Para o povo deixar de usar a máscara, como quer Bolsonaro, país precisaria vacinar 70% da população. Sem máscara e distanciamento social, Brasil pode ter um número catastrófico de mortes e casos de Covid-19

 Publicado: 11 Junho, 2021 Escrito por: Walber Pinto

Com a pandemia do novo coronavírus descontrolada, quase meio milhão de vidas perdidas e a vacinação lenta, recomendar o não uso de máscaras, como defendeu o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) nesta quinta-feira (10), é fazer “discurso de morte”, dizem autoridades e especialistas da área da saúde.

Eles rechaçaram veementemente a fala de Bolsonaro que disse ontem que o ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga, está estudando uma portaria para desobrigar o uso de máscara de quem foi vacinado contra a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e também dos que já contraíram o vírus e sobreviveram.

O presidente, que sempre defende medidas contrarias à ciência, ignora as mais de 482 mil vítimas da doença que segue  acelerada – em apenas 24 horas, 2.344 brasileiros perderam a vida e 89.802 foram infectadas. O total de pessoas contaminadas chegou a 17.215.159 milhões.

A fala de Bolsonaro de não uso de máscaras com este cenário,  chocou sanitaristas e lideranças políticas que, de imediato, rebateram mais uma declaração negacionista do presidente. 

Especialistas avaliam que a fala de Bolsonaro é um “perigo de morte”, no momento em que o Brasil já sinaliza uma terceira onda da doença que pode ser mais letal. Além disso, o país não fez a lição de casa em um ano e meio de pandemia e, por conta disso, ainda sofre as consequências da má administração do governo federal na maior crise sanitária do século.

O Brasil ainda não atingiu a imunidade de rebanho para tomar  uma decisão como essa. Especialistas dizem que 70% da população precisar estar vacinada para se falar em controle da doença. E, e sem as medidas necessárias, como uso de máscara e distanciamento social, país pode ter um número catastrófico de mortes e casos da doença.

“Isso é mais um golpe de negacionismo, deixar as pessoas tentarem a imunidade de qualquer jeito, com muito mais mortes. Só no nosso país estão acontecendo essas coisas”, afirma o médico infectologista Marcos Boulos, em entrevista à Carta Capital, denunciando o “discurso de morte” do ocupante do Palácio do Planalto.

 “As pessoas, mesmo vacinadas, podem estar assintomáticas e transmitindo. Então, todos têm de usar máscara até que consigamos ter a imunidade populacional, a chamada imunidade de rebanho, e isso provavelmente só acontecerá próximo do fim do ano”, disse o doutor Boulos.

Com a vacinação lenta porque o governo Bolsonaro ignorou todos os emails de compras da vacina no ano passado, o uso de máscaras pela população é necessário mesmo para aqueles que já foram vacinados contra a Covid-19 e para quem se recuperou da doença.

O sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, chamou a declaração do presidente de criminosa. “É uma posição próxima de criminosa. Quem já teve a doença, está provado, pode ter a doença novamente”, disse ao Estadão.

No mundo, Israel e os Estados Unidos são alguns dos países em que vacinados também não são obrigados a usar máscara. Lá, segundo balanço do Our World in Data, 59,4% da população já recebeu as duas doses da vacina. Nos EUA, 42,15%. Já no Brasil, apenas 11,06% das pessoas estão completamente imunizadas.

Alta de casos da doença

No Brasil, a alta taxa de transmissão do vírus e a média móvel de casos da doença acima de 50 mil por dia, ainda não permitem que a população deixe de usar as máscaras neste momento.

Dez capitais brasileiras registram ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) acima de 90%. Nos últimos sete dias, a média diária de casos foi de 58.990 por dia e a de mortes, de 1.714.

A situação se agravou nos últimos dias em Curitiba, Campo Grande, Aracaju, São Luís, Recife, Natal, Fortaleza, Maceió, Santa Cataria e Mato Grosso do Sul já apresentavam taxa de ocupação de leitos de UTIs igual ou superior a 90%, segundo levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo.

Essa tendência de alta procura por leitos intensivos da Covid-19 pode ser observada em outras capitais brasileiras que têm ocupação acima de 80% e 70%.

Fala de Bolsonaro repercutem nas redes

A fala do presidente repercutiu imediato nas redes sociais. A frase “Use máscara e tire o Bolsonaro” ficou entre os assuntos mais comentados nas redes. Personalidades políticas, artistas e várias organizações sociais repudiaram a fala de Bolsonaro.

 

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

 

 

 

Há 50 anos, o técnico-administrativo em educação Ivan Hidalgo é um destacado servidor da UFRJ. Mas sua notoriedade institucional começou pra valer em 1997, quando assumiu o cargo de secretário-geral dos Órgãos Colegiados. Desde então, tornou-se o personagem de importância única nas sessões do Conselho Universitário (Consuni), principal instância deliberativa da universidade e em outros colegiados, por sua eficiência e discrição.

