Pesquisadores do Observatório Covid-19 da Fiocruz, em boletim publicado na sexta-feira 29, defendem a adoção de medidas que garantam melhor qualidade do ar nos ambientes fechados e orientam que empregadores e trabalhadores avancem conjuntamente em campanhas, estimulando e induzindo a adoção do passaporte de vacinas nos diversos ambientes de trabalho, tais como bares e restaurantes, escolas e universidades, comércio e serviços entre outros.

“É preciso destacar os benefícios de proteção coletiva não só para os trabalhadores, mas para suas famílias, crianças, colegas de trabalho e a comunidade. É especialmente importante que se complete o esquema vacinal com duas doses ou dose única, dependendo do imunizante, incluindo a dose de reforço quando houver indicação, para que possamos alcançar um patamar de maior segurança, com pelo menos 80% da população protegida”, afirmam os cientistas.

A pandemia não acabou

O quadro geral aponta que os resultados observados nas duas últimas semanas epidemiológicas (10 a 23 de outubro) reforçam a manutenção da tendência de redução dos impactos da Covid-19 no país, demonstrando que a campanha de vacinação está atingindo um dos seus principais objetivos – o de redução de casos graves que levam à internação e ao óbito. Contudo, os pesquisadores alertam que ainda não se pode falar em bloqueio completo da circulação do vírus e, portanto, da transmissão da doença. 

Atualmente, 72% da população brasileira se encontram vacinada com a primeira dose e 53% com esquema vacinal completo. Apenas seis estados apresentam mais de 50% da população com o esquema de vacinação completo. Por outro lado, apesar da melhoria dos indicadores, o Boletim ressalta que a pandemia não acabou e que o país ainda se encontra em uma emergência de saúde pública. 

Neste cenário, os pesquisadores do Observatório defendem a importância de se ampliar e acelerar a vacinação. “É fundamental que a população esteja protegida com esquema vacinal completo e que os elegíveis recebam a terceira dose”, pontuam. Os cientistas ressaltam ainda que é primordial proteger os grupos populacionais mais vulneráveis – tais como os idosos e pessoas com comorbidades – além dos mais expostos, principalmente os trabalhadores nos diversos locais de trabalho.

Festas de fim de ano

Nos últimos meses, o relaxamento das medidas de distanciamento físico tem aumentado a concentração de pessoas em ambientes fechados. Com as festas de fim de ano, a expectativa é que essa circulação tenderá a crescer ainda mais nos meses de novembro e dezembro. “Diante desse contexto o uso das máscaras como medida de proteção individual, combinado com a higienização das mãos, ainda é extremamente importante”. 

Perfil Demográfico

A análise demográfica do Boletim desta quinzena traz comparações para o período entre a Semana Epidemiológica (SE) 1 (de 3 a 9 de janeiro) e a Semana Epidemiológica 41 (10/10 a 16/10) de 2021. Os casos graves e fatais permanecem concentrados nas idades mais avançadas. A mediana de internações, ou seja, a idade que delimita a concentração de 50% dos casos, chegou ao menor patamar – 51 anos – entre a SE 23 (06 a 12/06) e na SE 27 (04 a 10/07). Na SE 41, a mediana foi de 67 anos. Para as internações em UTI, o período de menor mediana foi o mesmo que o dos óbitos (53 anos), e na SE 41 o patamar foi de 68 anos. 

A média e mediana de casos internados totais e em UTI encontram-se estáveis há cinco semanas. Os mesmos indicadores para os óbitos, no entanto, após três semanas de estabilidade, voltaram a aumentar. Para os óbitos, a menor mediana (58 anos) foi observada entre a SE 21 (23 a 29/05) e SE 24 (13 a 19/06: na SE 41 foi de 74 anos). A média de idade das internações, internações em UTI e óbitos na SE 41 foi, respectivamente, 62,1; 64,2 e 71,6 anos. Após o início da vacinação entre adultos jovens, a média e mediana de idade dos três indicadores – internações gerais, internações em UTI e óbitos – voltaram ao patamar superior a 60 anos. Isto significa que mais da metade de casos graves e fatais ocorre entre idosos. 

