“A CUT continua firme e forte e vai se modernizar para estar sempre presente na vida das trabalhadoras e dos trabalhadores deste país”, destacou o vice-presidente da Central, Vagner Freitas

Publicado: 24 Outubro, 2021. Escrito por: Érica Aragão

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

Após um dia cheio de debates e discussões, da apreciação, atualização e aprovação das moções e das emendas do Projeto Organizativo e do Plano de Luta, na tarde deste domingo (24), a Secretária-Geral e o vice-presidente da CUT, Carmen Foro e Vagner Freitas, respectivamente, em nome de toda direção, encerraram a 16º Plenária Nacional da CUT “Organização e Unidade para Lutar” convocando os mais de 950 delegados e delegadas para o 14º Congresso Nacional da entidade, que acontecerá em outubro de 2023.

Foram quatro dias de debates virtuais, com mais de 2/3 das delegadas e delegados participando ativamente, e junto  com observadores e convidados, foram quase mil conexões diárias construindo coletivamente o futuro da CUT e da organização dos trabalhadores e das trabalhadoras.  

“Conseguimos realizar debates tão profundos e aprovar resoluções muito significantes para o presente e para o futuro da classe trabalhadora que representamos e para a luta geral da sociedade, para reconstruir e transformar o Brasil e tomar impulso para as mudanças mundiais. O debate da CUT colabora muito com a sociedade”, disse Carmen.

O vice-presidente disse que o papel da CUT, durante a construção do 14º Congresso da CUT, será colocar o plano de lutas em ação e a agenda sindical em prática e para isso é muito importante fortalecer os sindicatos, porque não existe democracia sem sindicato. Ele também destacou a importância da CUT para a sociedade.  

“Bolsonaro quando foi eleito disse que ia acabar com o MST e com a CUT, mas a nossa central não só não acabou, mas como está mais forte. Ele é que está derretendo. As pesquisas mostram isso. A nossa Central segue forte, grande e vamos continuar representando a classe trabalhadora. Quem estará fora é este genocida”, afirmou Vagner, que complementou: “Se não tiver impeachment agora, faremos o julgamento de Bolsonaro nas urnas em 2022 elegendo Lula presidente”.

Dever cumprindo

Carmen Foro e Vagner Freitas agradeceram todas e todos delegados e reforçaram que a CUT só tem a magnitude e força que tem porque é feita de pessoas engajadas e dedicadas com o projeto de um futuro melhor e mais justo para a classe trabalhadora brasileira.

A secretária-geral disse que a missão – de planejar o futuro da CUT, atualizando plano de lutas e se modernizar para enfrentar o conjunto da classe trabalhadora – foi  cumprida e a mensagem foi dada aos parceiros de luta. A mensagem é de que somente juntos e juntas é possível transformar a sociedade.

“Não daremos trégua. Enquanto a democracia e a vida da classe trabalhadora estiverem em perigo, estaremos firmes nas ruas e em todos os lugares. Demos mais um passo em direção à necessária atualização de nosso projeto organizativo para nos fortalecer para os embates futuros, para enfrentar a ofensiva do capital e para conduzir as lutas da classe trabalhadora. Vamos derrotar Bolsonaro e transformar o Brasil”, destacou Carmen.

Paulo Freire, presente!

O debate deste último dia começou com homenagem ao educador Paulo Freire e ressaltando conceitos e ações do patrono da educação, que completaria 100 anos em 2021. Um vídeo com sua história foi apresentado com destaque para o verbo ‘esperançar’ e uma frase popular de Paulo Freire.

“É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”.

Luta antirracista e carta dos servidores

Revoltas Negras, Exclusão racista, Racismo Recreativo e Necropolítica foram os temas de quatro vídeos curtos para  lembrar das questões centrais que fazem perdurar o longo processo de desigualdade entre brancos e negros e que resultam no genocídio de pessoas negras, no encarceramento em massa, na pobreza e na violência contra as mulheres negras.

Uma carta assinada por cinco confederações de trabalhadores dos serviços públicos, chamada de “Aliança das Três Esferas”, também foi lida durante o evento. No documento os trabalhadores afirmam: “somente juntos vamos derrotar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 32, da reforma da Administrativa do governo Bolsonaro”, que prevê o fim do serviço e dos servidores públicos.

