Programação:

17 DE NOVEMBRO

11h às 13h – Comunicação e Geopolítica

Flávia Braga (UFRRJ), Maria Julia Gimenez (UNICAMP), Rejane Carolina Hoeveler (UFF)

17h às 19h – A “plataformização” do trabalho

Cassio da Silva Calvet (UFRGS), Lucia Garcia (Dieese), Marcio Pochmann (Unicamp)

19h às 21h – Comunicação de Resistência no Brasil

João Paulo Rodrigues (Brasil de Fato), Claudia Santiago (Núcleo Piratininga de Comunicação), Elaine Tavares (IELA), Geremias dos Santos (Abraço)

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18 DE NOVEMBRO

11h às 13h – Comunicação, Subjetividades e Hegemonia

Luis Henrique Gonçalves (Pesquisador PUC/FIOCRUZ/USP), Carla Luciana Silva (UnioEste), Rozinaldo Miani (UFPEL)

17h às 19h – Comunicação e pedagogia colonial

Beto Almeida (TeleSur), Maria Lucia Fattorelli (Auditoria Cidadã da Dívida), Pedro Pinho (Aepet)

19h às 21h – Precarização, Pandemia, Religião e Luta

Maria dos Camelôs (Muca), Arlei Medeiros (Fetquim), Fábio Py (UENF) e Elton Corbanezi (UFMT)

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19 DE NOVEMBRO

11h às 13h – A esquerda na internet

Najla Passos (NPC/Notícias Gerais), Scarlett Rocha (Esquerda Online), Guilherme Mikami (Abridor de Latas) e Diego Dorgan (UNB)

17h às 19h – Comunicação, Trabalho e Capital no Séc. XXI

Paulo Leal (UFJF), César Bolaño (Clacso), Laurindo Lalo Leal Filho (Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé)

19h às 21h – Internet, polifonia, caos e controle social

Jonas Valente (Intervozes), Helena Martins (Intervozes) e Thiago Firbida (Artigo 19)

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20 DE NOVEMBRO

11h às 13h – Propostas para a Comunicação Sindical na Década de 20 do Séc. XXI

Roni Barbosa (Secretário de Comunicação da CUT e do FNDC), Kátia Marko (NPC/SINDJORS) e Rodrigo Correia (Sind. dos Metalúrgicos de São José dos Campos), Hélcio Duarte (jornalista sindical).

15h às 17h – Mesa redonda: Como fortalecer a Comunicação Sindical e conversar com a classe trabalhadora?

Marcio Kieller (CUT-PR), Mauro Borges (Sintep-PA), Tadeu Porto (FUP), Moacir Lopes (Fenasps), Laiana Horing Nantes (ACP) e Natália de Moura (Sind. Químicos Unificados – Osasco)

18h às 21:30h – Comunicação e cultura

Adenilde Petrina (Coletivo Vozes da Rua), Wilson Rabelo (Ator), Renato Aroeira (Chargista, cartunista e músico) Raphael Calazans (MV)Tânia Farias

MAIS INFORMAÇÕES: https://nucleopiratininga.org.br/37638-2/

 

 

O segundo dia do seminário “10 anos de Políticas de Cotas – Experiências das Comissões de Heteroidentificação nas Universidades”, nesta terça-feira, 19, reuniu integrantes das comissões de heteroidentificação da UFRJ e da Universidade Federal de Goiás (UFG), e o debate foi mediado pela coordenadora da Câmara de Políticas Raciais da UFRJ, Denise Góes. O evento é on line e prosseguirá até sexta, 22. Confira: https://youtu.be/i1DN8TQK9yU

A experiência da UFRJ foi relatada pelos representantes dos três segmentos da comunidade universitária na Comissão de Heteroidentificação da universidade: o técnico-administrativo Vitor Matos, que também faz parte da Câmara de Políticas Raciais na universidade; a professora da Escola de Enfermagem Anna Nery, Cecília Izidoro, e por Rafaela Nascimento, doutoranda de Biotecnologia. 

Importância do debate  

Vitor fez um breve histórico sobre a formação da Comissão de Heteroidentificação na UFRJ, em 2020, de composição paritária e com 54 participantes. Segundo ele, resultado da pressão de coletivos negros da universidade, onde militam estudantes e servidores, para que houvesse a apuração das fraudes nos processos de acesso dos cotistas aos cursos de graduação. 

No primeiro semestre de 2020, entre os 4.093 candidatos que passaram pelo processo de heteroidentificação, 64,2% foram considerados aptos, 12% não aptos e 23,8% faltaram. Para Vitor, o número baixo de não aptos se deveu a inibição de potenciais fraudadores.

Na avaliação de Vítor o debate sobre a importância das comissões de heteroidentificação, à luz das várias experiências nas universidades, se torna ainda mais importante pelo fato de que, em 2022, “em meio a um ambiente hostil patrocinado pelo governo federal e em um panorama geral da política de ataques a direitos”, a Lei das Cotas, a 12.711, passará por avaliação. Para  Cecilia, a discussão sobre o tema têm papel educativo e formativo. 