Os dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) evidenciam a reversão do rejuvenescimento, ocorrido principalmente no primeiro semestre de 2021, deslocando novamente a curva de hospitalizações para a população mais idosa. Isto significa dizer que, no conjunto de internações em enfermarias, em leitos de UTI, e entre os óbitos, os idosos voltam a se destacar de forma proporcional. O padrão atual da distribuição de casos internados e óbitos é semelhante ao período anterior ao início da vacinação. Este cenário sugere que o efeito da vacinação já é perceptível de forma homogênea na população adulta. A idade, portanto, precisa ser considerada como um aspecto de vulnerabilidade, e requer manejo clínico e vigilância diferenciados.

Leitos de UTI para Covid-19

As taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS, segundo dados obtidos em 25 de outubro de 2021, mantêm-se com a predominância de taxas inferiores a 50% e paulatina desativação de leitos de UTI Covid-19 em várias Unidades da Federação. O Distrito Federal, que esteve na zona de alerta crítico nas três semanas anteriores, volta à zona de alerta intermediário (71%), com contínua retirada de leitos durante todo o período.  O Espírito Santo permanece na zona de alerta intermediário, com a mesma taxa observada em 18 de outubro, apesar de redução no número de leitos disponíveis (352 para 334).  Embora em patamares baixos, os estados do Piauí (46% para 59%) e Paraíba (20% para 25%) apresentaram, entre os dias 18 e 25 de outubro, incrementos nas taxas de ocupação não atribuíveis à retirada de leitos. 

SRAG

O quadro geral das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) segue em estabilidade no país nas últimas semanas epidemiológicas. De forma geral, a estimativa de nowcasting para o país, realizada pelo InfoGripe da Fiocruz, manteve-se em estabilidade e permanece acima de um caso por 100 mil habitantes. Em parte, esta estabilidade ocorre porque alguns estados encontram-se em ligeira tendência de aumento da SRAG. Em outros se observa um declínio no número de casos de SRAG. De fato, verificou-se aumento nos estados de Roraima, Amapá, Pará, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Entretanto, houve tendência de redução de casos no Amazonas, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão e Pernambuco. Apenas o Acre e a Bahia aparecem com estabilidade nas últimas duas semanas. Apesar da tendência de redução de casos em alguns estados, na maioria dos estados as estimativas para as taxas de incidências permanecem altas, em níveis acima de um caso por 100 mil habitantes.  

Avanço da vacinação e distribuição de imunizantes

Segundo dados do MonitoraCovid-19/@coronavirusbra1, oriundos das informações das Secretarias Estaduais de Saúde, mais de 275 milhões de doses de vacinas foram administradas no país, o que representa a imunização de 72% da população com a primeira dose e 53% da população com o esquema de vacinação completo.

Dez estados apresentam mais de 70% da população com vacinação de primeira dose e seis estados apresentam mais de 50% da população com segunda dose. O estado de São Paulo, com mais de 80% da população vacinada com a primeira dose e 65% com a segunda ou dose única, apresenta o maior percentual de imunizados no país. 

 

 

 

As inscrições de trabalhos para o IX Sintae UFRJ se encerra no próximo 7 de novembro. O evento recebe inscrições e submissão de trabalhos em nível nacional, com a finalidade de compartilhar o conhecimento técnico-científico e as experiências profissionais e sociais dos servidores técnicos das IFES e instituições públicas de ensino superior de todo o país. Sendo que, por conta da COVID 19, a PR4 manterá o Sintae de forma virtual, respeitando os protocolos determinados pelas autoridades em saúde pública.

