Não são quatro meses, mas quatro anos. Um crime bárbaro até hoje cercado de mistérios e sem a resposta principal: quem mandou matar Marielle e Anderson? Esta é uma das perguntas que a família da vereadora e do motorista, brutalmente assassinados no Rio de Janeiro, têm feito diariamente e reforçam nesta segunda-feira (14), dia em que o crime completa quatro anos sem solução, em uma intensa programação de atos na cidade.
Na manhã desta segunda, a mãe de Marielle, Marinete Franco, a irmã, Anielle, e a viúva de Anderson, Agatha Arnau, foram ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ/RJ) pedir acesso aos autos do processo. As famílias têm sido impedidas de acompanhar as investigações e obter informações.
Os parentes decidiram protocolar hoje uma ação no TJ/RJ buscando romper o bloqueio. Dona Marinete Franco, que também é advogada, destacou a importância da família ter acesso ao processo. Disse ainda que nem o tempo ameniza a determinação de lutar por justiça:
“Apesar da dor imensa, nós vamos seguir na luta por respostas. Não vamos desistir até que o caso esteja solucionado”, afirmou.
O crime
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes aconteceu em 14 de março de 2018. A parlamentar foi atingida por quatro tiros na cabeça, Anderson por três balas nas costas. Imagens revelaram que os criminosos acompanharam o carro de Marielle desde a saída de um evento no Centro do Rio até o bairro do Estácio, onde aconteceu a execução. Uma assessora que acompanhava a vereadora sobreviveu ao ataque.
As investigações
Entre os obstáculos para a solução do crime estão as sucessivas trocas de responsáveis pelas investigações. Os delegados responsáveis pelo caso na Polícia Civil têm sido substituídos sucessivamente. Já são cinco delegados em quatro anos. No Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também não há continuidade. Três grupos de promotores já passaram pelo processo. No ano passado, duas promotoras que acompanhavam as investigações desde 2018 entregaram os cargos e teriam alegado risco de interferências externas.
Segundo a força tarefa, os assassinos são Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Os ex-PMs estão presos. Durante as investigações, surgiram suspeitas de ligação dos dois com o presidente Jair Bolsonaro. Ronnie Lessa morava e foi preso no mesmo condomínio de Jair Bolsonaro e de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Na ocasião, um porteiro declarou à imprensa que o outro acusado, Élcio de Queiroz, foi ao condomínio no dia do crime e na portaria informou estar indo à casa de Bolsonaro. Posteriormente, voltou atrás, afirmando ter sido um erro mencionar o presidente. A promotora do MPRJ que participou da entrevista coletiva que classificou como falso o depoimento do porteiro era apoiadora do presidente e havia feito campanha há época da eleição presidencial.
No inquérito, foram citados os nomes do ex-vereador Cristiano Girão, que está preso por chefiar a milícia da Gardênia Azul e é suspeito de ser mandante de outro homicídio com a participação de Ronnie Lessa; e do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão, acusado de obstruir as investigações.
Para o presidente da CUT-Rio, Sandro Cezar, a apuração do caso é fundamental para a democracia.
“Não podemos deixar que seja naturalizada qualquer forma de violência, mas há um peso maior quando há suspeita de um assassinato com motivação política. Até o momento não foi devidamente esclarecido o crime contra a vereadora e o seu motorista, logo cobramos que sejam apontados a motivação e os mandantes”.
Desde o início da manhã desta segunda-feira, estão sendo realizados atos pedindo transparência nas investigações e esclarecimento sobre os mandantes e as motivações do crime. Em frente à Câmara de Vereadores, na Cinelândia, Centro da Rio, foram estendidas faixas que lembram os quatro anos dos assassinatos e pedem justiça. A partir das 16h, no Circo Voador, será realizado o Festival “Justiça por Marielle e Anderson” com shows, rodas de conversas e atividades para as crianças. A programação completa está disponível em Março Por Marielle 2022 – Copy – Participe das ações pelos 4 anos sem respostas (institutomariellefranco.org).
Depois que a Petrobras e Bolsonaro privatizaram a Rlam, na Bahia, famílias da Bahia, do norte de Minas Gerais e alguns estados do Nordeste escolhem entre comprar comida ou cozinhar
Desde o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff (PT), os preços dos gás de cozinha (GLP) subiram 300% e, atualmente, consomem quase toda a renda dos brasileiros e brasileiras, especialmente os que vivem com um salário mínimo, de R$1.212,00, e sofrem também com o arrocho salarial e a escalada da inflação.
E a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de privatizar refinarias da Petrobras tem impactado ainda mais a vida das famílias que vivem na Bahia, no norte de Minas Gerais e alguns estados do Nordeste, abastecidos por uma empresa que comprou a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) no final do ano passado.
