É urgente o nosso grito de revolta e indignação! Lutemos todos e todas!

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) está chamando uma mobilização nacional para o dia 24 de março, próxima quarta-feira. Ela ocorrerá no momento de maior gravidade da pandemia da Covid-19 no Brasil, com o sistema de saúde à beira do colapso em todo o país e o número diário de mortes aumentando a cada dia. 

Estamos nos aproximando rapidamente da trágica marca de 300 mil vidas perdidas. Em meio a toda essa crise, o governo anuncia mais uma troca no Ministério da Saúde e prioriza, com sua base no Congresso Nacional, mais cortes no orçamento e menos proteção social ao povo. Vamos soltar nosso grito pelas seguintes bandeiras:

Em defesa da VIDA! Pelo fechamento total das atividades (lockdown) por 15 dias em todo o Brasil para frear a pandemia, as mortes e o colapso do sistema de saúde.

AUXÍLIO EMERGENCIAL DE R$ 600 e PROTEÇÃO AOS EMPREGOS enquanto durar a pandemia, para que o povo possa sobreviver e enfrentar a fome e a carestia.

VACINA JÁ! Para todas as pessoas, em defesa do SUS.

FORA BOLSONARO! Pelo fim de um governo genocida que está matando o povo brasileiro pela doença e pela fome.

Orientações para todos:

Como construir o Dia Nacional de Mobilização. A CUT dá algumas sugestões para a organização nas cidades: Veja:

. Reúna a militância e as organizações que concordam com nossas bandeiras de luta e planejem as ações simbólicas, sempre respeitando as regras de segurança sanitária.

. Divulgue a data, as ações e nossas bandeiras. Faça postagens nas redes sociais e no Whatsapp, cole cartazes ou lambes, fixe faixas em pontes e viadutos, use áudios para carro de som e/ou distribua panfletos na entrada dos locais de trabalho, em frente aos terminais e estações do transporte público e nos espaços comerciais do centro e dos bairros periféricos, façam projeções noturnas em prédios com datashow (projetaços), etc; (Veja aqui materiais de apoio e referência: http://bit.ly/diadeluta24m. Envie seu material para nós: campforabolsonaro@gmail.com)

. Usem nas postagens em redes sociais de divulgação, mobilização e agitação para as ações do dia 24 a hashtag #DIA24pelaVIDA para que possamos dar visibilidade às ações programadas.

No dia 24 realize e participe de ações simbólicas e que chamem a atenção para nossas bandeiras:

. Os trabalhadores devem ficar em casa nesse dia! PARE pela vida, pela vacina, pelos empregos, pelo auxílio emergencial de R$600 e por Fora Bolsonaro;

. Se o seu trabalho não pode parar, leve as nossas bandeiras para dentro do local de trabalho: use carro de som, megafone, panfletos, adesivos, faixas, cartazes e a criatividade para dialogar e chamar a atenção dos trabalhadores, usuários, passageiros ou clientes quanto a urgência das nossas bandeiras de luta;

. Realize manifestações simbólicas e com segurança sanitária em praças, pontos turísticos, em frente às câmaras municipais, assembleias legislativas, prefeituras, palácios de governo, tribunais, unidades de saúde para denunciar os crimes de Bolsonaro e cobrar ações de governadores e prefeitos para conter a pandemia e proteger o povo. Usem cruzes, panelas vazias, marmitas, velas, panos pretos, faixas, cartazes e outras formas criativas;

. Pressione os gestores e parlamentares. Articulem audiências públicas, produzam cartas, manifestos e abaixo-assinados reivindicando ações de controle da pandemia, auxílio emergencial nacional e local e aquisição de vacinas. 

. Organize a fixação de faixas ou colagem de cartazes e lambes em pontos estratégicos das cidades, façam projeções noturnas em prédios (projetaços) com nossas palavras de ordem;

. Organize trancaços, com faixas e pixações dando visibilidade às razões da nossa mobilização;

. Avaliem a organização de atos drive-in, com a reunião de caminhão de som e veículos garantindo o distanciamento das pessoas. Sugere-se as entradas das refinarias e distribuidoras da Petrobras ou grandes estacionamentos públicos.