Realização: 29/11 a 03/12/2021

Submissões de trabalhos e inscrições de autores: até 07/11/2021

Análise dos pareceristas: até 15/11/2021

Divulgação dos trabalhos aprovados: 22/11/2021

Inscrições de ouvintes: 03/11 a 19/11/2021

Contato: sintae@pr4.ufrj.br

 

Sintae é uma oportunidade para técnicos administrativos em educação trocarem experiências | Foto: Fábio Caffé (Coordcom / UFRJ)

 

 

 

 

Estabelecimentos comerciais no aplicativo também foram renomeados para “Lula Ladrão”, “Bolsonaro 2022” e “Vacina Mata”

Desde seu assassinato, Marielle Franco vem sendo alvo do ódio nas redes sociais e aplicativos de mensagens da extrema direita – Reprodução/Twitter

No Dia de Finados, nesta terça (2), nomes de alguns estabelecimentos listados no aplicativo iFood foram alterados para “Marielle Franco Peneira”, entre outros. A empresa afirma que isso ocorreu a partir da conta de um funcionário de uma prestadora de serviços, que tinha permissão para ajustar informações cadastrais.

A vereadora Marielle Franco foi executada junto com seu motorista, Anderson Gomes, após o carro em que estavam ser alvo de uma emboscada em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. Ela recebeu quatro tiros na cabeça, ele três, nas costas. O crime covarde segue sem punição.

Desde seu assassinato, Marielle vem sendo alvo do ódio nas redes sociais e aplicativos de mensagens da extrema direita. O que aconteceu no iFood não foi um fato isolado, mas um breve afloramento de um lençol freático de esgoto que segue borbulhando no subterrâneo da sociedade.

Mentiras, como ela ter sido financiada pelo Comando Vermelho ou casada com o traficante Marcinho VP, foram bombadas por grupos que militam contra a esquerda, sendo compartilhadas até por um deputado e uma desembargadora. Memes sobre a execução da vereadora ainda são recorrentes em grupos bolsonaristas, parte dos quais celebrou a alteração no iFood.

Além do escárnio com a execução da ativista pelos direitos das mulheres, dos negros, da população LGBTQIA+ e de minorias, ou seja, tudo o que parte do bolsonarismo despreza, estabelecimentos comerciais no iFood também foram renomeados para “Lula Ladrão”, “Bolsonaro 2022”, “Vacina Mata” e “Petista Comunista”.

De acordo com nota, a empresa identificou que aproximadamente 6% dos estabelecimentos foram afetados. “O acesso da prestadora de serviço foi imediatamente interrompido, e os nomes dos restaurantes já estão sendo restabelecidos”, afirma.

Marielle segue incomodando a extrema direita mais de três anos após sua morte

Uma das fontes para a paranoia do bolsonarismo contra Marielle é o próprio presidente da República. E não apenas porque milícias, grupos de policiais criminosos que são por ele incensados, podem ser os mandantes do crime. Há questões psicanalíticas mais profundas.

Por exemplo, em 26 de maio do ano passado, Jair resolveu fazer uma sessão de terapia na porta do Palácio do Alvorada, demonstrando ciúmes do tratamento dado à vereadora.

“Quando levei a facada, eles não falaram nada. Não vi ninguém da Folha falando ‘quem matou o Bolsonaro?’ Pelo contrário, levo pancada o tempo todo. Se for pegar o número de horas que a Globo fez para Marielle e no meu caso, acho que dá 100 para um, mas tudo bem”, disse. Primeiro, é necessário lembrar a Bolsonaro que ele não morreu. Segundo, houve grande repúdio nos grandes veículos de imprensa ao abominável atentado que sofreu.

Terceiro, a Polícia Federal chegou à conclusão de que Adélio Bispo agiu como um lobo solitário contra ele, mas a morte de Marielle ainda não chegou a uma solução.

O que a polícia afirma é que ela foi executada em um esquema profissional que envolveu até matador de aluguel – vizinho do presidente, aliás. E essa é outra razão de fixação dos bolsonaristas pelo caso.