A Refinaria de Mataripe, antiga Rlam, administrada pela Acelen, uma empresa que pertence a um fundo dos Emirados Árabes que comprou a unidade da Petrobras a preço de banana, tem reajustado os preços dos combustíveis com índices superiores aos praticados pela Petrobras, que já são exorbitantes.
Entre fevereiro e março, a Acelen aumentou os preços do botijão de gás em 13% e, com o mega-reajuste anunciado pela Petrobras na quinta-feira (10), os valores devem subir mais ainda, praticamente inviabilizando a compra do botijão de gás por milhares de pessoas.
A saída das famílias é cozinhar tudo num dia só ou trocar o gás de cozinha por lenha e álcool. Ambas opções são perigosas, em menor ou maior grau. Alguns produtos não duram uma semana mesmo conservados na geladeira. Já lenha e álcool podem provocar acidentes graves, queimaduras e até a morte.
A dona Raimunda Souza, do bairro Liberdade, em Salvador, viúva, que mora em um pequeno apartamento de um condomínio popular com a filha e o neto, não pode usar álcool nem lenha – se morasse numa casa usaria, diz ela – foi obrigada a cozinhar tudo que pode num dia só para tentar economizar o gás.
A renda mensal de dona Raimunda é um salário mínimo que recebe de aposentadoria e não daria para pagar todas as despesas da casa e os remédios que toma para manter a saúde e ainda comprar um botijão de gás.
“Eu tenho a sorte de ter a minha filha, que ganha também um salário e ajuda a manter a casa com meu neto, de 13 anos. Mas tudo é pesado. O gás vai para mais de R$ 130 reais [cerca de 10,7% do salário mínimo] agora e já faz um tempo que tenho que me virar pra conseguir economizar”, ela conta.
Para economizar, ela diz que procura cozinhar tudo de uma vez, em um dia só. “Já cozinho um quilo de feijão pro mês e o arroz pra quatro ou cinco dias, senão não dá!”.
Especialistas em alimentação afirmam que alimentos como o arroz, duram esse tempo, no máximo, até começaram a estragar, mesmo conservados em geladeira. Carnes duram somente dois dias.
“Vou me virando desse jeito. Não posso pensar em cozinhar de outro jeito. Com álcool é muito perigoso e não daria por causa do lugar que moro, mas se desse pra fazer com carvão, eu faria”, diz Raimunda.
Morador de outro bairro popular de Salvador, Jairo Batista, coordenador do Sindipetro-Bahia, contou à reportagem do PortalCUT que que vivencia diariamente o sofrimento da população sufocada pelos preços altos.
“Moro em um bairro popular, então faço parte e tenho contato direito com a parcela da população que tem sofrido muito não só com o aumento dos combustíveis, mas com a fome, a miséria e o desemprego”, diz o dirigente.
“E para ilustrar esse drama de a pessoa não cozinhar com dignidade, basta olhar para o setor de atendimento a vítimas de queimaduras não só na Bahia como em outros estados. São pessoas que se machucaram, se queimaram, por cozinhar com inflamáveis que não são recomendados”, complementa.
As pessoas não têm conseguido comprar gás de cozinha e para cozinhar colocam sua integridade em risco
– Jairo Batista
E isso deve se repetir Brasil afora, diz o dirigente, se a privatização se estender às outras refinarias e a Política de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras não cair. Essa política, implementada pelo governo do golpista Michel Temer e mantida por Bolsonaro, faz com que o preço dos derivados do petróleo extraído no Brasil, como a gasolina, o diesel e o gás de cozinha vendidos aqui acompanhem a variação tanto do barril (o Brent) nas bolsas de valores, que seguem a cotação do dólar.
“Toda vez que o dólar e o barril sobem, os preços dos combustíveis sobem aqui”, diz Jairo. E , no caso da Bahia, que depende da distribuição feita pela Refinaria de Mataripe, a situação ficou ainda pior.
“Com permissividade do governo em manter a PPI e dar liberdade para a Acelen colocar o preço que desejar, o que estamos vendo é um abuso, um ato criminoso”, critica o coordenador do Sindipetro-BA.
A situação que já era grave por causa dos aumentos da Petrobras, ficou agudizada, amplificada aqui [na Bahia] por conta da privatização da Rlam, já que Acelen usa o mesmo parâmetro da PPI, mas de forma mais incisiva a ponto de aumentar os preços dos combustíveis mais do que a Petrobras
– Jairo Batista
Para Jairo, não há outra saída – não só para a população da Bahia como para o Brasil – sobreviver se não for revogada a PPI. “Não faz sentindo pagarmos em dólar o que produzimos aqui. Algumas iniciativas até podem atenuar o problema, como o projeto aprovado no Senado que cria um fundo de estabilização. Mas temos de ter em mente que o fundo é criado a partir do lucro da Petrobras que é revertido para a própria sociedade. Por mais que seja louvável a inciativa, ainda não mexe com os acionistas, que mais lucram com essa política”.
