Segundo o documento da XP/Ipespe, o aumento da rejeição e a queda na aprovação estão associados ao desgoverno de Bolsonaro frente à pandemia de covid-19

Matéria retirada do site da CUT. 

Pesquisa XP/Ipespe divulgada pela colunista Mônica Bergamo nesta segunda-feira (18) mostra que a avaliação negativa – ruim e péssimo – do governo Jair Bolsonaro subiu de 35% para 40%, na comparação com o levantamento anterior, de 20 de dezembro. Ao mesmo tempo, o percentual de entrevistados que o consideram ótimo e bom caiu de 38% para 32%, enquanto 26% classificam o governo como regular.

Desde julho, é a primeira vez que é registrada avaliação negativa superior à positiva em relação ao governo Bolsonaro. A pesquisa revela que o aumento da rejeição e a queda na aprovação estão associados à atuação de Bolsonaro no “combate” à pandemia de covid-19. Para 52% dos entrevistados, a gestão da crise de saúde causada pelo coronavírus é ruim ou péssima, 4 pontos percentuais a mais do que em dezembro.

A expectativas são de piora significativa da popularidade do presidente, com o fim do auxílio emergencial. O programa, embora aprovado pelo Congresso Nacional, era considerado por analistas a principal causa do aumento da popularidade verificado no segundo semestre. Também colaboram para o quadro negativo a situação catastrófica no estado do Amazonas e as declarações sistematicamente absurdas de Bolsonaro sobre a pandemia e as vacinas.

 

 

 

A abstenção no Enem de 51,5% confirmou prognósticos. “O contexto era dado e muitíssimo conhecido”, disse Priscila Cruz, da organização Todos pela Educação

Matéria retirada do site da Rede Brasil Atual

 

A abstenção recorde (51,5%) no primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 reflete a incompetência, descaso, omissão indevida de atuação funcional e violação do dever do Ministério da Educação (MEC). A avaliação foi feita hoje (18) pela presidente executiva da organização Todos pela Educação, Priscila Cruz.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pelo exame, dos 5.523.029 inscritos, compareceram 2.680.697 (48,5%). Uma abstenção recorde de 51,5%. Em 20 anos de Enem, o recorde até então havia sido batido em 2009: 37,7%.

Exclusão no Enem

“O #Enem2020 com 51,5% de eficácia em excluir estudantes”, registrou em suas redes sociais Gregório Grisa, professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRGS) e especialista em dados educacionais.

O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, lembrou que o resultado confirmou prognósticos das entidades estudantis. “Exatamente como dissemos. Recorde de abstenção. Porque os estudantes não queriam fazer a prova. Não! Porque não se sentiam seguros, e às vezes até foram impedidos de entrar nas salas lotadas. Mais um Enem mal organizado no governo Bolsonaro. Quem perde é o estudante!”

O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) ironizou o ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro. “O 1º dia do Enem teve abstenção recorde de 51,5%. A maioria dos estudantes não foi. Vários que foram não conseguiram entrar e não receberam satisfação adequada. O ministro da Educação ainda teve coragem de dizer que foi ‘um sucesso’. A briga contra o negacionismo é diária.”

Confira

 

 

Presidente da Câmara, que vem sendo cada vez mais pressionado a abrir um processo de impeachment contra o chefe do Executivo, anunciou que vai convocar Comissão Representativa do Congresso para discutir a situação de Manaus e a vacinação

Matéria retirada do site da Revista Fórum

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou através das redes sociais, na tarde desta sexta-feira (15), que vai pedir a convocação de uma Comissão Representativa no Congresso Nacional, que está em recesso, para discutir a situação dramática de Manaus (AM) e a questão da vacinação contra a Covid-19.

A capital amazonense vive um colapso de saúde, com hospitais sem oxigênio e pacientes morrendo asfixiados. Muitos tiveram que ser transferidos para leitos de outros estados em meio à explosão de internações por Covid-19 na região.

Além de ter atrasado a vacinação no país, Jair Bolsonaro é apontado como responsável pela crise em Manaus pelo fato de não ter agido quando já se sabia que a situação estava fora de controle e por ter pregado contra as medidas de isolamento social.

“É mais do que urgente que o Parlamento esteja de portas abertas, trabalhando para encontrar soluções para essa situação tão drástica e urgente. Não podemos nos omitir!”, tuitou Maia.

A reação de internautas à postagem presidente da Câmara foi unânime. Todos os comentários foram no sentido de pedir para que Maia vote a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro. O parlamentar tem em sua gaveta mais de 50 peças de impedimento do chefe do Executivo e, agora, a pressão para que termine seu mandato à frente da Mesa Diretora da Câmara com uma decisão contra o ex-capitão aumenta no meio político e na sociedade civil.

