O Centro de Triagem e Diagnóstico para a Covid-19 da UFRJ (CTD) e o Laboratório de Virologia Molecular divulgaram, na quarta-feira, 24, dia em que o descontrole da pandemia no país atingiu a dolorosa marca de mais de 300 mil vítimas –, boletim constatando o aumento de casos e a elevação da carga viral do novo coronavírus.
De acordo com o boletim, foi observado, nas duas últimas semanas, um aumento da positividade do RT-PCR dos casos sintomáticos, que passou de 11,6% (Semanas Epidemiológicas 9 e 10) para 20,1% (Semanas Epidemiológicas 11 e 12).
Alerta dos especialistas
A coordenadora do CTD Covid-19, Terezinha Castanheiras, e o chefe do Laboratório de Virologia, Amílcar Tanure, que assinam o boletim, ressaltam que no mesmo período foi constatado cargas virais mais elevadas, risco de aumento de transmissibilidade e, consequentemente, potencial de explosão de casos nas semanas subsequentes.
sNo documento, os doi especialistas alertam pasificaçra a necessidade da intenão das medidas de contingência. Na sexta-feira, 26 de março, terá início no Estado do Rio, notadamente nos municípios do Rio de Janeiro e Niterói, o período de medidas restritivas para tentar frear a expansão do contaminação viral, que vai inicialmente até 4 de abril. Apenas serviços essenciais funcionarão.
Orientação
Os Comitês Científicos do Rio e de Niterói apresentaram posicionamento consensual sobre a necessidade urgente da implementação de medidas restritivas de circulação e aglomeração de pessoas, considerando todos os indicadores de crescimento da contaminação e as consequências da pandemia da Covid-19, incluindo a iminente saturação da capacidade do atendimento hospitalar da rede pública e privada.
De acordo com os comitês, os 10 dias de restrições, em hipótese alguma devem ser considerados feriadão, mas sim como medidas para conter a mobilidade e reforçar o isolamento social, mas as atividades produtivas podem e devem ser mantidas a distância, respeitando as diretrizes e orientações municipais.
Os comitês também manifestaram a necessidade da sinalização de um plano de retorno, com revisão das medidas restritivas adotadas nos 10 dias e uma comunicação segmentada, assertiva, ressaltando que toda a rede de atenção à saúde pública e privada deverá continuar funcionando no período, incluindo a vacinação, atendendo às orientações sanitárias.
Os integrantes dos comitês entendem ainda que medidas de assistência social e compensação a indivíduos e empresas são importantes como mitigação ao impacto econômico derivado dessas restrições e do engajamento.
Crescimento da contaminação
Nas últimas semanas, o Rio de Janeiro viveu uma escalada no número de internações e de aumento de casos e mortes pela Covid. De acordo com os dados da Secretaria Estadual de Saúde, 18 municípios não têm mais vagas de tratamento intensivo e estão com 100% de ocupação. Em todo o estado, 493 pacientes com a Covid-19 aguardavam vagas para tratamento intensivo.
Em Niterói, entre os dias 1º e 11 de março, o número de pacientes com a doença internados em leitos clínicos subiu 80%: de 78 para 140. Em UTIs, foi de 109 para 174, uma alta de 60% em dez dias. No dia 11, o município tinha 527 casos ativos da doença, o maior índice em dois meses.
Além do crescimento nas internações, o alto número de novos casos por semana também preocupa. Desde maio, a Prefeitura de Niterói divulgou 41 relatórios semanais de monitoramento da pandemia, e em nenhum deles a cidade conseguiu sair do estágio considerado de altíssima gravidade pelo comitê científico no indicador de incidência de novos casos.
Dirigentes reforçam importância de uma paralisação total por 21 dias e a necessidade de proteção social. “Ciência diz que é único caminho para frear a pandemia”, diz presidente da CUT
O tema central da live realizada nesta quarta-feira (24) pelos presidentes da CUT, Sérgio Nobre, e da Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB, além da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), foi a necessidade – recomendada por autoridades de saúde e cientistas – de o país parar por 21 dias em um lockdown nacional que, em conjunto com a vacinação em massa, pode conter o avanço acelerado das contaminações e mortes pelo coronavírus.
A paralisação das atividades, defendida por governadores e prefeitos em todo o país, enfrenta a fúria negacionista do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) que, a pretexto de defender a economia, é contra qualquer tipo de isolamento social. Para ele, só idosos e pessoas doentes devem ficar em casa, apesar do total de doenrtes e mortos entre os jovens ter aumentado muito este ano.
Representando o Fórum Nacional de Governadores, Fátima Bezerra afirmou durante a transmissão que nenhum governante “fica feliz em adotar medidas de restrição, mas elas são necessárias nesse momento, para salvar vidas”.
“Não é fácil adotar medidas mais duras, mas temos que ter responsabilidade e em momentos de crise temos que fazer escolhas para garantir a sobrevivência à população”, disse a governadora.