Nesta quinta-feira, 10, a reunião do Consuni homenageou o servidor. Segundo o conselheiro docente Francisco Esteves, Ivan Hidalgo foi empossado na UFRJ no dia 2 de junho de 1971 pelo reitor Djacir Menezes (1969 a 1973), e acrescentou: “Ivan tem o espírito da universidade, do conhecimento. A Minerva está no seu DNA. Ele é um exemplo de ética”. 

A reitora Denise Pires de Carvalho apontou a dedicação e a seriedade de Ivan Hidalgo na realização do seu trabalho na Secretaria dos Órgãos Colegiados e solicitou que os conselheiros ligassem seus microfones para uma salva de palmas na sessão online do Consuni. 

Com a palavra cedida pela reitora, o homenageado, com a elegância de sempre, agradeceu às manifestações de reconhecimento e carinho.  

Na próxima sessão do Consuni, provavelmente dia 24 de junho, estará em pauta uma moção de louvor pelas cinco décadas de dedicação do servidor à UFRJ.

“Parabéns, Ivan. 50 anos! Meio século. Você expressa a responsabilidade e o compromisso dos técnicos-administrativos na garantia de que tudo nesta universidade aconteça de forma a expressar o que de melhor temos e o que de melhor podemos oferecer à sociedade e à própria dinâmica de funcionamento e estrutura da nossa universidade”, disse a representante da bancada técnico-administrativa e coordenadora do Sintufrj Joana de Angelis.

Trajetória irretocável

Nestes 50 anos de UFRJ, Ivan Hidalgo foi testemunha do trabalho de 15 reitores, e, pelo cargo que ocupa, tornou-se uma referência no conhecimento de documentos, regras e estatutos, além da história da instituição e de seus órgãos colegiados.   

Sua história com a UFRJ começou quando ele era ainda muito jovem, 19 anos. Seu ingresso na universidade foi por uma dica do amigo de infância e seu xará, o Ivan Rodrigues da Silva, de quem mais tarde também viria a se tornar colega de instituição. 

Ivan iniciou na UFRJ como datilógrafo da comissão especial criada para acompanhar os recursos aplicados nas obras de construção da Cidade Universitária (Cesar) e, assim, testemunhou a conclusão de  grades prédios do campus, como do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.

Ele prestou um trabalho importante para a categoria quando integrou o Grupo de Assessoramento à Comissão de Enquadramento do Plano de Carreira de 1987. Atuou ao lado de companheiros que se destacavam no movimento sindical dos técnico-administrativos, como João Eduardo e Carlos Maldonado.

Até que, em 1997, foi nomeado para a Secretaria dos órgãos Colegiados e passou a se responsabilizar pelo andamento do Consuni, Conselho Superior de Supervisão Executiva e de Curadores, os três presididos pela reitora.

Lembranças e curiosidades  

Segundo Ivan, ao chegar muito jovem na UFRJ, não tinha noção dos efeitos da política de governo para a universidade. Mas, em 1985, começou a perceber os ares da redemocratização do país. Na gestão do reitor Horácio Macedo, por exemplo, percebeu o crescimento da participação dos técnicos-administrativos na vida institucional, culminando com a escolha de um membro da categoria para assumir a Pró-Reitora de Pessoal, que foi o João Eduardo Nascimento Fonseca. E, alguns anos mais tarde, a conquista dos técnicos ocupando vagas nos colegiados. 

Entre as muitas lembranças e curiosidades, Ivan conta que já foi  chamado até de “Google” da UFRJ. “Conheço muito da universidade. Em momentos de lazer, eu fazia o quê? Eu pesquisava. Sempre gostei muito de pesquisar. Tenho pesquisa sobre reitores e pró-reitores. Fiz pesquisa sobre regimentos e estatutos antigos e novos. Fui lendo, me inteirando. Li atas dos conselhos desde 1920”, revelou.  

Mas todo esse acúmulo de conhecimento sobre a instituição não ficou somente na cabeça dele. Ivan Hidalgo transferiu todas as informações para o “Word”, portanto, a comunidade universitária dispõe de uma memória informatizada por iniciativa deste servidor técnico-administrativo excepcional. 

“As pessoas perguntam e eu olho minhas anotações. Eu sei porque fiz essas pesquisas”, diz ele, explicando que seus arquivos serviram de consulta para o pessoal que organizou a comemoração do centenário da instituição. “Agora, quero continuar fazendo o que  faço atualmente e me aposentar”, afirmou Ivan Hidalgo.