Confira, abaixo, as reações.

Agenda negacionista

Antes da postagem mais recente, Maia foi às redes sociais, na noite de quinta-feira (15),

para criticar o negacionismo diante da pandemia do novo coronavírus ao comentar sobre a situação calamitosa de Manaus, que amanheceu com falta de oxigênio nos hospitais em razão do colapso no sistema de saúde.

O deputado aproveitou para mandar mais uma indireta ao presidente Jair Bolsonaro, alvo recorrente do parlamentar nos últimos dias.

“A falta de oxigênio em Manaus, o atraso na vacina, a falta de coordenação com estados e municípios são resultado da agenda negacionista que muitas lideranças promovem”, escreveu o presidente da Câmara no Twitter.

“Está na hora de todas as forças se unirem para salvar vidas. É fundamental – como defendi em dezembro com outros parlamentares – que o Congresso retome suas atividades na semana que vem”, completou.

Mais uma vez, o deputado foi bastante cobrado pela não-abertura de um processo de impeachment contra o chefe do Executivo.

 

O cientista Amílcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular, coordena o projeto de desenvolvimento de uma vacina brasileira contra a covid-19 na UFRJ. O trabalho envolve dezenas de pesquisadores de unidades como os institutos de Biologia e Microbiologia e da Faculdade de Medicina.

Doutor em genética e virologista, Tanuri explica que o projeto da UFRJ segue a mesma estratégia adotada em imunizantes pelas farmacêuticas Pfizer e Moderna, que utilizam o RNA mensageiro para estimular o sistema imunológico. 

As vacinas de RNA mensageiro, explica o cientista, usam as células do corpo como biorreatores para que produzam cópias da proteína S (da espícula) do coronavírus, e que estas sejam localizadas pelo sistema imunológico.

“Mas vamos adicionar alguns atributos novos”, ele adianta. Por exemplo, expressar mais de uma proteína do vírus (no caso da Moderna, por exemplo, expressa só uma proteína (S) usada pelo vírus para entrar na célula), diz ele, explicando que isto vai permitir a indução de uma resposta imune tanto na produção de anticorpos quanto de células de defesa.

Amilcar Tanuri informa que o projeto está em fase inicial e já recebeu recursos do Ministério da Saúde: “Nossa perspectiva é que nós consigamos terminar a primeira fase neste ano e a prova de conceito mais tardar na metade do no ano que vem”, estima o virologista, explicando que depois da prova ainda há um grande caminho, como a toxicologia e toda parte de formulação. 

Ele pretende ainda que o resultado seja um imunizante que possa ser conservado a uma temperatura na faixa entre menos quatro graus Celsius, vencendo o empecilho da exigência, para sua conservação, de temperaturas muito mais baixas. No caso da Pfizer, por exemplo, é de menos 70 graus Celsius.

Alguns anos

Normalmente, durante o desenvolvimento de uma vacina, além da fase inicial de estudo, há a fase pré-clínica, com os primeiros testes em animais; e a fase clínica em que são realizados os testes em humanos, e, depois de aprovada, as três fases de monitoramento de possíveis reações adversas, segurança e eficácia. Um trajeto longo.

Tudo isso vai levar alguns anos, ele concorda, mas destaca, além da existência do produto final tão desejável, a possibilidade de se criar condições para ter uma plataforma que utiliza este tipo de tecnologia na produção de vacinas como algo também importantíssimo.

Sem muito aporte

Segundo ele, este talvez seja o motivo desta pesquisa não aparecer no rol do Ministério da Saúde, já que é uma tecnologia inovadora, que começou em 2015: “Não tivemos muito aporte financeiro para esta área porque é uma área muito competitiva”. Acho que no ministério garantiram outras tecnologias que não foi com RNA (RNA mensageiro). Para ter condições de ter isso, teria que haver uma indução do governo para várias universidades estudarem isso. Se não começar, não vai haver nunca”.

Além do fato de não ter que depender de suprimentos de empresas do exterior ou privadas, em particular na quantidade que o país precisa, há também a questão não depender de tecnologia estrangeira e mais que isso: ter uma plataforma própria possibilita enfrentar as mutações do coronavírus que podem emergir em âmbito local.

O cientista Amílcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular

 

A gestão de espaços no Polo Universitário de Macaé será discutida por uma Comissão de Trabalho com representantes das prefeituras de Macaé, da UFRJ, da UFF, servidores e alunos do ensino superior. A iniciativa resulta de mobilização de professores que denunciaram a falta de diálogo sobre a ocupação de salas no campus. 

