Quintino Severo, representante da Frente Brasil Popular na atividade , destaca a importância da denúncia internacional contra o presidente; o FSM completa 20 anos neste 2021 com uma programação totalmente virtual em razão da pandemia

Matéria retirada da Revista Fórum. 

A 14ª edição do Fórum Social Mundial (FSM) vai realizar na quinta-feira (27), às 15h, uma mesa de debate chamado Fora Genocida, com o objetivo de tratar sobre os impactos “destrutivos” do governo do presidente Jair Bolsonaro no Brasil e no mundo.

No ano em que completa 20 anos de existência, o FSM será realizado totalmente em meios digitais em razão da pandemia do novo coronavírus. Surgido em 2001 em Porto Alegre como uma alternativa ao Fórum Econômico Mundial, de Davos, pautando uma luta contra o neoliberalismo. o evento se propõe a promover o encontro de movimento de todo o mundo.

A capacidade de mobilização, é certo, não é a mesma de outros tempos, como sentenciou o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, do Conselho Internacional do FSM, em entrevista à TVT.

“Onde estamos nós hoje? Estamos pior que há 20 anos. Começamos o Fórum Social em 2001 dando uma resposta ao Fórum de Davos. Era uma esperança que o Fórum Social fosse uma voz no mundo. Não foi. Estamos tentando renovar o Fórum, porque o Fórum está moribundo”, declarou.

Nessa tentativa de renovação, um grande leque de atividades está previsto desde o último sábado (23) até o próximo domingo (31). São workshops, conferências, mesas redondas, rodas de discussão, assembleias, entre outras.

O FSM ainda prepara uma edição presencial pós-pandemia no México, entre o final de 2021 e o início de 2022.

Fora Bolsonaro

Entre as ações programas está o debate “Fora Genocida: Ação Internacional em Defesa da Vida“. Segundo o FSM, o objetivo da atividade é “discutir o alcance nacional e internacional dos impactos destrutivos das ações do governo Jair Bolsonaro e mobilizar a sociedade civil para acelerar sua saída e o fim de suas políticas e acordos”.

Participam da ação Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Comissão Justiça e Paz, Campanha Brasil pela Democracia e pela vida, Coalizão Negra por Direitos e Plataforma de movimentos sociais pela reforma do sistema político.

Quintino Severo, secretário adjunto de relações internacionais da CUT, será o representante da FBP na atividade. Severo conversou com a Fórum sobre o ato e destacou a importância da realização do ato para levar as denúncias contra o governo para o debate internacional.

“Caracterizamos esse governo como genocida porque não tem respeitado as mínimas condições sanitárias e a defesa da vida. Para nós é importante esse debate porque vamos ter a oportunidade de fazer esse denúncia internacionalmente”, declarou.

“Na medida em que o Fórum vai ser assistido por milhares de pessoas no mundo, é uma oportunidade ímpar. Para nós da FBP e da CUT, que temos feito de várias mobilizações nacionais e internacionais para denunciar Bolsonaro e seu governo, é uma soma importante essa participação no FSM”, completou.

Severo destaca que a FBP tem se somado à luta pelo “Fora Bolsonaro” desde o início e reforma que a denúncia em nível internacional tem um peso relevante e deve ser ampliada.

Ele ainda lamenta a situação internacional do Brasil. “A imagem do Brasil tem sido levada para uma situação delicada. Nosso país sempre teve uma boa relação com todo mundo, relações fraternas, respeitosas. Esse governo não tem tratado dessa forma”, avaliou.

Em 11 meses de pandemia, Brasil tem um terço de todas as mortes de profissionais de enfermagem por covid-19 do mundo e situação pode se agravar em 2021

Matéria retirada do site da Rede Brasil Atual. 