Ivan tem três filhos do seu primeiro casamento e cinco netos. É casado pela segunda vez. Poderia ter se aposentado com 57 anos, ou seja, há 12 anos atrás. Mas optou por ficar. “O que faço na universidade, faço por amor. Trabalho porque gosto”, finalizou.

O técnico-administrativo em educação Ivan Hidalgo

 

 

 

Nos dias 18, movimento sindical fará mobilizações em locais de trabalho para dialogar com trabalhadores sobre a realidade do país e, no dia 19, com os movimentos sociais, vai às ruas pelo ‘fora, Bolsonaro’

 Publicado: 10 Junho, 2021 Escrito por: Andre Accarini

A mobilização popular pela recuperação do Brasil, que está sendo devastado pelo governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) será reforçada na próxima semana. Com todos os cuidados necessários, como o distanciamento social, uso de álcool em gel e máscaras, os trabalhadores e trabalhadoras estarão mobilizados nos locais de trabalho e, outra vez, vão ocupar as ruas para levantar a voz exigindo o ’fora, Bolsonaro’, única maneira de o país voltar a crescer, salvar vidas, distribuir renda e gerar empregos. Os atos do dia 29 de maio demonstraram a insatisfação e a necessidade urgente de mudança no país.

No próximo dia 18, A CUT e demais centrais sindicais farão as mobilizações nos locais de trabalho para dialogar com trabalhadores sobre a realidade do país. E, no dia 19, com os movimentos sociais, vai às ruas pelo ‘fora, Bolsonaro’.

Na sexta-feira da semana que vem (18), os sindicalistas irão aos locais de trabalho dialogar com trabalhadores e trabalhadoras sobre a atual situação do país – de recessão, desemprego, pobreza, fome, inflação e, claro, de uma tragédia social jamais vista, provocada pela má atuação de Bolsonaro frente à pandemia, que levou o país a quase 500 mil mortos por Covid-19.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, explica que a mobilização deste dia tem foco na pauta trabalhista. “Vamos conversar com os trabalhadores, mostrar a eles o que está errado nesse país, o que este governo vem fazendo, e que provoca o desemprego e empobrecimento da população”.

De acordo com Sérgio Nobre, estão organizadas atividades em todo o país já nas primeiras horas do dia, em portas de fábricas e locais de trabalho, todas respeitando protocolos de segurança para evitar a disseminação do novo coronavírus.

“Vamos fazer panfletagens, assembleias, colocar faixas com as nossas lutas mais urgentes como o auxílio emergencial de R$ 600, a luta contra a fome que já atinge quase 20 milhões de pessoas, a carestia, a luta contra as privatizações que vão prejudicar ainda mais os brasileiros, além de exigir vacina já para todos, para salvar vidas”, diz o presidente da CUT.

Dia 18 faremos um diálogo direto com nossa base – os trabalhadores – sobre essa situação de tragédia que vivemos e o dia 19 será o dia do Fora Bolsonaro nas ruas- Sérgio Nobre

“Se queremos um país com mais empregos, com desenvolvimento, sem privatizações, um país em que os trabalhadores tenham direitos, tenham acesso à vacina e ao auxílio emergencial digno, temos que tirar Bolsonaro do poder”, completa o presidente da CUT.

E para reforçar o ‘Fora Bolsonaro’, a CUT apoia as manifestações que estão sendo organizadas pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo para o dia 19 de junho, sábado da semana que vem. A CUT é uma das impulsionadoras da Campanha Nacional Fora Bolsonaro, por fazer parte das Frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e do Fórum das centrais sindicais.

Neste dia, movimentos sociais pretendem levar às ruas todas as bandeiras de luta mais urgentes, mas o foco, a bandeira principal, é impeachment do presidente – o “fora, Bolsonaro” -, exigindo que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), paute um dos mais de cem pedidos de afastamento, que estão engavetados no Congresso.

Para este dia, a orientação da CUT é que todos que se sentirem seguros para ir às ruas, que não façam parte de grupos de riscos nem tenham comorbidades, devem se cercar de todos os cuidados necessários, a exemplo do que aconteceu no dia 29 de maio, em que mais de 420 mil trabalhadores em mais de 210 cidades deram um exemplo de proteção à vida nas manifestações, todos usando máscaras, álcool gel e mantendo o máximo possível de distanciamento social.

Ao contrário das manifestações antidemocráticas de apoio a Bolsonaro, convocadas por ele próprio, em que seus seguidores ignoram qualquer medida de segurança – máscara principalmente – e demonstram um enorme desprezo à vida e à dor das cerca de 500 mil famílias que perderam entes queridos na pandemia.