. Estimule e apoie as manifestações dos artistas locais com música, poesia, teatro, dança e outras linguagens através das redes sociais. Organizem lives, entrevistas ou rodadas de testemunhos da  população. Nossa luta tem rosto e é feitas de histórias reais;

. Usem as redes sociais! Distribua e poste os materiais da campanha, mas também produza seu próprio conteúdo. Grave vídeos ou áudios com sua denúncia ou testemunho de como a pandemia tem impactado a sua vida e como essas condições estão relacionadas à conduta irresponsável de Bolsonaro e dos que lhe dão apoio;

. Intensifiquem as ações de solidariedade, com coletas solidárias e distribuição de alimentos e marmitas;

. Decore a sua janela! Demonstre a indignação desde a sua casa. Fixe cartazes, panos pretos, acenda velas, bata panelas, se tiver aparelho de som reproduza áudios desde a sua janela;

. Registre as ações da sua cidade e nas quais você se engajar! Fotografe, filme e poste nas redes suas ações usando a #hashtag unitária do dia de mobilização que será divulgada em breve.

Façamos do dia 24 um grande dia de mobilização e luta! Fora Bolsonaro!

Campanha Nacional Fora Bolsonaro

 

 

A live “A luta da mulher contra a violência no contexto pandêmico” organizada pelo Sintufrj reuniu Dani Nunes (mulher trans, ativista LGBTI), Zezé Menezes ( bióloga, integrante da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo), Mariza Chaves de Souza (assistente social do Centro de Referência para Mulheres/UFRJ e da Comissão de Segurança da Mulher do Cedim (Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres/RJ) e a professora Clarice de Freitas Silva Ávila (CUT-RJ). 

A conversa foi mediada pela coordenadora de Comunicação do Sintufrj, Marisa Araújo. O registro desse encontro especial está disponível no perfil do Sintufrj no Facebook e no canal da entidade no Youtube. Amanhã, um texto reproduzirá os principais momentos de reflexão do debate.

CONFIRA O DEBATE NA ÍNTEGRA: 

 

 

O Brasil registrou novos 2.724 óbitos em 24 horas, totalizando 287.499 mortes desde o início da pandemia. Além disso, foram 86.982 novos casos diários

Matéria retirada do site do Brasil 247. 

 O Brasil voltou a registrar mais de 2,5 mil mortes em um dia. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), nesta quinta-feira, 18, o país registrou novos 2.724 óbitos em 24 horas, totalizando 287.499 mortes desde o início da pandemia.

O conselho de secretários também informou 86.982 novos casos diários. Com isso, desde o início da crise sanitária causa pelo novo coronavírus, o Brasil já computou 11.780.820 casos oficiais.

Três mil mortos em um dia

Na quarta-feira, 17, pela primeira vez, o Brasil superou 2 mil mortes na média móvel semanal. A média móvel diária de mortes pela infecção, calculada passou para 2.170 pessoas por dia. Isso significa que, durante a semana, três pessoas foram vítimas da Covid-19 a cada dois minutos.

O Brasil ultrapassou a triste barreira das 3 mil mortes por dia de Covid-19 nesta quarta. O relatório do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgado às 18h registrou 3.149 mortes.

 

 

Vítima é jovem de 22 anos; até a última quarta-feira (17), 395 pessoas aguardavam por um leito de UTI na cidade

Matéria retirada do site da Rede Brasil Atual

A cidade de São Paulo registrou a primeira morte de um paciente com covid-19 na fila de espera por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A vítima era Renan Ribeiro Cardoso, um jovem de 22 anos, atendido no Hospital São Mateus, na zona leste da cidade. O caso foi revelado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), na manhã desta quinta-feira (18), em entrevista à GloboNews.