Sérgio Nobre, presidente da CUT, reforçou que, conforme atestam os cientistas, “a medida mais adequada para frear a pandemia é um lockdown nacional de 21 dias”. Mas, ele ressaltou, para isso é preciso ter condições se referindo à necessidade do auxílio emergencial para que as pessoas possam sobreviver em casa e não terem de enfrentar riscos de contaminação nas ruas por precisarem sair para trabalhar.
“O trabalhador sabe dos riscos de sair, mas vai porque precisa sobreviver e o [novo] auxílio emergencial não compra nada. É um desrespeito”, disse o dirigente se referindo aos valores definidos pelo governo para a nova fase, que vão de R$ 150 a R$ 375.
Sérgio ainda rebateu argumentos do governo de que não tem dinheiro para pagar um auxílio emergencial digno aos trabalhadores. “É mentira que o país não tem recursos. O Brasil tem condições de pagar os R$ 600 e já apontamos várias alternativas”, disse o dirigente.
Sérgio Nobre, presidente da CUT
O auxílio emergencial, amplamente defendido pelos presidentes das centrais para que seja pago, no mínimo, no mesmo valor do ano passado também foi citado por Fátima Bezerra como fundamental para a estratégia de conter o avanço da pandemia.
“É inadmissível o auxílio ter sido cortado. Só um governo que não tem a sensibilidade de entender o drama que as famílias de baixa renda passam, toma uma atitude de tanto desprezo como foi suspender o auxílio em dezembro”, disse a governadora.
Ela contou ainda que no ano passado, governadores do Nordeste tiveram uma reunião com Bolsonaro e quando apresentaram a ideia de um programa de renda básica, o governo se mostrou indiferente.
Não podemos aceitar essa desidratação do auxílio emergencial. O povo merece respeito.
A governadora reforçou ainda que “sem suporte social para famílias de baixa renda, não haverá condições de segurar medidas restritivas por mais tempo”.
Dia de conscientizar a população
O objetivo da live assim como do conjunto de atividades realizadas em todo o país é conscientizar a população acerca do caos social, econômico e, principalmente, de saúde, vivido pelo Brasil atualmente, consequência da política genocida de Bolsonaro.
O presidente continua negando a ciência, minimizando a pandemia, desdenhando de medidas protetivas contra a contaminação e tentando incitar a população a acreditar que a crise sanitária é um “exagero”, enquanto o país caminha para as mais de 300 mil vidas perdidas para Covid-19.
É dia também de lutar pelas vacinas para todos e todas, por emprego e por um auxílio emergencial de R$ 600.
Vacinação em massa
Vacinas contra Covid-19 para todos e todas foi outro ponto destacado pelos dirigentes das centrais e também pelo representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu Moreira. Ele afirmou que a vacina pode resolver de forma efetiva o avanço da pandemia e que “o governo tem total responsabilidade quanto à imunização da população”.
Para combater o negacionismo do governo que resulta na falta de ações de enfrentamento, inclusive a negligência na aquisição de vacinas, e que tem custado a vida de muitos brasileiros, a SBPC apresentou ao Congresso um documento propondo um conjunto de medidas para enfrentar a pandemia, entre elas, o lockdown total no país, como exigem os presidentes das centrais sindicais.
“É importante ter um plano nacional porque o Brasil tem infraestrutura para isso. No entanto, foi a política de descoordenação, de negacionismo e desmonte que favoreceu a morte e não a vida”, afirmou Ildeu Moreira.
No mesmo tom, Antônio Neto, presidente da Central de Sindicatos Brasileiros (CSB) criticou o atraso do Brasil na imunização e se referiu a tratamentos precoces como charlatanismo. “A vacina é uma das únicas formas de fazer com que tudo possa voltar ao normal e muitos países são exemplo disso”, ele disse.
Para Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), é grave o estado do país. “Sobra a prevalência do negacionismo, das doses de ‘cloroquina’, de Ivermectina e o Brasil caminha para seu estado terminal”, criticou o dirigente.
Emprego
Ainda para o presidente da CTB, o debate sobre reverter o quadro de desemprego no país está associado à discussão do afastamento de Bolsonaro.
“Temos 14 milhões de desempregados hoje. A Pnad [pesquisa feita pelo IBGE], diz que 79 milhões de pessoas estão fora da força de trabalho. Não temos nenhuma perspectiva de geração de empregos. Portanto, não tem como querer geração de emprego e renda à luz da mediocridade mediana de Bolsonaro”, disse Araújo.
Ação das centrais
Desde o início da pandemia, as centrais sindicais lutam por soluções que protejam os trabalhadores. Exemplo mais claro é o auxílio emergencial que, por pressão das entidades, foi aprovado pelo Congresso em março do ano passado com valor de R$ 600 – o triplo do que pretendia Bolsonaro na época.
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), lembra que o esforço das centrais sensibilizou o Parlamento para virar o jogo, o que “salvou pessoas que já estavam à margem da miséria”. O dirigente lembrou ainda que o programa, como foi aprovado, influenciou também na redução da queda do PIB.