*Edição: Andre Accarini

 

 

 

A partir de amanhã a gasolina nas refinarias da estatal vai subir 7,04% e o diesel vai subir 9,15% – alta de 65,3% em 2021

Publicado: 25 Outubro, 2021 – Escrito por: Redação CUT

Imagem: REPRODUÇÃO

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (25) novos reajustes nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias. A partir desta terça-feira (26), a gasolina subirá 7,04% – alta acumulada de 73,4% este ano -, e o do diesel será reajustado em 9,15%, alta acumulada de 65,3% em 2021.

Com o novo reajuste da gasolina, anunciado 16 dias após a última alta de 7,2%, o preço médio do litro da gasolina nas distribuidoras passará de R$ 2,98 para R$ 3,19.

Já o litro do óleo diesel, reajustado pela última vez em 29 de setembro, passará de R$ 3,06 para R$ 3,34.

A estatal explicou que os aumentos refletem a elevação das cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio. Esses índices compõem a Política de Preço de Paridade Internacional (PPI), adotada pela Petrobras em 2016, no governo do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) e mantida pelo presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que completa cinco anos este mês.

Desde que a PPI foi adotada, toda vez que os preços do barril de petróleo e do dólar sobem, a estatal reajusta os preços dos combustíveis no Brasil, inclusive do gás de cozinha, que também subiu 7,2% este mês  elevando o preço do botijão de 13 quilos para até R$ 135.

Todos os brasileiros sofrem com mais este reajuste nos preços dos combustíveis, que contribuem ainda para a disparada da inflação, que passou de dois digitos em setembro, mas os acionistas comemoram os dividendo que vão embolsar.

Antes do reajuste de hoje, os caminhoneiros já haviam prometido entrar em greve a partir de 1º de novembro se, entre outras coisas, o governo não mudasse a política de preços. O novo aumento deve fortalecer a mobilização.  

Na semana passada, os caminhoneiros detonaram a bolsa diesel de R$ 400 reais anunciada por Bolsonaro como forma de compensar o aumento do diesel cujos preços subiram 37,5% até agosto deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do diesel nos postos brasileiros chegou na semana passada a R$ 4,983 por litro – o menor preço foi encontrado no Rio Grande do Sul, R$ 4,823; e o maior no ACre, R$ 6,208.

Para encher um tanque de 400 litros, pagará hoje, em média, R$ 1.929,20 no Rio Grande do Sul e R$ 2.483,20, no Acre.

O preço médio da gasolina no país chegou a R$ 6,361 por litro, mas em pelo menos  em oito estados, o combustível já é vendido por mais de R$ 7 por litro.

Em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ignorando que é preciso mudar a PPI da Petrobras para reduzir os preços, trabalhou para aprovar apressadamente uma lei que muda a cobrança do Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS) dos combustíveis, segundo ele e seu aliado Bolsonaro, o imposto estadual seria o responsavel pelos preços altos. A proposta está no Senado. Só que o imposto não sobe na maioria dos estados há muitos anos.

 

 

Desprezo pelos direitos humanos é a receita certa para o fracasso

FONTE: Folha de São Paulo, por Oscar Vilhena Vieira. 25/10/2021

FOTO: Natália de Sena

Acusado de deliberadamente “causar pandemia, mediante a propagação de germes patogênico”, além de diversos outros delitos, que resultaram na morte milhares de pessoas, Bolsonaro emerge da CPI como uma figura destituída de qualquer capacidade de expressar empatia pelo povo que governa. O sofrimento, a dor e mesmo as mortes não foram capazes de provocar no presidente, ainda que por mero cinismo, nenhum sinal de compaixão –”todo mundo morre um dia”; “e daí?”; menos ainda foram suficientes para induzi-lo a atos concretos voltados a mitigar a pandemia, concluiu o relatório.

A questão que se coloca é como chegamos até aqui? Como uma parcela substantiva do eleitorado, que certamente não é formada por uma maioria de pessoas destituídas de senso moral, foi capaz de se identificar com uma figura que passou a vida a repudiar e desprezar a dignidade e os direitos das pessoas? Como confiaram em alguém obcecado pela violência, pelas armas, pela destruição do meio ambiente e da cultura; um defensor intransigente de uma liberdade absoluta de discriminar, ofender e excluir mulheres, negros, indígenas e gays; um político empenhado por décadas em demonizar todos aqueles que se contrapõem às suas ideias, como ficou registrado na recente e infame imputação de pedofilia dirigida a ex-ministros de direitos humanos?

