O impacto da reforma administrativa na educação foi o tema de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, na segunda-feira, 28. Mas, apesar de a área concentrar pelo menos metade do funcionalismo, a Comissão Especial que analisa a proposta do governo Bolsonaro não incluiu a educação no cronograma de audiências públicas estabelecido pelo presidente da comissão, deputado Fernando Monteiro (PP-PE). 

“Em vários governos tivemos avanços na educação, mas nessa reforma, a despeito de se falar muito em modernização do Estado brasileiro e em melhoria no serviço público, não vemos isso na proposta do governo. As carreiras da educação como a nossa de professor e servidor, amplamente discutidas, simplesmente desaparecem”, afirmou a reitora da UnB, Márcia Abrahão.

Fim das liberdades

A reitora chamou a atenção sobre o impacto da mudança proposta nos artigos da Constituição 206, que trata da liberdade de cátedra, e 207, que trata da autonomia das universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica:

“Imagina se o professor deixar de ter liberdade de cátedra e passar a depender de ministro, presidente, governador, prefeito e reitor no caso das universidades federais? Isso é ferir de morte o princípio constitucional da liberdade. A mesma coisa do artigo 207. Imagine os institutos e órgãos não terem liberdade para divulgar dados de pesquisa? E para nós que fazemos ensino, pesquisa e extensão com olhares completamente diversificados de fato é um prejuízo incalculável para o país”.

Segundo Márcia Abrahão, uma das causas da excelência da pesquisa e da formação de qualidade nas universidades e institutos federais confirmadas em vários rankings, é a dedicação exclusiva dos docentes. Essa mudança traria outro impacto prejudicial a essas instituições.

“Não fazemos só a sala de aula. Fazemos também pesquisa e extensão. Acabar com a dedicação exclusiva é fragilizar enormemente as instituições de ensino superior”, frisou.

Choque nas carreiras

A reitora chamou a atenção também para as vedações existentes para direitos e garantias já existentes nas carreiras da educação:

“Reduz o período de férias, por exemplo. Muda muito todo o arcabouço legal no que diz respeito a direitos e vantagens sem que isso traga algum benefício de fato ao Estado brasileiro”.

Esta mudança, ela afirma, promove uma modificação que cria conflitos internos nas instituições com os diferentes regimes como está proposto, o que pode levar a sua destruição. 

“As consequências são muito graves. Podem levar as instituições para conflitos hoje inexistentes. Vai minar ainda mais as relações internas com consequências futuras para a destruição dessas instituições. E vai colocar o que no lugar? Certamente veremos o que aconteceu, infelizmente, em muitas escolas públicas no Brasil que deram lugar às instituições privadas que não oferecem a devida qualidade e dedicação aos estudantes como as instituições públicas”.

Márcia Abrahão destacou, ainda, a questão dos contratos de cooperação entre os órgãos públicos e as empresas privadas:

“Outro ponto importante que quase não tem se falado é sobre a possibilidade para que sejam firmados instrumentos de cooperação entre órgãos públicos e privados, e para execução de serviços públicos, inclusive com o compartilhamento de estrutura física. Ou seja, é um arcabouço em que se enfraquece o servidor público, acaba com a estabilidade, cria diferentes regimes, enfraquece as instituições e permite que as próprias estruturas físicas das instituições criadas com muitas dificuldades sejam utilizadas por entes privados”.

Ela afirma que são mudanças profundas as quais não observa que trarão benefícios para a sociedade brasileira.

“Convênios de cooperação”

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos coordenadores da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, fala exatamente sobre os “convênios de cooperação” e a fragilização dos servidores. 

“Isso está claro no artigo 37ª (da PEC 32/2020). É cristalina a privatização dos serviços públicos para empresas privadas, inclusive com fins lucrativos. Vai pegar recursos públicos e passar para a empresa privada. Pode saber que na hora que for regulamentar esses convênios de cooperação eles vão permitir a essas empresas privadas complementar o seu lucro através da cobrança de mensalidades e cobranças de planos de saúde. Mas para que isso aconteça eles precisam atingir o serviço público, retirando dos servidores todos os direitos, inclusive a estabilidade”.

Pela manifestação dos profissionais

A diretora da Associação dos Diretores e Ex-Diretores das Escolas Públicas da Secretaria de Educação do Distrito Federal – ADEEPDF, Wilka Taguatinga de Almeida, quer que os profissionais sejam ouvidos:

“Já fomos atingidos nas escolas com a terceirização. Se a PEC (32/2020) passar vai desqualificar nosso trabalho e nossas conquistas na educação. Falo de dentro de uma escola e como gestora de uma escola pública. Precisamos que a voz dos professores e gestores das escolas sejam ouvidas”, reivindicou Wilka. 