“[A queda do PIB] Teria sido de 9%, o dobro do que foi realmente, 4,9%. A pobreza hoje seria ainda maior do que é”, disse Patah.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, lembra que Bolsonaro foi obrigado a assinar a Lei que instituiu o auxílio, mas de lá para cá, “o governo não fez mais nada que pudesse enfrentar a pandemia. Negou a ciência, quaisquer medidas de enfrentamento e divulgou remédios sem eficácia”.
Por isso, ele disse, as centrais se mantiveram unidas na pauta que trata, em primeiro plano, da vida e dos trabalhadores mais vulneráveis. Em janeiro deste ano, as centrais elencaram as cinco prioridades na luta contra a Covid-19: vacina já!, auxílio emergencial, proteção ao emprego e renda, financiamento a micro e pequenas empresas e uma campanha nacional de solidariedade.
Sérgio Nobre afirmou que a proteção ao emprego é importante, mas a proteção às empresas também é necessária.
“Pequenos negócios estão morrendo. Essas pequenas empresas são responsáveis por metade dos empregos gerados no país e precisam de linha de crédito a fundo perdido. Elas não têm como devolver, todo mundo sabe disso, precisam ser salvas”, disse o presidente da CUT.
Orçamento
Tema de relevância, o corte de R$ 36 bilhões na saúde, no orçamento da União para 2021, foi citado pelo presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), José Reginaldo Inácio.
Para ele, a atenção que o governo federal dá ao Sistema Único de Saúde (SUS) afronta o mundo inteiro, e para o SUS cumprir sua missão, tem que ter orçamento.
“A saúde precisa sobreviver, mas o governo está transformando o Brasil num hospedeiro do mal. O povo brasileiro, antes feliz, agora é um povo sofrido que o mundo não quer nem chegar perto”, disse o dirigente.
Governadores
Parte da frente de resistência e combate à pandemia, as propostas do Fórum Nacional de Governadores, que reúne 21 governadores estaduais, convergem com as propostas das centrais. Uma delas é o lockdown por 21 dias, com amparo social aos trabalhadores, para que fiquem em casa.
Na manhã desta quarta-feira, o governador do Piauí, Wellington Dias, que preside o fórum, participou de um encontro em Brasília, envolvendo presidentes da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), além de Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Jair Bolsonaro, para tratar de uma estratégia no enfrentamento à Covid-19.
Durante a live, Fátima Bezerra, que representou o Fórum, anunciou e comentou o resultado da reunião com Bolsonaro.
“O presidente anunciou que, a partir de agora, vai ter um comitê de crise e que vai redirecionar o enfrentamento. Espero que seja verdade e isso tem que começar por ele enterrar o desprezo pela ciência, abandonar definitivamente a postura negacionista que foi decisiva para fazer a gente chegar a essa tragédia, com 300 mil mortos e o Brasil sendo visto como pais que pior tratou a pandemia”, disse Fátima Bezerra.
Os números da pandemia no Brasil são os piores do mundo, seja em óbitos ou casos confirmados de Covid-19. DF tem momento de caos com corpos pelo chão de hospitais, já São Paulo bate todos os recordes de mortes
Em quase três meses, o Brasil registrou 100 mil vítimas fatais de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e com a escalada de mortes e novos registros de casos da doença, o país deve chegar nesta quarta-feira (24) à triste marca de 300 mil vidas perdidas desde o começo da pandemia.
A pandemia segue descontrolada no Brasil, que ainda não tem um comando nacional de combate ao vírus, e o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) ainda ousou fazer um pronunciamento carregado de mentiras em cadeia nacional de TV. E isso nesta terça-feira (23), dia em que o país ultrapassou a marca de 3 mil mortes em apenas 24 horas.
Bolsonaro falou pouco e mentiu muito sobre as supostas ações do governo contra a Covid-19, tentou desfazer a imagem de negacionista e a barreira para a chegada das vacinas, apesar de ter rejeitado por meses propostas de imunizantes e até ter levantado dúvidas, sem provas, sobre a eficácia das vacinas. Foi recepcionado por um imenso panelaço em todo o país.
Brasil chega hoje a 300 mil mortes desde o início da pandemia
Os números da pandemia no Brasil são os piores do mundo, seja número de óbitos registrados ou de novos casos confirmados da doença. Nesta terça-feira (23), com 84.996 novas infecções notificadas, o total de pessoas contaminadas foi para 12.136.615. E com as 3.251 mortes registradas em apenas 24 horas, entre segunda e terça-feira, o total de óbitos desde o início da pandemia foi para 298.843.
O país está atrás apenas dos Estados Unidos, único país a chegar a um nível diário de mortes por Covid-19 tão elevado. O país americano registrou 4.470 mortes em 11 de janeiro de 2021, segundo a Universidade Johns Hopkins.
O quadro da pandemia de Covid-19 no Brasil se agravou nos últimos dias com o sistema de saúde em colapso, sem dar conta de atender todos os pacientes que chegam em estado grave, muitos passam dias em enfermarias lotadas, no chão em alguns locais, até conseguirem uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
DF tem corpos pelo chão
No Distrito Federal, o sistema de saúde vive uma situação dramática, com corpos de vítimas de Covid-19 à espera de deslocamento em corredores de hospitais e até expostos no chão. As imagens que circulam pelas redes sociais mostram um corpo ensacado no piso. Em outra situação, há uma vítima da doença já sem vida enrolada em panos, sobre uma maca.