Certamente a ascensão de Bolsonaro é resultante de graves fatores de natureza política e econômica, que convulsionaram a vida dos brasileiros nos últimos anos, gerando muito ressentimento e desconfiança em relação a políticos tradicionais. A escolha de Bolsonaro, no entanto, só foi possível porque uma parcela significativa do eleitorado, que se apresenta como liberal ou democrata, aceitou se juntar a uma outra parcela minoritária do eleitorado, que jamais escondeu o seu repúdio à democracia e aos direitos humanos.

Isso indica um preocupante descompromisso de amplos setores de nossa sociedade com o imperativo político, jurídico e moral, inerente à gramática dos direitos humanos e da democracia liberal, de que todas as pessoas têm igual valor, devendo ser tratadas dignamente.

As desigualdades estruturais e persistentes, de natureza social, econômica e racial, certamente têm contribuído para que o respeito recíproco à dignidade, que deveria cimentar uma sociedade democrática, não tenha se consolidado entre nós. Nesse sentido, ainda que muitos não cheguem a dar de ombros à morte ou o sofrimento alheio –ou mesmo repudiem o comportamento tosco do presidente–, o fato é que assumiram o risco de instalar no poder e apoiar alguém que jamais escondeu seu desprezo por esses princípios civilizatórios. Os resultados estão aí.

Como salientaram os redatores da Declaração Universal de Direitos Humanos, de 1948, “o desprezo e o desrespeito aos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade”. Assim como as vacinas, os direitos humanos constituem um instrumento imprescindível para evitar catástrofes que com frequência ameaçam a vida e o bem-estar das pessoas, no dizer do grande jurista argentino Carlos Santigo Nino. Quando são negligenciados, estamos automaticamente fomentando desastres, como o vivenciado pela sociedade brasileira neste período.

O desastre pandêmico, devidamente registrado pela CPI, não é, portanto, apenas um inelutável infortúnio sanitário, mas o resultado necessário de uma escolha política inconsequente, pautada por um profundo desprezo à dignidade humana.

 

 

FONTE: Por Eduardo Silva, de ECOA. Em 24/10/2021/Geledés

O arte-educador Ivamar dos Santos, conhecido como Mestre Ivamar, no documentário “Sinfonias Negras” (Foto: UOL)

Unido pelos quilombos do Amapá, no Norte do Brasil, e pela periferia da zona leste de São Paulo, na capital paulista, o pesquisador e arte-educador Mestre Ivamar dos Santos, 63, conta sua história de vida e trajetória dentro do movimento negro, sempre acompanhado pelo toque de tambores.

O título de mestre foi adotado carinhosamente para representar uma pessoa mais velha que repassa aprendizados e experiências acumuladas de tempos em tempos – a cada dez anos, segundo ele. “O ‘mestre’ nasce das minhas contações de histórias. São histórias dos quilombos e da minha trajetória na África”, comenta.

Nascido na Penha, bairro da zona leste paulistana, Ivamar vem de uma família de ativistas e é atuante no movimento negro desde os anos 1970. Na década seguinte, morou em Angola durante quatro anos e participou da Conferência de Durban, na África do Sul, promovida pela Organização das Nações Unidas contra o racismo e a xenofobia.

Já de volta ao Brasil, passou a trabalhar com quilombos pelo país e se mudou para a cidade de Macapá, onde viveu por mais 20 anos. Desde então, o trabalho de ensino da história da África, da música e da cultura dos quilombos e marajás do Amapá faz parte de sua vida.

“A ancestralidade e a musicalidade são questões muito fortes. Ter a aproximação com o toque do tambor e o conhecimento do que a musicalidade negra representa para mim fez com que eu me incorporasse e me entendesse politicamente”, relata Ivamar.

A musicalidade que atravessa gerações é o tema do documentário “Sinfonias Negras”, que estreou na terça-feira (19) no UOL e tem Mestre Ivamar como protagonista, ao lado da cantora MC Dricka, 23, conhecida como a “rainha dos fluxos”. O encontro entre a jovem e o mais velho é conectado pela ancestralidade do tambor.

“A música é um instrumento de mudança dentro da gente. E nada mais importante do que discutir a musicalidade na ancestralidade e comparar com o contemporâneo periférico de hoje. É algo que me arrepia só de pensar”, diz Ivamar.

Os dois artistas discorrem sobre a importância dos tambores, tanto para os quilombos quanto para os beats do funk, para o samba, o reggae e o hip hop. Também participam do documentário a multi-instrumentista Bia Ferreira e o compositor Russo Passapusso, do BaianaSystem.