A novela do porteiro do condomínio Vivendas da Barra

O porteiro do condomínio Vivendas Barras, localizado na Barra da Tijuca, no Rio, havia dito à Polícia Civil que um dos suspeitos de cometer o crime, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, interfonou para a casa de Jair Bolsonaro, tendo sua entrada autorizada por alguém que ele identificou como “seu Jair”.

Era 14 de março de 2018, dia das execuções. E contou que, depois que teve a entrada autorizada, Élcio foi à casa do ex-policial e miliciano Ronnie Lessa – acusado de ser o autor dos disparos que matou Marielle e Anderson. Ambos estão presos.

No dia da morte de Marielle e Anderson, Bolsonaro não estava no Rio de Janeiro, mas em Brasília, em sessão da Câmara dos Deputados. Depois, o porteiro mudou o depoimento.

Afirmou que havia anotado errado no registro do condomínio a casa para onde Élcio de Queiroz estava indo, marcando a de número 58 (do presidente) no lugar da 66 (de Ronnie). Disse à Polícia Federal que para compensar o erro escrito inventou a história da ligação para o “seu Jair”.

Em 30 de outubro de 2019, o então ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República que investigassem o porteiro após o depoimento que ele deu à Polícia Civil. A oposição no Congresso e juristas avaliaram que ele estava usando seu cargo para o benefício do presidente da República no que foi considerado uma intimidação da testemunha de um caso sob investigação.

Ironicamente, Sergio Moro deixou o ministério no dia 24 de abril de 2020 alegando interferência política de Bolsonaro sobre a Polícia Federal.

Em seu depoimento à CPI da Covid, o ex-governador do Rio, Wilson Witzel, que sofreu impeachment, em abril, por crime de responsabilidade por corrupção na pandemia, afirmou que Bolsonaro passou a persegui-lo quando ele mandou investigar o caso Marielle.

Vale também lembrar que o então candidato a governador, Witzel participou de um comício, em outubro de 2018, em que foi quebrada uma placa com o nome de Marielle, com a presença do hoje deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que usa tornozeleira eletrônica após ser preso por ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal, e o hoje deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL), alvo de ação por usar funcionário fantasma.

 

 

SEDE – atendimento de 2a a 6a feira – das 9h às 17h
SUBSEDE HU – 2a a 6a feiras – das 8h às 15h
SUBSEDE PV – está contemplado no roteiro semanal do Sintufrj Itinerante.
10 as 14h , sempre as 4a feiras

 

SINTUFRJ ITINERANTE: ( das 10h às 14h) 

08/11 – 2ª feira – MATERNIDADE ESCOLA (Anfiteatro Montenegro)

09/113ª feira – HESFA (Estacionamento) 

10/11 – 4ª feira – PRAIA VERMELHA

16/11 – 3ª feira – IPPMG (Pátio interno)

17/11 – 4ª feira – PRAIA VERMELHA

22/11 – 2ª feira – MATERNIDADE ESCOLA (Anfiteatro Montenegro)

23/11 – 3ª feira – HESFA (Estacionamento)

24/11 – 4ª feira – PRAIA VERMELHA

30/11 – 3ª feira – IPPMG (Pátio interno)

01/12 – 4ª feira – PRAIA VERMELHA

06/12 – 2ª feira – MATERNIDADE ESCOLA (Anfiteatro Montenegro)

07/12 – 3ª feira – HESFA (Estacionamento)

08/12 – 4ª feira – PRAIA VERMELHA

14/12 – 3ª feira – IPPMG (Pátio interno)

15/12 – 4ª feira – PRAIA VERMELHA

20/12 – 2ª feira – MATERNIDADE ESCOLA (Anfiteatro Montenegro)

Obs.: Macaé ainda sem agendamento

 

 

 

 

 

A UFRJ transferiu o feriado do dia do Servidor Público para a próxima 2a feira . Desta forma, a direção do sindicato decidiu estender o feriado para todos os trabalhadores do SINTUFRJ. Encerraremos o expediente amanhã as 17h, retomaremos somente na 4a feira.