Em números atualizados pelo governo do Distrito Federal, 411 pacientes no aguardam de vaga de UTI para tratamento da doença. Os 432 leitos de atendimento intensivo de hospitais privados estão quase todos tomados, com apenas cinco vagas disponíveis. A pressão recai sobre os 409 leitos de Covid-19 da rede pública.
São Paulo vive momento delicado
São Paulo vive uma situação de calamidade pública. Apesar dos números altos de casos e mortes, o estado não consegue elevar o isolamento social, as pessoas continuam nas ruas.
Nesta terça-feira (23), pela primeira vez desde o início da pandemia, o estado de São Paulo registrou mais de mil mortes por Covid-19. Foram 1.021 óbitos em 24 horas. Os dados são assustadores e preocupam as autoridades de saúde do estado.
Em todo o estado, há 28.738 pacientes internados se tratando da doença. Destes, 16.570 estão em enfermarias e 12.168 estão em UTIs.
Fiocruz aponta colapso e defende medidas rígidas por 14 dias
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) através do boletim extraordinário do Observatório Covid-19, divulgado nessa terça, aponta o colapso do sistema de saúde em praticamente todo o país. A instituição pede aos estados medidas imediatas de lockdown.
A instituição sugere que todos estados e cidades classificados em “alerta crítico” por causa da lotação de leitos de UTI devem restringir todas as atividades não essenciais por 14 dias.
De acordo com os dados do boletim, ocorreram, em média, 73 mil casos diários e 2 mil óbitos por dia na última semana epidemiológica analisada do período de 14 a 20 de março de 2021. O número de casos cresce a uma taxa de 0,3% ao dia e o número de óbitos por Covid-19 aumentou para 3,2% ao dia, um ritmo ainda maior do que o das semanas anteriores.
Com relação às taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS, os dados obtidos no dia 22 de março continuam indicando um quadro extremamente crítico no Brasil (a imagem do post mostra a taxa de ocupação de leitos UTI Covid-19 para adultos no SUS).
Neste dia de mobilização contra o governo genocida, a maioria das ações serão virtuais. Mas, no Rio, partidos do campo popular e movimentos sociais programaram manifestações presenciais em áreas do Centro do Rio e Niterói, com número limitado de pessoas.
O médico, que é responsável pelos dados sobre a Covid-19 divulgados pela universidade, disse que a situação é crítica em vários estados brasileiros e criticou a falta de política do Ministério da Saúde
Os números de pessoas mortas por complicações provocadas pela Covid-19 ou contaminadas pelo novo coronavírus não param de aumentar no Brasil e especialistas do mundo inteiro consideram o país como uma ameaça global.
Nesta segunda-feira (22), dia em que o país registrou mais um recorde e totalizou mais de 295 mil vidas perdidas, o epidemiologista da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, Eric Feigl-Ding, fez duras ao presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que sabota medidas de isolamento social, espalha fake news sobre o uso de máscaras e, até agora, não criou um comando nacional de combate à pandemia. Ele também criticou a falta de política do Ministério da Saúde.
É preciso “salvar o Brasil”, afirmou o epidemiologista, PhD em saúde pública. De acordo com o médico, que é responsável pelos dados sobre a Covid-19 divulgados pela universidade, a situação é crítica em vários estados brasileiros, com destaque para São Paulo.
“É por isso que devemos resgatar o Brasil com urgência, agora. Bolsonaro que se dane”
Se o país não tomar medidas duras para conter o avanço da doença, se transformará em uma ameaça para o mundo e para os países vizinhos. “Se o Brasil cair para #P1 (referência a variante do coronavírus de Manaus) ainda pior… o mesmo acontecerá com uma parte da América Latina e do mundo”, alertou o médico.
“O departamento de saúde do estado de São Paulo previu que os estoques de medicamentos usados para intubação em hospitais públicos durariam apenas mais uma semana – está exigindo “medidas expressas e urgentes” do Ministério da Saúde do Brasil – que não respondeu aos repetidos pedidos de comentários”, criticou.
Em outro tuíte, o epidemiologista criticou a falta de medicamentos usados para pacientes entubados. “Em todo o país, remédios para intubação acabam em 1-2 semanas – hospitais privados acabando esta semana”.
Mortes em 24 horas
Em 24 horas, o Brasil registrou 1.383 mortes por Covid-19 e total chega a 295.425 óbitos desde o início da pandemia. Nesta segunda-feira (22), o número de novos casos chegou a 49.293. Assim, segundo o Ministério da Saúde, o país contabiliza 12.047.526.
O Nordeste é a região com maior quantidade de casos novos em 24h, com 19.366 registros. No cálculo acumulado, a região chega 2.787.840 ocorrências. Em seguida vem a região Sudeste, com 11.233 casos nas últimas 24h, acumulando 4.332.284.