Símbolo de resistência e ancestralidade

Apaixonado pela Amazônia negra, Mestre Ivamar criou, em 2016, o coletivo Amazonizando – que atualmente conta com cerca de 60 integrantes, envolvidos direta ou indiretamente. O grupo realiza trabalhos sobre música, ancestralidade e empreendedorismo negro, tanto no Amapá quanto em São Paulo. Todos gratuitos e voltados para todas as idades.

“O Amazonizando busca lembrar que o empreendedorismo afro existe há muito tempo dentro dos quilombos, então fortalecemos isso ao ensinar sobre a dança e o toque, a construção e a história dos tambores”, explica. “Também é uma forma de garantir toda a tradição que o marabaixo [manifestação cultural afroamapaense] traz”.

Para ele, o toque do tambor representa, historicamente, a resistência de povos negros e a religiosidade de matriz africana. Assim sendo, é importante respeitar essa história dentro da musicalidade. “Então é de onde vem esse tambor, o que representa, para mim, estar dentro do bojo e o respeito que eu tenho com esse instrumento”, conta.

“Quando converso com a MC Dricka, percebo nela uma sede de saber. Ela quer aprender, quer conhecer, quer estar próxima e fazer parte da história. Ao mesmo tempo, vejo uma juventude nas periferias com um acesso [tecnológico] que não imaginávamos ter antes”, diz Mestre Ivamar.

“A musicalidade contemporânea periférica é uma mudança na cultura negra, acompanhada com todas as mudanças sociais que estão acontecendo no momento. E senti que a MC Dricka e a Bia Ferreira [cantora que faz participação especial no documentário] têm essa sede de buscar informações e se apropriar desse conhecimento para poder repassá-lo”, finaliza.

A produção do documentário “Sinfonias Negras” é idealizada e realizada pela A Visionária Lab, em parceria com Ecoa e MOV.

 

 

 

 

O Serviço de Radioterapia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) promove na terça-feira, 26, das 9h às 16h, evento para as pacientes que fazem tratamento de radioterapia na unidade. Palestras esclarecedoras, música e sorteios constam da programação.

É o segundo ano do evento, que integra o Projeto Humanização do Serviço de Radioterapia. O objetivo é orientar as pacientes para a prevenção do câncer de mama. Dele participarão também as pacientes do Serviço de Oncologia, as que já fazem tratamento e as que vieram pela primeira vez à consulta e descobriram a doença.

“Nossa motivação é fazer com que a paciente se sinta abraçada por nós em um momento tão difícil pelo qual está passando. Nem todas têm o apoio dos familiares. Então, quando percebemos que isso está acontecendo, as abraçamos no sentido da palavra e passamos o dia com elas. O Projeto Humanização é formado por uma equipe multiprofissional. Temos enfermeiras, técnica de enfermagem, técnico-administrativo e contamos com o apoio de psicólogo e assistente social”, explica a coordenadora do evento, a assistente em administração Cláudia da Silva Ramalho.

Doações – O Serviço de Radioterapia solicita a colaboração de todos que possam doar 1 quilo de alimento não perecível para a montagem da cesta básica para as pacientes da unidade. Com a pandemia, o desemprego atingiu muitas famílias, e isso dificulta o tratamento dessas mulheres. As doações dos servidores devem ser entregues no setor, no subsolo do HUCFF, próximo à Tomografia. Quem não puder entregar pode ligar para a Radioterapia no telefone 3938-2140 que o serviço providenciará a retirada.

Programação

A abertura do evento, às 9h, será feita pelo chefe do Serviço de Radioterapia, Paulo Cesar Canary. Ele e os demais palestrantes falarão justamente da importância da prevenção do câncer de mama, o autoexame e a necessidade da persistência no tratamento quando diagnosticada a doença. Logo depois da abertura haverá homenagem as pacientes que terminaram o tratamento.

9h – Abertura do Evento – Paulo Cesar Canary

9h30 – Homenagem as pacientes que terminaram o tratamento

10h – Participação musical

10h30 – Palestra enfermeira Claudia (Oncologia)

11h – Participação Musical

11h30 – Palestra Dr Jackes Bussines (Oncologista)

12h – Participação Social /Sorteio

Tarde 

13h30- Atração Musical

14h – Palestra Dra Marcia Cristina Coutinho (Radioterapeuta)

14h30 – Sorteios

15h – Palestra Janete Duarte Bastos (Serviço Social) / Dra Layze Macedo (Psicologia)

15h30 – Sorteios

16h – Encerramento

 

CLÁUDIA RAMALHO, coordenadora do evento, e integrante da equipe
EQUIPE da Enfermagem da Radioterapia na primeira edição do Outubro Rosa, em 2020
RAFAELA CASTRO, Vanessa Pinheiro e Virgínia Paz – profissionais da Radioterapia

 

“É um enorme desafio conduzir a política de ações afirmativas nas universidades federais”, declarou a pró-reitora de Graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Alexandra Anastácio, no terceiro dia do seminário “10 anos de Políticas de Cotas – Experiências das Comissões de Heteroidentificação nas Universidades”, na quarta-feira, 20. 