Trabalhadoras da enfermagem da capital paulista querem providências sobre situação dos profissionais do setor – que representam 60% dos profissionais de saúde – em meio à segunda onda da pandemia de covid-19. Em todo o país, foram registrados 47.335 casos de coronavírus entre enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem e obstetrizes. Destas, 525 morreram. Os dados são do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), até 31 de dezembro. “Decorridos 11 meses de pandemia no país, permanecemos ocupando a primeira posição entre os países que mais matam profissionais de enfermagem no mundo, alcançando a triste proporção de um terço dessas mortes”, diz a nota das trabalhadoras.

Os dados do Cofen mostram que a maior parte dos casos e mortes por covid-19 entre profissionais de enfermagem ocorreu em São Paulo. Desde março de 2019, foram 7.353 casos, com 86 mortes. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com 5.058 casos e 59 mortes. “A pandemia fez emergir de forma abrupta e violenta as fragilidades de serviços públicos, que se encontravam no limite de sua capacidade de funcionamento, bem como evidenciou o abandono em que se encontravam os trabalhadores, em particular as de enfermagem”, dizem os profissionais.

A grave situação de 2020 pode piorar em 2021, com o agravamento da pandemia de covid-19 e cada vez menos profissionais de enfermagem em condições de atuar, tanto pelas mortes, quanto pela exaustão devido à carga de trabalho – muitas vezes com férias suspensas – e os afastamentos por problemas de saúde mental decorrentes dos meses de atuação na linha de frente dos serviços de saúde. E também por mecanismos cada vez mais violentos de exploração dos trabalhadores e redução de direitos.

“As difíceis condições de trabalho da enfermagem também são consequência da adoção plena pelo Estado brasileiro da perspectiva neoliberal, que acarretaram aumento das desigualdades, concentração de renda e pobreza. A flexibilização das leis trabalhistas e o desmantelamento do sistema de proteção ao trabalhador intensificaram o contexto já preocupante em 2013, no qual um terço das enfermeiras tinha mais de um vínculo empregatício, 41,5% trabalhava mais do que 40 horas semanais e 71,7% referia desgaste na atividade profissional”, ressaltam as trabalhadoras, que recebem o apoio da Associação Brasileira de Enfermagem e outras organizações.

A chegada das vacinas contra covid-19, apesar de trazer esperança, também traz temor aos profissionais de enfermagem, pois trará aumento significativo da carga de trabalho. “A sobrecarga das trabalhadoras de enfermagem será ainda mais potencializada, tanto pela intensificação do ritmo já extraordinário e preocupante de trabalho, quanto pela exposição a possíveis agressões por parte dos usuários, insatisfeitos com dificuldades previsíveis numa campanha dessa dimensão, em que é possível se antever filas de espera e intercorrências de várias ordens – falta de material ou de vacinas, de profissionais, entre outras”.

Entre as propostas das trabalhadoras estão: contratação emergencial; que a organização do trabalho seja planejada e não fique à mercê do ocasional; respeito ao número de horas contratadas para o trabalho diário na atenção básica; supervisão técnica, apoio psicológico às equipes e garantia de educação permanente, com capacitação para vacinação; garantia de máscaras descartáveis para a população na entrada do serviço; garantia de espaço físico adequado para a realização da vacinação, com disponibilidade de lavatórios para higienização das mãos e respeito às normas de biossegurança.

 

 

 

Mesmo com o Sintufrj alertando a categoria, golpistas se passando por advogados e solicitando dados bancários e somas em dinheiro para liberar o valor referente às ações do Plano Bresser continuam procurando os servidores.

Sobre isto, o Sintufrj orienta: NÃO PASSEM INFORMAÇÕES PARA CONTATOS NÃO AUTORIZADOS PELO SINTUFRJ! NÃO EFETUEM DEPÓSITOS SOLICITADOS POR TELEFONE, SEJA PARA LIBERAÇÃO DE VALORES OU EXPEDIÇÃO DE CERTIDÕES! Não são advogados do sindicato, são pessoas usando de má fé para ludibriar os trabalhadores. É CRIME!

Os contatos feitos pela assessoria jurídica são realizados pelo e-mail 2606-sintufrj@servidor.adv.br e/ou pela direção do Sintufrj. Os contatos telefônicos realizados pela assessoria jurídica serão previamente informados por este e-mail!