“Não podemos ter dúvida de que a educação é uma política de Estado e os órgãos que trabalham pela educação são órgãos do Estado”, sustentou Alexandre Retamal, presidente da Associação de Servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Assinep).

Pega somente a base

O coordenador da audiência, deputado Professor Israel Batista (PV-DF), que é presidente da Frente Parlamentar Mista de Educação, afirmou que a PEC 32 tem como alvo os profissionais da base do funcionalismo, como os profissionais da educação e da saúde, os que não são privilegiados apesar de fazer o discurso contrário. 

“A PEC não ataca privilégios. Toda vez que o governo defende a PEC ele cita eventualmente o magistrado, um juiz que tenha recebido uma bolada de acúmulo de férias. E assim ele molda a opinião pública a favor da reforma. Então, o vende algo que ele não vai entregar”.

Israel Batista sustenta que o governo brasileiro não inspira confiança para abrir um debate tão profundo em relação a mudança na estrutura do estado brasileiro: 

“Desde 2019 tudo o que nós temos visto é o bullying institucional. Tudo o que temos visto são ameaças aos servidores públicos, tentativa de amordaçamento do serviço público para que eles não emitam opinião. O que temos visto é um assédio. Uma tentativa de vilanização dos servidores. A meu ver o governo não passa a segurança necessária que a sociedade precisa para discutir o aperfeiçoamento do serviço público. Porque o que eu enxergo aqui no Congresso é que há sempre subjacente um desejo não de melhoria do serviço público, mas um sentimento vingança contra o serviço público”.

 

 

 

Oposição protocola ‘superpedido’ de impeachment contra  Bolsonaro nesta quarta-feira (30), às 14h. Confira o que é esse ‘superpedido’

Publicado: 29 Junho, 2021 – 15h21 | Última modificação: 29 Junho, 2021 – 17h03 | Escrito por: Redação CUT

A oposição ao governo, grupo formado inclusive por parlamentares de direita, vai protocolar na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (30), às 14h, um “superpedido” de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL).

O superpedido de impeachment reúne em um só documento pelo menos 24 atos cometidos pelo presidente que as lideranças das entidades organizadores consideram se tratar de crimes de responsabilidade. E assinam o documento 11 partidos, entre eles, PT, PSOL, PC do B, parlamentares de esquerda, centro e direita, entidades sindicais como a CUT, movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Central dos Movimentos Populares (CPM) e União Nacional dos Estudantes (UNE).

Os organizadores reuniram no superpedido os diversos argumentos que constam nos textos dos mais de 120 pedidos de impeachment contra Bolsonaro que estão parados na Câmara.

Quando o texto estava pronto surgiu a denúncia dos irmãos Miranda – o servidor público do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado Luís Miranda – sobre irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. Eles disseram na CPI da Covid do Senado que avisaram o presidente antes do contrato ser assinado e ele nada fez.

Na única negociação para compra de vacinas com intermediário, a Precisa Medicamentos, o ministério comprou da farmacêutica Bharat Biotech 20 mil doses da Covaxin por US$ 15 cada dose, ou (R$ 80,70), mais caro do que qualquer outra vacina comprada pelo país e ainda nem havia sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O servidor também suspeitou do fato de a empresa Madison Biotech, uma offshore com sede em Cingapura, ter sido apontada como destinatária dos pagamentos, mesmo não sendo mencionada no contrato.

Na conversa com os irmãos Miranda, Bolsonaro teria apontado envolvimento do líder do governo no Congresso, Ricardo Barros (PP-PR) na mutreta, mas não tomou nenhum providência.

Isso é prevaricação, disseram senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO), que recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde apresentaram, nesta segunda-feira (28) uma notícia-crime contra  Bolsonaro pelo crime de prevaricação. A ministra Rosa Weber foi sorteada relatora do processo.

Na notícia-crime os senadores afirmam que a suposta omissão do presidente ocorreu “ou por envolvimento próprio no esquema criminoso ou por necessidade de blingagem dos amigos do rei”.

Mas, afinal, o que é prevaricação?

Prevaricação é um crime contra a administração pública que acontece quando o agente público deixa de agir da maneira que se espera dele e no qual é obtida alguma espécie de favorecimento.

Exemplos: policiais ou fiscais que não tomam providência diante de uma irregularidade, para proteger determinada pessoa ou um presidente que não mandou a Polícia Federal investigar um parlamentar que ele mesmo acha que está envolvido na suposta irregularidade nem determinou que o contrato não fosse assinado, deixou rolar.

De acordo com o Código Penal, prevaricar é “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra expressa disposição de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. O ato de ofício é aquele que se espera que o servidor faça independentemente de um pedido. Governantes, como o presidente da República, também são funcionários públicos.

Qual é a pena para a prevaricação? 

A legislação brasileira estabelece pena de detenção de três meses a um ano, além de multa. Por ser um crime de menor potencial ofensivo, o caso tramita nos Juizados Especiais Criminais, conforme lei de 1995. Essa unidade do Judiciário objetiva não aplicar penas privativas de liberdade.