O Movimento Barrar a Ebserh na UFRJ convoca a população para comparecer e/ou acompanhar pelas mídias sociais a audiência pública sobre a “Rede SUS/RJ: situação do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ”, nesta sexta-feira, 29, às 15h, na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.

Por que é importante a participação de todos?
A UFRJ hoje é a única universidade federal do Rio de Janeiro que ainda resiste bravamente à implementação da gestão administrativa da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh, em seus hospitais universitários (HUs).

Precisamos estar atentos a manobra utilizada para que uma empresa de direito privado terceirize os serviços públicos, o que reduz a autonomia universitária e precariza o funcionamento dessas unidades.

É inaceitável que um complexo hospitalar com nove unidades, como é a UFRJ, que atende a comunidade do município e do Estado do Rio de Janeiro pelo SUS, com base nos pilares ensino, pesquisa e extensão e oferecendo atendimento para casos de alta complexidade, seja submetido a esse retrocesso!

Um grande exemplo da relevância e eficiência para a população foi a atuação do Hospital Universitário, no Fundão, na luta contra o convid-19 desde o início da pandemia no país.

Lutaremos para que a decisão tomada em 2013 pela UFRJ de não adesão à Ebserh seja mantida e o dinheiro público investido na saúde pública, como também que as promessas de campanha da atual reitoria sejam honradas.

Contamos com a participação de todos vocês!
.Em defesa dos Serviços Públicos
#ForaEbserhnaUFRJ
#ForaBolsonaro #ForaMourão
#ABAIXOaPEC32 !
.

 

 

Nesta quinta-feira, 28 de outubro, mesmo debaixo de chuva os servidores públicos federais, estaduais e municipais se reuniram na Candelária, no centro do Rio de Janeiro, para dizer NÃO à “reforma Administrativa” de Guedes e Bolsonaro, a PEC 32/20, e repetir em alto e bom som FORA BOLSONARO!

 

Outdoor que o Sintufrj, em conjunto com outras entidades, instalou convocando para o ato

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Presidente da CUT participa, em Brasília, do Dia Nacional de Lutas contra a reforma administrativa (PEC 32). “Essa luta é de todos nós, porque o serviço público é essencial a todos e deve ser defendido”

Publicado: 28 Outubro, 2021/Escrito por: Vanilda Oliveira

FOTO: LEANDRO GOMES

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, conclamou toda a classe trabalhadora e movimento sindical a apoiar e se engajar na luta dos servidores e servidoras públicos contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da reforma Administrativa, em tramitação no Congresso Nacional. “Essa luta é de todos nós, porque o serviço público é de todos e tem de ser defendido por todos os brasileiros e brasileiras, afirmou Sérgio Nobre durante ato em Brasília no final da manhã de quinta-feira, 28.

foto: LEANDRO GOMES

Neste 28 de outubro, Dia do Servidor Público, as entidades e sindicatos que representam o setor nas três esferas (municipal, estadual e federal) realizaram atos, manifestações, mobilizações, assembleias em todos os estados em protesto contra a PEC 32, “proposta do governo criminoso de Bolsonaro, que tem o objetivo de desmontar e entregar o serviço público e acabar com os direitos dos servidores”, como afirmou Sérgio Nobre.

Em Brasília, o ato começou às 9h, com caminhada do Espaço do Servidor até o Ministério da Economia, local onde, a partir das 11h30, dirigentes sindicais da CUT e de outras centrais falaram à militância e saudaram o dia e a luta permanente travada pela categoria contra a reforma administrativa.

“É simbólico e importante que o nosso ato de hoje aqui em Brasília tenha sido realizado em frente ao Ministério da Economia, que tem um banqueiro como ministro, que leva sua fortuna para fora do país; em qualquer outro lugar do mundo, ele já estaria fora do governo”, disse o presidente nacional da CUT se referindo a Paulo Guedes, que no início do governo, chamou os servidores de parasitas.