Nos governos Lula e Dilma, a variação dos preços dos combustíveis seguia um cálculo baseado em vários fatores e possibilitava um controle maior dos preços, explicou Jairo.
Preço Justo
A Federação Única dos Petroleiros, há dois anos, vem promovendo, em todo o país, ações solidárias que ou distribuem gratuitamente ou vendem a preço justo os combustíveis. Essas ações visam denunciar a Política de Paridade Internacional da Petrobras, mostrando que é possível baratear os preços.
A última delas, realizada pelo coletivo de Mulheres Petroleiras do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, doou cem cargas de gás de cozinha para cooperadas da CATAMARE (Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Curitiba e Região Metropolitana).
No caso do gás de cozinha, a FUP mostra que um preço de máximo de R$ 50 por botijão de 13 quilos é mais que suficiente para pagar os custos. “De 2013 a 2014, o gás de cozinha ficou congelado, a Petrobras continuou tendo lucro, sendo uma empresa pujante e até chegou a ser a 6ª maior petrolífera do mundo”, diz Jairo que pontua afirmando que no ano passado, houve na estatal um lucro de mais de R$ 100 bilhões.
Quem paga a conta para que esse lucro seja alto e colocado no bolso de um número reduzido de pessoas é a Dona Maria, Seo João que trabalham para ganhar um salário mínimo e para comprar um botijão de gás. É um lucro em cima de sangue, suor e lágrimas dos brasileiros
– Jairo Batista
Jairo Batista reforça que é urgente o fim da PPI e que a Petrobras atenda à sua finalidade social cobrando preços justos pelos combustíveis, assim, fazendo com que a economia do Brasil volte aos trilhos do desenvolvimento. “Acabar com a PPI é uma necessidade para um país que sonhe e pense em soberano e democrático”, ele conclui.
Projetos aprovados no Senado
Embora com alterações que deixaram de fora propostas consideradas importantes pela bancada da oposição ao governo, o Senado Federal aprovou por 61 a 8 votos o Projeto de Lei 1472/2021 de autoria do Senador Rogério Carvalho (PT-SE) e relatado pelo Senador Jean Paul Prates (PT-RN), que cria a Conta de Estabilização de Preços dos Combustíveis (CEP-Combustíveis).
Além disso, estabelece um auxílio de até R$ 300 mensais para motoristas autônomos de baixa renda. A FUP e o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) participaram, desde o início, dos trabalhos de construção do PL 1472 original. Porém, o texto final acabou sendo modificado por emendas parlamentares.
O PL tem como objetivo criar um colchão de amortecimento para permitir ao governo reduzir o preço dos combustíveis e do gás de cozinha, e aproveita o programa de estabilização de preços inserido na Política Energética Nacional, aprovada em 1997. O mecanismo utiliza limites mínimos e máximos para proteger o consumidor final da constante variação dos preços no mercado. Quando os preços fiquem menores ao limite inferior, os recursos sobrantes serão guardados na CEP, para serem utilizados quando os preços estiverem acima do limite máximo.
Também foi aprovado o Projeto de Lei Complementar PLP número 11, de 2020, que estabelece novas formas de cobrança para o ICMS sobre os combustíveis e, segundo o relator, “vai permitir uma redução nos preços dos combustíveis sem prejuízos para as finanças dos estados”.
Segundo o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, a aprovação do PL 1472/2021, “é apenas um primeiro passo para a autonomia do país e dos brasileiros”, e é o resultado “de uma bancada de oposição que não aposta no quanto pior melhor, e que precisou apresentar uma medida paliativa, em um cenário de omissão do governo federal e da gestão da Petrobrás, que terceirizaram parte do problema para os governadores”.
Mas acrescentou: “apesar de ficar felizes com a notícia, não podemos esquecer de que a grande solução para abaixar os preços dos derivados é a revogação imediata do Preço de Paridade de Importação, que é o grande culpado pelos aumentos abusivos dos combustíveis desde que adotado pela gestão golpista da Petrobrás em 2016”.
*Com apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP)
Temer criou e Bolsonaro alimenta o monstro da Política de Preços Internacionais da Petrobras, que reajusta aqui os preços toda vez que os barris de petróleo, cotados em dólar, sobem lá fora
Não é a guerra da Rússia contra a Ucrânia a culpada pelos abusivos preços dos combustíveis no Brasil. A guerra começou no dia 25 de fevereiro. Os preços dos combustíveis vêm disparando desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016.
Só de janeiro de 2021 até agora, a Petrobras já aumentou 13 vezes o preço da gasolina e 11 vezes o do diesel, segundo dados do Observatório Social da Petrobras (OSP), órgão ligado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Ou seja, em pouco mais de um ano o número de aumentos foi quase a metade dos autorizados durante os 13 anos dos governos Lula e Dilma, um total de 28 reajustes.