O jovem esperou por vaga em leito de UTI por 46 horas. A morte foi registrada no último sábado (13), mas só foi comunicada nesta quinta(18), segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.

Até a última quarta-feira (17), 395 pessoas aguardavam por um leito de UTI em São Paulo e esta é a primeira morte ligada a problemas de estrutura das unidades de saúde da capital, que chegou ao colapso no sistema.

Na cidade, a taxa de ocupação chegou a 88% dos leitos para o atendimento de pacientes com covid-19.

De acordo com o prefeito, a gestão municipal vai anunciar, ainda hoje, medidas mais duras para restringir a circulação de pessoas pela cidade. Todo o estado de São Paulo está na fase emergencial (roxa) da quarentena contra a covid-19, desde a última segunda-feira (15), após duas semanas de fase vermelha.

Covid-19 no transporte

Apesar do colapso no sistema em São Paulo, há relatos de ônibus, metrô e trens lotados. Reportagem de Rodrigo Gomes, da RBA, mostra que trabalhadores seguem inseguros e revoltados com os problemas de superlotação no transporte público, mesmo na fase emergencial.

São Paulo registrou 617 mortes pela covid-19 na última quarta (17), um dia depois de alcançar a maior marca até agora: 679 óbitos em 24 horas.

Enquanto baladas e festas clandestinas são apontadas pelo governador João Doria (PSDB) como o principal problema da contaminação, os transportes coletivos ficaram ausentes das análises do governo estadual.

“Esses são espaços com alto risco de transmissão, sim, porque a transmissão acontece basicamente pelo ar. Uma pessoa infectada, está falando, respirando e emitindo partículas potencialmente contaminadas. Essas partículas vão se acumulando em um local fechado, mal ventilado, como é o transporte público. É um ambiente perigoso”, explicou Vitor Mori, pesquisador na Universidade de Vermont e membro do Observatório Covid-19BR.

São Paulo em colapso

O bairro da Mooca, na zona leste da capital paulista, é a região da cidade em que a covid-19 mais matou pessoas, proporcionalmente, em 2021. O distrito registrou índice de 68,5 óbitos a cada 100 mil habitantes até 11 de março. Na cidade, esta taxa ficou em 49,5. Os dados são da Folha de S.Paulo.

Bairros próximos a Mooca, como Água Rasa, Vila Formosa e São Lucas, integram o topo da lista dos distritos com mais óbitos por 100 mil habitantes da cidade.

Eles ainda ficam próximos da região de Sapopemba, área recordista de mortes em números absolutos no município, onde o coronavírus já fez 807 vítimas – 124 só neste ano.

Superlotado, o Hospital Municipal Doutor Ignácio Proença de Gouvêa, referência para doentes com covid-19, não atende mais novos pacientes desde a tarde de sábado (13). No local foram abertos leitos em várias áreas do hospital, como a sala de descanso dos médicos, mas todos estão ocupados.

Apesar do colapso no sistema em São Paulo, há relatos de ônibus, metrô e trens lotados na fase emergencial – Roberto Parizotti/FotosPublicas

 

Apresentamos hoje a história da pedagoga brasileira Nilma Lino Gomes. Ela foi a primeira mulher negra do Brasil a comandar uma universidade pública federal, ao ser nomeada reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, em 2013. Tem se posicionado, frequentemente, na luta contra o racismo no Brasil.

Sua atuação nas áreas de Educação e Antropologia Urbana propiciou a realização de pesquisas de relevo em tópicos como organização escolar, formação de professores para a diversidade étnico-racial, movimentos sociais e educação, relações raciais, diversidade cultural e gênero.

Em 2015, foi designada ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR/PR – que, em decorrência da reforma administrativa de setembro daquele ano, foi incorporada ao Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, do qual a autora esteve à frente até 2016.

Suas publicações incluem desde livros e artigos derivados de pesquisas de campo e destinados ao público universitário até narrativas de ficção voltadas para crianças e jovens.