O Sul lidera em número de mortes, com 476 óbitos em 24h, acumulando 41.777 mortes. O Nordeste vem na sequência, com 301 mortos, em um total de 64.425 casos fatais.
Os 16 estados e o DF estão em colapso na saúde com mais de 90% da ocupação de leitos na UTI. Mato Grosso do Sul e Rondônia não existem mais vagas nas unidades de terapia intensiva. Somente o Amazonas e Roraima não estão nesse estado, 77,6% e 71% de ocupação respectivamente.
São Paulo passa de 1 mil mortes em 24h
Pela primeira vez desde o início da pandemia, o estado de São Paulo registrou mais de mil mortes por Covid-19. Foram 1021 óbitos nas últimas 24 horas.
Os dados são assustadores e preocupa as autoridades de saúde do estado, que previa o estado poderia chegar a 800 mortes.
Lotação nas UTIs em São Paulo
Em todo o estado de São Paulo, há 28.738 pacientes internados se tratando da doença. Destes, 16.570 estão em enfermarias e 12.168 estão em UTIs.
O número de pacientes com Covid-19 em UTIs públicas no estado de São Paulo é 85%, maior que no período mais crítico de 2020.
Todas as regiões do estado têm lotação de leitos de terapia intensiva. É o maior já registrado em toda a pandemia.
A situação é mais crítica na região de Bauru, onde a ocupação das UTIs ultrapassa os 90% desde o dia 5 de fevereiro. Desde então, 50 leitos foram ativados, mas a demanda só aumenta. No domingo (22), a ocupação era de 96% nas UTIs.
O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) adota medidas para adequar-se à realidade da pandemia que cresce avassaladoramente no país.
Com base nas medidas restritivas de preservação da vida anunciadas pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, e publicadas em decreto no Diário Oficial do Município, a direção-geral definiu prioridades e alterações nas rotinas, a fim de reduzir o fluxo de pessoas na unidade, que são as seguintes:
Está mantido o atendimento ambulatorial, mas a prioridade são as consultas de urgência e aquelas voltadas para pacientes que têm necessidade de acompanhamento regular. O hospital priorizará as cirurgias de urgência, oncológicas e cardiovasculares, e reduzirá as marcações para cirurgias eletivas.
A princípio, o HUCFF manterá em vigor as novas medidas pelos 10 dias de restrições decretados pelo município: de sexta-feira, 26 de março a 4 de abril, mas, se as autoridades avaliarem a necessidade de estendê-las, o hospital irá prosseguir com elas.
Lotação esgotada
O HUCFF está com seus 32 leitos de CTI Covid ocupados. Segundo a assessoria de imprensa, os leitos têm permanecido cheios, com alguma rotatividade devido a altas e óbitos, mas que logo são ocupados com novas internações.
Também os leitos de enfermaria, que são 32 no Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) e 22 na enfermaria Covid estavam ocupados na terça-feira, 23 de março.
Informações sobre os pacientes
As visitas aos pacientes confirmados com a Covid-19 estão proibidas desde o início da pandemia, conforme orientação das autoridades sanitárias.
O quadro clínico dos pacientes internados nas enfermarias é informado aos familiares às terças e quintas-feiras. Já os familiares dos pacientes internados no CTI recebem informações às terças, quintas e domingos.
O horário de visita fica restrito a 1 (um) visitante entre 15h e 16h às quartas-feiras e aos domingos.
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia mudou de posição e votou, em julgamento da Segunda Turma da Corte nesta terça-feira (23), a favor do habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Lula que pede o reconhecimento da suspeição do ex-juiz no processo do triplex do Guarujá que levou o petista à prisão.
Com o voto de Cármen Lúcia, o placar ficou em 3×2 pelo reconhecimento da parcialidade de Moro, o que leva à anulação de todo o processo, desde a fase de coleta de provas e depoimentos. Com isso, a elegibilidade de Lula, que já havia sido retomada com a anulação do processo por incompetência de vara determinada pelo ministro Edson Fachin, é confirmada. Votaram contra o HC os ministro Edson Fachin e Nunes Marques e, a favor, além de Cármen Lúcia, os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Ao proferir seu voto, Cármen Lúcia disse que mudou de posição pois “outros dados que foram anexados aos autos levaram a uma combinação para mim diferente”, reforçando que “houve parcialidade” por parte de Moro na condução do processo e que todo mundo tem direito a “um julgamento justo”. “Impõe, portanto, o reconhecimento do que aqui é divulgado como suspeição”, declarou.
A ministra seguiu, basicamente, o que disse anteriormente o ministro Gilmar Mendes, que afirmou que sequer considerou, em seu voto, as mensagens entre Moro e procuradores da Lava Jato obtidas pela operação Spoofing. Ela citou fatos que já estavam nos autos antes da divulgação das mensagens, como a condução coercitiva de Lula determinada por Moro.