O que recheia o texto do superpedido de impeachment de Bolsonaro

Os indícios de irregularidades na compra da vacina, a demora para comprar as outras vacinas, em socorrer o povo do Amazonas na crise de falta de oxigênio, o negacionismo do presidente que continua fazendo propaganda de medicamentos comprovadamente ineficazes para tratar a Covid-19, além das aglomerações recheiam o superpedido de impeachment que cairá nas mãos do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), aliado do governo, que já disse inúmeras vezes que não tem ambiente político para dar andamento a um processo como esse.

Mesmo que Lira aceite, o superpedido precisa do voto de pelo menos dois terços dos deputados e da maioria simples no Senado.

A saída, dizem os organizadores é ocupar as ruas denunciando o desgoverno, a corrupção, a falta de ação para salvar vidas, a falta de políticas públicas efetivas para ajudar a população mais vulnerável.

E por vacina no braço, comida no prato e pelo #ForaBolsonaro já tem uma série de atos marcados. Confira:

Nesta quarta, enquanto o superpedido de impeachment estiver sendo protocolocado, lideranças do grupo que assina o documento farão um ato simbólico em frente a Câmara dos Deputados.

No sábado, dia 3, será realizado um Dia Nacional de Mobilização e no dia 24 outro dia nacional.

Quem assina o superpedido de impeachment?

Assinam o requerimento de destituição de Bolsonaro 11 partidos, entre eles, PT, PSOL, PC do B, PCO, PSB, parlamentares de esquerda, centro, direita, entidades sindicais como a CUT, movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Central dos Movimentos Populares (CPM), Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), União Nacional dos Estudantes (UNE).

 

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

 

 

Bento Albuquerque pediu nesta segunda para a população colaborar reduzindo consumo de água e luz. Hoje, Aneel aumentou a tarifa de luz de R$ 6,243 para R$ 9,49 por cada 100 quilowatts-hora consumidos

Publicado: 29 Junho, 2021- Escrito por: Redação CUT

Um dia depois do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pedir em pronunciamento em rede nacional, na segunda-feira (28), “colaboração da população” em relação ao consumo água e luz, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentou as contas de luz em 52%.

O valor da bandeira vermelha patamar 2 das contas de luz subiu de R$ 6,243 quilowatts-hora (kWh) para R$ 9,49 por cada 100 kWh consumidos. E o tarifaço pode ser ainda maior. A Aneel vai fazer uma consulta pública que pode concluir que um novo aumento é necessário.

A decisão da Aneel foi tomada na manhã desta terça-feira (29). Esse é o valor necessário para cobrir o custo adicional com o acionamento de termelétricas ao longo do segundo semestre deste ano, disseram os técnicos. O acionamento é necessário, alegam, porque a situação dos reservatórios de água é crítica e há risco de um novo racionamento de energia.

Em entrevista ao PortalCUT, o diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel), Ikaro Chaves, rebateu os argumentos, que vêm sendo usados pela Aneel há meses, para justificar o tarifaço nas contas de luz. 

De acordo com Ikaro, seca é um evento climático e, portanto, previsível. E no Brasil, acontece com frequência. Para o engenheiro, aplicar um racionamento e aumentar exorbitantemente o preço da energia por causa da chuva é mais uma desculpa do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), que não fez investimentos necessários, mesmo sabendo que uma crise hídrica poderia ocorrer.

Segundo ele, os períodos de seca, como os de dezembro passado a maio deste ano, são previsíveis, e o que falta ao governo atual é investir em energias renováveis como a eólica e a solar, bem como construir hidrelétricas reversíveis, comuns na Europa e Estados Unidos, nas quais são armazenadas energia para eventuais períodos de escassez.

Ikaro Chaves explica que a energia eólica é responsável por apenas 10% do consumo no Brasil e a solar, no país de clima tropical, corresponde a menos de 2%. Já as termoelétricas, que o governo prefere utilizar, têm custo mais caro porque precisam de gás natural e diesel para funcionarem. “Era preciso construir usinas termoelétricas, era, mas se não fossem os investimentos feitos pelos governos Lula e Dilma, o Brasil nem teria energias renováveis, nem a construção de diversas hidrelétricas no país”, afirma.
“Os governos do PT investiram R$ 100 bilhões na construção de novas hidrelétricas, nas energias renováveis e na ligação de todo o sistema brasileiro. O Brasil acrescentou 70% à sua capacidade energética. Foram esses investimentos que evitaram um apagão como o que ocorreu em 1999, e o racionamento de energia entre 2001 e 2002, no governo de FHC”, complementa Ikaro.