Experiência da UFG

A UFG foi pioneira na reserva de vagas raciais antes mesmo da Lei de Cotas, disse Pedro Cruz, presidente da Comissão de Heteroidentificação da instituição. A experiência exitosa da UFG foi compartilhada no seminário por ele, por Igor Silva, da Coordenação de Ações Afirmativas e pela estudante de Ciências Sociais Josileide de Souza. 

A comissão da federal de Goiás é composta não apenas por servidores e estudantes da universidade, mas também por membros do movimento negro, da Comissão Especial de Promoção da Igualdade, entre outros coletivos e organismos públicos de direitos humanos.

Os números de indeferimentos nas aferições na UFG aumentaram: Em 2018, foram 13% dos 2.099 entrevistados pela comissão; em 2019, 18,6% dos 456 entrevistados e, em 2020, 24% dos 2.240 entrevistados. Em 2021, com a mudança no acesso, houve 1.244 entrevistados e 22% de  indeferimentos.

Revisão da Lei de Cotas 

Para Denise Goés, a revisão da Lei 12.711 não deveria se dar em meio a um governo negacionista e que empurra o povo para níveis de pobreza nunca vistos: “Temos que unir forças, fazer pressão e trancar essa pauta”, propôs.

A desinformação, segundo Pedro Cruz, é o maior desafio hoje em relação às cotas, acrescentando que e preciso uma comunicação eficaz com a sociedade sobre o tema. Ele citou pesquisa recente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais der Ensino Superior (Andifes), dando conta que mais de 50% dos matriculados nas universidades eram negros, e que embora confie na idoneidade da entidade, questiona esse resultado: “se não havia comissão de heteroidentificação até 2017, como podemos garantir que esse percentual é de fato de negros?”

A mesma pesquisa, disse Cruz, informa que, ao contrário dos detratores das cotas, os cursos (nas Ifes) seguem com notas 4 e 5 (no sistema de avaliação do MEC). Na UFG, em 27 cursos, cotistas têm rendimentos maiores que os não cotistas. “É preciso ainda mais negros nas universidades e esse direito ser defendido.  As comissões (de heteroidenticação) estão aí para fazer essa defesa”, concluiu.

 

 

 

Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da chamada reforma Administrativa, pode acabar com o serviço público no País

Publicado: 19 Outubro, 2021 – Escrito por: Redação CUT

REPRODUÇÃO

O aeroporto de Brasília ficou lotado de servidores municipais, estaduais e federais desde às 7h da manhã desta terça-feira (19). Eles lutam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da chamada reforma Administrativa, que pode acabar com o serviço público no País.

E a primeira mobilização do dia foi a recepção aos deputados federais que chegavam de seus estados, a quem os trabalhadores e trabalhadoras lembraram que quem votar contra o povo e os trabalhadores não voltará para o Congresso após as eleições de 2022. À tarde, às 14, os servidores vão de concentração no Anexo II da Câmara dos Deputados.

Confira a ação no aeroporto de Brasília 

Pressão nas redes e nas ruas! Estamos mostrando aos deputados e deputadas que o Brasil é CONTRA A PEC 32! Diga não ao desmonte dos serviços públicos! No vídeo, o deputado Vinicius Poit (Novo-SP) recebeu o recado. #PEC32Não #LiraEngavetaPEC32

Nesta quarta-feira (20) tem mais mobilização dos servidores das três esferas e sindicalistas da CUT e demais centrais, além de sindicatos, federaçoes e confederações que defendem a categoria.

A concentração ocorre a partir das 14h, no Anexo II da Câmara dos Deputados

PEC 32, a deforma Administrativa

Ruim para o povo, que pode perder o serviço público gratuito, e para os servidores, que podem perder direitos, a PEC 32 abre ainda a possibilidade de contratar milhares de pessoas terceirizadas que responderão a seus indicados, podendo, inclusive, normalizar o esquema das rachadinhas e aumentar a corrupção.

Indiferente a tudo isso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, que é um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) no Congresso Nacional, está se esforçando para conseguir apoio dos parlamentares e até prometeu votar a PEC 32 depois do feriado de 12 de outubro. Ele precisa de 308 votos em dois turnos e sabe que vai ser difícil conseguir, mas como tem recursos de emendas parlamentares para distribuir, é preciso ficar atento aos seus passos e não parar de pressionar, dizem os sindicalistas. 

O adiamento da votação da PEC é apenas uma estratégia de Lira para tentar desmobilizar a categoria, que tem obtido êxito na pressão junto aos parlamentares, avisando que “quem votar, não volta”, alerta o secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef), Pedro Armengol, se referindo ao slogam usado pelos trabalhadores e trabalhadoras em referência as eleições do ano que vem.

