades do Rio o Comando de Greve organizou um calendário de atividades internas e externas.

O objetivo é conquistar apoio de estudantes, professores, ampliar a adesão da categoria e dialogar com a população. Nas atividades internas são realizadas reuniões nos setores. As reuniões desta semana foram para passar um panorama da negociação nacional, definir a pauta por local de trabalho, os serviços essenciais e organizar comitês locais de greve. Os integrantes do comando estão explicando aos servidores o motivo das reivindicações junto ao governo Lula e buscam ampliar o número de companheiros nos comandos de greve. Nesta quinta-feira, 14, houve reunião com a vice-reitora Bruna Nascimento pela manhã.

Nas atividades de rua a categoria em greve vai buscar apoio da população ao explicar os motivos da paralisação. Panfleto próprio está sendo distribuído.

A pauta interna que está sendo defendida pelo movimento grevista é a seguinte: assegurar a regulamentação da jornada de 30h; criar uma política de enfrentamento ao assédio moral e todas as formas de perseguições; elaborar uma política de saúde dos trabalhadores que seja ampla irrestrita e com a participação dos trabalhadores de variados vínculos; garantir imediatamente o acesso às informações para uma comissão de acompanhamento e avaliação autônoma do contrato da Ebserh; Criação do Conselho Gestor de Unidade no Hospital Universitário Gaffrée Guinle (HUGG) e paridade nos colegiados.

NESTA QUINTA-FEIRA, PELA MANHÃ, o Comando de Greve na Unirio se reuniu com a vice-reitora Bruna Nascimento.

 

Casa cheia na reunião do Conselho Universitário desta quinta-feira, 14 de março, no auditório do Parque Tecnológico, no Fundão. Com cartazes em punho, dezenas de técnicos-administrativos participaram do ato, deliberado pela assembleia da categoria, convocado pelo Comando Local de Greve para solicitar ao colegiado apoio ao movimento que é nacional.

Os servidores em greve reivindicam, além da reestruturação da Carreira e de recomposição salarial, recursos para que a UFRJ possa sustentar suas atividades de ensino, pesquisa e extensão de reconhecida excelência e garanta condições dignas nas suas instalações de trabalho e estudo. O movimento também reivindicou demandas do Colégio da Aplicação (CAP).

Em vídeo ao final do ato, coordenadores do Sintufrj e representante da Cap falam à comunidade

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Apoio ao CAP

Por isso, estavam lá também dezenas de técnico-administrativo, docentes e familiares de estudantes numa manifestação contra a falta de professores e de infraestrutura adequada para centenas de estudantes da educação básica e da graduação.

A professora Graça Reis leu carta ao colegiado com as demandas do CAP. As aulas iniciaram há um mês faltando 28 professores de disciplinas regulares e 15 da educação especial. O colégio enfrenta redução do horário de aulas.

A Educação Infantil, desalojada do Fundão, se ressente da falta de sede adequada. O prédio da Lagoa sofre com problemas estruturais. Além de professores, são necessários servidores para atuar no apoio à educação especial, além da efetivação da contratação de substitutos iniciada em dezembro.

CLG se posiciona

“Estamos em greve. Não conseguimos avançar nas negociações com o governo. É por reajuste salarial, mas também por reestruturação da nossa carreira e por recomposição orçamentária da universidade, pauta que unifica o conjunto da educação federal”, disse Gabriel de Melo, técnico-administrativo da PR-3, integrante do Comando Local de Greve.

Ele explicou que a negociação com o governo estagnou. Que estão entre as pautas, a reestruturação da Carreira, a recomposição dos salários e a recomposição orçamentária das universidades federais que estão literalmente caindo aos pedaços.

Ele apresentou a proposta de uma reunião comunitária sobre a crise de orçamento da instituição com a participação de técnicos-administrativos, professores e estudantes e partir para atos públicos: “Se a gente está se sentindo sufocado, tem que externar este sufoco. Não adianta estarmos convencidos de que a universidade não tem como caminhar com este orçamento e guardar a opinião pra gente”, disse ele, apontando o apoio aos trabalhadores do CAP e à greve.