O debate desse dia foi mediado pela integrante da Comissão de Heteroidentificação da UFRJ Mônica Gomes e encontra-se à disposição dos interessados no seguinte endereço no Youtube: https://youtu.be/rAzBXarnEws

Experiência exitosa 

Na avaliação de Alexandra, houve uma significativa evolução da existência de comissões de heteroidentificação nas universidades federais. De 19% em 2017, passou para 85% em 2020, e o avanço se deu em maior escala na região Sudeste, com a totalidade das federais tendo comissões de heteroidentificação. 

Na UFF, informou, mais de 2.500 estudantes que optaram por uma das modalidades de ação afirmativa para ingresso nos cursos de graduação passaram pelas comissões de verificação. A universidade é uma das pioneiras no Brasil a institucionalizar, dar transparência e definir critérios objetivos para a aplicação das políticas de cotas.   

O processo teve início a partir da primeira edição do SiSu, em 2017, com a Comissão de Aferição de Autodeclaração de Cor/Etnia – a Comissão de Heteroidentificação. Foi por meio da Assessoria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (AFiDE) que começou, já em 2017, a se articular a implantação das ações afirmativas junto com o trabalho da comissão de heteroidentificação. Em 2020, a AFiDE foi ampliada, adquirindo caráter permanente para pensar, elaborar, propor e contribuir em todos os processos de ações afirmativas dentro da universidade. 

“A UFF errou e acertou nesse processo, mas precisamos ainda melhorar muito. Precisamos lutar pela política de ações afirmativas que vai do ingresso dos estudantes não só negros. E o desafio é o acompanhamento dessas pessoas até a sua formação”, finalizou Alexandra Anastácio.

UFRB 

Desde a sua criação, em 2005, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) já adotava reserva de vagas para cotistas. Foi também a primeira universidade do país a ter uma Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e a aplicar integralmente a Lei das Cotas em seu primeiro processo seletivo após a nova regulamentação. É a única instituição de ensino superior no estado que possui um comitê em funcionamento desde 2017.

O Comitê de Acompanhamento de Políticas Afirmativas e Acesso à Reserva de Cotas (Coparc) da UFRB se tornou referência no país no processo de verificação presencial das condições de ingresso de candidatos cotistas aos cursos de graduação. Atualmente o comitê passa por uma reestruturação geral.

Segundo o pró-reitor de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis, Carlos Alberto Santos de Paulo, essa pró-reitoria nasceu do apelo político institucional com o objetivo de consolidar o viés da política de ações afirmativas. Ele informa que 81% da população de estudantes da UFRB é negra. E a política de ações afirmativas está no DNA da universidade. 

“É notório que a Bahia tem um contingente populacional majoritariamente negro, e no recôncavo da Bahia, onde nasce toda a gênese do elemento populacional negro, nasce também a Universidade Federal do Recôncavo. A nossa universidade tem um elemento diferencial, porque temos a nossa estrutura de ensino, pesquisa, extensão e ações afirmativas. Costumo dizer que as ações afirmativas são ensino e pesquisa, o DNA dessa universidade.”

Unifal 

A Universidade Federal de Alfenas (Unifal) instituiu no primeiro semestre de 2018 as Comissões de Aferição de Veracidade de Autodeclaração de Negros(as) (Cavane), com competência deliberativa para deferimento ou indeferimento da autodeclaração de candidatos a reserva de vagas para negros e indígenas, no acesso ao ensino superior. 

Júlio Cesar Barbosa, integrante da Cavane e diretor de Processo Seletivo, fez um histórico de todo o processo de implantação da política de cotas com a criação da Cavane, explicando a estrutura da comissão e o seu funcionamento.  

O critério adotado pela Unifal, conforme resolução do Conselho Universitário para deferimento da autodeclaração do candidato, é, exclusivamente, o fenótipo negro (características físicas) como base para análise e validação, excluídas as considerações sobre a ascendência, através de entrevistas. A pandemia inaugurou na universidade a modalidade da heteroidentificação virtual.