Atentos às estratégias do presidente da Câmara, os servidores públicos municipais, estaduais e federais mantiveram as mobilizações contra a PEC 32 nos aeroportos, nas bases dos deputados e em Brasília, conscientizando a população sobre o perigo que a medida representa e alertando os deputados e deputadas sobre os riscos que correm de não se reelegerem porque traíram a classe trabalhadora e os direitos do povo.

“Os servidores públicos estão lutando pelos interesses de toda a população que poderá, a partir da PEC 32, ficar sem escola pública, sem o SUS, sem as políticas públicas tão essenciais ao povo brasileiro”, afirmou o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e vice-presidente mundial da Internacional da Educação, Roberto Leão.

Saiba como pressionar os parlamentares contra a PEC 32

Todos podem pressionar os deputados, não importa a cidade onde estiverem. Para isso foi criado o site Na Pressão, ferramenta que disponibiliza canais de comunicação com deputados e senadores. É fácil e rápido lutar contra essa e outras reformas que prejudicam o povo.

E você pode mandar seu recado contra a PEC 32 de qualquer lugar pelo WhatsApp, e-mail ou telefone.

Participe da luta e pressione os parlamentares para que votem NÃO à reforma Administrativa (PEC 32).

 

 

 

Governo diz que vai lançar novo programa de transferência de renda, mas número de pessoas beneficiadas vai diminuir

Publicado: 19 Outubro, 2021 – Escrito por: Nara Lacerda/Brasil de Fato

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

As últimas parcelas do auxílio emergencial, pago a famílias em situação de vulnerabilidade durante a pandemia, começaram a ser depositadas na segunda-feira (18), mas o governo federal ainda não oficializou qual será o futuro do programa. A menos de duas semanas do fim do mês, a indefinição traz insegurança a milhões de pessoas.

Diretora de Relações Institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica, a ativista Paola Carvalho alerta para o clima de incerteza entre quem recebe o benefício: “Os relatos que nós recebemos, pelo atendimento que a gente faz às pessoas em relação ao auxílio emergencial, são de completo desespero”.

Ela alerta para o risco de aumento ainda mais intenso da extrema pobreza. Para a ativista, a perspectiva de muitas famílias “é de não saber o que fazer para sobreviver a partir do mês que vem”.

Paola Carvalho ressalta que é preciso discutir não apenas o auxílio emergencial, mas um programa de renda permanente, frente às cenas de horror da busca da população por alimentos, “É a fila do osso, os pés de galinha e as pessoas buscando comidas vencidas e estragadas no caminhão de lixo. Um Brasil que muitas vezes o governo finge não existir”.

Governo confuso

Nesta segunda, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que “Se Deus quiser, nesta semana resolveremos a extensão do auxílio emergencial”. Ele não deu qualquer detalhe, não especificou valores ou prazos. As afirmações foram vistas como uma sinalização de que o benefício será prolongado, mas vão contra o discurso atual do governo.

O plano oficial é substituir o auxílio e o Bolsa Família por um novo programa de transferência de renda, que seria pago a partir de novembro. No domingo (17), o ministro da Cidadania, João Roma, reafirmou essa intenção. 

O número de pessoas atendidas, no entanto, ficará bem abaixo do que abrange o benefício da pandemia atualmente. Em entrevista para a TV Brasil, Roma disse que o governo pretende pagar o novo auxílio a 17 milhões de trabalhadoras e trabalhadores.

Paola Carvalho lembra que o número de atendidos hoje, oficialmente, é superior a 30 milhões. “Mesmo a ampliação do auxílio emergencial por um mês – para ganhar tempo na discussão da Medida Provisória do Auxílio Brasil – ou a transformação para o Auxílio Brasil, significaria o atendimento de apenas 17 milhões de famílias”.

Ela destaca também o processo de enxugamento do benefício: “Nós começamos com o auxílio emergencial para 68 milhões de pessoas. Ainda em 2020, reduziu-se em 14 milhões de pessoas. Significa que o país, ainda durante o auge da pandemia, perdeu um Bolsa Família inteiro”, relata.

“Na virada para 2021, nós passamos os quatro meses em que a mortalidade foi maior sem o auxílio emergencial. Ele foi retomado em valores muito menores do que a necessidade da população. Lembrando que R$ 150 pagam aproximadamente um botijão de gás e um saco de arroz”, finaliza a ativista.

Edição: Vinicius Segalla

 

 

Comissão teve sessão especial nesta segunda-feira destinada a relatos de impactos diretos e indiretos da pandemia

Felipe Mascari | Rede Brasil Atual | 19 de Outubro de 2021 

Grupo convidado para sessão de hoje (terça-feira,19) é composto por uma pessoa de cada região do país, todos diretamente impactados pela covid-19 – Pedro França/Ag. Senado

A CPI da Covid teve uma sessão extraordinária de depoimentos na segunda-feira (18) destinada a ouvir vítimas dos impactos da pandemia. Em relatos marcados por tristezas e luto, os depoentes responsabilizaram o presidente Jair Bolsonaro pela demora na vacinação, pela circulação de mentiras e desinformação e, principalmente, pela morte de familiares e amigos.