Circulem este aviso para que ninguém seja prejudicado por oportunistas, e caso receba um telefonema, anote o número e denuncie imediatamente ao sindicato para que possamos tomar as medidas cabíveis!

Sintufrj – Gestão Ressignificar

Em Rondonia, governo é suspeito de fraudar relatórios sobre número de leitos para evitar lockdown

O Brasil registrou 1.214 mortes e mais de 61 mil novos casos da covid-19 somente nesta terça-feira (26), segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro disse que o país já é “o sexto que mais vacinou no mundo”. A afirmação, no entanto, não tem base na realidade. Até agora, foram vacinadas menos de 850 mil pessoas.

De acordo com monitoramento da plataforma Our World in Data – parceria entre a Universidade de Oxford e a iniciativa global Change Data Lab – o Brasil vacinou menos de 1% da população.

O índice exato desta terça-feira (26) era de 0,4%. Proporcionalmente o país é, na verdade, o sexto que menos vacinou entre as nações que já iniciaram a imunização. Em números absolutos é o 15º com mais doses aplicadas.

Os dados falsos foram repassadas pelo presidente a investidores estrangeiros, durante uma conferência do banco internacional Credit Suisse.

Ele estava acompanhado dos ministros Paulo Guedes, da Economia, e Ernesto Araújo, de Relações Exteriores. Além de mentir sobre o número de vacinados, Bolsonaro disse que os relatos sobre mortos no Brasil são “forçados”. O presidente não deu as fontes das informações.

Atualmente, o número de pessoas que já foram contaminadas pelo coronavírus no Brasil chega a 8.933.356. O total de casos fatais registrados desde o início da circulação do vírus em território nacional é de quase 219 mil. A soma de mortes registradas nas três primeiras semanas do ano já é superior a tudo o que foi observado em dezembro de 2020.

Suspeita de fraude em Rondônia

O Ministério Público de Rondônia apura possibildade de fraude em dados sobre número de leitos de UTI no estado. As informações, repassadas em relatórios do governo local podem ter sido maquiadas para evitar que fossem decretadas medidas mais rígidas de fechamento do comércio e de serviços.

Segundo o MP, os documentos apresentados indicavam a existência de vagas disponíveis, mas a fila de espera para internação chegava a ter trinta pessoas. Há a suspeita de inserção de leitos fora de operação nos documentos. São vagas de um hospital de campanha que não está em funcionamento por falta de profissionais para atuarem no local.

As informações supostamente fraudadas constam em relatórios do mês de janeiro. Documento do último dia 20 ainda relatava existência de leitos. Três dias depois, o próprio governo do estado admitiu colapso, falta de vagas e anunciou que estava em negociação com o governo federal para transferência de pacientes a outros estados.

Saiba o que é o novo coronavírus

É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.

Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”.

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

 

 

Depois de quase um ano de crise sanitária, O Ministério Público do Trabalho (MPT), através da Procuradoria Geral do Trabalho, decidiu por uma medida de proteção às trabalhadoras gestantes. Uma nota técnica da procuradoria defende que, sempre que for possível, elas trabalhem de forma remota.

Além disso, o MPT orienta nesta nota que se o trabalho à distância não for compatível com a função desempenhada, seja assegurado o direito destas trabalhadoras de serem dispensadas do comparecimento ao local de trabalho com remuneração assegurada. Esse direito é devido a todas as trabalhadoras, sejam celetistas ou servidoras públicas.

“Através desta nova nota técnica o Ministério Público do Trabalho amplia à proteção à gestante. Ratifica também o afastamento por atestado médico sem necessidade de apresentar a CID – Classificação Internacional de Doenças. A trabalhadora pode ser atestada por estar grávida e fazer parte do grupo de risco para Covid-19. E mesmo no caso de ter de ir para um setor de menos risco, isso é orientado para que seja em último caso”, explica o assessor para segurança do trabalho do Sintufrj, engenheiro Rafael Borher.