É autora dos títulos “A mulher negra que vi de perto – o processo de construção da identidade racial de professoras negras” (2003) e “Sem perder a raiz. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra” (2006)

Movimento “Renda Básica que Queremos” organiza dia nacional de luta nesta quinta-feira (18) e por auxílio emergencial de R$ 600

Matéria retirada do site da Rede Brasil Atual.

O movimento ‘Renda Básica Que Queremos’, formado por cerca de 300 entidades e responsável pela campanha #AuxílioAtéoFimdaPandemia, promove nesta quinta-feira (18) um dia nacional de luta pela volta do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia. 

Estão previstas manifestações em todo o país, como tuitaço e publicações nas redes sociais, colagem de cartazes, projeções em prédios e atos simbólicos. Entre as ações, serão instaladas panelas vazias e velas diante de espaços como sedes de prefeituras, câmaras de vereadores, igrejas e símbolos turísticos das cidades.

De acordo com a assistente social Paola Carvalho, diretora de relações institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica, o dia de protestos é uma forma de mobilizar as pessoas para a urgência do tema. “Essa PEC Emergencial colocou um teto de gasto de 44 bilhões para o auxílio emergencial em 2021. Isso num momento onde as mortes estão cada vez maiores e a vacinação e condições de hospitalização cada vez mais frágeis”. Os movimentos alertam que as principais regiões do país precisam de um lockdown, e sem auxílio emergencial essa forma de isolamento social não se viabiliza.

Paola explica que com o teto definido pela PEC – agora transformada em Emenda Constitucional (EC 109) –, um em cada quatro beneficiários ficarão de fora do auxílio emergencial deste ano. “Estamos falando de algo em torno de 17 milhões de brasileiros”. Ela contesta ainda o valor previsto das parcelas, que seria de R$ 250. O auxílio pode chegar a R$ 375 para mães solteiras e R$ 175 para uma pessoa sozinha.

“As pessoas me agradecem”

O ministro Paulo Guedes chegou a dizer, em uma entrevista ao portal de notícias jurídicas Jota, que é abordado e elogiado ao transitar pelas ruas. “Entro no mercado e as pessoas me agradecem”. Paola foi até um mercado para saber se há motivos para isso. Com R$ 250 no bolso, valor previsto do novo auxílio, ela tentou ver se é possível, ao menos, o básico. Comprou duas caixas de leite, cinco quilos de arroz. Dois pães para sanduíche, dois quilos de café, duas garrafas de óleo, três quilos de feijão, de farinha e açúcar. Comprou ainda um pote de margarina e dois quilos de carne moída. “Legumes, verduras e frutas ficaram de fora da lista. Para cozinhar, é necessário gás e um botijão não custa menos de R$ 90″.

Para Douglas Belchior, professor da Uneafro Brasil e membro da Coalizão Negra por Direitos, vivemos num estado de guerra, de barbárie onde pessoas morrem de fome. “A maioria do Congresso e o governo federal prefere manter políticas de morte e não de vida. Ou damos um fim no governo Bolsonaro ou ele dará fim ao Brasil”, analisa e conclui: “É desolador ver governos que não se importam com a vida dos mais pobres e não possuem políticas de combate à doença”.

Sem auxílio emergencial, “a coisa tá difícil”

Enquanto isso, famílias aguardam, em desespero, por ajuda. Não são poucas as mensagens recebidas por Paola e equipe. “A coisa tá difícil com os R$ 179 do bolsa família”, diz uma das mensagens ao pedir ajuda.

Segundo pesquisa do Datafolha, 53% dos que receberam as parcelas do auxílio emergencial no ano passado utilizou o valor para comprar alimentos. 25% pagou contas de consumo, como água e luz. 16% despesas da casa e 1% utilizou o recurso para comprar remédios.

 

 

 

 

 

Estamos já vivendo os efeitos da Emenda Constitucional 95/2016, a chamada PEC do Teto Constitucional ou PEC do Teto de Gastos. Mas suas consequências têm efeitos para 20 anos. E catastróficos. 