O primeiro depoente do dia foi Antônio Carlos Costa, fundador da ONG Rio de Paz. Ele destacou a negligência do governo Bolsonaro, a falta de políticas públicas no controle e combate à covid-19, a crise econômica e o aumento de desemprego do país. Ele frisou que pessoas morreram por “desinformação e falta de vacina, oxigênio a atendimento médico”.

“Incompetência, descaso e irresponsabilidade fizeram o Brasil se tornar o segundo país com maior número de mortes na pandemia. O que vimos foi a antítese do que se esperava de um presidente da República. Jamais o vimos derramar lágrimas de compaixão ou expressar enorme pesar pelo povo brasileiro. Nenhuma palavra de direção ou encorajamento às milhões de famílias implodidas pela crise múltipla”, afirmou.

Costa prosseguiu lembrando que Bolsonaro minimizou o poder letal do vírus, promoveu aglomerações, xingou jornalistas e debochou da dor dos que perderam familiares durante a crise sanitária causada pela covid-19.

“Para nossas perplexidade e revolta, ele apoiou manifestações antidemocráticas, chamou o povo de “marica”, fez deboche com aqueles que sofreram com a falta de ar, insuflou golpe militar, prescreveu remédio sem eficácia, combateu uso de máscara, trivializou o poder letal do vírus. Em dias de morte, doença, fome e luto, ele se dedicou a defender seu mandato e garantir sua reeleição. É uma impressionante falta de empatia”, finalizou.

Órfãos da covid-19

Em um depoimento que emocionou os senadores, Katia dos Santos, relatou à CPI da Covid a morte do pai e da mãe pela infecção. Durante seu relato, Katia explicou que, a uma semana de se vacinar, em março deste ano, o pai testou positivo para o coronavírus, indo a óbito alguns dias depois em hospital público.

Chorando, a depoente também contou que, pelo excesso de mortos vitimados pela covid-19 no necrotério, sua irmã teve de ajudar os servidores do local a localizar o corpo de seu pai para reconhecimento e liberação. Ela também denunciou que sua mãe, também morta pela covid-19, era cliente da Prevent Senior e foi cobaia do “kit covid”.

“Ela recebeu o ‘kit covid’ após uma consulta de telemedicina, e nós usamos, acreditando no médico que enviou. Os medicamentos não ajudaram, levamos ela ao hospital e viram que o pulmão dela estava 50% comprometido. Porém, o hospital estava cheio e só durante a madrugada conseguimos a transferência para outra unidade. Naquele mesmo dia, meu pai faleceu e nem conseguimos mais processar o luto. Dias depois, minha mãe nos deixou também”, disse.

Sangue nas mãos

Katia também culpa Bolsonaro pelas perdas e criticou a postura do presidente ao debochar das vítimas. “Por isso, quando vemos um presidente da República imitando uma pessoa com falta de ar é muito doloroso. Se ele tivesse ideia do mal que faz para toda a nação, jamais faria isso. A dor é grande, mas a vontade de justiça é maior. Não são só números, são pessoas que tiveram a vida encerrada pela negligência. O sangue dessas vítimas está nas mãos daqueles que subestimaram o vírus”, criticou Katia.

Outra depoente à CPI da Covid nesta segunda-feira, Giovanna Gomes da Silva, de 19 anos, contou que a doença também a deixou órfã de pai e mãe agora vai ter a guarda da irmã, de 11 anos. “Quando meus pais morreram, eu me apoiei na minha irmã e ela se apoiou em mim. Assumi esse desafio por amor a ela. Hoje temos mais de 600 mil vítimas, e são 120 mil órfãos. O governo tem responsabilidade nessas vidas perdidas”, disse Giovanna, com a voz embargada.

Sequelas eternas

O servidor público Arquivaldo Leão Leite relatou aos senadores que a covid-19 lhe deixou sequelas graves: sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e perdeu a audição de um dos ouvidos, como consequência da infecção. Além disso, ele também perdeu um irmão para o coronavírus.

Hoje, ele coordena uma associação de vítimas da doença. “Tive um derrame que prejudicou meu corpo. Não consigo mais andar sozinho, me desequilibro. Eu perdi a audição de um ouvido e tenho muito cansaço”, relatou. “Fomos hostilizados por setores da sociedade, liderados pelo presidente, por conta do respeito ao isolamento social. Está confirmado que o Bolsonaro provocou um genocídio ao atrasar as vacinas”, acrescentou.

Em seu testemunho, Mayra Pires Lima, enfermeira de Manaus, contou que, após a morte da irmã por covid-19, passou a cuidar dos quatro sobrinhos pequenos, sendo um casal de gêmeos. Ela aproveitou sua fala para cobrar a valorização de enfermeiros e técnicos em enfermagem. “Não precisamos de tapinhas nas costas. Precisamos de valorização. Falar que nós somos heróis é fácil, mostrar através de atos é que é difícil.”