Só o último reajuste de preços, anunciado pela Petrobras e autorizado pelo governo federal na semana passada, foi depois do início da guerra. Com a nova tabela, o litro da gasolina chega a custar R$ 11, em Jordão, cidade distante 636 km da capital do Acre, Rio Branco. Em Marechal Thaumaturgo, a 558 km da capital do estado, quem precisa abastecer desembolsa R$ 10,55 por litro. Em São Paulo, os preços chegam quase a R$ 7.
Entenda porque Temer e Bolsonaro são culpados pelos preços abusivos dos combustíveis no país
Depois do golpe de 2016, o ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) mudou a política de preços da Petrobras e adotou a PPI, Política de Preços Internacionais, que usa como critério o valor internacional dos barris de petróleo, que é cotado em dólar.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve a PPI, que só beneficia os acionistas e o presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, que só este ano vai embolsar cerca de R$ 1,5 milhão de bônus, fora o salário mensal de R$ 228,2 mil pelo cargo que ocupa e ainda mais R$ 32,2 mil por estar no topo da hierarquia militar.
Ao todo, os diretores terão uma remuneração de R$ 37 milhões entre abril e maio do próximo ano, com média de R$ 342,6 mil por mês para cada um.
Resumindo, Temer criou o “monstro” e Bolsonaro o alimenta com o suor dos brasileiros.
O que mais contribui para preços altos
A Política da Petrobras, apoiada pelo governo Bolsonaro, de diminuir a capacidade de 25% a 30% das refinarias de petróleo, subutilizando o seu funcionamento, vendendo unidades e investindo na extração e venda de óleo cru, abriu espaço para a chegada de empresas importadoras. De 2016 a 2018 o número dessas empresas privadas, nacionais e internacionais, aumentou no país 30%. E essas empresas pressionam para a Petrobras manter a política de paridade com os preços de importação.
Venda das refinarias
A venda das refinarias também confirma que quem paga pelo desmonte de empresas estratégicas para o país é a população.
Na Bahia, por exemplo, a privatização da antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), comprovou o que a CUT e os petroleiros sempre alertaram: a iniciativa privada quer comprar estatais lucrativas a preço de banana, demitir trabalhadores e reajustar abusivamente os preços dos produtos e serviços para lucrar cada vez mais.
Desde a venda da refinaria, em 1º de dezembro do ano passado, para o grupo árabe Mubadala, os preços praticados pela empresa, que passou a se chamar Acelen, para a gasolina estão 26,8% mais caros do que os da Petrobras; o diesel 35,12% e o gás de cozinha 8,17%, acima dos da estatal.
Bolsonaro não consegue número de votos suficientes na Câmara. Mas denúncia continua necessária, avaliam lideranças
Andressa Schpallir/Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG | 11 de Março de 2022
Após meses de luta, os servidores públicos e população brasileira conquistaram uma importante vitória. A tramitação da Proposta de Emenda à Constituição 32/2020 – a PEC 32, maior ataque do governo Jair Bolsonaro (PL) ao serviço e ao funcionalismo público – está parada na Câmara dos Deputados.
O motivo é a falta de apoio dos parlamentares ao projeto. Bolsonaro e sua base não conseguiram o voto de 308 deputados, necessários para levar a cabo o que seria o maior desmonte do serviço público, gratuito e de qualidade no Brasil.
PEC acaba com a estabilidade dos servidores e precariza relações de trabalho
Conhecida como Reforma Administrativa, a PEC, se aprovada, atingiria não apenas os servidores, mas toda a população brasileira. A proposta abre as portas para privatizações e terceirizações, acaba com a estabilidade e precariza as relações de trabalho. As mudanças facilitariam o apadrinhamento político e a corrupção nas contratações, trazendo prejuízo à continuidade de políticas públicas, e consequente diminuição da qualidade – e aumento do custo – do serviço.
Para João Paulo Ribeiro, secretário dos Serviços Públicos e dos Trabalhadores Públicos da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), a falta de apoio entre os parlamentares se deve, majoritariamente, à união da classe trabalhadora.
“Formamos uma ampla unidade e pesou muito a solidariedade dos trabalhadores, inclusive da iniciativa privada”, afirma. “As ações sistemáticas foram determinantes para enfraquecer o governo e aumentar a adesão à defesa dos serviços públicos e servidores contra a PEC 32”.
Foram 14 semanas de manifestações, debates e reuniões com deputados e senadores em Brasília, além de atividades e atos por todo o país.
“Com muito trabalho, conseguimos mostrar ao Brasil que a PEC 32 é uma verdadeira farsa. O que o governo chama de reforma, na verdade é o desmonte do Estado brasileiro e perseguição política a servidores públicos”, afirma a deputada federal Alice Portugal (PCdoB/BA), uma das coordenadoras da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público.