Bandeiras tarifárias

As bandeiras são cobradas na conta de luz dependendo das condições de geração de energia no setor elétrico. Com a falta de chuvas o aumento deveria ter sido ainda maior, levando a taxa para R$ 11,50 (aumento de 84%), dizem os técnicos da Aneel. Mas, como esse aumento envolveria uma mudança na metodologia de cálculo das bandeiras, a decisão foi de implantar um aumento menor agora e convocar uma consulta pública para debater as alterações de metodologia. Assim, há a possibilidade de a bandeira ser novamente reajustada após a consulta pública.

De acordo com a Aneel foi preciso aumentar os valores das bandeiras porque houve aumento no preço dos insumos de usinas termelétricas, como o petróleo.

Um dos objetivos da bandeira, dizem, é alertar os consumidores para que reduzam o consumo de energia, mas auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), realizada em 2018, concluiu que o sistema não era efetivo para diminuição do consumo. Segundo especialistas, faltam campanhas de conscientização para que os consumidores entendam por que a conta está aumentando e que é preciso reduzir o consumo.

Valor pago pelos consumidores pelas bandeiras tarifárias

2015 – R$ 14,6 bilhões

2016 – R$ 3,5 bilhões

2017 – R$ 6,1 bilhões

2018 – R$ 6,8 bilhões

2019 – R$ 4,2 bilhões

2020 – R$ 1,3 bilhão

2021 (dados informados em junho) – R$ 2,048 bilhões

Fonte: Aneel

 

 

A escritora representou o Brasil — ao lado de Emicida e MC Dricka — na principal premiação da cultura negra mundial no último domingo (27).

Fonte: Da VOGUE/ Site Geledés

No último domingo (27.06), Djamila Ribeiro foi uma das representantes de peso do Brasil no BET 2021 – um do principais eventos da cultura negra mundial – onde foi homenageada com o importante prêmio de impacto social.

A filósofa, feminista, escritora e acadêmica brasileira foi a escolhida para receber o BET International Global Good Award 2021, trofeu conferido a figuras públicas que defendem iniciativas que promovam mudanças sociais positivas e de conscientização para a comunidade negra em geral. 

Com três livros já lançados que abordam o feminismo e o racismo, além de um novo que está para estreiar, Djamila é uma voz ativa na luta pelos direitos dos negros e das mulheres no país.

No Instagram, a acadêmica comemorou: “FOI INCRÍVEL. Como a primeira pessoa brasileira a receber o Global Good Awards, por mobilizar a produção intelectual pela equidade de gênero e raça e por disseminar conteúdos críticos produzidos por pessoas negras, gostaria de agradecer ao @bet pelo reconhecimento. Me ver no telão sendo homenageada no mesmo evento que Queen Latifah e tantas pessoas incríveis para a comunidade negra foi muito emocionante. Agradeço minha equipe maravilhosa, quem caminha comigo, parceiros, em especial @mrdavidawilson, @patycase e @olivafabi. Dedico o prêmio a todas e todos que lutam por outras possibilidades de existência. Obrigada!”. 

Além de Djamila, outras celebridades que representaram o Brasil no BET 2021 foi o rapper paulista Emicida, indicado ao prêmio de Melhor Artista Internacional, e a funkeira MC Dricka, que concorreu na categoria Escolha da Audiência – Revelação Internacional. 

 

 

 

Há mais de dez anos, a comunidade universitária da UFRJ-Macaé se mobiliza pela adequação institucional do campus – que, desde que foi criado, em 10 de março de 2006, é apenas uma localização geográfica na estrutura da universidade. O máximo que ocorreu até agora foi a aprovação, em 2011, de uma resolução provisória regulamentando o funcionamento do campus. Mas, finalmente, essa realidade está prestes a mudar. 

Na sessão do Conselho Universitário (Consuni) extraordinário no dia 24 de junho, foram dados os primeiros passos nesta direção com a apresentação do parecer conjunto das três comissões do órgão (de Ensino e Título, Legislação e Normas e de Desenvolvimento) à proposta elaborada pelo Grupo de Trabalho criado pelo Conselho Deliberativo do campus.   

Muita batalha  

“A caminhada pela institucionalização acontece há 10 anos e somente em 2020 o Conselho Deliberativo, que é o nosso órgão máximo do campus, deliberou pela criação do grupo de trabalho para formular uma proposta a ser levado ao Conselho Universitário. Foram realizados muitos debates com as categorias até o documento chegar ao Consuni”, informou Diego Gonçalves de Andrade, que na época representava os técnicos-administrativos no Conselho e fez parte do GT. Ele ocupa atualmente o cargo de chefe de gabinete da direção.

 A adequação institucional reivindicada pela comunidade universitária é o campus deixar de ser um polo avançado da universidade no interior do Estado do Rio (no Norte Fluminense) e se tornar o Centro Multidisciplinar UFRJ-Macaé. Os cursos de graduação teriam suas unidades e passariam a integrar os seguintes institutos: de Alimentação e Nutrição; de Ciências Farmacêuticas; de Ciências Médicas; de Enfermagem; Multidisciplinar de Química e Politécnico. 