“Nenhum de nós gosta de fazer greve e, como em toda luta, sem saber de vamos ganhar ou perder. Mas entre a luta e o silêncio escolhemos a luta e contamos com o apoio de vocês”, conluiu.

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Consequências graves

O representante técnico-administrativo no colegiado André Salviano pediu a fala para o Comando Local de Greve e fez uma denúncia: trabalhadores da limpeza =na Faculdade de Letras e vigilantes da Praia Vermelha seguem com salários atrasados. “Os terceirizados são parte integrante no nosso fazer”, lembrou.

A representante do DCE Camile Gonçalves alertou: “Precisa estar na ordem do dia, não só desse colegiado, mas de todos os demais, a questão da recomposição orçamentária da nossa universidade. Os desdobramentos estão fazendo com que fique completamente inviável a manutenção da nossa universidade. Nós, estudantes que não conseguimos estudar e não conseguimos nos manter na universidade, porque a gente está sem bolsa, os terceirizados mesmo servindo à comunidade acadêmica, não tem comida dentro de casa. E nada se faz sobre isso. Precisamos pressionar, para que a gente tome uma posição dura e pública. Os alunos de dança da Educação Física só vão conseguir usar o prédio um mês depois das aulas começarem, porque o escoramento não terminou. Tem matéria obrigatória da Faculdade de Letras que não está sendo ofertada, porque não tem professor. Os técnicos administrativos estão em greve. Nós, do DCE, vamos fazer assembleia com estudantes, assim que as aulas voltarem. Está insustentável e essa precisa ser a posição da Reitoria, dos conselhos. Não tem como a gente continuar dessa maneira insustentável”.

Juliany Rodrigues, diretora do campus Duque de Caxias, vários campi vivem em condições precaríssimas “A minha expectativa como professora do campus do Programa de Reestruturação da Universidade (Reuni), da UFRJ, é que viria um Reuni 2 com recursos para a consolidação dos campi avançados no interior pelo país, criação de novos cursos, desenvolver o que já foi construído. Foi celebrado nas redes sociais do MEC uma recomposição de R$ 250 milhões para as universidades federais. Pra gente aqui seria de R$ 5 milhões, que não dá nem sequer para pagar um décimo do que os nossos terceirizados precisam receber pra executar funções básicas para o funcionamento, que é a limpeza, a segurança. Sem limpeza e segurança, a gente devia fechar a universidade. A UFRJ precisa se posicionar frente ao MEC, ao governo. Quais são os planos do governo Federal para a Universidade Federal do Rio de Janeiro? O que a gente ouviu nas últimas semanas do nosso pró-reitor de Finanças é que a gente vai terminar com uma dívida em 2004 muito maior do que a gente recebe, sem nenhuma perspectiva de aumento do nosso orçamento. Não podemos viver mais de glória do passado”, disse ela, falando a oportunidade da greve dos técnicos administrativos, que os docentes deveriam aderir.  “A gente tem que mostrar para o governo que nós somos essenciais”, concluiu.

Letícia Carvalho, docente do Colégio de Aplicação, explicou “Nós estamos atuando com uma precariedade enorme, porque temos crianças com necessidades especiais na nossa escola e que estão sem acompanhamento. A situação do CAP é crítica, a gente não pode esperar, esse edital está na rua, já foi lançado desde dezembro, nós estamos já em meados de março e não temos esses docentes, esses funcionários em nossa escola. A gente está há mais de um mês atuando sob pressão, desgastando o corpo docente e sem a possibilidade de oferecer uma educação de qualidade. É por isso que a gente veio aqui, é por isso que a gente está lutando”, concluiu.

A coordenadora-geral do Sintufrj Marta Batista alertou: “As universidades estão caindo aos pedaços e essa realidade não vai mudar se a gente não lutar para que o governo coloque dinheiro nos nossos cofres, para que a gente consiga funcionar e atender a população com qualidade. Nós também viemos aqui prestar a nossa solidariedade. Aos trabalhadores e trabalhadoras do CAP, os trabalhadores da Educação Infantil da UFRJ, que estão vivendo uma situação muito difícil na nossa universidade e não é de hoje”.