Em relação às supostas fraudes no ingresso de discentes pela Lei de Cotas em períodos anteriores à instituição da Comissão de Heteroidentificação, a universidade criou em 2019 a Comissão Especial para a Análise e Julgamento (Ceaj) para apuração das denúncias. Cerca de 100 processos administrativos foram instaurados para apurar denúncias sobre supostas fraudes de estudantes da Unifal no sistema de cotas, os quais estão submetidos à Comissão de Heteroidentificação.

Júlio listou os avanços e inovações na implantação das ações afirmativas na universidade. Ele destacou a institucionalização das comissões e a organização dos critérios: “Foi importante a institucionalização para a segurança jurídica, a padronização de procedimentos e previsibilidade das normas de acesso e aferição. Houve as especificações de critérios, orientações e ações de capacitação com ofertas de cursos. E a ampliação da comissão com integrantes de diferentes unidades acadêmicas e setores da comunidade acadêmica com representação dos segmentos”.

Um grande passo na Unifal, segundo Júlio, foi a criação do Núcleo de Estudos Afrodescendentes e Indígenas. Entre os avanços, ele citou também a informatização do sistema de chamadas pela heteroidentificação, bem como a publicação dos resultados e recebimento de recursos on-line. “No começo era tudo em papel, difícil de organizar”. E a realização de filmagens das entrevistas e pagamento como forma de incentivo à adesão e a participação nas comissões.

 

 

 

O Comitê UFRJ da Campanha Fora Bolsonaro se reuniu na sexta-feira, 22, para fazer um balanço do ato do dia 2 de outubro e avaliar os rumos e as perspectivas.

No conjunto das falas, o diagnóstico que a mobilização pelo impeachment, embora tenha reunido parcelas expressivas da população e acumulado forças desde maio, ainda não ganhou contornos de luta de massa, mesmo com o aumento da rejeição ao governo. Na avaliação dos presentes, é preciso reforçar uma dinâmica de atos nos territórios, ações de solidariedade aos mais necessitados, agitação virtual e presencial para reforçar a luta pelo impeachment como um aglutinador das diversas lutas em curso.

O Comitê definiu um calendário político para os próximos dias. O ato contra a PEC 32, no dia 28 de outubro, faz parte do calendário nacional da campanha e é o momento de mobilização mais importante da semana. O Comitê também marcou reunião conjunta das comissões de comunicação e mobilização para pensar novas atividades e incrementar a dinâmica de funcionamento, ampliando a participação nas plenárias e atos e contribuindo para fortalecer a campanha nacional.

Calendário do Comitê UFRJ Fora Bolsonaro:

23/10 – Fora Bolsonaro nas periferias (viaduto de Madureira, 10h)

26/10 – Dia Nacional em Defesa da Ciência (atividade na Fiocruz – 9h30 na entrada da Av. Brasil, faixato e panfletagem nas passarelas; 19h Projetaço na fachada da Escola de Música da UFRJ, na Lapa)

Reunião conjunta das comissões de comunicação e mobilização do Comitê (virtual, às 17h)

28/10 – Dia Nacional de Luta Contra a PEC-32 e pelo Fora Bolsonaro (Candelária, 16h)

 

 

 

 

Na audiência pública na Assembleia Legislativa do estado do Rio (Alerj), o Sintufrj reivindicou que a Reitoria da UFRJ retire da pauta a discussão sobre a adesão à Ebserh e denuncie à sociedade a situação de precariedade em que se encontram os hospitais da universidade que precisam continuar funcionando com excelência 

“Hospitais universitários da UFRJ versus Ebserh” foi o tema da audiência pública promovida pelas comissões de Educação e de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro (Alerj) nesta quinta-feira, 21. 

Participaram parlamentares, Sintufrj, Andes-SN, DCE Mário Prata/UFRJ, Movimento Barrar a Ebserh na UFRJ e dirigentes das unidades hospitalares da UFRJ. Nas mais de três horas de debates prevaleceram os argumentos sobre as consequências nefastas que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) como gestora dos HUs na universidade, acarretaria para o atendimento à população pelo SUS, para a formação de novos profissionais na área da saúde e para a pesquisa.  

A audiência foi transmitido pelo Facebook do deputado Flávio Serafini (PSOL) e pelo Youtube do deputado Waldeck Carneiro (PT), propositores do evento, pela TV Alerj e reproduzido em canais de diversas entidades, como na página do Facebook do Sintufrj (https://www.facebook.com/SintufrjOficial/videos/266483265255029). 