Sérgio Nobre destacou a importância da unidade do movimento sindical ante à conjuntura do país e, especialmente, na luta contra a reforma Administrativa e aproveitou para ressaltar o trabalho da CPI da Covid. “Esse governo, como já denunciamos desde o início, tem um presidente criminoso, o que ficou escancarado pela CPI da Covid; o presidente tem uma dezena de crimes nas costas e cada dia que ele permanece no governo, impõe mais morte, sofrimento e desemprego ao nosso povo”, afirmou Sérgio Nobre.

Com a PEC 32, complementou o presidente nacional da CUT, “esse governo incompetente e genocida quer desmantelar o serviço público para introduzir formas precárias de contratação, que retiram direitos dos servidores, quer bancar apadrinhamentos e acabar com as carreiras”.

Para Sérgio Nobre, “o povo brasileiro está consciente e sabe o quanto os servidores e serviços públicos são importantes ao país, para a educação, a saúde, importância que ficou ainda mais evidente na pandemia de Covid-19, com o trabalho inestimável do SUS [Serviço Único de Saúde]. Educação e saúde no Brasil, não podem prescindir, jamais, do serviço público”, aponta o presidente nacional da CUT.

O dirigente também voltou a denunciar “o desmonte que Bolsonaro tenta impor às estatais, tentando vender a Petrobras, a Caixa, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). “O Brasil nunca viveu na sua história momento de crescimento que não tenha sido dirigido pelo Estado, com planejamento e investimento do Estado, que não tenha sido por meio das nossas estatais”, afirmou Sérgio Nobre. “Portanto, privatizar essas empresas é acabar com o futuro do nosso país”, complementou.

E olhando para o Ministério da Economia avisou ao governo: “A classe trabalhadora tem tradição de luta, e vocês [Bolsonaro, Guedes, governo] não vão destruir os serviços públicos nem entregar as estatais. Bolsonaro não tem autoridade mais para governar a o nosso país”, afirmou Sérgio Nobre.

O presidente nacional da CUT, por fim, saudou à categoria e exaltou “a resistência e luta exemplar que os servidores e servidoras públicos de todo o país, em todas as esferas, vem travando de forma organizada e unitária.

“Quero parabenizar a todos pela bela manifestação que fizeram em todo o pais conclamar a seguir nessa luta exemplar no nosso pais organizada em todos os níveis, municípios, estado, em âmbito federal”.

Há sete semanas seguidas, os servidores(as) públicos fazem protestos e atos concentrados contra a PEC 32 em todo o país e, especialmente, em Brasília. Nos aeroportos, montam vigílias para recepcionar os parlamentares e avisar que “se votar (a favor da reforma) não volta”. Cobram dos deputados que votem em defesa dos serviços públicos e denunciam a política de privatização e destruição dos direitos por parte de Bolsonaro.

O movimento tem garantido que a PEC não tenha votos suficientes para a aprovação e, por isso, ainda não foi colocada em votação no plenário pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Confira a íntegra da fala de Sérgio Nobre, hoje, em Brasíl

Mitos e fake news

Segundo dados do Ipea e IBGE, há cerca de 12 milhões de servidores e servidoras públicos, somando os trabalhadores (as) municipais, estaduais e federais, nas três esferas de poder – Executivo, Legislativo e Judiciário. Dados do Banco Mundial indicam uma participação de 12% do emprego público no total de ocupações do Brasil, ou seja, está nas últimas colocações no ranking, formado por 39 países.

Uma das principais armas do governo Bolsonaro para tentar emplacar a reforma administrativa no imaginário popular (e na mídia) é a mentira. Ele utiliza-se de mitos e dissemina fake News para afirmar que há excesso de servidores, que salários são altos e exalta privilégios que só pequeno percentual da categoria tem, a maior pare no Judiciário.