Vidas abreviadas

Por sua vez, Rosane dos Santos Brandão também fez um testemunho de acusação ao governo Bolsonaro, em razão da morte do marido, que era servidor da Universidade Federal de Pelotas-RS. Sem hesitar, ela afirmou que o companheiro “teve a vida abreviada por uma política genocida”.

“A vacina chegou tardiamente e a conta-gotas. Há várias maneiras de o Estado matar o povo e a falta de política pública é uma delas. Há pessoas que deveriam estar entre nós, se não fossem as escolhas deste governo”, criticou.

Rosane também fez um apelo aos senadores da CPI da Covid e criticou parlamentares que ostentam, em suas mesas, placas que celebram os “curados” da covid-19.

“Vocês precisam de coragem, não fiquem ombreando com fascistas e canalhas, colocando um ‘ponto final’ no genocídio. Honrem nossos mortos, diferente do que fez o presidente da República. Há placas com números de mortos aqui na CPI, mas também tem quem comemore o número de sobreviventes. É como comemorar os que não morreram no Holocausto”, finalizou.

 

 

Entre Vestígios e Futuridades: o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África, Caribe e Outras Diásporas, 14 anos celebra e reflete a memória e projeta o mundo que queremos hoje

FONTE: Por Alessandra Costa, enviado ao Portal Geledés/19/10/2021

Maior janela cinematográfica de cinema negro da América Latina convoca público a transformar o luto em verbo como arma para nosso front privilegiado de batalhas. Para edição de 14 anos, o Encontro contará com 169 filmes, sendo 129 filmes nacionais, dentre os quais 123 curtas e 6 longas metragens nacionais e 32 filmes internacionais, sendo 24 curtas e médias e 8 longas internacionais. A programação terá ainda atividades formativas na parte da manhã, às 10h, alternadas as séries Entre Vestígios e Futuridades e Borrando Fronteiras. E às 11h15min, haverá mais uma edição da série Políticas do Olhar: diálogos sobre curadoria e descolonização.

O Tambor me chamou (Foto: Divulgação)

Em 2020, o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul aconteceu pela primeira vez em sua história de forma virtual. Era o primeiro ano da pandemia de Covid-19 e muito esperançosos de que no ano seguinte o evento voltasse às atividades presenciais, ocupando os espaços tradicionais na cidade do Rio de Janeiro.  Mas em 2021, a pandemia não só se manteve como foi ainda mais terrível. A tristeza das perdas se potencializa na cruel interdição do luto. Assim, como forma de colaborar no processo de cura coletiva que tanto precisamos, o Encontro traz como proposta o desafio de celebrar e refletir sobre nossa memória, mas também de projetar no porvir o mundo que queremos hoje. O Encontro acontecerá de forma online, entre os dias 27 de outubro e 06 de novembro e presencialmente no Cinema Odeon, no centro do Rio de Janeiro, nos dias 5 e 6 de novembro. 

Biza Vianna (diretora e produtora executiva desde 2007), Janaína Oliveira e Ana Paula Ribeiro (curadoras do Encontro) direcionaram a edição deste ano para uma reflexão de um futuro possível com o tema “memória, vestígios e futuridade”. Ao lado de sua potente equipe de jovens cineastas e produtores, a continuidade do legado deixado por Zózimo Bulbul aposta em um futuro que caiba principalmente mulheres e homens pretos, a comunidade LGBTQIA+, valorizando as diversidades de relacionamentos não incluídos. 

“Olhando para o hoje, vivemos envoltos de incertezas e questões a serem resolvidas que não permitem uma expectativa alegre. Mas ao direcionarmos os nossos olhares para os vestígios e memórias, conseguimos pensar um futuro que nos caiba, reconhecendo que as conexões virtuais, a princípio impostas pela pandemia, nos geraram movimentos inesperados e acabaram nos sendo muito úteis e produtivas. Acreditamos em caminhos coletivos, para retomar, com CALMA, as possibilidades de encontros presenciais.” – Afirma Biza Vianna, Diretora-executiva do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul.

É isso que almeja o tema deste ano: Entre Vestígios e Futuridades. Cravar no presente os vestígios do passado e as urgências do futuro…as futuridades. Agora deve-se semear os futuros necessários. Ao mesmo tempo, olhar para as circulações materiais e imateriais que compõem a memória negra. 

“Não estamos apenas apostando no passado ou nos registros das memórias e processos de preservação, mas no entendimento da existência e suas presenças. O que fica e o que deve ficar. Os vestígios também estão na ordem do urgente!” – Ana Paula Ribeiro, curadora do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul.

As Homenagens Plurais deste ano se cristalizam em nomes queridos e fundamentais para a cultura negra brasileira. Reverenciamos as memórias de Januário Garcia, Sandro Lopes, Ismael Ivo, Gésio Amadeu, Erika Ferreira, João Acaiabe, Nelson Sargento, Ubirany Félix do Nascimento, Agnaldo Timóteo, Edson Montenegro, Marcelo Reis e de todos aqueles que não mencionamos aqui, mas que fizeram a passagem em decorrência da pandemia. Nossa homenagem se estende também aos que ficam. Aos familiares e amigos, e aos profissionais do cinema negro nacional que seguiram e seguem se arriscando cotidianamente no cumprimento de suas atividades.