Posicionamento do Sintufrj 

“O Sindicato reivindica que a UFRJ retire de pauta essa discussão e que a gente faça, sim, como há alguns meses, quando o governo suspendeu os recursos da universidade e a Reitoria foi para os jornais alertando sobre o perigo de a universidade fechar suas portas por falta de dinheiro. Cabe (agora) à administração da UFRJ ir à imprensa dizer que seus hospitais vão perder recursos, mesmo com toda excelência que têm e com o que representam para a sociedade”, disse a coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Miceli.  

A dirigente sindical chamou a atenção para o fato de que em muitas das universidades a adesão à Ebserh ocorreu a portas fechadas, portanto, uma decisão imposta, antidemocrática, e os prejudicados foram os servidores e os estudantes. “É importante sempre registrar que o Sintufrj e a Fasubra se posicionaram desde logo contra a Ebserh, porque a Educação e a Saúde não são mercadorias”, afirmou.  

Segundo Gerly, o Sintufrj tem mostrado nas discussões sobre o tema que, com a Ebserh, há a possibilidade de as unidades de saúde da universidade serem privatizadas ou se resumirem a unidades assistenciais submissas a metas de produtividade e não mais a hospitais-escolas, que desenvolvem pesquisa, ensino e extensão.

 “A Ebserh não traz dinheiro novo; não tem orçamento melhor (para os HUs) para o ano que vem. E o orçamento da universidade também está estrangulado, porque o atual governo é inimigo da educação, dos servidores e do serviço público, não reconhece os direitos do cidadão”, frisou Gerly. 

Contradição 

Enquanto dirigentes sindicais, docentes e técnico-administrativos da Universidade Federal do Maranhão e da Universidade Federal Fluminense, cujos hospitais são gestados pela Ebserh, mostravam os enormes danos causados às unidades, à população, aos servidores e aos estudantes pela Ebserh, o coordenador do Complexo Hospitalar da UFRJ, Leôncio Feitosa, e os diretores de duas unidades de saúde da universidade, Marcos Freire, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, e Cesar Andraus, do Instituto de Neurologia Deolindo Couto, se revezaram em argumentos na tentativa de convencer que a entrada da empresa na instituição não significava a privatização dos HUs, que se encontravam em situação grave, tanto pela falta de recursos humanos quanto financeiro.  

Todos contra a Ebserh

Flavio Serafini (PSol) apontou que o estrangulamento econômico (dos HUs) é uma forma de chantagem para que se sucumba a esta forma de privatização (os HUs serem geridos por uma empresa), que não tem se traduzido em melhora para os indicadores de saúde, como o aumento de leitos e de profissionais. Apenas  atende a pressão por lucratividade do serviço público. O deputado lembrou também que o momento da pandemia não favorece esse tipo de debate, que deve envolver o maior número de pessoas. Concluindo com a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). 

“Como entregar nossos hospitais a um governo inescrupuloso, descompromissado e negacionista, que coloca a saúde da população em risco?” questionou Marinalva Oliveira, do Movimento Barrar a Ebserh na UFRJ, reiterando a importância de suspender o debate sobre a adesão da universidade a empresa.

A representante do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, Fatima Siliansky, apresentou dados que comprovando que a Ebserh é prejudicial aos trabalhadores e estudantes das universidades, como também para a pesquisa científica. 

O deputado federal Glauber Braga (Psol) disse que o desejo do governo Bolsonaro é “pôr granada no bolso dos servidores ou de quem defende o que é público” para alertar à comunidade universitária da UFRJ que é temerário decidir sobre a Ebserh neste momento. 

Avaliação 

Para a coordenadora-geral do Sintufrj Gerly Miceli, os argumentos dos dirigentes dos hospitais (como de falta de recursos e de pessoal, que aderir a Ebserh não é privatização, apenas um debate para apresentação de uma proposta de contrato) não condizem com a realidade. Conforme foi mostrado pelas universidades, cujos hospitais são dirigidos pela Ebserh. 

 

 

 

Sindicalistas de todo o pais participam da 16º Plenária Nacional da CUT com o objetivo de construir um novo plano de lutas para enfrentar a precarização e defender direitos dos trabalhadores

Publicado: 21 Outubro, 2021 – 18h15 | Última modificação: 21 Outubro, 2021 – 20h00 | Escrito por: Érica Aragão

 

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

A nova realidade das relações trabalho foi destaque nesta quinta-feira (21) durante os primeiros debates da 16ª Plenária Nacional da CUT, evento que tem por objetivo reorganizar a atuação da central no próximo período e reúne mais de 950 delegados e delegadas sindicais de todo o país.