Sérgio Nobre orienta aos trabalhadores que não se sentirem seguros para ir às ruas, que organizem outros tipos de manifestações mais isoladas como panelaços e carreatas. “O povo pode dizer o ‘fora, Bolsonaro’ de várias maneiras, como ir para as redes sociais e se manifestar intensamente, pendurar bandeiras na janela, fazer panelaços, participar de carreatas.”

Mas uma coisa é certa, ele diz. “Se queremos que tenha emprego, que tenha auxílio emergencial, que tenha vacina, que tenha direitos, se queremos que o Brasil seja um pais decente, tem que ser com ‘fora, Bolsonaro’”.

Por isso, o dia 19, Dia Nacional de Mobilização por ‘Fora Bolsonaro’, será uma data igualmente histórica para o Brasil –  mais um dia em que a maioria dos brasileiros mostrará que o país, “com Bolsonaro, não tem futuro”, completa o presidente da CUT.

Recomendações essenciais da CUT para as manifestações:

  • Participação nas atividades de rua, somente de quem se sentir seguro;
  • Quem não for para as ruas, poderá participar de forma virtual, colocando bandeiras nas fachadas, fazendo panelaços e outras ações;
  • Nas ruas, manter o distanciamento mínimo necessário, utilizar máscara adequada, álcool em gel;

Cuidados necessários:

– Quem não deve participar dos atos:

Pessoas que apresentam sintomas de covid-19 ou que tiveram contato recente com infectados o novo coronavírus, que possuam comorbidades ou que residam com alguém que as possua.

– Antes do ato:

Tomar cuidado redobrado com o transporte público. Evitar meios de transporte sem janela e que tenham muitas pessoas. É imprescindível sair de casa já utilizando máscara, preferencialmente do tipo PFF2 ou N95.

– O que fazer durante o ato:

Manter-se sempre ao ar livre e preferencialmente a uma distância de 1 a 2 metros de outras pessoas.

Retire a máscara apenas para trocá-la caso esteja úmida e neste caso, afastar-se das demais pessoas.

Limpar as mãos frequentemente com álcool em gel 70% e evite tocar mucosas dos olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam devidamente higienizadas.

Não compartilhar objetos de uso pessoal e, se for possível, leve mais de uma máscara PFF2 ou N95 para distribuir para quem não as tem.

– Depois do ato:

Não confraternizar com amigos em bares, nem em casa, após a manifestação. No caminho de volta, são necessários os mesmos cuidados com o transporte público. Retire a máscara ao somente ao chegar em casa.

Edição: Marize Muniz

ARTE: EDSON RIMONATTO/CUT

 

 

 

 

Contemplado no Programa Aldir Blanc-Bahia, memorial foi lançado no dia 29 de maio

Fonte: Da Coalizão Negra por Direitos

Preservar história, memória, tradição religiosa e cultura negra do bairro Engenho Velho da Federação em Salvador, é um dos objetivos do “Caminhos da Sagrada Resistência: Histórias e Memórias no Território Negro do Engenho Velho da Federação”. 

O projeto propõe a criação de um site com registros de memória em fotos, vídeos, áudios e textos da “Caminhada pelo Fim da Violência e do Ódio Religioso, pela Paz!”. O memorial digital ressalta o compromisso político, social e cultural que a Caminhada possui ao longo de 16 anos no enfrentamento às diversas manifestações de violência sofrida pelo povo de Terreiro, e o engajamento das lideranças religiosas e sociais na organização do evento.

O acervo é composto por informações que contam a história do Engenho Velho da Federação e suas manifestações culturais, conteúdos ligados às temáticas abordadas em cada edição da Caminhada e registros das etapas de sua elaboração e realização. O projeto é realizado pelo Terreiro do Cobre através da Sociedade Flaviana Bianc, em parceria com os Terreiros Ilê Axé Omire Ojuire, Ilê Axé Mana Dandalunda Oya, Nzo Onimboyá, Zoogodô Bogum Malê Rundó, Ilê Axé Alarabedé, Pena Branca Jussara, Nzó Tanuri Junsara, Odé Mirin de Oxossi, Obá Tony, Centro de Caboclo Marujo, IIê Axé Opo Oya Omim,Tumbalagi Junçara, Ilê Axé Omadó Ny Osun, Ilê Oyo Bomim e Ilê Axé Awa Negy.

O memorial foi lançado dia 29 de maio, às 17h, numa transmissão ao vivo pelo YouTube (https://abre.ai/cHnb). O lançamento aconteceu na mesma semana em que se comemorava o Dia da África. A escolha da data representa um ato de resistência e valorização da ancestralidade.