Vigilância
A parlamentar acredita que foi uma vitória o governo Bolsonaro não ter conseguido reunir os votos necessários para a votação no Plenário da PEC 32 em 2021. Mas ressalta que a vitória é parcial: “A mobilização feita pelos servidores e categorias do serviço público ao lado dos parlamentares no Congresso Nacional valeu a pena, mas deverá ser mantida para evitar que a proposta ressuscite neste ano de 2022.”
“No caso da oposição, todos os partidos fecharam questão contra a PEC”, explica o deputado federal Rogério Correia (PT/MG), coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público. “Os deputados estão vendo que não vale a pena, porque, se eles votarem a favor da PEC, não garantem um novo mandato. Tem muita gente que não é de oposição dizendo que não vai votar a favor da PEC”.
Manter a pressão
Segundo o parlamentar, é preciso manter a vigilância e mobilização contra a proposta. “A pressão dos servidores está muito grande. Agora, Bolsonaro vai tentar a qualquer momento ter o número para votar”, diz Rogério. “Nós estamos na campanha do vira voto, mas precisamos aumentar a pressão nos municípios, e a pressão individual, em cada deputado”.
João Paulo concorda: “não conseguimos ainda exorcizar esse fantasma”. Mas afirma que os servidores persistem no combate à PEC 32. “Estamos nos estados denunciando esse e outros projetos maléficos que tem o mesmo objetivo: destruir o serviço público”.
Para a presidenta da CTB Minas, Valéria Morato, a mobilização nos estados é essencial para que a PEC 32 não vá à votação. “O povo quer a defesa dos serviços públicos, quer acesso à saúde, à educação, à segurança. Deixamos claro que quem apoiar esse projeto nefasto não terá o apoio da população nas próximas eleições”.
Com pesar informamos o falecimento do companheiro técnico-administrativo em educação, Francisco de Paula Araújo, 42 anos, ocorrido na madrugada deste sábado, 12 de março, em consequência de um câncer no fígado.
Ele fazia parte da equipe de bibliotecários da Biblioteca Central do Centro de Tecnologia (CT) e era um dos representantes dos técnico-administrativos eleitos no Conselho Universitário.
A sua trajetória na UFRJ foi marcada pelo profissionalismo e pela militância em defesa dos direitos da categoria e da universidade pública e de qualidade.
Essa triste notícia pegou a todos de surpresa e assim que soubermos mais informações a respeito da morte do companheiro informaremos. Ele deixa esposa e uma filha.
A direção do Sintufrj solidariza-se com os familiares e amigos de Francisco de Paula.
A reivindicação para um planejamento conjunto da volta às atividades presenciais foi do Sintufrj, que também propõe a participação da Coordenação de Biossegurança na reunião
A representante técnico-administrativa e coordenadora do Sintufrj, Joana de Angelis, cobrou da Reitoria, no Conselho Universitário (Consuni) de quinta-feira, 10, uma resposta à sua reivindicação feita na sessão anterior do colegiado, de criação de um grupo de trabalho para planejar, conjuntamente, o retorno presencial das atividades acadêmicas e administrativas na UFRJ, em segurança, e também considerando a continuidade do sistema híbrido.
Na ocasião, o vice-reitor Frederico Leão da Rocha, concordou com a proposição da dirigente, mas para surpresa da comunidade universitária, a Reitoria divulgou ofício indicando o retorno presencial dos servidores a partir do dia 7 de março. Somente no fim da tarde da última quinta-feira, depois da manifestação de Joana, a Reitoria convocou as entidades sindicais Sintufrj e Adufrj para uma reunião na segunda-feira, 14, às 14h.
Cobrança
“Como a Resolução 15/2021 (que altera a resolução 07/2020 que trata das diretrizes do desenvolvimento das atividades laborais durante a pandemia) ainda vige, consta no texto algumas exceções que devem ser seguidas. Como não houve a convocação da reunião para planejamento conjunto com representantes de todos os segmentos, a gente tem notícias de que cada unidade está fazendo de um jeito, justamente o que queríamos evitar”, disse Joana no Consuni no dia 10.
“Há unidades que não estão considerando as exceções apontadas na Resolução 15, outras mantém o planejamento que vinha sendo feito de retorno gradual e seguro, respeitando a vida, a ciência e a coerência de tudo o que temos feito desde o início da pandemia. Quero saber da Reitoria sobre o acolhimento da proposta e quando vamos organizar o retorno para o dia 11”, reivindicou a conselheira e dirigente sindical.
Trabalho externo
A aprovação da regulamentação do trabalho externo, segundo apontou Joana no Consuni, “também é mais uma possibilidade dentro do planejamento para o retorno presencial de toda universidade”.