A comissão foi criada em reunião conjunta entre UFRJ e Prefeitura de Macaé, dia 13 de janeiro, e irá definir prazos, logística e a readequação de novos espaços no campus de Macaé. Ficou acordada nesta reunião a desocupação da sala de professores para alojar parte da Secretaria de Educação no prédio da Funemac (Fundação Educacional) mantendo-se a estrutura que abriga a UFRJ e a UFF. 

A mudança, explicada pela Prefeitura, é para resolver uma demanda antiga da Secretaria de Educação, já que o atendimento aos pais de alunos, principalmente em período de matrícula, acontecia em um prédio alugado na Linha Azul, comunidade do Novo Botafogo, uma área perigosa e frequentemente marcada por assaltos e tiroteios.

“Não existe nenhum conflito e nenhuma demanda negativa para a UFRJ, pelo contrário, estamos conversando sobre novas parcerias com a Prefeitura de Macaé. A sala pedida não era nem usada pelos professores e apenas abrigava seus armários, e a ocupação de outras duas salas de projetos serão discutidas pela Comissão de Trabalho”, disse o prefeito da UFRJ, Marcos Maldonado.

Nesta sexta-feira, 14, segundo ele, o prefeito Welberth Rezende (Cidadania) se reúne com a Reitora Denise Pires, exatamente para tratar de acordos “que permitam maior integração do tripé ensino, pesquisa, extensão entre UFRJ e a Prefeitura de Macaé”.

“Estamos juntos nesta parceria tão importante para o município e o que queremos UFRJ e prefeitura, é somente trabalharmos para o melhor para a população”, disse Leonardo Paes Cinelli, vice-diretor da UFRJ-campus Macaé.

A secretária adjunta de Ensino Superior, Flávia Picon, informou que fez o levantamento das salas e suas funcionalidades de forma a facilitar o trabalho de readequação dos espaços. Ela integrará a Comissão juntamente com a secretária de Educação, Eliane de Araújo, também presente na reunião. 

Entenda

A nova gestão da prefeitura de Macaé solicitou salas ocupadas pela UFRJ e pela UFF no prédio da Funemac (Fundação Educacional de Macaé), localizado ao lado do polo universitário Aloísio Teixeira. Um ofício da Secretaria municipal de Educação comunicando a decisão foi encaminhado no dia 30 de dezembro. A comunidade universitária, pega de surpresa, se mobilizou, fez petição pública, e nota pedindo diálogo, pois apenas foi comunicada da solicitação das salas pela Prefeitura de Macaé.

 

Funcionários da vigilância em saúde da capital amazonense relatam situação dramática dos pacientes. Pessoas estão morrendo em casa sem oxigênio

Matéria retirada do site da Rede Brasil Atual. 

Pelo menos um hospital e serviços de pronto-atendimento estão sem oxigênio em Manaus. A denúncia foi feita pelo pesquisador e epidemiologista da Fiocruz Amazonas, Jesem Orellana, à colunista da BandNews Mônica Bergamo. Vídeos encaminhados pelo pesquisador à jornalista relatam a situação dramática dos pacientes de covid-19 na capital amazonense.

Na segunda-feira o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, esteve em Manaus e se encontrou com prefeito da cidade, David Almeida (Avante) e com o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC). O Ministério pediu autorização para fazer uma ronda nas Unidades Básicas de Saúde para encorajar o uso de remédios comprados em larga escala pelo governo de Jair Bolsonaro, como a cloroquina e a ivermectina, mas sem eficácia comprovada pelos doentes atingidos pelo novo coronavírus. Em documento enviado à secretaria de Saúde de Manaus, o ministério de Pazuello trata como “inadmissível” a não utilização desses remédios.

O documento, no entanto, não trata de nenhum tipo de auxílio ou socorro a Manaus que começa a ficar sem oxigênio para o tratamento de seus doentes. Segundo médicos que não quiseram se identificar, a situação na capital amazonense é ainda mais grave do que vem sendo divulgado. “Pacientes ficam pelos corredores sem oxigênio até morrer. Tem gente ‘internada’ dentro de ambulância.”

Uma médica relatou: “Hoje uma catástrofe está acontecendo no HUGV, desde as 7 horas não há oxigênio para os pacientes internados e estamos tentando fazer o possível para dar suporte, mas já tivemos fatalidades. Com isso estamos pedindo apoio à população que se tiver algum cilindro de oxigênio que traga ao hospital para que consigamos aguentar o máximo possível. Precisamos de vocês!”, pediu.

Pessoas desesperadas

Destinatária do ofício, a secretária de Saúde de Manaus, Shadia Fraxe, disse ao Painel da Folha de S.Paulo que somente distribuirá medicamentos cuja eficácia tenha sido comprovada por estudos científicos. “Vivemos uma situação muito diferente em Manaus. Existem muitas pessoas que estão desesperadas querendo tentar de tudo. Não posso tirar isso delas”, disse. “Mas essa medicação nem chegou aqui.”