Terreiros do Engenho Velho (Foto: Imagem retirada do site Coalizão Negra Por Direitos)

A Caminhada

Terreiros do Engenho Velho (Foto: Imagem retirada do site Coalizão Negra Por Direitos)

Em 2004, templos religiosos do Engenho Velho da Federação foram invadidos por adeptos de igrejas neopentecostais em ato de total desrespeito à história e tradição religiosa, símbolo desses espaços sagrados. Diante do contexto de extrema violência, lideranças e comunidades de Terreiros de Candomblé, Caboclos, Umbanda e de outras religiões afro-brasileiras, além da comunidade do bairro, vão às ruas todo os anos no dia 15 de novembro para denunciar o desrespeito às tradições religiosas de matriz africana e indígena, resultado dos efeitos danosos do racismo e da ausência ou violação de políticas públicas voltadas para a garantia da integridade dessas religiões.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

 

Terreiros do Engenho Velho (Foto: Imagem retirada do site Coalizão Negra Por Direitos)

 

 

 

 

 

 

 

 

Não. O que o governo propõe, na PEC 32/2020, é a desorganização do serviço público, tirando do Estado atribuições fundamentais no atendimento à população e abrindo espaço a privatizações de áreas essenciais, entrega da saúde e da educação para Organizações Sociais, fim dos concursos públicos para grande parte dos cargos, apadrinhamento no preenchimento das vagas e quebra da estabilidade facilitando a perseguição política e a pressão das chefias para cumprimento de ordens indevidas ou ilegais.

A reforma é mais uma disputa pelo orçamento público, a exemplo da Emenda Constitucional 95/2016 que congelou o orçamento para os serviços públicos por 20 anos. Entre atender à população – com um projeto de ampliação e melhoria da educação, pesquisa e saúde – e destinar uma parcela maior do dinheiro público para empresários e bancos, o governo escolheu a segunda opção.

Com o golpe de 2016, o governo de Michel Temer (MDB) e depois Jair Bolsonaro (sem partido) aprovaram medidas que, segundo eles, fariam o Brasil voltar a crescer: teto de gastos (EC 95/2016), terceirização geral; reforma trabalhista; reforma da Previdência. Nenhuma delas resolveu; pelo contrário, aumentaram os ganhos dos mais ricos e empobreceram a grande maioria da população.

É certo que várias distorções foram criadas para acomodar os interesses das cúpulas dos poderes, não são poucos os casos de remunerações que ultrapassam em muito o teto do funcionalismo, mas essa reforma não mexe em nada disso. Ao contrário, tende a aumentar ainda mais a diferença entre os menores e maiores salários.

Com a PEC, serviços públicos como Saúde e Educação seguem sendo obrigação do Estado e direito da população?

Não. A PEC 32/2020, de Bolsonaro e Guedes, introduz entre os princípios da administração direta e indireta descritos no Art. 37 da Constituição Federal o da subsidiariedade. Ou seja, o estado passa a ser complementar ao que o setor privado não pode ou não quer atender.

Mesmo que seja apenas um princípio constitucional, nos planos do governo para a reforma já constam mais duas etapas para sua implementação onde esta mudança pode ser realmente aplicada. Portanto, esse princípio antecipa o objetivo de substituição de escolas, universidades, hospitais e postos de saúde públicos pela entrega de vouchers (vale-mensalidade, vale-educação, vale-creche, vale-saúde) ou mesmo a entrega da administração, contratações e compras para as chamadas organizações sociais lucrarem em cima do que deveria ser direito do povo.

A população precisa de mais e melhores serviços públicos, e não menos.

A reforma se aplica apenas aos servidores federais?

Não. A reforma se aplica a todo o serviço público do país: à “administração pública direta e indireta de quaisquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (art. 37 da PEC 32/2020). Todos os servidores serão atingidos. O Brasil possui cerca de 10,7 milhões de servidores públicos civis ativos e sua maior parte é constituída de servidores municipais, quase 6 milhões (62,4%), seguida de 3 milhões de servidores estaduais (30,8%) (IBGE, 2016).

 

 

 

As Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular realizaram reunião na quarta-feira, 9, para avaliação do #29M e organização do #19J. Participaram cerca de 90 representantes de centrais sindicais, partidos (PSOL, PT, PC do B, PDT, UP, REDE, PCO, PSTU e PCB), Coalizão Negra por Direitos, Movimento Acredito,  entidades estudantis, entre outras representações da sociedade civil. 

Ficou decidido que a concentração do #19J será no monumento a Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, mesmo local do #29M, a partir das 10h, e os manifestantes seguirão até a Candelária. As palavras de ordem continuam sendo Fora Bolsonaro! Vacina no braço, comida no prato e a luta é pela vida! 

Os organizadores da manifestação centrarão esforços para que as pessoas fiquem atentas em manter o distanciamento entre elas e também haverá mais organização no uso dos carros de som.  