O Centro vai ganhar um decano, com assento nos órgãos superiores da UFRJ, principalmente no Conselho Universitário, o que atualmente não ocorre com a figura do diretor-geral, que deixará de existir. 

Atualmente, o campus UFRJ-Macaé tem apenas dois assentos no Conselho Universitário, e só para docentes. 

Valorização em todos os níveis

 “Atualmente, os 11 cursos de graduação são vinculados diretamente à direção do campus com um coordenador. A sobrecarga de trabalho por falta de diretor de unidade (os cursos não têm unidades), de departamento, enfim de toda a estrutura acadêmica que não existe aqui é grande para o diretor-geral, que fica sem tempo para fazer a política institucional, participar de reuniões, estar presente na Reitoria defendendo os interesses do campus. Uma das suas tarefas, inclusive, é realizar a colação de grau de todos os alunos”, disse Diego. 

Além disso, ele lembrou que muitos profissionais da categoria com potenciais para desempenhar outras tarefas que as atuais não são aproveitados por falta dos cargos, das funções. “Seriam muitos mais braços atuando na estrutura acadêmica”, avaliou.

“Com a transformação do campus em Centro Multidisciplinar com institutos e suas unidades acadêmicas, como ocorre, por exemplo, com o Centro de Ciências da Saúde (CCS), Centro de Tecnologia, entre outros, a UFRJ-Macaé conquistaria autonomia até para celebrar convênios específicos, com seus conselhos deliberativos, buscar emendas parlamentares, entre outras coisas”, acrescentou Diego.

Acréscimo para as bancadas técnico-administrativa e dos estudantes 

Com a criação do Centro Multidisciplinar UFRJ Macaé vai aumentar as cadeiras no Conselho Universitário para decanos e docentes. Por esta razão, a bancada técnico-administrativa apresentou no Consuni do dia 24 de junho, um adendo ao parecer das comissões que analisa a proposta de adequação institucional do campus.

Neste adendo a bancada técnico-administrativa reivindica que seja aprovado o acréscimo de mais um representante da categoria e mais um dos estudantes, passando o Conselho Universitário a ter 63 conselheiros. 

O documento é assinado pelos conselheiros técnicos-administrativos Roberto Gambine (que fez a apresentação), Joana de Angelis (também coordenadora de educação do Sintufrj) e Francisco de Paulo Araújo, e pelo decano do CFCH e integrante da Comissão de Desenvolvimento, Marcelo Corrêa e Castro.  

Mas, a luta histórica dos servidores técnico-administrativos continua sendo a conquista da paridade entre os segmentos que compõem a comunidade universitária, nos órgãos colegiados da UFRJ.     

 

 

 

No dia 5 de setembro de 2013, os servidores transgêneros, travestis e transexuais conquistaram uma importante vitória ma UFRJ. A Pró-Reitoria de Pessoal publicou a Orientação Normativa nº 9722 institucionalizando, no contracheque e em todos os atos e procedimentos administrativos da universidade, o uso do nome social como identidade funcional.

E mais: os estudantes de graduação e de pós-graduação transgêneros, travestis e transexuais passaram a ter o direito de usar o nome social nos registros acadêmicos e nos documentos oficiais da instituição, com a Resolução do CEG nº 01, de 12 de fevereiro de 2015 e da Resolução do CEPG nº 01, de 20 de julho de 2018.

Já a Portaria nº 1.612, de 18 de novembro de 2011, do Ministério da Educação, assegurou para as pessoas transexuais e travestis, o direito de escolher o tratamento nominal no âmbito do Ministério da Educação. Documento esse que traz uma recomendação específica aos agentes públicos sobre o tratamento da pessoa que solicitou o uso do prenome social (Art. VI, §3º, 2011).

 

 

 

 

Movimentos sociais e sindical marcaram dia de mobilização no sábado (3), além do ato já marcado para o dia 24

CUT | Publicado: 28 Junho, 2021 – 08h30 | Última modificação: 28 Junho, 2021 – 09h27 | Escrito por: Marize Muniz

A acusação dos irmãos Miranda, confirmada em depoimento à CPI da Covid do Senado na sexta-feira (25), de que Jair Bolsonaro (ex-PSL) foi avisado antes da assinatura do contrato e nada fez para impedir a compra superfaturada em 1000% da vacina indiana Covaxin e, para complicar, ligou o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) às supostas irregularidades, aumentou a pressão contra a permanência do presidente no cargo, deve reforçar o superpedido de impeachment e a realização de atos nacionais pelo “Fora, Bolsonaro”, como o que já foi marcado para o sábado, dia 3.