A constatação são dos economistas Esther Dweck (UFRJ), José Celso Pereira Cardoso Junior e Rodrigo Octávio Orair (ambos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea), que participaram da live promovida pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), na terça-feira, 16, para refletir sobre os reais efeitos da PEC para a população.

A análise completa dos economistas pode ser acessada no seguinte endereço virtual da Andifes: https://www.youtube.com/watch?v=OhkdGxdj1TU

Mentira

“Dizer que o Teto de Gastos tem alguma coisa a ver com o controle da dívida é mentir”, afirma Esther Dweker, professora do Instituto de Economia da UFRJ. Ela explicou que a PEC 95/2016 não resolverá a questão da dívida pública para não gerar uma estagnação econômica com consequências sociais gravíssimas. “Na prática, o objetivo do Teto de Gastos é a redução do Estado, sim, e uma mudança no pacto social de 1988”, frisa. 

Segundo a economista, não existe uma política fiscal do governo. “A redução do tamanho do Estado é uma discussão exclusivamente política e não econômica, e de mudança de padrão de desenvolvimento e de padrão social”, avalia.

Dweck projeta que o Brasil ficará 10 anos com o PIB (soma da produção de riquezas) menor do que era em 2014, com desastrosas consequências para a população, que continuará convivendo com o emprego. “A perspectiva é de 15 anos de congelamento de salários, porque o país está vivendo um caos econômico completo e a capacidade de planejamento (do governo) é total”, ela chama atenção.

“Catástrofe atual, mas o pior ainda está por vir”

Para José Celso Cardoso Júnior, do Ipea,“as mudanças feitas de cima para baixo não apontam para um processo de transformação social e econômica. Apontam, sim, para a estagnação social e econômica do Brasil”. Segundo ele, O que se avizinha para os próximos 10 a 20 anos, “é uma catástrofe social e humanitária se esse quadro de redução fiscal não for revertido”.

 “O pior ciclo está por vir, a partir de 2022, quando não teremos mais nenhuma margem de “folga” no Orçamento”, prevê o outro economista do Ipea, Rodrigo Orair. 

Ele define a PEC do Teto de Gastos como sendo “um projeto de congelar as despesas em termos reais em 20 anos”. E acrescenta:  “É uma completa reconfiguração do Estado de Bem-Estar Social para transformação em estado liberal dentro de 15 anos, apoiado num conjunto de reformas açodadas e radicais”.

Caos nas universidades

“Nosso princípio é a defesa da educação como um bem público”, esclarece o presidente da Andifes, Edward Brasil, ao falar da mobilização para garantir investimentos na educação pública e manutenção das universidades, que vem sendo reduzidos anualmente e que com a PEC do Teto de Gastos a situação só piorará sempre.

O vice-presidente da associação, Marcus David, lembrou que nesses quase cinco anos de aprovação da PEC 95, os orçamentos das universidades federais já são absolutamente insuficientes. “O  novo corte de mais de 18% previsto no orçamento deste ano, agravará ainda mais a nossa situação”, conclui.

 

 

 

 

Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgados nesta quarta-feira,17, foram 3.149 mortes, somados 501 óbitos do Rio Grande do Sul que não haviam sido contados ontem

Matéria retirada do site Brasil 247. 

O Brasil ultrapassou a triste barreira das 3 mil mortes por dia de Covid-19 nesta quarta-feira (17). O relatório do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgado às 18h registrou 3.149 mortes. 

O número conta com os 501 óbitos do Rio Grande do Sul que não haviam sido somados nesta segunda. “Na data de ontem (16/3), a Secretaria Estadual do Rio Grande do Sul não consolidou os dados dentro do horário limite para a atualização do painel pelo Conass. Com isso, não foram contabilizados 9.331 casos e 501 óbitos. Estes registros foram somados aos dados publicados hoje”, explicou o Conselho em nota.