Plenária nacional 

A reunião também orientou para que todos participem da 4ª Plenária Nacional de Organização das Lutas Populares da Campanha Fora Bolsonaro, que ocorrerá nesta quinta-feira, 10 de junho, às 18h. É necessário realizar inscrição pelo link: https://forms.gle/WgcYNw5QSoWA3spN8

 

 

 

 

Abaixo-assinado pedindo a suspensão da PEC 32 na pandemia foi entregue à Câmara pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público e a Frente servir Brasil 

A Câmara dos Deputados instalou na tarde de quarta-feira, 9, a comissão especial que irá analisar o mérito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, a reforma administrativa de Bolsonaro que destrói os serviços públicos, avançando mais um passo na sua tramitação. 

A comissão, de maioria governista, foi instalada logo após a entrega do abaixo-assinado com mais de 130 mil assinaturas pedindo a suspensão da PEC 32 enquanto durar a pandemia. O documento foi entregue ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público junto com a Frente Servir Brasil e entidades do serviço público. 

Mobilização

A data da instalação da comissão foi mais um dia de mobilização dos servidores contra à proposta que, ao contrário do que diz o governo, acaba com direitos adquiridos da massa do funcionalismo e deixa de fora militares, juízes, desembargadores, procuradores, deputados e senadores. Pela manhã houve ato público em Brasília contra a reforma administrativa, em frente ao anexo II da Câmara dos Deputados com representantes de servidores de diversas categorias.

Na reunião virtual de instalação da comissão, o deputado Fernando Monteiro (PP-PE), que é empresário, foi eleito presidente do colegiado, enquanto a relatoria da proposta ficou a cargo de Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), que já se pronunciou a favor da reforma administrativa. A comissão terá até 40 sessões do plenário da Câmara para emitir um parecer. 

O prazo para apresentação de emendas será de 10 sessões, contadas a partir de quinta-feira, 10. Cada emenda terá de ser assinada por 171 deputados. A comissão especial voltará a reunir semana que vem, 16, às 14h30, para a apresentação do plano de trabalho, deliberação de requerimentos e eleição dos vice-presidentes. O colegiado será composto por 34 integrantes titulares e 34 suplentes

O que eles pensam

Fernando Monteiro, afirmou ter um compromisso com o cidadão, “com o povo brasileiro”. Segundo ele, “a população está insatisfeita, os próprios servidores estão insatisfeitos, algo precisa ser feito”, sustentou. O deputado disse ainda que todos os atores serão ouvidos pela comissão durante a tramitação da PEC 32/2020. “Todos terão tempo para apresentar seus argumentos”, ressaltou. Segundo ele, não será aprovada a reforma administrativa ideal, mas a possível.

Já Arthur Maia afirmou que a Assembleia Nacional Constituinte cometeu “excessos” no trato com os servidores. E já mostrou a que veio:

“Teremos de debater temas que serão extremamente relevantes e atuais, temos sim de trazer para o debate a questão da cláusula de desempenho, temos sim de discutir se é bom ou não para o Brasil a estabilidade na forma como ela é hoje colocada. Temos sim de discutir como serão mantidos ou não mantidos os cargos de confiança e os cargos em comissão. Temos sim, portanto de fazer aqui um debate que bote o dedo na ferida e possa melhorar e qualificar o nosso serviço público”, defendeu.

Com Agências de Notícias

 

 

Energia elétrica foi o que mais pressionou o índice de maio, com aumento de 5,37%. Já as carnes, que subiram 2,24% e continuam a subir, acumulam aumento de 38% nos últimos 12 meses

Publicado: 9 Junho, 2021 – Escrito por: Redação CUT

Pressionada pela alta da energia elétrica, que subiu 5,37%, a inflação de maio chegou a 0,83%, a maior taxa para o mês desde 1996, quando atingiu 1,22%. O índice acumula alta de 3,22% no ano e de 8,06% nos últimos 12 meses, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, explica a disparada no índice da energia dizendo que se deve a dois fatores:

1) Em maio passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que trouxe uma diferença grande em relação à bandeira amarela, que estava em vigor de janeiro a abril.

2) A série de reajustes que houve no final de abril em várias concessionárias de energia elétrica espalhadas pelo país.

A bandeira tarifária vermelha patamar 1 acrescenta R$ 4,169 na conta de energia a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Também subiram os preços de água e esgoto (1,61%), gás de botijão (1,24%), gás encanado (4,58%), gasolina (2,87%), gás veicular (23,75%), etanol (12,92%) e o óleo diesel (4,61%).

As carnes, que subiram 2,24% e continuam a subir, acumulam aumento de 38% nos últimos 12 meses.

Para Kislanov, o aumento das carnes é um dos fatores que explicam por que comer fora de casa ficou mais caro. A alimentação fora do domicílio teve alta de 0,98% em maio e, no mês anterior, havia subido 0,23%. As altas do lanche (2,10%) e da refeição (0,63%) contribuíram para o aumento. Em abril, os dois itens tiveram queda em seus preços.