A nova denúncia deve constar no texto do “superpedido” de impeachment que partidos, como PT, PSOL, PC do B, parlamentares de esquerda, centro, direita, entidades sindicais como a CUT, movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Central dos Movimentos Populares (CPM) e União Nacional dos Estudantes (UNEvão  entregar nesta quarta-feira (30) na Câmara dos Deputados.

O momento da entrega do pedido, previsto para às 14h, será marcado por um ato com participação das lideranças políticas e sociais.

Para a deputada Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, os depoimentos mostraram que Bolsonaro não mandou apurar o caso por interesses políticos. Gleisi se refere a informação arrancada do deputado Luís Miranda (DEM-DF) depois de 7 horas de depoimento de que Bolsonaro teria citado o deputado Ricardo Barros como responsável pela irregularidade.

No depoimento, Luis Miranda contou que ele e o irmão, o servidor público do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, se reuniram, no Palácio da Alvorada, com o presidente, em 20 de março, ocasião em que relataram haver indícios de irregularidades na compra do imunizante indiano, além de pressão política para liberar a vacina. Miranda também disse que o presidente prometeu mandar investigar e afirmou que aquilo era “coisa” de Ricardo Barros.

Além de não mandar investigar, Bolsonaro indicou a esposa de Ricardo Barros,  a ex-governadora do Paraná Cida Borghetti, para cargo no conselho de Itaipu, com salário de R$ 27 mil.

“Isso é prevaricação [crime previsto no artigo 319 do Código Penal]. Estamos defendendo que esse caso integre o superpedido de impeachment”, disse Gleisi Hoffman que defende a inclusão da denúncia no texto do superpedido de impeachment.

O advogado Mauro Menezes, ex-presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que faz parte do grupo que prepara o superpedido, acrescenta que a postura de Bolsonaro também configura crime de responsabilidade e pode ser enquadrado como base para impeachment. Isso está previsto no artigo 9º da Lei do Impeachment (Lei 1.079, de 1950).

#ForaBolsonaro

Além de um ato já marcado para o dia 24 de julho, os movimentos populares, estudantis e  sindical e partidos políticos marcaram um dia nacional de mobilização pelo “Fora, Bolsonaro” para sábado, dia 3 de julho em função dagravidade das denuncias dos irmãos Miranda à CPI da Covid do Senado.

A Campanha #ForaBolsonaro é formada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e pela Coalizão Negra por Direitos, que reúnem centenas de entidades, entre elas o Movimento dos Trabalhadores Sem terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Central dos Movimentos Populares (CMP) e a Uneafro Brasil.

Entenda a denúncia de corrupção no governo Bolsonaro

Única compra com ação de intermidiários

A compra da Covaxin foi a única que teve intermediários entre o laboratório e o Ministério da Saúde. Um representante da Precisa Medicamentos intermediou a negociação superfaturada.

Empresa Precisa Empresa Precisa já teve negociações questionadas com testes e preservativos. Confira aqui na matéria de Tiago Pereira, da RBA.

Valor mais alto do que todas as outras vacinas compradas pelo Brasil

O governo se comprometeu a pagar pela Covaxin um valor 1000% superior ao estimado por executivos da empresa em agosto do ano passado: US$ 15 (R$ 80) por dose.

Quanto custaram as outras doses de vacinas

Sputnik V: R$ 69,36

Coronavac: R$ 58,20

Pfizer: US$ 10 (R$ 56,30)

Janssen: US$ 10 (R$ 56,30)

AstraZeneca/Oxford: US$ 3,16 (R$ 19,87)

Valor total empenhado

O contrato prevê a enrtrega de 20 milhões de doses, no valor total de R$ 1,614 bilhão.

Prejuízo já houve, diz procuradora que investiga denúncia

O governo de Jair Bolsonaro reservou R$ 1,61 bilhão para uma vacina sem perspectiva de entrega, com quebras de cláusulas contratuais e isso já configura prejuízo à saúde pública, disse à Folha de S. Paulo a procuradora do Ministério Público Federal (MPF), Luciana Loureiro, responsável pelo inquérito civil público que investiga o contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos.

O valor empenhado seria suficiente para a compra, por exemplo, de 28 milhões de doses da Pfizer ou da Janssen (ambas a US$ 10 a dose).

Detalhe importante: A nota foi emitida em 22 de fevereiro. O contrato foi assinado no dia 25. Quatro meses depois, o dinheiro segue reservado, e o país não recebeu uma única dose do imunizante.

“Enquanto houver a nota de empenho, enquanto ela estiver válida, o recurso está reservado para isso”, afirmou a procuradora ao jornal. “Certamente o prejuízo à saúde pública já está havendo. As doses já eram para ter chegado, os 20 milhões de doses já deveriam estar sendo aplicados. Prejuízo já houve.”