O vice-reitor, respondendo diretamente à solicitação de Joana de Angelis, anunciou que já havia solicitado a reunião com as entidades representativas dos segmentos – Sintufrj, Adufrj e DCE – para discussão do retorno. A reunião foi marcada para dia 14. Para o Sintufrj, informou Joana, é fundamental que a Coordenação de Biossegurança da universidade esteja presente na reunião.
Novas diretrizes
A coordenadora do Grupo de Trabalho Pós-Pandemia, Fátima Bruno, informo0u que em breve serão divulgadas as novas diretrizes sobre o retorno presencial. O texto ainda está em fase de conclusão, mas ela espera divulgá-lo na próxima semana.
Fátima aguarda o retorno dos autores de cada área que compõe o conjunto de textos para ser possível informar as novidades e/ou destaques. As novas diretrizes também seguem as mudanças trazidas pelas orientações do GT Covid-19 com o novo cenário da pandemia. Mas elementos como a necessidade do comprovante de vacinação e o uso de máscaras estão mantidos, garantiu a coordenadora, acrescentando que o Guia de Biossegurança também terá ajustes. Possivelmente diante das mudanças nas condições epidemiológicas.
Carta aberta dos estudantes à Reitoria
Em carta aberta à Reitoria lembrando que no dia 11 de abril está previsto o retorno total das atividades presenciais da graduação, os estudantes apontam inúmeros problemas nos locais de aula de muitos cursos. O documento foi levado à sessão do Conselho Universitário na quinta- feira, 10.
“Os sucessivos cortes de verbas dos últimos anos e a falta de manutenção, principalmente durante a pandemia, agravou seriamente o estado das dependências da UFRJ, gerando diversos problemas, como focos de incêndio, inundações e deterioração mais intensa das estruturas no geral”, diz o texto, apontando:
Na Praia Vermelha, no CCS, na Letras, na Reitoria, na EEFD e no IFCS: cabos revestidos em tecido, ausência de escadas e rotas de emergência, infiltração intensa entre os pavimentos, vazamento de gás, salas sem janelas, infestação de pragas, animais, mofo e pouca ventilação, além da deterioração dos containers que abrigam disciplinas dos cursos que já não podem mais ter aula em seus prédios.
No Edifício Jorge Machado Moreira, prédio dos cursos da FAU e da EBA, interditado em 2021: deterioração de pilares, revestimento das fachadas caindo, sistema de fiação elétrica severamente comprometida, falta de água nas prumadas de incêndio, falta de saída de emergência e rotas de fuga
O documento também relaciona a não conclusão de algumas obras e procedimentos emergenciais de segurança nos prédios, que irão prejudicar a organização dos cursos.
Garantias
As principais preocupações dos estudantes são a garantia de um retorno presencial seguro e a recomposição orçamentária para que a UFRJ tenha condições estruturais compatíveis com a qualidade do ensino. “Para o retorno presencial, é necessário a garantia de que os espaços para alocação das salas estejam viáveis de serem usados, com laudo de um escritório técnico respaldando a segurança e salubridade da ocupação das turmas nos locais”, reivindicaram.
Burguesão – O pró-reitor de Gestão e Governança, André Esteves, ratificou as datas previstas para reabertura dos restaurantes universitários antes do período letivo presencial, e informou que está trabalhando agora pela ampliação da oferta de alimentação no Fundão, com o uso do espaço do antigo Burguesão, no CT, cujas instalações seriam vistoriadas naquele mesmo dia.
Verbas para centros e unidades
O pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3) Eduardo Raupp, informou que foi feito o levantamento das com a ajuda dos centros e unidades, e que seriam disponibilizados recursos para a execução de serviço e investimentos necessários para a retomada das aulas presenciais e para as emergências de infraestrutura.
Ele explicou que é preciso celeridade dos gestores para o empenho até 30 de abril, lembrado o orçamento restrito. Segundo Raupp, a PR-3 está fazendo a liberação proporcional de recursos que vão de R$ 350 mil (para o campus Caxias) até R$ 1milhão e 50 mil (para o CCS). O total foi de R$5,5 milhões.
Antes do mega-reajuste dos combustíveis, em 13 dos 16 grupos pesquisados, o índice de inflação atingiu dois dígitos, passando de 13% na Grande Curitiba, 11,76% no Acre e 11,50% em Vitória (ES)
A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 1,01% em fevereiro, a maior variação para o mês desde 2015. A alta acumulada no ano foi de 1,56% no ano e de 10,54% em 12 meses, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (11).
E com os reajustes nos preços dos combustíveis anunciados pela Petrobras nesta quinta-feira (10), a disparada de preços nos próximos meses vai ser maior ainda, impactando não apenas os motoristas, mas todos os brasileiros. “Basicamente, aumentos de diesel [que subiu 24,93%] vão virar aumentos de preços da comida”, afirmou o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, ao jornal o Estado de S.Paulo.