Francisco de Assis, da Fasubra apontou que a greve está dando resultado, com mais de 50 instituições, com um eixo que diálogo com toda comunidade na medida em que reivindica também a recomposição orçamentária das instituições, propondo um “tsunami” da educação.

Consuni na UFRJ.
Rio, 24/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Consuni na UFRJ.
Rio, 24/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Consuni na UFRJ.
Rio, 24/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Consuni na UFRJ.
Rio, 24/03/24.
Foto de Elisângela Leite

 

 

 

A investigação do crime que ganhou repercussão internacional ainda está em andamento; especialistas comentam

Jéssica Rodrigues
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)

Há exatos seis anos o mundo espera a resposta para a pergunta “quem mandou matar Marielle?”. A vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados em 2018, em uma emboscada no centro do Rio quando voltavam de uma agenda do mandato. O caso tomou repercussão internacional, mas até hoje não foi totalmente solucionado.

Em julho de 2023, o ex-policial militar Élcio Queiroz, acusado pelo crime, deu detalhes da execução. Na virada do ano, Ronie Lessa, também ex-PM, apontado como autor dos disparos, delatou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, como mandante. Muitas reviravoltas aconteceram ao longo desses anos e, mesmo sendo um caso emblemático, não se sabe ainda quem encomendou o crime.

Quem é Domingos Brazão? É um político muito tradicional do Rio de Janeiro que tem uma atuação com a milícia, mas ele parece alguém que não tem muita popularidade, não é alguém que está no centro de um projeto político importante que a direita tem nesse momento. Mas também ele tem foro privilegiado, então é alguém que tem menos chance de ser prejudicado por essa delação uma vez que está num cargo importante no TCE. Então, acho que a gente está num momento de impasse”, analisa a cientista política Mayra Goulart.

Para ela, o inquérito do caso é atravessado pelo racismo e por outras formas de preconceito que ficaram ainda mais evidentes durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“As pessoas se apropriam desse ícone Marielle Franco para se posicionar a favor ou contra o patriarcado, simbolizado aqui na figura de Jair Bolsonaro. Então esse duelo entre Jair Bolsonaro, ícone da reação patriarcal, e Marielle Franco, ícone do empoderamento das classes oprimidas pelo patriarcado, classes econômicas, classes de raça e gênero, tem servido para dificultar o andamento deste inquérito”, afirma a cientista política.

Além de Brazão, também aparecem como suspeitos Cristiano Girão, ex-vereador do Rio ligado à milícia, e o bicheiro, Rogério Andrade.

Luta por justiça

O coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), Daniel Hirata, explica que a execução de Marielle e Anderson trouxe à tona o submundo das relações entre o poder público e organizações criminosas.

“Nós estamos falando aqui de organizações muito estruturadas, de pessoas envolvidas com milícias, jogo do bicho, grupos de matadores e suas relações com o poder político. Então, há uma frustração muito grande do ponto de vista que a gente precisa dar consequência a esse caso para que a população sinta que esse tipo de personagem também pode ser responsabilizado pelo seus atos”, ressalta o pesquisador.

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Hirata aponta também que a justiça já falha quando investigações de casos como este muitas vezes só vão para frente porque os familiares das vítimas lutam para isso.

“É uma coisa muito complicada essa demora toda para resolução desse caso porque a família não consegue completar seu luto, não consegue se sentir parte de uma sociedade que tenha um sistema de justiça e, portanto, não encerra um ciclo tão longo como esse que nós estamos envolvidos para chegar até aqui”, finaliza o coordenador do Geni.

Na última terça-feira (12), o Ministério Público do Rio (MP-RJ) pediu que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, também suspeito de envolvimento no caso, vá a júri popular. Ele teria monitorado a rotina de Marielle e ajudado no desmanche do carro usado no crime. A motivação do assassinato contra a vereadora ainda não foi esclarecida.

Fonte: BdF Rio de Janeiro