“Há um novo cenário no mundo do trabalho no pós-pandemia e com o avanço das tecnologias. O trabalho home office, a precarização do trabalho, o ataque aos serviços e servidores públicos e o avanço de um governo de morte e mentiroso só prova o quanto os sindicatos são importantes neste momento”. A afirmação foi feita pelo secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo de Camargo, em nome de toda direção da CUT, na apresentação do Texto Base da Conjuntura.

De acordo com o dirigente, para enfrentar os ataques e garantir os direitos da classe trabalhadora e o bem-estar social, é necessário construir um novo modelo organizativo sindical que fortaleça as entidades que representam os trabalhadores.

Para isso, ele destaca a parceria e unidade com movimentos sociais, representados pelas frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e com a Campanha Fora Bolsonaro.

Ariovaldo ainda apontou para a necessidade de construir uma nova relação com as bases, trazendo os trabalhadores para os sindicatos, garantindo sua adesão já nos acordos coletivos. “Nossa tarefa neste encontro é pensar este novo modelo organizativo, mas não dá para usar os mesmos métodos do século passado”, disse Ari.

 

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)Roberto Parizotti (Sapão)
da esquerda para direita: Vagner Freitas, Carmen Foro e Ariovaldo de Camargo

Abertura dos trabalhos

A abertura desta primeira etapa da plenária, intitulada “Organização e Unidade para Lutar: João Felício e Kjeld Jakobsen” contou com a participação de duas importantes lideranças na conferência “Os desafios da classe trabalhadora na atual conjuntura e perspectivas futuras”. A ex-presidente Dilma Rousseff falou sobre os efeitos do golpe contra seu governo e como isso se refletiu em ataques aos trabalhadores e o ex-ministro de Relações Exteriores e da Defesa do governo Lula, Celso Amorim falou o principal desafio da classe trabalhadora – vencer a precarização.

A plenária homenageia dois dirigentes históricos da entidade. João Felício e Kjeld Jakobsen, são dois companheiros que presidiram a Central e nos deixaram no ano passado. A trajetória de ambos foi mostrada na abertura do evento, na noite da quarta-feira e, nesta quinta, nas vozes de Vagner Freitas, vice-presidente da CUT e Carmen Foro, Secretária-Geral da Central, foram lidas duas cartas emocionadas das ex-companheiras de Felício e Kjeld em homenagem a eles e em agradecimento à CUT

Kjeld Jakobsen morreu em dezembro de 2020, aos 65 anos, depois de longa batalha contra um câncer no pâncreas. Kjeld era especialista em relações internacionais, doutor na área pela Universidade de São Paulo e atuava como consultor. Dinamarquês radicado no Brasil desde os 9 anos, ele cresceu em Holambra, interior de São Paulo, e tornou-se um dos mais respeitados dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que ajudou a organizar e a construir nacionalmente. Presidiu a central entre maio e agosto de 2000.

João Antônio Felício, que faleceu vítima de um câncer, foi presidente da CUT por duas vezes, entre os anos de 2000 e 2003, professor de Educação Artística e História da Arte na rede oficial de ensino do Estado de São Paulo, desde 1973 até se aposentar. Em 1980, foi eleito para o Conselho de Representantes da APEOESP, pela Região Norte da cidade de São Paulo e foi presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI).

Nesta sexta-feira, a CUT debaterá a estratégia sindical com a participação de Rafael Freire, Presidente da Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), Rafael Freire.

Confira a agenda:

Dia 22/10 – Estratégia

-Painel com Rafael Freire (CSA) e Carmen Foro, com apresentação do texto-base

-Grupos de Trabalho para aprofundar debate sobre 3 Eixos e apresentação das Emendas

-Plenário para votação das Emendas

-Apresentação de Pesquisa sobre Trabalhadores em aplicativos

Dia 23/10 – Estratégia – Projeto Organizativo

– Pronunciamento do presidente da CUT, Sergio Nobre, e grupos de trabalho para aprofundar o debate, com apresentação das emendas.

Dia 24/10 – Apreciação das Emendas do Eixo 4

-Plano de Lutas, Moções e Encerramento

 

*Edição: André Accarini