 

 

 

O atendimento previsto para esta semana da unidade móvel do Sintufrj no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) não irá acontecer por causa de obras de calçamento no Poeirão – a área onde a van do Sintufrj Itinerante estacionaria. A agenda será retomada na próxima semana.

INST. DE GINECOLOGIA 21/10/2020

Fora Bolsonaro!

O Rio foi um dos cenários mais movimentados do dia de protestos contra o presidente genocida no sábado, 23, que mobilizou em carreatas manifestantes em mais de 90 cidades, incluindo 24 capitais e Distrito Federal. Os atos foram convocados pela Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo e CUT, após o agravamento da crise sanitária e a falta de matérias-primas para a produção de vacinas pelo Instituto Butantan e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O Sintufrj selecionou algumas imagens da indignação das ruas na nossa cidade:

A UFRJ vai integrar os esforços de imunização da Secretaria Municipal de Saúde, cedendo espaço, estudantes voluntários e material para a instalação de um posto “drive thru” (onde as pessoas são vacinadas em seus carros), no Fundão no Polo de Biotecnologia (antiga BioRio, ao lado do CCS). Pode ser também que se instale outro na Praia Vermelha, próximo ao Instituto de Neurologia.

A perspectiva do Prefeito da Cidade Universitária, Marcos Maldonado, encarregado de toda logística, é que o começo do funcionamento do posto do Fundão seja já neste sábado, dia 30, a partida das 9h. Mas tudo vai depender da reunião da UFRJ com autoridades municipais de saúde, para acertos finais, na quarta-feira, dia 28.

Segundo ele, a ideia é que os carros entrem no estacionamento do Parque, sigam pelo lado direito, parem no posto, e saiam pela esquerda. “Já posicionamos o pessoal de trânsito para monitorar o interior do campus. O monitoramento de câmeras também estará atento ao local, além de todo campus, claro. Vamos colocar motos no patrulhamento dentro do estacionamento parta que não tenhamos qualquer surpresa”, planeja o prefeito. 

Quem e até quando

O posto deverá funcionar até o final da campanha ou até quando as doses chegarem. Como será em apoio à campanha municipal de imunização será voltada ao público da Área Programáticas (AP 3.1) em torno da Cidade Universitária, de acordo com o cronograma de prioridades estabelecido pela Prefeitura.

A UFRJ vai ceder ainda uma geladeira e o espaço do antigo restaurante (para as equipes utilizarem). “A gente está trabalhando muito de perto, acompanhando todas as ações para começar no sábado, às 9h da manhã”, disse ele, a depender de tudo ficar definido mesmo na próxima reunião.

Também em estudo a abertura de um segundo posto drive thru, desta vez na Praia Vermelha (para o público do CAP 2.1). Neste caso, a entrada seria pela Rua Lauro Müller, o posto estaria em frente ao Instituo de Neurologia e a saída pela Venceslau Brás. Se dependesse do animo do prefeito, este também abriria no próximo sábado. Mas, neste caso, também vai depender da próxima reunião porque não está nem formalizado o pedido da Prefeitura do Rio.

“Mas já está tudo acertado, já estou mandando a geladeira, es está tudo montado no esquema de vigilância, transporte, tudo de acordo”, anima-se ele. 

Voluntários sob coordenação da UFRJ

Maldonado explica que os voluntários que a UFRJ estará cedendo são estudantes de um projeto coordenado pela diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery e pelo coordenador do Complexo Hospitalar Leôncio Feitosa. 

Carla Luzia França Araújo coordena, em parceria com o Complexo Hospitalar, o Programa de Voluntariado da UFRJ projeta de Extensão que conta com 2392 voluntários de diversos cursos da universidade, inclusive Ciências Contábeis, Engenharia, Economia mia e História, 

“Temos muitas frentes. Hoje, por exemplo, um pequeno grupo de 10 pessoas ajudou no Hospital Universitário. Foram aplicadas 600 doses nos profissionais do Hospital”, conta ela. 