Cármen Lúcia frisou, ainda, que ao defender a concessão do HC a Lula, ela está tratando de um caso em específico que não deve atingir outros procedimentos da Lava Jato. “Tenho para mim que estamos julgando um habeas corpus de um paciente que comprovou haver estar numa situação específica. Não acho que o procedimento se estenda a quem quer que seja, que a imparcialidade se estenda a quem quer que seja ou atinja outros procedimentos. Porque aqui estou tomando em consideração algo que foi comprovado pelo impetrante relativo a este paciente, nesta condição. Essa peculiar e exclusiva situação do paciente neste habeas corpus faz com que eu me atenha a este julgamento, a esta singular condição demonstrada relativamente ao comportamento do juiz processante em relação a este paciente”, disse.
O julgamento da suspeição de Moro teve início em novembro de 2018.
Gilmar Mendes
Na sessão do mesmo julgamento da suspeição de Moro no dia 9 de março, Gilmar Mendes, ao votar pela parcialidade do ex-juiz, afirmou: “O magistrado [Sergio Moro] gerenciava os efeitos da exposição midiática dos acusados. A opção por provocar e não esperar ser provado garantia que o juiz estivesse na dianteira de uma narrativa que culminaria na consagração de um verdadeiro projeto de poder que passava pela deslegitimação política do Partido dos Trabalhadores, em especial o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, a fim de afastá-lo do jogo eleitoral”.
O ministro também reconheceu que o julgamento se trata do “maior escândalo judicial da nossa historia” e leu trechos das mensagens obtidas através da Operação Spoofing, que recuperou os dados acessados pelos hackers que invadiram os celulares funcionais de Moro e procuradores da Lava Jato.
Já nesta terça-feira (23), ao rebater o ministro Nunes Marques, que votou contra a suspeição de Moro, Mendes chegou a chamar o colega de “covarde”.
“Por trás da técnica de não reconhecimento de habeas corpus se esconde um covarde. Um bom ladrão salvou-se, mas não há salvação de um juiz covarde”, disparou
O ministro ainda apontou que as conversas entre Moro e procuradores da Lava Jato obtidas pela Operação Spoofing mostram que “houve um consórcio, um conluio com a mídia”. “Tanto é que hoje escondem tanto quanto possível essas divulgações, porque o constrangimento é explicável”, disse.
Mendes repetiu o que disse em seu voto em 9 de março, quando afirmou que se os diálogos não são verdadeiros, Delgatti era um ficcionista do nível de Gabriel Garcia Marques. “Não se trata de áudios nem de hackers é o que está no autos.”
“O tribunal de Curitiba é conhecido hoje como tribunal de exceção e nos envergonha. A desmoralização da justiça já ocorreu, alguém aqui compraria um carro de Moro, de Dallagnol? São pessoas de confiança? Alguém os contrataria como advogados nestas circunstâncias, tendo agido dessa forma?”, questionou.
Lewandowski
Terceiro ministro, além de Gilmar e Cármen Lúcia, que votou pela suspeição de Moro, Ricardo Lewandowski também deu grande ênfase às mensagens ao proferir seu voto na sessão do último dia 9. Relator do recurso apresentado pela defesa de Lula que pedia o acesso aos arquivos da Spoofing, o magistrado destacou a autenticidade do material, apontando o reconhecimento por perícias realizadas. Isso desmonta a tese de Moro e procuradores sobre possíveis alterações promovidas pelos hackers.
“O cuidadoso trabalho pericial infirma a versão veiculada pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos procuradores com os quais manteve interlocuação de que a autenticidade das mensagens não poderia ser atestada”, disse.
Para o ministro, o material garante “plena credibilidade à existência das conversas para combinar estratégias processuais” e que a mensagens servem como “reforço argumentativo do que já se mostrava óbvio: o paciente foi submetido a um verdadeiro simulacro de ação penal cuja nulidade salta os olhos”.
Lewandowski e Mendes deram destaque também à condução coercitiva do ex-presidente Lula. “Nem animais para matadouro são levados como foi levado um ex-presidente da República”, disse o ministro.
O que acontece agora
No início de março, o ministro Edson Fachin havia determinado a anulação dos processos conduzidos por Sérgio Moro contra o ex-presidente Lula, alegando incompetência da Vara Federal de Curitiba para julgar os casos da Lava Jato envolvendo o petista.
Com isso, Lula já tinha reconquistado seus direitos políticos. A decisão de Fachin determinou, ainda, que os processos do petista deveriam voltar à estaca zero na Justiça Federal de Brasília, que é a vara competente para julgar os casos.
Com o reconhecimento de suspeição de Moro por parte do STF, no entanto, a Justiça de Brasília, caso retome a análise dos processos, não poderá utilizar as provas, depoimentos e recebimentos de denúncias colhidos por Moro, já que esses atos foram invalidados com a concessão do habeas corpus a Lula.
A procuradoria-geral da República (PGR) recorreu da decisão de Fachin que anulou os processos de Lula e o recurso deve ser julgado pela Segunda Turma da Corte.
Por hora, Lula segue com seus processos anulados e seus direitos políticos restabelecidos.