Ontem, também até o fechamento do boletim, Minas Gerais havia contabilizado 28 mortes. Nesta terça, o estado atualizou os dados, registrando 314 óbitos em 24 horas.

Ao todo, o Brasil conta desde o início da pandemia 284.775 mortes em decorrência do coronavírus.

Foram registrados também 99.634 nas últimas 24 horas, somando 11.693.838 pessoas infectadas. Veja mais detalhes no Painel do Conass.

 

 

O PL prevê indenização financeira de R$ 50 mil aos dependentes legais e, na ausência de dependentes, aos herdeiros

Matéria retirada do site Jornal de Brasília. 

O veto do presidente Jair Bolsonaro ao PL 1826/2020 foi derrubado pela Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (16). Com isso, profissionais da saúde e auxiliares hospitalares que exercem serviços essenciais devem ser indenizados pelo Governo Federal, caso venham a falecer em decorrência da pandemia de Covid-19.

O projeto é de autoria dos deputados Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Reginaldo Lopes (PT-MG) e conta com co-autoria da bancada do PSOL e dezenas de parlamentares mulheres de 14 partidos. O projeto surgiu em elaboração coletiva com o movimento #MaisDoQuePalmas, articulado pelo ator Gregório Duvivier, pela organização Nossas e movimentos sociais.

“Nas últimas 24h fizemos uma mobilização muito forte pela derrubada do veto. O projeto foi aprovado em unanimidade, mas o governo queria manter o veto até ontem. Com a pressão de parlamentares, movimentos sociais, sindicados, conselhos, ativistas e pessoas que pressionaram por e-mail mostramos que o impacto no orçamento é ínfimo. É uma vitória gigantesca. Chegamos a um ano de pandemia e ela só piora por causa do boicote e obscurantismo do governo. É o mínimo que poderíamos dar de resposta a esses profissionais da saúde, maioria mulheres, inclusive, que estão dando as vidas para salvar o povo”, afirma Fernanda.

O veto deve ser derrubado também pelo Senado em seguida e promulgado em 48h, quando já passará a valer.

O PL prevê indenização financeira de R$ 50 mil aos dependentes legais e, na ausência de dependentes, aos herdeiros. Dependentes de menos de 24 anos receberão também um adicional de R$10 mil para cada ano que faltar para completar a idade máxima. Recebem a indenização também os profissionais que ficarem permanentemente incapacitados pelo trabalho por causa da Covid-19.

De acordo com a deputada, os riscos a que estão expostos se agravam porque até o momento o Poder Público tem sido incapaz de oferecer equipamentos de proteção individual em quantidade e qualidade adequadas.

O PL define como profissões da Saúde as profissões de nível superior reconhecidas pelo Conselho Nacional de Saúde e pelo Conselho Nacional de Assistência Social; aquelas de nível técnico e auxiliar vinculadas à saúde; os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate a endemias. Reconhece também como atividades auxiliares aquelas que auxiliam presencialmente nos estabelecimentos de saúde, como serviço de copa, lavanderia, limpeza, segurança, motorista de ambulância, administrativo, dentre outros. Contempla também assistentes sociais, biólogos, educadores físicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, médicos veterinários, nutricionistas, odontólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais.

 

 

 

 

Matéria retirada do site Geledés.

Era 1983, em Brasília (DF), uma mãe preta leva a filha, recém-nascida, para se registrar. Não se questionava a cor dos filhos. Isso era definido por um rápido olhar do profissional do registro: a criança, sem ausência de melanina na pele suficiente para ser declarada branca e com menos que o mínimo para ser vista como criança preta, é então taxada de parda. É aí que começa nossa jornada em busca de identidade.

O termo “pardo” surge durante a colonização espanhola entre os séculos 16 e 18, com a economia baseada na escravidão. Para o IBGE, ele se aplica a pessoas com mescla de cores, seja essa mulata (entre brancos e negros), seja cabocla (entre brancos e ameríndios) ou cafuza (entre negros e indígenas).