O grupo já está se organizando para criar um ponto de vacinação na entrada do bloco K, do Centro de Ciências da Saúde, em conjunto com a PR-4 e o Centro de Vacinação de Adultos, para docentes e discentes que atuam em campo prático, expostos à Covid-19.

“A parir da reunião na quarta-feira, vamos ter certeza se teremos ou não o drive thru começando no sábado. E também não está definido o número de doses”, diz ela, explicando que já há, entre os voluntários, cerca de 300 pessoas disponíveis para atuarem divididas em esquipes, neste posto. 

A ideia é que haja, a cada escala de voluntários, quatro vacinadores, dois escribas (que anotam as informações) e dois na organização da fila. 

“Este (início) agora é uma prévia. Um fluxo menor. Mas o drive thru será muito importante no momento que tiver que vacinar a população em geral. Porque será uma forma de não sobrecarregar as unidades de saúde”, diz ela, explicando que o Programa vai participar também de um mesmo modelo de atendimento que será instalado no Sambódromo (também ainda em planejamento). 

 

 

 

A vacinação no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, começou na quarta-feira, 20 de janeiro, e se estendeu até esta segunda-feira 25. Foram imunizados apenas os profissionais que fazem atendimento direto ao coronavírus, isto é, os da linha de frente, sendo seguidos pelos de retaguarda. 

Segundo a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal Fluminense (Sintuff), Bernarda Gomes, o Huap recebeu número insuficiente de vacinas, 600 doses. “Isso dará para uma minoria de trabalhadores da saúde do Huap”, atesta.  

Como se sabe, o procedimento criminoso do governo Bolsonaro em relação à pandemia tem como uma das consequências esse plano de vacinação desorganizado, sem calendário definido e com quantidade de doses insuficiente para atender até os grupos considerados prioritários.

Na UFF, a aplicação da Coronavac em duas etapas está obedecendo ao seguinte calendário: A primeira dose foi aplicada até esta segunda-feira, 25 de janeiro. Para o próximo mês está programada a segunda dose. Ainda não há data definida para as fases seguintes, pois o cronograma depende de liberação de mais doses da vacina pelo governo federal.

A UFF pretende incluir ainda sua comunidade acadêmica no programa de vacinação, por meio de cooperação com a prefeitura de Niterói. O objetivo é no final de fevereiro iniciar a vacinação em servidores docentes e técnico-administrativos. A reitoria espera ampliar a vacinação para depois de abril a toda comunidade acadêmica.

A UFF colocou também à disposição da prefeitura toda a infraestrutura (freezers, espaços adequados, etc.) e equipes de profissionais de saúde para contribuir para a realização da vacinação da população de Niterói.

Gaffréé Guinle

No Hospital Universitário Gaffrée Guinle (HUGG), pertencente à Unirio, que também recebeu apenas 600 doses, o critério de prioridade é o mesmo: quem está trabalhando com o atendimento direto a pacientes com Covid-19. Isso corresponde a 20% da força de trabalho do hospital. 

A imunização ocorrerá em duas semanas, segundo a programação realizada pelo HUGG. A direção do hospital, seguindo a orientação do Plano Nacional de Imunização e da Secretaria Municipal de Saúde, utilizará todas as doses agora, e aguardará o recebimento da 2ª dose. 

De início, serão vacinados os servidores e colaboradores da equipe multidisciplinar que estão, no momento, na linha de frente em atendimento aos pacientes acometidos pela Covid-19 (Setor de Triagem, Radiologia, CTI e Enfermaria Covid-19, 8ª Enfermaria e Maternidade). 

Fachada do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG).

 

Um inquérito epidemiológico para estimar os casos de Covid-19 na UFRJ está sendo realizado. Ele envolve professores, técnicos-administrativos, alunos de graduação e de pós-graduação (residência, inclusive), trabalhadores terceirizados e permissionários.