“Por esse motivo, alterou-se a tradição de homenagear uma personalidade, evento ou país  de relevância fundamental para os cinemas africanos e da diáspora. Neste ano, o Encontro diante do segundo ano da pandemia mundial de Covid-19 que atinge a todos nós, mas especialmente as populações negras de forma brutal, opta por homenagear a memória daqueles que se foram e a resistência daqueles que permanecem” – finaliza Janaína Oliveira, curadora do Encontro.

Com a temática proposta em 2021, O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul: Brasil, África, Caribe e Outras Diásporas visa ressaltar o movimento Sankofa de retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro para mostrar como as contribuições históricas não só embasam as narrativas de debate, mas também são estímulos do pensamento da população negra quanto o futuro. Os curadores seguirão honrando a memória e o legado de Zózimo, desconstruindo estereótipos e reconstruindo as imagens que as pessoas negras possuem de si. Regado nessa pluralidade e necessidade de movimento para atravessar o momento que vivemos, a 14ª edição Encontro de Cinema Zózimo Bulbul se apresenta de maneira multi plataforma com a exibição de filmes pela Inssaie, atividades formativas “Borrando as Fronteiras” e “Políticas no Olhar”, Oficinas e Pitching.

 

 

Nota publicada no site da pró-reitoria de Pessoal (PR-4) informa que, por meio de mensagem o Ministério da Economia comunicou o cancelamento do desconto adicional referente ao Plano de Seguridade Social (PSS) na folha de pagamento de aposentados e pensionistas no mês de outubro.

A nota da PR-4, reproduzindo comunicado do ministério, informa, ainda que “os descontos dessa natureza que tenham sido identificados na prévia do contracheque deverão ser desconsiderados pelos servidores, pois não constarão da versão final da folha”.

 

 

 

Nesta segunda-feira, 18, começou o seminário nacional “Dez anos de Políticas de Cotas – Experiências das Comissões de Heteroidentificação nas Universidades”, promovido pela Câmara de Políticas Raciais da UFRJ. O objetivo é o debate, a troca de experiências e o aprofundamento sobre os procedimentos de heteroidentificação adotados nas universidades federais, principalmente quando se aproxima a data para a revisão da Lei nº 12.711/2012, prevista para ocorrer em 2022. O evento virtual, que tem participação de dezenas de instituições, pode ser visto pelo canal no Youtube da Câmara de Políticas Raciais, e vai até o dia 22 de outubro.

Na abertura do seminário, a reitora Denise Pires de Carvalho – apesar de a UFRJ ter sido uma das últimas universidades a adotar esta lei que determinou a reserva de vagas para candidatos autodeclarados pretos e pardos para o ingresso das universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio – comemorou os avanços obtidos na UFRJ. 

“Avançamos. Não estamos só no debate do racismo estrutural e institucional. Estamos conseguindo construir ações significativas que mudem essa questão na nossa universidade”. Ela elogiou o trabalho da Comissão de Heteroidentificação Racial da UFRJ que em plena pandemia em 2020 conseguiu heteroidentificar 4.093 candidatos.

As comissões de heteroidentificação foram criadas pelas universidades públicas para combater as fraudes que ocorreram com as vagas reservadas às cotas raciais e são respaldadas pelo Estatuto da Igualdade Racial. Hoje existem em mais de 60 instituições. Na UFRJ, a comissão de heteroidentificação foi instituída em 2020 para aferição do acesso nos cursos de graduação. A UFRJ foi a última federal do Rio de Janeiro (é uma das últimas do país) a adotar essa política de checagem dos autodeclarados pretos ou pardos.

Sobre o avanço institucional na implantação da política de cotas a reitora Denise Pires anunciou o lançamento do edital para concurso docente com reserva de vagas. “Pela primeira vez a UFRJ fará um concurso docente com reserva de vagas de cotas étnico-raciais e para pessoas com deficiência”.

A Reitora da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO), Luanda Silva de Moraes, que integra o grupo de oito reitores negros existente no Brasil, lamentou que na sua instituição ainda não tenha conseguido implantar a comissão de heteroidentificação devido à falta de estrutura:

“A implantação de comissões de heteroidentificação para verificação de fraudes através da validação étnico-racial é um desafio nosso da gestão universitária. Na UEZO a falta de estrutura administrativa nos dificulta instituir as comissões ainda. Infelizmente não temos técnicos capacitados como assistentes sociais, pedagogos e psicólogos para compor as comissões.  Ainda estamos brigando loucamente com a estrutura da UEZO para sua institucionalização”.

A representante do Coletivo de Docentes Negros da UFRJ, professora Gracyelle Costa, falou da importância da participação desse coletivo, assim como o coletivo de estudantes negros, “que possibilitam aos servidores pensarem as relações raciais na universidade e debaterem estratégias de combate ao racismo”.