Como afirmam economistas, falar em supersalários de servidores é manipulação discursiva. As despesas com servidores subiram de 9,5% para 10,4% do PIB, de 2011 a 2017.

Metade (50%)  dos servidores públicos no Brasil ganhava, em 2018, até 3 salários mínimos (R$ 2,9 mil à época), enquanto 3% ganhava acima de 20 salários mínimos, R$ 19,1 mil (Ipea). A elite do funcionalismo público, que ganha os maiores salários, fica fora da Reforma.

A média de países da OCDE, segundo dados da organização, gasta em termos absolutos mais que o dobro (2,2 vezes) com servidores públicos do que Brasil, em relação à população. Desde 1996, os gastos com pessoal tiveram quedas consecutivas quando analisados em relação ao PIB potencial do Brasil.

Conforme dados do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas), órgão do governo federal, ao longo dos últimos 15 anos, o nível de gastos com salários se manteve praticamente estável ao redor de 10% do PIB.  Já a OCDE informa que o gasto com serviços públicos por brasileiro representa apenas 45% do que é gasto pela média dos países da OCDE.

Em 2006, o gasto com funcionalismo representava 9,77% do PIB. Em 2017, passou a representar 10,74%, um aumento de cerca de um ponto percentual ao longo de 11 anos.

O Brasil precisa de mão de obra no serviço público, precisa de quem dê a vacina, alfabetize as crianças, faça a segurança das escolas. Com a reforma administrativa, o governo praticamente acaba com os concursos para contratações.

Já vem fazendo isso, desde 2019. Para comparar: nos oito anos de Lula (2003-2010) houve 155.334 contratações no setor, de FHC (1995-2002), foram 51.613. Já o governo Bolsonaro reduziu em 44 mil o número de servidores públicos federais (7%).

Live a partir das 19h

Para fazer uma avaliação e balanço dos atos de quinta (28) e saudar o Dia do Servidor e Servidora Público, estava previsto um programa especial, em foramto virtual, com a CUT e entidades que representam os trabalhadores e trabalhadoras do setor público municipal, estadual e federal e convidados do mundo do trabalho.

A live seria transmitida pelas redes da CUT Brasil. Teria saudação de Sérgio Nobre e participação de sindicalistas e parlamentares, que denunciariam a PEC 32 como mais uma das inúmeras ações do governo Bolsonaro para acabar com direitos trabalhistas de servidores e destruir a proteção social apela Constituição de 1988.

Os deputados federais Rogério Correio (PT-MG); Erika Kokay (PT-DF) e Marcelo Freixo (PSB-RJ), que é líder da minoria na Câmara, estariam na bancada da live. O coordenador-técnico do Dieese, Fausto Augusto Jr, também seria entrevistado e falaria sobre as mentiras de Paulo Guedes.

Dirigentes sindicais da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), Federação Nacional dos Servidores Públicos (Fenasepe), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) e da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico. (Proifes) também falariam sobre os retrocessos da reforma Administrativa.

Confetam, Fenasepe, Condsef, CNTE, CNTSS e Proifes são as entidades que formam a Aliança das três esferas da CUT, Junto com sindicatos e servidores e demais centrais sindicais têm se mantido firmes na luta pela derrota da PEC 32, fazendo pressão aos parlamentares para que sejam contrários à PEC 32.

 

 

 

A terça-feira, 26 de outubro, no Serviço de Radioterapia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho foi toda rosa, leve e prazerosa. As pacientes em tratamento contra o câncer de mama e as que receberam alta foram o centro das atenções no evento organizado pelas equipes de profissionais de saúde para celebrar o Outubro Rosa.

O chefe do Serviço de Radioterapia Paulo Cesar Canary e equipe

Este é o segundo ano que o Projeto Humanização do Serviço de Radioterapia realiza a atividade, que constou de palestras, reflexologia podal, maquiagem, distribuição de brindes e homenagens às pacientes que concluíram o tratamento. O evento mobilizou cerca de 50 pessoas e recepcionou 30 pacientes, incluindo as do Serviço de Oncologia.