Vacina não era aprovada pela Anvisa

Segundo depoimento do servidor Luís Ricardo Miranda ao MPF, em  31 de março, autoridades do Ministério da Saúde o pressioanram para que ele liberasse a importação da Covaxin que nem era aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Miranda disse ainda que seus superiores também pediram para que ele obtivesse a “exceção da exceção” junto à Anvisa para a liberação da imunização.

Bolsonaro puxa Pazuello para o caso

Depois que a denúncia passou o ocupar as manchetes dos jornais deputados da base aliada tentam jogar caso nas costas do ex-ministro general Eduardo Pazuello.

Após uma reunião com o presidente, o senador Jorginho Mello (PL-SC) disse que Bolsonaro teria acionado Pazuello após a reunião em que o deputado Luís Miranda fez a denúncia de superfaturamento.

“Quando soube, entre diversos assuntos que esse deputado [Luís Miranda] foi tratar, o presidente falou com o ministro Pazuello para verificar. Como não tinha nada de errado, a coisa continuou”, afirmou Jorginho Mello.

Presidente manda investigar denunciante

Neta quinta-feira (24), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, ameaçou o deputado federal, irmão do servidor, que denunciou a corrupção.

“Deputado Luis Miranda, Deus tá vendo, mas o senhor não vai só se entender com Deus, não, vai se entender com a gente também. O senhor vai explicar e pagar pela irresponsabilidade, pela má-fé, pela denunciação caluniosa e pela produção de provas falsas”, disse Onyx.

De acordo com o ministro, o presidente determinou que a Polícia Federal investigue o deputado e seu irmão. E mais, ele vai pedir a abertura de um procedimento administrativo disciplinar junto à Controladoria-Geral da União (CGU) para apurar a conduta do servidor.

Reação da CPI da Covid

Além de marcar depoimentos dos irmãos Miranda e do do tenente-coronal Alex Lial Marinho, que teve o sigilo quebrado, a CPI reagiu a fala de Onyx.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que vai convocar o ministro Onyx para depor na comissão.  De acordo com ele, o secretário agiu na tentativa de interferir na apuração da CPI e coagir uma testemunha.

Renan Calheiros  falou até em um pedido de prisão contra o ministro. “Vamos pedir a convocação dele e, se ele continuar a coagir a testemunhas, vamos requisitar a prisão dele”, disse o senador. As declarações foram dadas em entrevista à GloboNews.

Renan e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), relataram preocupação com a segurança dos depoentes. Aziz solicitou à Polícia Federal proteção para os irmãos.

Quem é Ricardo Barros

Ricardo Barros é um político do Paraná, estado onde foi condenado por fraude quando foi prefeito de Maringá. Teve o mandato de deputado cassado pela Justiça Eleitoral por compra de votos, mas a decisão foi anulada por recurso.

Atualmente, ele responde a ação por improbidade administrativa em caso de fraude na aquisição de medicamentos quando era ministro da Saúde no governo de Michel Temer (MDB-SP). Barros teria favorecido a empresa Global Gestão em Saúde, do mesmo grupo da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da Covaxin.

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

 

 

 

Estão abertas as inscrições para o curso de extensão Movimentos sociais no Brasil: história e desafios da Universidade da Cidadania da UFRJ.

Destinado a ativistas dos movimentos sociais e à comunidade da UFRJ, o curso estimula o diálogo e a troca entre os diferentes saberes e será ministrado por professores/as da UFRJ e de outras universidades, além de ativistas e militantes de diferentes movimentos sociais.

Inscrições até dia 5/7 aqui: https://bit.ly/3h39yYN

Saiba mais em: http://cidadania.forum.ufrj.br/

 

 

 

O Dia do Orgulho LGBTQIA+ foi criado e é celebrado em 28 de junho em homenagem a um dos episódios mais marcantes na luta da comunidade LGBTQIA+ pelos seus direitos: a rebelião de Stonewall Inn.

Aqui, a realidade segue sendo revoltante: somos o país que mais mata travestis e pessoas transsexuais no mundo; a cada 1 hora, um(a) LGBT é agredido no Brasil, e a cada 20 horas um(a) é morto.

O discurso intolerante do presidente da república, que por muitas vezes já demonstrou sua ignorância e desprezo pela comunidade LGBT ajuda a fomentar a violência contra esses corpos.

A nossa luta por igualdade, por espaço e contra a marginalização precisa ser firme e constante. Queremos políticas públicas voltadas para a população LGBT, exigimos o direito irrevogável do respeito e, sobretudo, gritamos: FORA BOLSONARO E DIGNIDADE, JÁ!

*Os dados citados foram levantados, respectivamente, pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), por um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com base em dados do SUS e pela ONG Grupo Gay da Bahia

Luta pelo combate ao preconceito, violência e discriminação contra homossexuais, bissexuais e pessoas trans no Brasil ainda é árdua

28/6/2021 

O Dia do Orgulho LGBTQIA+ foi criado e é celebrado em 28 de junho em homenagem a um dos episódios mais marcantes na luta da comunidade LGBTQIA+ pelos seus direitos: a rebelião de Stonewall Inn.