Ela destacou a singularidade da criação da Comissão de Heteroidentificação na UFRJ através da Câmara de Políticas Raciais, avaliando que transcendeu a burocracia administrativa para a aferição étnico-racial afirmando que se voltou também para um espaço de formação e debate. 

“A Comissão de Heteroidentificação da UFRJ puxada pela Câmara de Políticas Raciais foi além do limite burocrático institucional. Como bem disse Denise Góes no seu trabalho de mestrado ela tem possibilitado um espaço mais amplo na UFRJ de formação antirracista para os três segmentos – técnicos, docentes e estudantes. Isso é inédito e tem possibilitado que a UFRJ se transforme em referência nacional. Tem inspirado outras universidades e o exemplo é esse seminário”.

Gracyelle Costa concluiu seu pensamento falando dos desafios afirmando que a universidade quer ver representada em seus espaços mulheres, negros, indígenas e quilombolas, na mesma proporção em que existem na nossa sociedade, e nos cursos de graduação e pós-graduação e entre servidores técnico-administrativos e docentes. 

A professora, que obteve o Prêmio CAPES 2020, enumerou os desafios para o futuro como a implantação de ações afirmativas em todos os cursos de pós-graduação, a implantação nos currículos de conteúdos raciais e valorização da população negra e indígena (que estejam presentes também no ensino, pesquisa e extensão) e a efetivação da reserva de vagas para docentes negros. E vislumbrou o futuro:

“É avançar nas ações afirmativas para que possam interagir com as demais políticas existentes na universidade como as da assistência estudantil. E o que me parece ser o grande desafio para a universidade para os próximos 100 anos é fazer com que haja uma política de promoção racial permanente. E que a lógica da superação do racismo esteja presente no fortalecimento da Câmara de Políticas Raciais e de outras ações que possam vir nesse sentido”.

 

 

 

 

Uma novidade para comemorar: começaram a ser retomadas algumas atividades presenciais do Espaço Saúde do Sintufrj. Desde o início da Pandemia, o Espaço não parou, só que com aulas via internet. Nesta segunda-feira, 18, no entanto, o lugar abriu novamente as portas para atendimento presencial. Porém para um retorno gradual e seguro, de acordo com as normas sanitárias, a princípio são oferecidas apenas algumas atividades e em poucos horários. 

“Estamos felizes por dizer que hoje, com o controle da pandemia, a gente pode fazer algumas atividades presenciais, mas nem todas, obedecendo a todas as normas de segurança estabelecidas pelos comitês científicos da UFRJ, com todas as medidas de segurança exigidas pelos órgãos de controle da pandemia”, disse a coordenadora de Esporte e Lazer do Sintufrj Noemi de Andrade.

A coordenadora pedagógica e professora Carla Nascimento explica: são oferecidas as modalidades de musculação e Pilates. Podem ser recebidos apenas três alunos em cada um dos horários disponíveis para evitar aglomeração: 8h, 9h e 10h e apenas às segundas-feiras e quartas-feiras ( (daqui a algumas semanas isto pode ser revisto de acordo com a situação da pandemia). Cada aula dura 40 minutos e são necessários 20 minutos entra cada uma para a higienização adequada.

Carla explica que não há agendamento de horário: é por ordem de chegada. Se no horário em que o aluno chegou, o grupo já está completo, pode se encaixar no seguinte.

Quais as regras

Para garantir a segurança, todos devem seguir algumas regras: é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação, assim como o uso de máscara durante a permanência no Espaço, aferição da temperatura na chegada, uso periódico de álcool gel nas mãos. 

Não será permitido deixar pertence pessoal no banheiro que, a princípio, será apenas para troca de roupa e uso do sanitário. Todos devem levar sua garrafa de água para uso do bebedouro. Os horários vão ser rigorosos para que possa ser feita a higienização após cada aula, e não será possível o aluno permanecer além do horário para que não haja aglomeração.

A reabertura não foi simples. Por causa de todo este tempo que passou fechado, as instalações física do Espaço teve que passar por alguma reforma, descupinização e reparo nos estragos da maresia em alguns aparelhos. “Mas a gente está trazendo novidades”, antecipa Carla, contando que até dezembro, o Espaço pode disponibilizar também o “Cross training”, (treinamento funcional que reúne exercícios aeróbicos e de força em pequenos circuitos), no espaço externo e uma sala para avaliação física.

Quem também comemorou

“Desde que entrei na UFRJ, sempre utilizei o Espaço Saúde. Me ajudou bastante. Eu tinha obesidade. Ali foi um trampolim, mas também houve a conscientização , alimentação e tudo mais. Esse retorno para mim, é uma festa. Porque por mais que seja feito com cautela neste primeiro momento, o que acho necessário, foi ótimo!”, disse Diego Vinícius da Silva Ribeiro, técnico-administrativo do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho.