Todas as áreas pesquisadas no IPCA tiveram inflação em maio. A maior variação foi registrada na região metropolitana de Salvador (1,12%), que foi impactada, principalmente, pelas altas nos preços da gasolina (8,43%) e da energia elétrica (10,54%).

Já a menor variação ocorreu em Brasília, que teve inflação de 0,27%, influenciada pela queda nos preços das passagens aéreas (-37,10%) e das frutas (-10,68%).

INPC sobe 0,96% em maio

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de maio teve alta de 0,96%, acima do resultado de abril, quando havia registrado 0,38%. O resultado de maio é o maior para o mês desde 2016, quando registrou 0,98%.O índice acumula, no ano, alta de 3,33% e de 8,90% em 12 meses. Em maio de 2020, a taxa foi de -0,25%.

Kislanov explica que o impacto da energia elétrica é maior no INPC (0,28 p.p.) do que no IPCA (0,23 p.p.), o que pode justificar a maior variação do índice. “A energia elétrica tem um peso muito grande entre as famílias de menores rendas. Além disso, também pesou bastante o aumento da gasolina (0,15 p.p.) e das carnes (0,09 p.p)”, diz.

Os produtos alimentícios subiram 0,53% em maio enquanto, no mês anterior, haviam registrado 0,49%. Já os não alimentícios subiram 1,10%, após variarem 0,35% em abril.

Todas as capitais pesquisadas tiveram inflação em maio, com destaque para Salvador (1,25%), que foi impactado pelas altas da energia elétrica (10,63%) e da gasolina (8,43%). Já o menor índice foi observado em Brasília (0,41%), influenciado pelas quedas nos preços das passagens aéreas (-37,10%) e das frutas (-11,63%).

 

AGÊNCIA PT

 

Até março deste ano, quase 700 mulheres foram baleadas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro

9/6/2021 em Violência contra MulherViolência Racial e PolicialFonte: Brasil de Fato

A morte de Kathlen Romeu, grávida de quatro meses, na última terça-feira (8) é a 8ª morte de gestante na Região Metropolitana do Rio de Janeiro desde 2017. Segundo a plataforma Fogo Cruzado, 15 mulheres grávidas foram baleadas no Grande Rio, sete delas morreram. Desses 15 casos, nove bebês não resistiram.

Segundo a Fogo Cruzado, apesar de todas terem sido vítimas da violência armada, as 15 grávidas baleadas no Grande Rio foram vitimadas de diferentes formas: 6 delas foram vítimas de balas perdidas, 4 foram vítimas de execução/homicídio, 3 foram baleadas durante roubo ou tentativa de roubo, 1 foi baleada com indícios de tortura e 1 não teve motivação identificada.

Até março de 2021, a plataforma, que compila dados de segurança pública no estado do Rio, registrou 681 mulheres baleadas na Região Metropolitana do Rio: 258 delas não resistiram e morreram.

Os motivos dos tiroteios que mais deixaram mulheres baleadas foram operação ou ação policial, que fez 194 vítimas ao todo (45 mortas e 149 feridas). Roubo e tentativa de roubo veio em seguida, totalizando 117 vítimas (34 mortas e 83 feridas). Homicídio e tentativa de homicídio (111 vítimas: 74 mortas e 37 feridas); execução e tentativa de execução (68 vítimas: 59 mortas e 9 feridas).

Vítimas mulheres em disputa entre facções/milícias somam 36, sendo 13 mortes e 23 feridas. Em apenas 10% dos casos, não foi possível identificar as circunstâncias dos disparos.

Quase metade das mulheres baleadas na Região Metropolitana do Rio foram vítimas de balas perdidas. Foram 314 mulheres atingidas que não tinham nenhuma participação ou influência direta nos tiros, mas que sofreram igualmente com os efeitos da violência armada: 59 delas morreram.

Chama atenção também que 12% das vítimas (85 mulheres) foram baleadas quando estavam dentro de casa: destas, 49 morreram. E outras 11 eram agentes de segurança: 7 morreram.

Ação da UPP

A designer de interiores Kathlen Romeu estava grávida de quatro meses e foi baleada na cabeça durante confronto na região. Ela estava caminhando na rua com a avó próxima à localidade conhecida como Beco da 14 quando teve início a troca de tiros entre policiais e criminosos. A jovem chegou a ser socorrida e levada por policiais para o Hospital Salgado Filho, no Méier, bairro da Zona Norte, mas não resistiu ao ferimento.

Em nota, a Polícia Militar informou que não estava sendo realizada uma operação, mas que fazia patrulhamento de rotina da UPP quando o carro foi alvo de tiros.