O dia 28 de junho de 1969 marcou a revolta da comunidade LBGT contra uma série de invasões da polícia de Nova York aos bares que eram frequentados por homossexuais, que eram presos e sofriam represálias por parte das autoridades. A partir deste acontecimento foram organizados vários protestos em favor dos direitos dos homossexuais por várias cidades norte-americanas.

A 1ª Parada do Orgulho Gay, como era denominada na época, foi organizada no ano seguinte,1970, para lembrar e fortalecer o movimento de luta contra o preconceito. A “Revolta de Stonewall Inn” é tida como o “marco zero” do movimento de igualdade civil dos homossexuais no século XX.

A direção do Sintufrj atua pela igualdade de direitos, pela diversidade, pela tolerância e combate a qualquer tipo de discriminação ou violência contra homossexuais, bissexuais e pessoas trans no país.

A conscientização da sociedade sobre a importância do combate à LGBTFobia é um dos objetivos da data. 

Perseguições políticas

O Brasil tem passado por diversas perseguições políticas contra parlamentares negras e transexuais. Em março deste ano, elas denunciaram a perseguição sistemática que sofrem no Brasil à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Denúncias foram formalizadas e entregues à Bruna Benevides, secretária de Articulação Política da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). O objetivo da mobilização é combater a transfobia e o racismo, além de cobrar do Estado brasileiro a garantia de direitos e de um exercício pleno dos mandatos, sem ameaças ou violências, diante das tensões políticas que marcaram o processo eleitoral de 2020, um dos mais violentos dos últimos anos.

Um estudo feito pela ONG All Out e pelo Instituto Matizes aponta que o reconhecimento da criminalização da homofobia no mundo está, ainda, distante. O relatório cita 34 obstáculos que ainda dificultam o combate ao preconceito por orientação sexual. Entre as barreiras então:

Questões estruturais;

Falta de transparência e opacidade do Estado;

Procedimentos institucionais;

Reconhecimento jurídico;

Pandemia da Covid-19.

Frente Nacional Transpolítica

Durante a semana, diversas ações e atos promovem o debate pela promoção dos direitos LGBTQIA+. Uma delas é o lançamento da Frente Nacional TransPolítica nesta segunda-feira, 28. O evento virtual vai reunir as parlamentares trans e travestis eleitas no Brasil e os movimentos sociais organizados para garantir o pleno exercício do cargo.

Legado pela igualdade de direitos no Brasil

Veja abaixo o legado pelos Direitos LGBTQIA+ nos governos Lula e Dilma, que transformaram a luta contra a homofobia em política de Estado.

– Secretaria de Direitos Humanos virou ministério: o que aumentou os recursos, a autonomia e o poder de transformação social

– “Brasil sem Homofobia”: programa de promoção da cidadania a partir de equiparação de direitos e do combate à violência e à discriminação

– Fortalecimento do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos LGBT, com a participação de membros da população LGBT

– Lei Maria da Penha: a lei federal passou a prever expressamente a união homoafetiva feminina

– Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos LGBT: a primeira a ouvir, em âmbito nacional, as demandas da população LGBT

– Criação da Coordenação Geral de Promoção dos Direitos de LGBT: responsável por articular ações com os demais ministérios e órgãos do Governo Federal

– Criação do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos LGBT: ações de valorização LGBT, seja por renda, escolarização, educação, acesso à saúde, identidade de gênero e prevenção à violência homofóbica

– Extensão de direito de declaração conjunta para casais homoafetivos pelo Ministério da Fazenda

– Criação do módulo LGBT no Disque 100

– 1º Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: acompanhamento das denúncias

– Alterações no SUS: passou a contemplar o atendimento completo para travestis, transexuais e transgêneros, como terapia hormonal e cirurgias. A identidade de gênero passou também a ser respeitada, com a inclusão do nome social no cartão do SUS

– Reconhecimento dos direitos de casais de mesmo sexo no serviço público federal

– Assinatura do governo brasileiro à Convenção contra Todas as Formas de Discriminação e Intolerância da Organização dos Estados Americanos: que define as obrigações dos países sobre temas como orientação sexual e identidade de gênero

– Criação do Sistema Nacional de Promoção de Direitos e Enfrentamento à Violência contra LGBT: estrutura de incentivo à criação de programas de valorização e comitês de enfrentamento à discriminação e combate à violência, além de oferecer apoio psicológico e jurídico para LGBTs nessa situação

– Posse de Symmy Larrat como coordenadora-geral de Promoção dos Direitos LGBT da SDH: primeira travesti a ocupar o cargo.

Com a Redação do Site do PT

 

Antonio Cruz/ABr (2009)