De início, há cerca de uma década, quando começou a usar o espaço, percebeu que ia muito além de uma academia tradicional: “A visão é bem diferente, a gente se sente acolhido pelas pessoas, professores e funcionários, e mais à vontade que numa acadêmica tradicional”. Ele tem intenção de ir sempre, nos dois dias disponíveis, até que haja mais dias e horários: “Estou bastante feliz com o retorno. Tomara que continue assim e melhore”, concluiu.

“Achei ótimo. Estava ansioso, queria muito voltar. É uma parte da vida que gosto muito. Até tem academias perto (de casa), mas me sinto muito bem ali. Gosto muito do grupo todo e não sentia muita vontade de malhar em outro lugar. Estou muito satisfeito. Espero que volte lego a pleno vulto”, disse Weber Gabriel Zopellario, o Zope, designer gráfico da Coordenação de Comunicação da UFRJ.  Ele já participou de projeto do Espaço Saúde e terapias como auriculoterapia e massoterapia, pedras quentes. “Que volte logo plenamente e continue até o final dos tempos”, brincou.

Aulas virtuais continuam

“Que bom que estamos de volta no presencial”, comemora a coordenadora pedagógica Carla, destacando, no entanto, que as aulas on line não pararam. Continuam no mesmo horário na plataforma Zoom (aplicativo para reuniões on line): Segunda-feira, às 8h, circuito e às 8h30, Zumba. Terça-feira, às 8h, Pilates; às 17h, ginástica localizada. Quarta-feira, às 8h, alongamento;  às 17h, Ritmos e às 17h30, esticando as pernas. Quinta-feira, às 8h, yoga; às 17h, Pilates.

Mais Informações

Telefone: 96549-3033

E-mail: espacosaude@sintufrj.org.br

 

 

 

 

 

Nesta terça-feira (19) e na quarta-feira (20), servidores das três esferas e sindicalistas estarão em Brasília para  pressionar deputados a votar contra a PEC 32, que pode acabar com o serviço público no País

Publicado: 18 Outubro, 2021 – 14h44 | Última modificação: 18 Outubro, 2021 – 14h55 | Escrito por: Redação CUT

ANA LUIZA VACCARIN/MGIORA

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está retardando a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 32), da chamada reforma Administrativa, porque não tem os 308 votos necessários para aprovar a medida no Plenário da Casa.

Ruim para o povo, que pode perder o serviço público gratuito, e para os servidores, que podem perder direitos, a PEC 32 abre ainda a possibilidade de contratar milhares de pessoas terceirizadas que responderão a seus indicados, podendo, inclusive, normalizar o esquema das rachadinhas e aumentar a corrupção.

Indiferente a tudo isso, Lira, que é um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) no Congresso Nacional, está se esforçando para conseguir apoio dos parlamentares e até prometeu votar a PEC 32 depois do feriado de 12 de outubro.

O adiamento da votação da PEC é apenas uma estratégia de Lira para tentar desmobilizar a categoria, que tem obtido êxito na pressão junto aos parlamentares, avisando que “quem votar, não volta”, alerta o secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef), Pedro Armengol, se referinfo ao slogam usado pelos trabalhadores e trabalhadoras em referência as eleições do ano que vem.

Atentos às estratégias do presidente da Câmara, os servidores públicos municipais, estaduais e federais mantiveram as mobilizações contra a PEC 32 nos aeroportos, nas bases dos deputados e em Brasília, conscientizando a população sobre o perigo que a medida representa e alertando os deputados e deputadas sobre os riscos que correm de não se reelegerem porque traíram a classe trabalhadora e os direitos do povo.

E esta semana, nessa terça-feira (19) e na quarta-feira (20), profissionais da educação, da saúde e de outras áreas, além de estudantes e representantes de sindicatos municipais, estaduais e federais das categorias que formam o funcionalismo público, de federações, confederações e centras sindicais, como a CUT, estarão em Brasília para  pressionar parlamentares a votarem contra a reforma.

Veja a agenda de luta:

Terça-feira (19)

07h: Concentração no aeroporto de Brasília

14h: Concentração no Anexo II – Câmara dos Deputados

Quarta-feira (20)

14h: Concentração no Anexo II – Câmara dos Deputados

“Os servidores públicos estão lutando pelos interesses de toda a população que poderá, a partir da PEC 32, ficar sem escola pública, sem o SUS, sem as políticas públicas tão essenciais ao povo brasileiro”, afirmou o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e vice-presidente mundial da Internacional da Educação, Roberto Leão.

Saiba como pressionar os parlamentares contra a PEC 32

Todos podem pressionar os deputados, não importa a cidade onde estiverem.

Para isso foi criado o site Na Pressão, ferramenta que disponibiliza canais de comunicação com deputados e senadores. É fácil e rápido lutar contra essa e outras reformas que prejudicam o povo.

E você pode mandar seu recado contra a PEC 32 de qualquer lugar pelo WhatsApp, e-mail ou telefone.

Participe da luta e pressione os parlamentares para que votem NÃO à reforma Administrativa (PEC) nº 32.