Mais uma vez, o Brasil quebra seu próprio recorde de mortos por covid em 24 horas ao registrar, nesta terça (23) mais 3.251 vítimas do novo coronavírus – nove pessoas a cada 10 minutos. Já São 298.676 mortes provocadas pelo vírus desde o início do surto, em março de 2020.
O país deverá passar a marca de 300 mil registros oficiais de mortos na quarta-feira. Na média móvel, calculada em sete dias, morrem 2.436 brasileiros a cada dia. Os números são do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
Desde o fim do ano a covid-19 se dissemina de forma descontrolada pelo país. Nesta terça, mais de um quarto das mortes diárias em todo o mundo ocorrem no Brasil.
O país é o epicentro da pandemia no mundo desde o dia 9 de março. O segundo lugar é ocupado pelos Estados Unidos, com três vezes menos mortes contabilizadas nos últimos dois meses, com média inferior a mil por dia. Mas com o o dobro da população.
Apenas os norte-americanos superam o Brasil em números absolutos da covid-19. Entretanto, eles praticam uma política de testes abrangente. A subnotificação é admitida até pelas autoridades sanitárias do Brasil e, portanto, a nossa realidade é seguramente mais grave, de acordo com epidemiologistas.
É o pior momento do surto no país. Durante o pico a chamada “primeira onda”, registrado entre junho e agosto de 2020, a média era de 1.102 mortes diárias. Um crescimento superior a 100% em relação àquele período.
Novo ministro
A condução da covid-19 pelo governo Bolsonaro tem como exemplo da má condução a transitoriedade na chefia do Ministério da Saúde. Também hoje, depois de uma semana sem um chefe de fato, Bolsonaro deu posse do cargo ao cardiologista Marcelo Queiroga.
Em cerimônia rápida e discreta, o médico foi confirmado como o quarto ocupante da pasta durante o período da pandemia. O futuro da condução do ministério da Saúde por Queiroga segue envolta em incertezas.
Falando ainda como indicado, ele já deu sinais de seguir a cartilha negacionista do chefe do Executivo. Por sua vez, o demitido general Eduardo Pazuello é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua má gestão. Ele esteve à frente da pasta desde o dia 15 de maio.
Na ocasião, o país registrava pouco mais de 15 mil mortos. Pazuello deixa o cargo durante o pior momento da pandemia, na véspera da confirmação de 300 mil vítimas.
Colapso
Um dia após o país superar 12 milhões de casos confirmados de covid-19, ontem, foram notificados 82.493 novos infectados. O elevado número de contaminações comprovadas confirma a disseminação descontrolada do vírus. Desde março de 2020 são 12.130.019 pessoas impactadas por sintomas do vírus.
Enquanto a covid segue em uma velocidade devastadora, todas as regiões do Brasil passam por colapso em seus sistemas de saúde. Aumentam os relatos de filas para leitos de UTI, sem que a demanda possa ser atendida.
Em seis estado, faltam insumos básicos, como oxigênio: Acre, Rondônia, Amapá, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Ceará. Em outras unidades da federação, como São Paulo, o suprimento deve se esgotar em uma semana. Também já faltam medicamentos anestésicos para intubação.
Vacinação
A pressão cresce sobre o o governo federal, capitaneado pelo negacionista Jair Bolsonaro. O presidente é alvo de denúncias em órgãos internacionais, como ONU e OMS, por sua postura de minimizar a covid-19, taxá-la de “gripezinha”, relativizar as mortes, ridicularizar uso de máscaras, atrasar a vacinação e até mesmo divulgar mentiras sobre a segurança das vacinas.
A vacinação, única saída para a superação da covid no Brasil e no mundo, segue em ritmo lento, em razão da falta de ação do governo Bolsonaro. Até o momento, 12.279.559 de pessoas receberam a primeira dose de uma vacina, ou 5,8% da população.
Já receberam a segunda dose e estão totalmente imunizados 1,99%, ou 4.213.859, de acordo com levantamento do consórcio de veículos de imprensa para acompanhamento da covid-19.
A RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, através do Conass. Eventualmente, eles podem divergir dos informados pelo consórcio da imprensa comercial em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências para mais ou para menos são sempre ajustadas após a atualização dos dados.
Milhares de brasileiros foram às janelas, em todas as regiões do país, fazer barulho batendo em panelas e gritar FORAGENOCIDA contra Bolsonaro. Com o cinismo e a frieza que são algumas de suas marcas, Bolsonaro não teve constrangimento em rede nacional afirmar que sempre combateu a pandemia. Isso no dia em que o país registrou o maior número de mortos por Covid-19 em 24 horas – com hospitais em colapso, país sem vacina, gente pobre sem qualquer renda.
Alguns registros dos panelaços:
Ato simbólico no Centro do Rio
Neste dia de mobilização contra o governo genocida, a maioria das ações serão virtuais. Mas, no Rio, partidos do campo popular e movimentos sociais programaram manifestações presenciais em áreas do Centro, incluindo Cinelândia e Candelária, com número limitado de pessoas. Com faixas, cartazes, tambores e cruzes, por volta das 11h 30, militantes vestidos de roupa preta irão marcar o protesto da população brasileira na luta pela preservação da vida, por vacinas, leitos, distanciamento social e recursos para atender a população mais vulnerável de trabalhadores.