A iniciativa é da reitoria, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc) e Faculdade de Medicina. A ideia é reunir informações para subsidiar o monitoramento dos impactos da pandemia e o planejamento das atividades acadêmicas e administrativas. A expectativa da coordenação da Epicovid UFRJ é apresentar o relatório final em cerca de 15 dias a um mês após o término da coleta, que se encerra em 6 de março.

“A realização do estudo Epicovid UFRJ foi motivada pela necessidade de respostas a perguntas a respeito da ocorrência de Covid-19 na comunidade da UFRJ, desde o início da pandemia em 2020”, explica o coordenador do estudo, Antônio José Leal Costa, médico sanitarista, epidemiologista, professor de epidemiologia do Iesc e atual diretor do instituto.

“Num cenário de tanta incerteza somente dispondo de informações válidas poderemos superar os desafios impostos pela pandemia de Covid-19. O Epicovid UFRJ é uma das estratégias direcionadas à produção dessas informações”, afirma.

Perguntas 

“Quantos servidores docentes e técnicos administrativos, alunos, trabalhadores terceirizados e permissionários que compõem a comunidade da UFRJ adoeceram com Covid-19 desde o início da pandemia em março de 2020? Entre os que adoeceram, quantos apresentaram sintomas? Quantos foram internados? Como se deu o acesso aos testes para confirmação diagnóstica? A ocorrência da Covid-19 se deu de forma homogênea em todos os campi e decanias? Como os casos se distribuíram ao longo do tempo e segundo o sexo e a idade dos membros da nossa comunidade? Qual é a prevalência de condições crônicas de risco para formas graves de Covid-19, como hipertensão arterial e diabetes?”.

São estas perguntas e outras mais as quais se pretende responder no estudo Epicovid UFRJ, informa Antônio José, que coordena também o projeto “Diagnóstico e tomada de decisões em Saúde Pública, Meio Ambiente e Economia, através de modelagem e aplicação de algoritmos utilizando Lógica Fuzzy, em apoio ao enfrentamento da epidemia de Covid-19”.

É um estudo corajoso e robusto, haja vista que a comunidade universitária da UFRJ é similar à população de um município de médio porte, contabilizada em cerca de 80 mil pessoas, número maior que a população das cidades de Paraty e Arraial do Cabo juntas.

“O estudo Epicovid UFRJ é uma das iniciativas em curso para o provimento de informações que possibilitem a comunidade da UFRJ compreender como a pandemia de Covid-19 vem nos afetando. Somamos cerca de 80 mil pessoas que compartilham diariamente espaços comuns em diferentes campi e unidades, experiências essas que influenciam nosso estado de saúde”, declara Antônio José. 

O coordenador do Epicovid UFRJ ressalta a importância desse estudo na comunidade: 

“Esse estudo é também uma importante contribuição para a organização da vigilância em saúde na UFRJ, dirigida a toda comunidade acadêmica. As informações coletadas nos permitirão gerar indicadores para o monitoramento da pandemia, sua evolução ao longo do tempo, sua distribuição entre os diferentes segmentos, campi e unidades, assim como dimensionar as prevalências e condições crônicas de risco para as formas mais graves de Covid-19. Esses indicadores auxiliarão também no planejamento das decisões a respeito das atividades acadêmicas e administrativas”.

Participação voluntária

A participação é voluntária e o estudo pode ser acessado na página https://formularios.tic.ufrj.br/index.php/796291. Será solicitado um e-mail de contato e, em seguida, a Universidade enviará o link do inquérito epidemiológico para a caixa de entrada do participante. 

Não é necessário ter sido acometido pela doença para participar. As respostas são individuais e não identificadas a fim de preservar o sigilo das informações fornecidas. Os resultados gerados a partir dos dados agregados, sem qualquer referência individual, serão encaminhados à Reitoria da UFRJ para divulgação à comunidade universitária.

A equipe coordenadora do estudo Epicovid UFRJ é composta por servidores docentes e técnicos administrativos e alunos vinculados ao Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) do Iesc. Participam também, sob supervisão, alunos do curso de Graduação em Saúde Coletiva, coordenado pelo Iesc.