É nessa mistura de origens étnicas, fenotípicas e culturais que estão 42,7% dos brasileiros, o que torna difícil a identificação de nosso povo com base nas origens étnico-culturais, já que o termo pardo agrega todas as miscigenações feitas no país desde o processo de colonização até o projeto de “embranquecer” a população com os investimentos feitos para trazer os imigrantes europeus para cá.

Mas alguém pode pensar: o que isso tem a ver com a garotinha parda? Adotada por uma família de mãe e irmãos brancos e pai preto, na escola, ela aprendeu rápido. Sempre falavam da diferença de pele entre ela e os seus, e desconfiavam de sua origem não branca: aos seis anos, ela descobriu a adoção; aos oito, a professora, ao lidar com a praga de piolhos, enquanto derramava creolina em seus cabelos, na frente de toda a turma, dizia: “tem cabelos ruins como esses que não adianta remédio normal, tem que ser esses que matam carrapato em bicho para ver se funciona”; apesar de humilhada e triste, ela achava que a culpa era do cabelo ruim; se fosse branca, teria cabelos lisos.

No Brasil, o quesito raça/cor variou nos censos. Em 1872, no primeiro recenseamento realizado, havia as seguintes classificações: branco, preto, pardo (que aqui era lido como a mistura branco/preto) e caboclo (mistura de branco com povos originários); em 1890, teríamos como grupos – branco, preto, caboclo e mestiços (referindo-se à mistura de brancos e pretos); entre 1900 e 1920, esse item foi excluído dos levantamentos. Em 1940, voltaram aqueles termos, além do termo “amarelo”, incluído pela primeira vez. Só em 1991, quando passamos a incluir o censo entre os povos indígenas – o quesito raça/cor apresentou-se como o conhecemos hoje.

Ao crescer, a menina parda passou por vários procedimentos capilares: de banha de galinha na raiz a produtos com formol que ela usava tampando o nariz pelo cheiro forte e achava muito ruim quando queimavam o couro cabeludo; mas seguia firme, afinal, se a mãe dela, a pessoa que mais a amava no mundo, reclamava de pentear seus cabelos por serem “ruins”, ela devia ser forte e fazer algo sobre isso.

Até a idade adulta, nunca teve uma aula sequer em que se falasse de suas origens. Seguiu as religiões de base cristã-europeia da família. Foi batizada, fez a primeira comunhão, aprendeu como a “macumba” era perigosa. Chegou a ser expulsa de supermercado, confundida com criança em situação de rua. Recordava a voz da tia: “você é besta, Maria, se fosse eu criando, essa neguinha ia viver na cozinha”, logo aprendeu a identificar os olhares dos seguranças das lojas e, para evitar confusão, preferia nunca abrir a bolsa nessas lojas, nem entrar com sacolas.

Durante anos, vez após outra, resistia às abordagens de morena, moreninha, cor do pecado, cor de jambo… Estranhava quando se dizia negra ou, em dias ousados, preta e logo alguém aparentava querer protegê-la ao falar: “não diga isso, você é tão bonita!” Por vezes, vinha o complemento mais doloroso: “Quase branca”.

O desconhecimento das origens, a tentativa de “embranquecer” o país e as violências, genocídios, exclusão, invisibilização e desconstrução da imagem ampliaram as desigualdades. Em vez de identidade positiva, ensina-se a esses meninos e meninas a odiarem seus cabelos, seus rostos, a aceitarem, com naturalidade, que seus corpos são matáveis.

Aquela menina parda é hoje uma mulher que aprende todo dia que construir-se negra, no Brasil, é, antes de tudo, um desconstruir-se das camadas de branquitude impostas ao longo da vida. Ela, agora, publica seu primeiro artigo em um jornal de circulação nacional, esperando, do fundo de sua alma preta, que este texto encontre outros pardos e pardas nessa jornada para poderem se assumir pretos com orgulho!

Raquel Dias – Ativista social, gestora pública, assessora de projetos na Prefeitura de Fortaleza