 “Foi muito gratificante. Mais uma vez conseguimos atingir nosso objetivo, que é a humanização para com cada paciente que por aqui passaram. Todas que participaram ficaram muito emocionadas com o nosso acolhimento e carinho. Elas se encheram de esperanças para continuar a caminhada delas”, comemorou a coordenadora do evento, a técnica-administrativa Cláudia Ramalho.

Cláudia Ramalho, coordenadora do evento

Emoção

“Hoje quero apenas agradecer por não me sentir sozinha. Às vezes surgem reviravoltas na vida da gente e precisamos buscar forças onde não existe. Quero agradecer a Cláudia pelo bem que ela faz às pessoas, motivando-as, dando confiança e fazendo o melhor por nós. Aos poucos começamos a compreender nossa dor e a olhar intensamente para a dor do outro. São dias difíceis e, por isso, façamos o melhor que pudermos que o resultado virá. Obrigada a todos que fazem nossa vida ser viva”, agradeceu  emocionada (e emocionando a todos os presentes), Maria Flaviana Martins.

Ela Também agradeceu à equipe da Radioterapia e elogiou o evento: “Não há palavras para descrever o carinho dos profissionais. Foi uma grande e difícil experiência que vou levar no decorrer de minha vida. Portanto, agradeço a todos por terem cooperado para que eu vencesse essa difícil jornada. Gostei muito de participar do evento. Obtive informações importantes para superar as dificuldades pelas quais passei. Com conhecimento você pode conviver com a doença e aquentar o tratamento”. 

Marcia Dullens enalteceu a excelência do tratamento e o carinho dos funcionários.

“Gostaria de agradecer aos servidores do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho pelo trabalho de excelência realizado com os pacientes, em especial a equipe da Radioterapia, que nos acolheu com tanto carinho, empatia e responsabilidade. Obrigada também pela linda homenagem de conscientização pelo Outubro Rosa. Gratidão.”

 

 

 

 

Com decisão, deputado paranaense perde direitos políticos por 8 anos

Redação Paraná/Brasil de Fato | Curitiba (PR) | 28 de Outubro/ 2021 

Fernando Francischini (PSL) foi acusado de disseminação de notícias falsas sobre fraudes nas urnas eletrônicas durante as eleições de 2018 – Foto: Reprodução

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pela cassação do mandato do deputado estadual Fernando Francischini (PSL), nesta quinta (28). Com a decisão, Francischini também fica inelegível por oito anos (contados a partir de 2018).

O deputado foi acusado de disseminação de notícias falsas sobre fraudes nas urnas eletrônicas durante as eleições de 2018. Em live no dia das votações do primeiro turno, Francischini afirmava que as urnas haviam sido fraudadas para boicotar a eleição do então candidato Jair Bolsonaro. O vídeo teve seis milhões de visualizações.

Luís Felipe Salomão, relator do caso no tribunal, afirmou que as denúncias feitas pelo deputado são “absolutamente falsas e manipuladoras” e levaram “milhões de eleitores a erro”. “É notório que o recorrido se valeu das falsas denúncias de fraude para se autopromover como uma espécie de paladino da justiça, de modo a representar os eleitores inadvertidamente ludibriados que encontraram no candidato uma voz para ecoar suas incertezas sobre fatos que jamais aconteceram”, completou o relator.

Fernando Francischini (dir.), com Jair Bolsonaro (esq.) e o filho Felipe Francischini (PSL-PR), ao centro Facebook/Reprodução

Os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Mauro Campbell e Sérgio Banhos acompanharam o entendimento de Salomão. O único voto contrário à cassação e inelegibilidade foi o de Carlos Horbach.

Após a decisão do TSE, Francischini usou as redes sociais para afirmar que irá recorrer da decisão, que, em suas palavras, “afeta mandatos conquistados legitimamente.” 

Edição: Lia Bianchini