Inflação dispara em fevereiro
De acordo com os dados do IBGE, em fevereiro, antes do mega-reajuste dos combustíveis, em 13 dos 16 grupos pesquisados, o índice de inflação atingiu dois dígitos, passando de 13% na Grande Curitiba, seguido pelo estado do Acre, que registrou alta de 11,76% e Vitória (ES), com 11,50%.
Alimentos, educação, aluguel e energia estão entre os itens que mais se destacaram no mês passado.
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços, em fevereiro. O maior impacto (0,31 ponto percentual) e a maior variação (5,61%) vieram de educação.
Quanto aos índices regionais, todas as áreas tiveram variação positiva em fevereiro. A maior variação ficou com o município de São Luís (1,33%), por conta dos cursos regulares (7,14%) e das carnes (3,01%). Já o menor resultado foi observado na região metropolitana de Porto Alegre (0,43%), influenciado pela queda no preço da gasolina (-4,33%).
Confira as maiores altas
Educação
O maior impacto foi dos cursos regulares, que aumentaram 6,67%, com destaque para ensino fundamental (8,06%), pré-escola (7,67%) e ensino médio (7,53%).
Alimentação e bebidas
No grupo de alimentação e bebidas, que sofreu impactos dos excessos de chuvas e também de estiagens que prejudicaram a produção em diversas regiões de cultivo no Brasil, a alta foi de 1,28%, com contribuição de 0,27 ponto percentual da inflação.
Os maiores aumentos foram registrados nos preços da batata-inglesa (23,49%) e da cenoura (55,41%).
A cenoura chegou a aumentar 39,26% em São Paulo até 88,15% em Vitória.
Além disso, as frutas subiram 3,55%, variação próxima à do mês anterior (3,40%). Por outro lado, foram registradas quedas mais intensas nos preços do frango inteiro (-2,29%) e do frango em pedaços (-1,35%). Em janeiro, os recuos haviam sido de -0,85% e -0,71%, respectivamente
Combustíveis
Nos últimos 12 meses, o que mais pesou na inflação, de modo geral, foram os combustíveis, que acumularam alta de 33,33%. Em fevereiro, esse item do grupo de transportes (0,46%) teve queda de 0,92%.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
INPC varia 1,00% em fevereiro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de fevereiro registrou alta de 1,00%, que ficou acima do mês anterior (0,67%). Essa é a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015, quando o índice foi de 1,16%. No ano, o INPC acumula alta de 1,68% e, nos últimos 12 meses, de 10,80%, acima dos 10,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2021, a taxa foi de 0,82%.
O INPC mede a inflação das famílias que recebem de 1 a 5 salários mínimos por mês, abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
O índice é usado pelo governo federal para corrigir o salário mínimo e os benefícios previdenciários. É o índice usado também pela iniciativa privada para corrigir salários.
A Petrobras anunciou na manhã desta quinta-feira (10) um dos maiores reajustes da história nos preços de gasolina, diesel e GLP, o gás de cozinha, para as distribuidoras. Os novos preços valem a partir desta sexta-feira (11).
A estatal aumentou o preço médio da gasolina de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro – alta de 18,77%. Para o diesel, o valor irá para R$ 3,61 para R$ 4,51 – alta de 24,9%. Já o gás de cozinha foi reajustado em 16,1% e o preço médio de venda para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por cada botijão de gás de 13kg.
Esses reajustes se referem ao preço nas refinarias. Para o consumidor final, os preços serão ainda maiores. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a gasolina foi vendida na semana passada a um preço médio de R$ 6,577 por litro. Com os reajustes anunciados hoje pela Petrobras, os preços nas bombas nos postos de todo país podem passar de R$ 8 e chegar até a R$ 10.
“Bolsonaro e a Petrobras usam a guerra para anunciar o mais brutal reajuste de preços dos combustíveis já visto na história do país”, diz o petroleiro Roni Barbosa, secretário de Comunicação da CUT Nacional. Segundo Roni, o que eles estão fazendo é encher os bolsos dos acionistas e dos importadores de combustíveis.
“A prova disso é que as ações da Petrobras subiram mais de 4% após o anúncio. Para acionistas que lucram milhões com dividendos todos os anos, é uma boa notícia”, diz Roni, que acrescenta: “Já para os trabalhadores e trabalhadoras, que sofrem com a disparada da inflação e ficam impossibilitados até de trabalhar com entregas, por exemplo, é mais uma péssima notícia”.
“A guerra não justifica esses reajustes. O Brasil é autossuficente em petróleo e poderia estar refinando muito mais combustíveis no país sem depender de importações”, argumenta o petroleiro rebatendo a nota a Petrobras que insinua que a culpa pelos aumentos que vão impactar fortemente a inflação e o poder de compra dos brasileiros, é a guerra.