Em entrevista à TV Globo na manhã desta quarta-feira (9), o  pai de Kathlen disse que há um mês decidiu tirar a filha da comunidade, onde vive a avó, por conta da frequência de tiroteios no local.

“Noventa e nove por cento da comunidade são pessoas de bem. A mesma operação que tem constantemente na nossa área não tem na Zona Sul. Eu tirei ela de lá por causa da violência. Minha filha era a coisa mais especial da minha vida. Uma pessoa do bem, inteligente”, disse o pai de Kathlen.

Repercussão

Nas redes sociais, a hashtag #Kathlen foi um dos assuntos mais comentados em todo o Brasil, com repercussão entre políticos e artistas. Anielle Franco disse que lembrou da irmã, a vereadora Marielle Franco, executada em março de 2018, no Rio Comprido, região central do Rio.

“Não consegui dormir quase nada pensando na família da Kathlen. Fiquei pensando na primeira noite sem minha irmã. Depois pensei naquela ida fatídica ao IML (Instituto Médico Legal) que precisei fazer. Mari nutria sonhos. Kathlen carregava o seu. É sonho atrás de sonho sendo interrompido. Que dor!”, escreveu Anielle.

Protesto

Um ato em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras, Zona Sul da capital, está marcado para esta quarta-feira (9), às 18h. O protesto é contra a política de segurança que vem sendo colocada em prática pelo governador Cláudio Castro (PSC) durante a pandemia.

A organização do ato recomenda que todos e estejam de máscaras e que levem álcool em gel para higienização das mãos. Na chamada para o protesto, os organizadores lembraram o governo vem desrespeitando decisão do Supremo Tribunal Federal que impede ações policiais em comunidades durante a pandemia.

“Leve sua vela, seu cartaz, sua dor e revolta! Encheremos o Palácio Guanabara com símbolos que representam a política de morte que este governo produz todos os dias em nossas favelas e periferias. O governador Cláudio Castro e sua polícia vem afrontando o STF e descumprindo a liminar de suspensão das Operações Policiais no Estado do RJ”, afirmam os organizadores.

Jovem de 24 anos estava grávida de quatro meses e foi baleada na cabeça, no Lins, Zona Norte do Rio – Reprodução

 

 

 

 

‘De acordo com o relatório de nossos representantes, já temos a apuração oficial do partido, onde o povo se impôs a esta façanha, a qual saudamos’, disse

REDAÇÃO OPERA MUNDISão Paulo (Brasil) 9 de jun de 2021

O candidato de esquerda Pedro Castillo se declarou vencedor das eleições presidenciais do Peru na noite desta terça-feira (08/06), com base em mais de 98% apurados e nas contagens paralelas feitas pelo Perú Libre, seu partido.

Em declarações em frente ao comitê de campanha, Castillo afirmou que “O povo falou”. “De acordo com o relatório de nossos representantes, já temos a apuração oficial do partido, onde o povo se impôs a esta façanha, a qual saudamos. Por isso, peço também que não caiam na provocação.”

Às 11h da manhã em Brasília, Castillo tinha uma diferença de cerca de 72 mil votos em relação à adversária, a ultradireitista Keiko Fujimori. Em números percentuais, a diferença é de 0,4 ponto. 

Veja como está a apuração das eleições no Peru:

Pelos dados divulgados pelo órgão eleitoral, não é possível saber com precisão quantos votos ainda faltam a ser apurados. Uma projeção aponta há pelo menos 177 boletins de urna ainda a serem contabilizados, mas não se sabe quantas cédulas estão computadas nelas.

A esperança de Keiko de virar novamente a apuração se baseava nos votos do exterior, que vinham em grande proporção a favor da candidata. Mesmo assim, à medida em que a apuração avançou, essa proporção, que chegava a ser de 80 votos para Keiko e 20 para Castillo a cada 100, já caiu para 66 contra 34. 

Contra as expectativas de Keiko, ainda há a questão da abstenção fora no Peru, que bateu 64% (dentro do país, foi de 23%).

Além disso, ainda faltam alguns votos em zonas rurais do país, em especial na região de Cusco, onde Castillo é muito forte (os votos para ele estão entrando na proporção de 83 a 17 a cada 100). Na região, 95,66% das atas já foram processadas e 95,2%, contabilizadas.

Nas áreas em que a candidata da Força Popular é mais forte, a apuração ou está muito avançada – caso de Lima, com 100% das atas processadas e 97,96% contabilizadas -, ou já foi concluída.

Existe uma diferença entre atas processadas e atas contabilizadas. As processadas são as recebidas pelo órgão eleitoral e checadas quanto à validade e outros problemas; as contabilizadas são aquelas que, efetivamente, entram na contagem dos votos.

 

Reprodução/Facebook