No dia em que o país bateu recorde de mortes diárias por Covid-19, Bolsonaro afirmou que é “incansável na luta contra o coronavírus”; seu discurso foi desmentido, ponto a ponto, nas redes sociais. Confira
O presidente Jair Bolsonaro proferiu uma série de mentiras em seu pronunciamento em rede nacional na noite desta terça-feira (23). O presidente chegou a afirmar que seu governo é “incansável na luta contra o coronavírus” e que “nunca deixou de tomar medidas” para combater a pandemia. A fala foi feita justamente no dia em que o país bateu novo recorde e registrou 3.251 novos óbitos por Covid-19 em 24 horas.
Pressionado e cada vez mais isolado, Bolsanaro mudou seu discurso e saiu em defesa das vacinas, citando contratos para aquisição dos imunizantes. “Em dezembro, liberamos mais 20 bilhões de reais, o que possibilitou a aquisição da Coronavac, através do acordo com o Instituto Butantan. Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa. E assim foi feito”, disse.
A informação de que compraria qualquer vacina, no entanto, é mentirosa. No ano passado, o presidente afirmou que não compraria a Coronavac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan e parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e chegou a desautorizar um contrato de compra das doses feita pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Em outro trecho do pronunciamento, Bolsonaro disse que, atualmente, o Brasil é o 5º país que mais vacina no mundo. A informação também é falsa, visto que o número citado pelo presidente é absoluto. Proporcionalmente, o país figura na 71ª posição no ranking mundial de vacinação.
“É revoltante que, no dia em que bateu recorde de mortes, o país seja obrigado a assistir a mais um pronunciamento mentiroso de seu presidente. Depois de boicotar o combate à pandemia, as vacinas e de desprezar o sofrimento das famílias, passa recibo. A culpa é sua, Bolsonaro!”, disse o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ).
Fernando Haddad (PT), que concorreu contra Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2018, ironizou: “Comovente a forma como Bolsonaro tentou, mentindo muito, se passar por um ser humano”.
“O pronunciamento de Bolsonaro é uma peça asquerosa de cinismo. O Brasil tem vacinas hoje APESAR dele. Genocida!”, comentou o líder do MTST Guilherme Boulos (PSOL).
Já a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) questionou: “Alguém consegue me explicar como é que Bolsonaro mente tão descaradamente sobre absolutamente tudo sem causar uma revolta generalizada? Que apatia é essa que tomou conta de parte da nossa população?”.
Confira, abaixo, algumas reações ao pronunciamento do presidente.
O presidente Jair Bolsonaro proferiu uma série de mentiras em seu pronunciamento em rede nacional na noite desta terça-feira (23). O presidente chegou a afirmar que seu governo é “incansável na luta contra o coronavírus” e que “nunca deixou de tomar medidas” para combater a pandemia. A fala foi feita justamente no dia em que o país bateu novo recorde e registrou 3.251 novos óbitos por Covid-19 em 24 horas.
Pressionado e cada vez mais isolado, Bolsanaro mudou seu discurso e saiu em defesa das vacinas, citando contratos para aquisição dos imunizantes. “Em dezembro, liberamos mais 20 bilhões de reais, o que possibilitou a aquisição da Coronavac, através do acordo com o Instituto Butantan. Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa. E assim foi feito”, disse.
A informação de que compraria qualquer vacina, no entanto, é mentirosa. No ano passado, o presidente afirmou que não compraria a Coronavac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan e parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e chegou a desautorizar um contrato de compra das doses feita pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Em outro trecho do pronunciamento, Bolsonaro disse que, atualmente, o Brasil é o 5º país que mais vacina no mundo. A informação também é falsa, visto que o número citado pelo presidente é absoluto. Proporcionalmente, o país figura na 71ª posição no ranking mundial de vacinação.
“É revoltante que, no dia em que bateu recorde de mortes, o país seja obrigado a assistir a mais um pronunciamento mentiroso de seu presidente. Depois de boicotar o combate à pandemia, as vacinas e de desprezar o sofrimento das famílias, passa recibo. A culpa é sua, Bolsonaro!”, disse o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ).
Fernando Haddad (PT), que concorreu contra Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2018, ironizou: “Comovente a forma como Bolsonaro tentou, mentindo muito, se passar por um ser humano”.
“O pronunciamento de Bolsonaro é uma peça asquerosa de cinismo. O Brasil tem vacinas hoje APESAR dele. Genocida!”, comentou o líder do MTST Guilherme Boulos (PSOL).
Já a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) questionou: “Alguém consegue me explicar como é que Bolsonaro mente tão descaradamente sobre absolutamente tudo sem causar uma revolta generalizada? Que apatia é essa que tomou conta de parte da nossa população?”.
Confira, abaixo, algumas reações ao pronunciamento do presidente.