“O que a Petrobras e o governo escondem é que o responsável pelos aumentos dos preços dos combustíveis é Bolsonaro, que manteve a política de preços implementada por Michel Temer”, diz o secretário de Comunicação da CUT.
A nota da Petrobras diz que os novos valores dos combustíveis “refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia”.
Mas, muito antes da guerra, lembra Roni, os combustíveis já vinham numa escalada de preços sem precedentes que geraram lucros milionários para os acionistas da Petrobras e em nada contríbuiram para a melhoria de vida dos brasileiros, muito pelo contrário.
O que é PPI
Depois do golpe de 2016, o ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), instituiu a Política de Preços Internacionais (PPI) da Petrobras, que foi mantida pelo presidente Jair Bolsoanro (PL).
A PPI permite que a Petrobras reajuste os preços dos combustíveis de acordo com o valor internacional do barril de petróleo, cotado em dólar.
“Ganhamos em real, mas pagamos gasolina, diesel e gas de cozinha em dólar, que custa cinco vezes a nossa moeda”, lembra Roni.
Reajustes de preços no mundo
O barril de petróleo no mercado internacional ultrapassou a marca de US$ 130 (R$ 656) nos últimos dias, com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Quando a Petrobras anunciou o último aumento, em 11 de janeiro, o produto era cotado a cerca de US$ 83 (R$ 419). Já o gás de cozinha passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, um reajuste de 16%.
“Esta pandemia está longe de acabar”, afirmou nesta quarta-feira (9) o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom. “E não terminará em lugar algum se não conseguirmos em todos os lugares”, enfatizou. Durante entrevista coletiva, em Genebra, ele destacou que na próxima sexta (11), fará dois anos que a entidade declarou a covid-19 como emergência de saúde internacional.
Tedros lembrou que, seis semanas antes de anunciar a pandemia, a OMS já havia declarado o mais alto nível de alerta sanitário da instituição. Naquele momento, a China registrava cerca de 100 casos da doença, sem nenhuma morte. Mas os avisos não surtiram o “efeitos imediatos”, segundo ele. Em vez disso, Tedros reclamou que entidade foi criticada por uma suposta demora em reagir à situação. “Dois anos depois, mais de 6 milhões de pessoas morreram”, ressaltou.
Atualmente, em todo o mundo, número de novas infecções e mortes têm caído 5% e 8%, respectivamente, de acordo com a OMS. Por outro lado, a entidade alerta para “crescimento muito forte” da covid-19 na região do Pacífico Ocidental. Honk Kong, por exemplo, registrou pico de mais de 50 mil casos na semana passada. A região também computou recorde de mortes – 291 – ontem (8), de acordo com a plataforma Our World in Data.
“O vírus continua evoluindo”, disse Tedros. Ele também demonstrou preocupação com a redução drástica no nível de testagem em diversos países. “Isso nos impede de ver onde está o vírus, como ele se espalha e como evolui”, alertou.
Novas variantes
A epidemiologista sênior da OMS, Maria Van Kerkhove, disse que a entidade continua monitorando possíveis novas mutações do novo coronavírus. Assim, ela afirmou que a principal preocupação é com a combinação entre as variantes delta e ômicron. “Foi detectada em alguns países, mas continua em níveis baixos de transmissão. Não vimos mudanças em termos epidemiológicos e de severidade ainda. Mais estudos ainda vão sair”.
Da mesma maneira, ela destacou que, longe de acabar, “a pandemia continua”, em função da desigualdade vacinal entre os país. “Infelizmente, esse vírus tem e terá oportunidades de continuar se espalhando”, lamentou.
No dia 24 de fevereiro, a Rússia invadiu a Ucrânia. São duas semanas do mais novo conflito bélico do século XXI e a mídia tradicional apresenta apenas um ponto de vista, logicamente sob uma análise capitalista e imperialista. Mais qual o real motivo desta guerra? Quem são os atores envolvidos? Quais os interesses em jogo? O que se pode esperar?
Esse movimento do regime russo representa uma séria escalada nas relações já extremamente tensas entre a Rússia e os parceiros EUA/UE/OTAN. É o episódio mais recente da nova “guerra fria” que está em andamento e tem repercussão global. A análise não é simples, pois há dimensões geopolíticas e históricas relacionadas a esse confronto.
Para entender tudo isso, sob o ponto de vista dos trabalhadores e sob uma visão anticapitalista, o Sintufrj promoveu nesta quarta-feira, 9, a live “Rússia, OTAN e a Guerra Fria”. Os debatedores foram Rose Martins, bacharel em Relações Internacionais, mestra e doutoranda em Economia Política Internacional, e Bruno Rodrigues, professor de ensino médio no Ceará, colaborador do Portal Esquerda On-line.
A live disponível nos canais do Facebook e YouTube do Sintufrj Confira: