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Em mais uma etapa de seu esforço para envolver a comunidade universitária na discussão sobre a proposta de adesão da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o Sintufrj reuniu três debatedores e uma coordenadora-geral da entidade numa live na manhã/tarde desta quarta-feira 13 para responder à seguinte provocação: ‘Ebserh é alternativa?’.

Eloiz Cristino, técnico-administrativo em educação da UFSM; Nelson Souza e Silva, professor emérito da Faculdade de Medicina; e Camilla Vaccariello, estudante de Biomedicina e diretora da pasta de Saúde do DCE Mário Prata, foram os convidados do Sindicato.

A coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Miceli, reafirmando a posição da entidade contrária à transferência da gestão da rede de hospitais da UFRJ à empresa, abriu o programa.

A proposta de adesão à Ebserh já chegou à Comissão de Desenvolvimento do Conselho Universitário (Consuni). Da apreciação sairá um relatório (ou mais de um) que será encaminhado aos conselheiros em sessão plenária do órgão colegiado. 

O relato detalhado sobre a live ‘Ebserh é alternativa?’ será publicado num encarte especial que o Sindicato está preparando sobre o assunto.

A íntegra está disponível no perfil do Sindicato no Facebook ou no canal da entidade no Youtube.

 

 

 

Inflação e desemprego levam brasileiros à fome e às favelas e empresariado aumenta até os preços de pés e pescoço de galinha. Enquanto isso, Bolsonaro gasta dinheiro público passeando

Publicado: 13 Outubro, 2021. Escrito por: Redação CUT

ANA LUIZA VACCARIN/MGIORA

No país da inflação em disparada, altas taxas de desemprego, de informalidade e recorde de inadimplência, sem que o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) tenha apresentado uma proposta sequer de geração de emprego e proteção aos mais pobres, o número de favelas mais que dobra em nove anos, chega a 13.151, e a fome atinge quase 20 milhões de brasileiros.   

A insegurança alimentar (fome) começou a ser mais notada a partir da alta dos preços dos alimentos quando muitos deixaram de comer até arroz e feijão.

Mas, a tragédia brasileira ficou mais escancarada com a alta acumulada no preço da carne bovina (36%), do frango (40,4%) e dos ovos (20%), entre agosto de 2020 e 2021, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os brasileiros mais pobres, que haviam trocado as carnes de segunda e terceira por frango, depois por ovos, passaram a comprar pés e pesçoco de galinha, que também tiveram alta nos preços. Para muitos, a única saída foi ir atrás de restos como ossos de carne bovina e carcaça de peixe, que eram doados, mas como o aumento da demanda, alguns açougues e supermercados começaram a cobrar até o que antes davam para os cachorros.

A volta da fome

O Brasil, que havia deixado de constar no chamado Mapa da Fome em 2014, voltou ao mapa em 2020, depois que as políticas de distribuição de renda criadas e implementadas pelos ex-presidentes do PT, Lula e Dilma Rousseff, foram reduzidas ou extintas pelo ilegítimo Michel Tmer (MDB) e pelo governo Bolsonaro.

Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), baseado em dados de 2001 a 2017, políticas como o programa Bolsa Família reduziram a pobreza em 15% e a extrema pobreza em 25%.

20 milhões de pessoas com fome

Hoje, o Brasil tem quase 20 milhões de pessoas passando fome 24 horas ou mais em alguns dias e  24,5 milhões que não sabem como vão se alimentar no dia a dia, de acordo com levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

A situação é mais grave ainda nas regiões Norte, onde a onde a insegurança aliemntar grave (fome) afeta 18% dos domicílios, e Nordeste, onde a fome chega a afetar 14%. A média nacional é de 9%.

De acordo com a pesquisa, publicada nesta quarta-feira (13) pelo jornal Folha de S. Paulo, outros 74 milhões de brasileiros vivem inseguros sobre se vão acabar passando por isso.

Número de favelas mais que dobra

Sem dinheiro nem para comer, milhares de trabalhadores e trabalhadoras não conseguiram pagar aluguel e foram para favelas.

Entre 2010 a 2019, o total de “aglomerados subnormais” (favelas, palafitas etc.) saltou de 6.329 em 323 municípios para 13.151 em 734 cidades, segundo o IBGE.

Pés e pescoço de galinha

Levantamento do G1 mostra que, em São Paulo, estado mais rico do país, nos últimos 12 meses o preço do pescoço de frango subiu 15,79%, segundo a consultoria Safras e Mercados.

A carcaça temperada de frango subiu 45%, o dorso, 60%. Entre os suínos, a maior alta foi no espinhaço (23,91%), que é a “coluna” do porco, e na orelha (20%).

Ainda de acordo com a reportagem, a Rede Mais Açougues, com unidades em 10 estados, informou que as ‘carnes de ossos’ ficaram 100% mais caras entre o início da pandemia e agora.

O dono da rede diz que a venda de carnes de primeira, como a maminha, teve uma queda de 22%.

Por que o preço da carne subiu tanto?

Essa é a pergunta que muitos se fazem já que o  Brasil é um dos maiores produtores de carne.

A explicação é que a carne é uma commoditie, assim como o milho ou a seja, cujos preços são negociados em dólar. Com a alta da moeda americana, as commodities ficam mais caras e os produtores exportam em maior quantidade. A oferta interna da carne cai e os preços ficam cada vez menos acessíveis para a maioria das pessoas.

O que é comoddities?

São produtos de origem agropecuária ou de extração mineral, em estado bruto ou pequeno grau de industrialização, produzidos em larga escala e destinados ao comércio externo.

As principais commodities do Brasil são a soja, a cana-de-açúcar, o café, o minério de ferro, a carne bovina, o cacau e o alumínio.

 

 

 

Segundo especialistas, para atingir a imunidade de rebanho, a vacinação em massa, é preciso atingir entre 70% e 80% da população com o esquema vacinal completo

Publicado: 13 Outubro, 2021. Escrito por: Redação CUT

Foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

O Brasil ultrapassou a barreira de 100 milhões de pessoas completamente vacinadas contra a Covid-19, com as duas doses da AstraZeneca, CoronaVac ou Pfizzer ou a dose única da Jansen.

Nesta terça-feira (12), cerca de 100.322.894 pessoas tomaram a segunda dose do imunizante ou a dose única, o equivalente a 47% da população brasileira, e mais de 70% tomaram ao menos uma dose da vacina contra a Covid-19.

Mesmo que os números sejam otimistas, ainda falta muito para atingir a chamada imunidade de rebanho. Segundo especialistas, a imunidade de rebanho deve ser considerada quando a vacinação em massa chega a percentuais entre 70% e 80% da população com o esquema vacinal completo. Mesmo que esteja um pouco longe, existem alguns outros problemas relacionados à imunidade de rebanho, como as variantes e, por mais que as vacinas disponíveis mostrem efetividade contra elas, nenhum imunizante é completamente eficaz.

No total, 253.559.287 doses já foram aplicadas no país. Dessas, 3.326.505 correspondem à 3ª dose, que já está sendo aplicada em idosos em todos os estados.

São Paulo é o estado com o ritmo mais avançado de vacinação. Mais de 82,1% da população foi vacinada com a 1ª dose ou dose única.

Pará e Roraima têm os ritmos mais lentos: 52,7% dos habitantes receberam o imunizante.

São Paulo também é o estado com a maior proporção da população totalmente vacinada (61,1%).

O Amapá tem o menor percentual de totalmente vacinados (25,5%).

Mortes de idosos

O avanço da vacinação fez o total de mortes de despencar entre pessoas adultas e jovens nos últimos meses, no entanto, o percentual de mortes de idosos a partir de 70 anos voltou a ser maioria dos óbitos pela doença.

Em setembro, segundo dados UOL, 56,9% das mortes causadas pela Covid-19 foram de pessoas com 70 anos ou mais, média similar àquela antes da imunização.

O aumento no percentual de morte de idosos já era esperado por especialistas como um efeito prático da vacinação avançando em faixas etárias menores, que agora vem reduzindo o número de mortes em todas as idades.

Um dos pontos que explica esse percentual em alta é que, se eles foram os primeiros a serem vacinados, também são os que vão perder a “força” dos anticorpos primeiro, o que justifica a adoção da dose de reforço.

Em junho, quando apenas eles estavam com ciclo vacinal completo no país, idosos com mais de 70 ou mais representaram apenas 29% do total de óbitos.

Para a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, quanto mais os jovens se vacinarem, mais idosos devem ser salvos da Covid-19.

“A vacinação dos jovens ajuda a diminuir a circulação do vírus. Nenhuma vacina é 100%, por isso a gente fala de proteção coletiva. Com a maioria vacinada, as pessoas imunizadas vão proteger aquelas que não ficaram protegidas”, disse ao UOL.

Para ela, parte das mortes dos idosos pode ser explicada porque há um número de pessoas que não tomaram ou deixaram de receber a segunda dose da vacina.

Dados da pandemia

O Brasil registrou mais 185 mortes e 7.359 novos casos de Covid-19 em 24 horas, segundo dados publicados nesta terça-feira (12) pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

É o segundo menor número diário de óbitos em 2021, atrás das 182 mortes pela doença registradas em 24 horas divulgadas último domingo (10), e em 6 de setembro.

Já a média móvel de óbitos ficou em 367, apresentando redução em comparação com a última terça-feira (5), que registrou 483 vítimas na média de 7 dias. Ao todo, o país acumula 601.398 mortes pela doença e 21.590.097 pessoas infectadas.

Menor número de internados

O estado de São Paulo registrou, no fim de semana, 4,23 mil pessoas internadas por Covid-19, segundo boletim diário divulgado pelo governo.

De acordo com o balanço, o número é o menor desde 5 de abril de 2020, ou seja, o menor dos últimos 18 meses. O indicador também ficou sete vezes menor que o reportado no pico da segunda onda da pandemia, que ultrapassou 31 mil pacientes com a doença.

Do total de hospitalizados, 2.045 estavam ontem em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 2.185 em enfermaria. A taxa de ocupação de leitos de UTI era de 38,7% na região da Grande São Paulo e 31,2% no estado.

 

 

 

 

 

 

Na manhã da próxima quarta-feira, 13, temos um encontro marcado às 11h para debater a proposta de adesão da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Os convidados são o técnico-administrativo em educação da UFSM, Eloiz Cristino, o professor emérito, da Faculdade de Medicina, Nelson Souza e Silva, e a coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Miceli. COMPARTILHE:

 

 

 

Uso de lenha já ocupa o 2º lugar entre as principais fontes de energia nas casas dos brasileiros, com 26,1% de participação contra 24,4% do GLP

Publicado: 11 Outubro, 2021 – 13h20 | Última modificação: 11 Outubro, 2021 – 13h46 | Escrito por: Marize Muniz

SITE DO PT

 

 

 

 

 

 

Cena lamentável, triste e revoltante é resultado da política econômica de Bolsonaro e Guedes, pensada para atender ao mercado. Vice-presidente da CUT afirma que não há outro caminho senão o fim do governo

Publicado: 8 Outubro. Escrito por: Andre Accarini/ CUT Nacional

ARTE: EDSON RIMONATTO/CUT

As cenas revoltantes de famílias brasileiras disputando restos de alimentos que, no passado recente, eram doados para cachorros, como ossos de carne bovina, ou comprando restos de peixe, correram o mundo e expuseram um governo que não conseguiu sequer manter a exitosa política de erradicação da pobreza extrema implementada pelo ex-presidente Lula. 

Mostraram também a ganância e desumanidade de parte do empresariado brasileiro que, de olho na demanda que cresceu por causa da miséria, resolveu explorar o povo. Um supermercado de Belém, no Pará, está vendendo restos de peixe (vísceras, espinhas e cabeças) a R$ 3,90 o quilo. Em Florianópolis, ao invés de doar ossos, como ocorre no Rio de Janeiro e em Cuiabá, um açougue começou a vender. Denunciado nas redes sociais e pressionado pelo Procon acabou voltando atrás.

No Distrito Federal, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) ignora o drama do povo mais pobre do país, jamais fala da fome. Enquanto a maioria da população vê seu poder compra se esvair com a disparada da inflação, se endivida, sofre com o desemprego

e os baixos salários, o governo continua adotando medidas que prejudicam ainda mais o orçamento das famílias.

Entre elas, permitir os sucessivos aumentos de combustíveis, aumentar os preços da conta de luz e acabar com os estoques públicos de alimentos – em uma década, esses estoques tiveram uma redução de 96% na média anual. Com isso, os preços dos produtos ficam à mercê da oferta e da procura do mercado e da oscilação no valor do dólar, sem interferência do Estado. É a tal política do Estado mínimo defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que nada sabe sobre as necessidades do povo mais pobre do país e da classe trabalhadora.

Com exceção à elite brasileira e figuras como Guedes, que a cada dia que o dólar aumenta, engorda um pouco mais suas contas em paraísos fiscais, a situação não está fácil para ninguém. O povo brasileiro, que não tem dinheiro em offshores, nem dinheiro em lugar nenhum, amarga um sofrimento não visto nem nos piores momentos de recessão do país. 

“Há uma carestia que não se via há muito tempo. É um momento duro, que comprova que esse governo não tem a menor condição de continuar”, diz o vice-presidente da CUT, Vagner Freitas.

“O Brasil está numa situação complicada, difícil, com preços exorbitantes de tudo – da gasolina, do diesel, dos alimentos. O gás de cozinha é caríssimo, as pessoas não têm condição de comprar e acabam cozinhando com álcool, se queimando – isso, quando conseguem comprar o arroz e o feijão, que também estão caros”, diz Vagner.

“Os que recorrem a ossos de carne bovina vísceras e carcaças de peixe estão completamente desesperados, sem auxílio, sem apoio do estado, sem esperança nesse governo da morte, do descaso com o povo”, acrescenta o dirigente.

A CUT sempre alertou que o resultado da receita neoliberal adotada pela dupla Bolsonaro/Guedes, que não leva nem nunca levou à sobrevivência digna de famílias mais pobres nem trata o povo como prioridade, seria o aumento da pobreza no país, lembra Vagner.
E dados do Cadastro Único do próprio governo federal revelam que dois milhões de famílias passaram à condição de extrema pobreza durante o governo Bolsonaro. Atualmente são 14,7 milhões de pessoas que não tem o comer.

A causa dessa tragédia não é apenas uma pretensa incompetência de Bolsonaro e Guedes na política econômica. O caso é mais grave já que a atuação, característica de modelos neoliberais de governo é pensada de forma a excluir a população brasileira, em especial a de baixa renda, das prioridades. Nesse contexto, quem leva vantagem é o mercado e o agronegócio.

A avaliação é do economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) Francisco Menezes. Ele também é ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

O Brasil não tem hoje uma política nacional de abastecimento de alimentos e isso expõe o país a uma cruel variação de preços. “Antes tínhamos intervenção do Estado que adquiria parte da produção para manter um estoque regulador”, explica.

Desta forma se faltava um produto, como o arroz ou feijão, no mercado, o governo vendia sua produção para equilibrar os preços. “O que se viu neste governo foi um esgotamento desses estoques”, diz o economista.

O resultado é que com o dólar alto, o agronegócio vê mais vantagem em vender o que se produz no Brasil para o exterior. Com escassez aqui, preços ficam mais altos. E quem paga por isso é povo brasileiro.  

Outro fator apontado por Menezes diz respeito às variações climáticas. “Não há uma política preventiva do Estado e o país fica exposto às instabilidades que, por causa das mudanças climáticas mundiais, serão cada vez maiores”, diz Francisco Menezes.

O economista e pesquisador adverte para o papel fundamental do Estado como indutor de uma regulação no mercado para que o povo brasileiro não pague pelo lucro da elite econômica.

Combustíveis

A CUT vem denunciando desde o governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) a Política de Paridade Internacional (PPI) dos preços dos combustíveis, que acompanha a variação do dólar.

Economistas alertam que a cada vez que Bolsonaro coloca pólvora na fogueira da crise política brasileira, demonstrando risco de uma ruptura democrática, o mercado reage mal e o dólar sobe. Assim os preços dos combustíveis também sobem e, claro, isso se reflete em toda a economia. Ou seja, sobe o preço do diesel, encarece o transporte, que é rodoviário, e o custo é repassado aos preços finais dos alimentos.

Mas o governo poderia adotar medidas urgentes, como pedem a CUT, demais centrais e o movimento popular e especialistas como Francisco Menezes.

Além de voltar a manter estoques reguladores e mudar a política de preços da Petrobras, Menezes aponta a volta do auxílio emergencial de R$ 600,00 e uma política de geração de emprego e renda.

Tragédia social grave

Essa realidade tem sido denunciada por imagens que chocam a sociedade, como as imagens de pessoas disputando ossos no Rio de Janeiro e em Cuiabá, mas não abalam os principais responsáveis por essa tragédia. Sem contar com o número crescente de pessoas em situação de rua, que perderam sua moradia por causa da crise econômica e mergulharam na miséria, a fila da fome tem aumentado. Hoje o Brasil tem cerca de 20 milhões de brasileiros sem condição de fazer refeições diárias.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a inflação dos combustíveis em 12 meses chega a 41,33%. Em agosto, o governo instituiu a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos. Já em setembro, passou a valer a bandeira tarifária de “Escassez Hídrica”, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.

Não há saída com Bolsonaro

Quem viveu os anos 1980 e 1990 sabe o que foi enfrentar situação semelhante. Em 1984, o movimento Diretas Já! ocupava as ruas pela redemocratização do Brasil – era o fim da ditadura militar – e uma das bandeiras principais era “contra a carestia”. A inflação naquele ano chegou a 223%.

“Nas Diretas, Já!, a carestia foi principal motivo de manifestação e agora, no ‘Fora, Bolsonaro’, é de novo”, diz Vagner Freitas.

Assim como em 1984, as recentes manifestações que exigem o impeachment do presidente levaram as ruas, desde maio deste ano, milhões de brasileiros em protestos contra os ataques à democracia e contra as políticas econômica e sanitária de Bolsonaro.

O vice-presidente da CUT reforça que as mobilizações devem continuar para derrotar o governo, “único meio de salvar o Brasil”.

“Fizemos um grande ato no dia 2 com essa pauta e agora nos preparamos no dia 15 de novembro em maiores proporções”, diz o dirigente.

“A principal bandeira é ‘contra a carestia’, para termos o direito de ter comida no prato, gasolina no tanque e não precisar fazer fila para pegar osso em açougue”, conclui Vagner Freitas.

O nome da crise é Bolsonaro e temos que tirá-lo do poder

– Vagner Freitas

Lucrando com a miséria

A falta de empatia e a ganância de alguns empresários tem gerado revolta nos brasileiros. Uma imagem de um açougue de Florianópolis, divulgada pelo G1 mostra que alí, os ossos são vendidos e não doados, como começou a acontecer meses antes em várias cidades como Cuiabá e Rio de Janeiro, onde até crianças pobres se amontavam para tentar ‘catar’ restos de carne.

De acordo com a reportagem, o proprietário do estabelecimento afirma que os ossos sempre foram vendidos e que quando há alguém necessitado, ele ainda faz doação.

Enquanto trabalhadores enfrentam situações de descaso e cerceamento da dignidade humana, entidades discutem o lucro.

A Associação dos Frigoríficos Independentes de Santa Catarina (Afisc) defendeu que açougues e mercados vendam o osso de boi.

Para a Afisc, essa é uma prática usual, por isso se posicionou contrária a uma nota técnica do Procon de Santa Catarina e da Associação Catarinense de Supermercados recomendando que os ossos sejam doados.

Outro caso que ganhou as redes sociais aconteceu em Belém. Reportagem da Revista Fórum mostra que um supermercado começou a vender a carcaça de peixes. Vísceras, espinhas e cabeças são comercializadas a R$ 3,99 o quilo.

Outros produtos de qualidade duvidável também entraram nesse “cardápio”. Recentemente produtos de segunda linha, geralmente destinados à alimentação animal passaram a ser vendidos para o público em geral como o arroz quebrado e o feijão bandinha.

Saúde

O impacto na saúde dos brasileiros vai além da fome. Aqueles que conseguem comer acabam dando preferência para produtos mais baratos, pobres em nutrientes. Nossa reportagem flagrou dias atrás uma trabalhadora de serviços de limpeza em São Paulo que, por falta de recursos teria naquele dia como almoço um pacote de salgadinhos.

Edição: Marize Muniz

 

 

 

Apesar da sensação de que o pior já passou, o país chega hoje à marca de 600 mil mortos pela Covid-19 e ainda com uma média de quase 500 óbitos por dia

Publicado: 8 Outubro, 2021.Escrito por: Redação CUT

EDSON RIMONATTO/CUT

A negligência e o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) no enfrentamento à pandemia de Covid-19, que chamou de ‘gripezinha’ e, por isso, demorou meses para comprar as vacinas, custou a vida de grande parte dos 600 mil brasileiros e brasileiras que poderiam ter sido salvos. E essa marca que o Brasil deve atingir nesta sexta-feira (8) coloca o país na lista de uma das nações que mais fracassaram no combate à doença.

Desde o começo da crise sanitária até os dias de hoje, Bolsonaro é contra a medidas restritivas como o distanciamento social, uso de máscara e até fez campanha contra a vacinação, negando as evidências cientificas e propagando fake news sobre medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

O resultado é que, apesar da sensação de que o pior já passou, o país totalizou nesta quinta-feira (7) 599.865 vítimas da doença desde o início da pandemia. São em média quase 500 óbitos por dia.

Mesmo com o avanço da vacinação e a queda de infectados, especialistas alertam para o risco do surgimento de variantes.

A média móvel de mortes teve uma queda de 22% em relação ao dado de duas semanas atrás, menor valor desde 13 de novembro.

Já a média de casos é de 15.205 infecções por dia, redução de 53% também em comparação à situação de duas semanas atrás.

Para os especialistas, o que explica essa tragédia é ausência de uma política nacional de prevenção, controle e segurança por parte do governo Bolsonaro, onde estados e municípios não apresentaram conduta baseada em critérios uniformes orientados pela ciência.

Além disso, muitos governos locais passaram a abandonar o isolamento social e flexibilizar a economia, reabrindo lojas de rua, restaurantes, serviços como salão de cabeleireiros e shoppings. Diante deste cenário, os especialistas falam que esse número pode ser ainda maior, pois há subnotificações de mortes.

“Liberou geral” pode fazer curva subir

As cenas de aglomerações sem o uso da máscara nos estádios de futebol e cidades cogitando o fim do uso obrigatório de máscaras, espaços de lazer liberados em condomínios, o país pode fazer a curva da doença subir, segundo os especialistas.

Este ano, o país teve uma queda significativa nos números de óbitos, que chegaram a 4 mil mortes por dia no auge da pandemia e ao dramático platô de mil vidas perdidas diariamente durante vários meses.

Hoje, mais da metade dos municípios brasileiros celebra o fato de não ter registro de óbitos, graças ao avanço da vacinação. No entanto, especialistas dizem que o ‘liberou geral’ que muitos querem para ontem pode colocar a perder esse quadro que, finalmente, parece caminhar para a redenção pandêmica coletiva.

Mais de 70% das cidades de SP não registram morte

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo informou que mais de 70% das cidades do estado não registraram morte por Covid-19 na última semana.

Cerca de 467 municípios não tiveram óbitos pela doença durante esse período, resultado do avanço da vacinação, que ultrapassou 60% da população com esquema vacinal completo, além da continuidade de medidas protetivas como o uso de máscara facial.

Os índices de ocupação dos leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) para Covid-19 no estado também caíram: atualmente, está em 31,5%, o menor desde 2020.

De acordo com a secretaria, foram registrados 3.765 novos casos e 143 óbitos pela doença nas últimas 24 horas no estado.

 

 

Distribuição é parte do PL aprovado pelo Congresso, de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Alegação de que texto não aponta fonte de recursos para o custeio é desmentida por dirigente da CUT

Publicado: 8 Outubro, 2021. Escrito por: Andre Accarini

ARTE: EDSON RIMONATTO/CUT

O veto de Jair Bolsonaro (ex-PSL) ao projeto de lei da deputada Marília Arraes (PT-PE) à distribuição gratuita de absorventes menstruais a mulheres em situação de vulnerabilidade e estudantes de baixa renda gerou revolta na sociedade. Nas redes sociais o assunto é um dos mais comentados desde a quinta-feira (7), dia em que o presidente mostrou mais uma vez que não se importa com questões que impactam diretamente as populações mais necessitadas de políticas sociais.

“É uma questão de saúde pública e de proteção às mulheres. E, com esse veto absurdo, Bolsonaro provou, de novo, que odeia as mulheres e não se importa com a vida delas”, diz a secretária da Mulher Trabalhadora, Juneia Batista se referindo a Bolsonaro como misógino, machista e genocida.

Entre as justificativas, Bolsonaro alegou que os absorventes não fazem parte da lista de medicamentos considerados essenciais do Sistema Único de Saúde (SUS) e que ao determinar que segmentos específicos sejam beneficiados, o projeto fere a universalidade do sistema.

Também alegou que o projeto de Lei não especifica de onde seriam tirados os recursos para bancar a distribuição. Em uma live em suas redes sociais, nesta quinta-feira, Bolsonaro afirmou que seria enquadrado por crime de responsabilidade.

“Mais uma vez esse presidente distorce informações para enganar os brasileiros e alienar ainda mais o seu eleitorado”, diz Juneia Batista. A afirmação de Bolsonaro, ela explica, não se sustenta. Primeiro porque o PL já prevê a definição orçamentária. E segundo, em projetos onde não está definida, a fonte de recursos pode ser definida na regulamentação de uma lei aprovada.

Vergonha nacional

Juneia Batista reforça que distribuição dos absorventes é uma questão social latente e deveria ser encarada como uma política de garantia de direitos fundamentais, assim como medicamentos de uso contínuo para diabetes e pressão e são fornecidos pelo SUS. Cita ainda uma outra política social implementada para conter o avanço de infecções sexualmente transmissíveis (DST´S), incluindo HIV, que é a distribuição gratuita de preservativos em vários locais, em especial em unidades de saúde.

“Um absorvente pode custar menos do que um preservativo. O governo tem que garantir a dignidade e a saúde dessas mulheres”, ela diz.

São mulheres que não têm as mínimas condições de comprar o produto. Um ciclo menstrual dura cerca de 5 dias. Mesmo custando em média R$ 10 um pacote com 30 unidades, esse valor que para parte da população pode parecer ínfimo, para elas é praticamente de pagar já que não têm dinheiro nem para comer.

É a situação definida pelo Unicef como “pobreza menstrual”, que inclui a falta de recursos informação e infraestrutura para garantir cuidados com a menstruação.

O projeto beneficiaria cerca de 4 milhões de estudantes em situação e vulnerabilidade no Brasil. Ainda de acordo com o Unicef, 51,5 milhões de mulheres estão abaixo da linha da pobreza e 13,6 milhões estão em condições de extrema pobreza.

“O Estado precisa cumprir com seu papel fundamental, que é cuidar da saúde das pessoas. As meninas de baixa renda deixam de ir à escola por vergonha de terem a menstruação na sala de aula e passarem por constrangimento. Mexe com a dignidade delas. Mexe com o rendimento escolar. Em média, elas ficam 45 dias por ano fora da escola por causa disso”, afirma Juneia.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que 25% das meninas entre 12 e 19 anos já deixaram de ir à escola por causa da falta de absorventes.

Reportagem da TV Globo denunciou ainda que mulheres chegam a usar miolo de pão para absorver a menstruação. “Tem mulheres que têm de se virar arranjando soluções arriscadas como o miolo de pão, paninhos, papéis. Há risco grande de infecções”, diz Juneia

Para ela, a situação revela o grau de perversidade do atual governo federal que já na pandemia provou que preservar a vida de seres humanos não é prioridade alguma.

Vetos

Além de vetar os trechos da Lei 14.214/2021, que cria o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, cujo texto prevê a distribuição de absorventes higiênicos para estudantes de baixa renda, mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema e presidiárias, Bolsonaro vetou a inclusão do produto nas cestas básicas de Segurança Alimentar e Nutricional.

A expectativa é de que o Congresso derrube o veto e, conforme afirma Juneia, obrigue o presidente a cumprir o que a Lei estabelece. “Ele tem que se virar”, diz a dirigente. Juneia cita exemplos de estados que mantêm programas que garantem a distribuição.

São Paulo, Paraíba, Minas Gerais, Ceará e outros estados e cidades têm olhar de atenção para o problema. “Mas Bolsonaro só se preocupa com o que diz respeito à sua vontade de poder e de sua família”, diz a dirigente.

Essa atitude é mais uma que se soma às várias atrocidades que farão ele ser lembrado como um dos grandes vilões da humanidade. Será comparado a Hitler e outros ditadores genocidas

– Juneia Batista