E reforça: “Esses dias têm sido muito difíceis. Nem oxigênio na rede eu estou tendo mais, de tanto que a demanda subiu. As pessoas estão correndo para todos os caminhos”. A secretária informa que a conversa com os representantes do ministério não passou pelo tema do que o governo federal chama de “tratamento precoce”.

Morte em casa

Segundo levantamento inédito da Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil), o número de pessoas mortas em domicílios aumentou 38% no Amazonas entre 2019 e 2020, durante a pandemia do novo coronavírus. O total de mortos em residências passou de 3.201 pessoas, em 2019, para 4.418 no ano passado. De acordo com Jesem Orellana, o local da morte é sinal da incapacidade do sistema hospitalar de internar, intubar e tratar os pacientes com covid-19. Ele ressalta que o colapso segue em 2021.

“Há pessoas literalmente morrendo sufocadas em suas casas”, disse o especialista. “São centenas de pacientes em fila para internação em leito clínico e de UTI [Unidade de Terapia Intensiva]. Na terça-feira recebi dois chamados desesperados de conhecidos pedindo alguma dica para internar parentes deles em Manaus. É o colapso. Um parente meu, com 80% de saturação, estava praticamente sem respirar. E não tem a menor possibilidade de internar em leito. Estou revivendo o que assisti em abril de 2020. É simplesmente uma repetição, mas em uma escala maior”, disse Orellana em reportagem da Folha de S.Paulo.

Hospital e serviços de pronto-atendimento entram em colapso. Falta oxigênio em Manaus e doentes com covid-19 morrem nos corredores ou em casa

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A eleição da reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, como representante da América Latina na Rede Talloires, foi precedida por uma agenda internacional de participação em eventos.

A Rede Talloires é um consórcio internacional de universidades socialmente engajadas que reúne mais de 400 reitores e gestores universitários de 79 países.

A reitora credita o convite para integrar a rede a seus posicionamentos em relação a direitos humanos, desigualdade social, igualdade de gênero e ensino inclusivo.

Denise, que disse estar honrada com a indicação, afirma que é preciso avançar contra a desigualdade social e a pobreza na América Latina.

A importância que ela confere ao papel do ensino superior e sua relevância para os países, ponto que tem defendido em suas apresentações internacionais, também contribuiu para o papel de destaque na Rede Talloires, acredita.

Agenda

“No ano passado, fui convidada por entidades do exterior, uma delas do Reino Unido – responsável pelo ranking Times Higher Education (THE) -, como reitora da UFRJ, assim como o reitor da USP, Vahan Agopyan. USP e UFRJ participaram de um seminário no Reino Unido ainda no 1º semestre de 2020, no qual pudemos falar das nossas respectivas instituições”, relatou Denise. 

“Alguns meses depois, fui convidada a fazer parte de um evento na Índia, virtual também, representando a UFRJ, o Global Universities. Fiz parte de uma mesa discutindo com um reitor da Austrália e um outro americano. Nessa mesa com Oceania, América do Norte e América do Sul, refletimos diversas questões relevantes para as universidades” informa. “Talvez a minha participação nestes eventos internacionais tenha esteja na origem do convite que recebi”.

A Rede Talloires é o maior consórcio do mundo voltado especialmente para o envolvimento universitário em questões da sociedade. Entre as centenas de instituições afiliadas à Rede Talloires estão a Universidade Harvard (EUA), Universidade de Buenos Aires (Argentina), Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul), Universidade de Valladolid (Espanha) e Universidade de Melbourne (Austrália).

Honra à UFRJ

“Foi uma honra ter sido eleita, uma honra à UFRJ fazer parte deste grupo que pretende discutir e fortalecer a missão social das universidades no mundo todo. É um comitê que discutirá questões muito importantes como a fome, o racismo estrutural e a opressão de gênero”, disse Denise Pires.  “São questões fundamentais para o futuro da humanidade. Pretendo não só representar a Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Brasil, mas também a América Latina, onde precisamos avançar muito contra a desigualdade social e a pobreza e ajudar, em termos técnico-científicos, a estudar o que as mudanças climáticas causarão no mundo, no futuro próximo, com relação a doenças emergentes”, sustentou.  

 

 

Centrais vão realizar protesto em frente às revendas Ford, no próximo dia 21. Para sindicalistas, é preciso dar um basta em casos como a saída da montadora, desmonte do BB e milhares de demissões no país

Matéria retirada do site da CUT. 

As Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB, reunidas virtualmente nesta quarta-feira (13/01) no Fórum das Centrais Sindicais, debateram sobre as dramáticas notícias para os trabalhadores brasileiros neste início de ano: o fechamento da Ford, o fechamento de agências do Banco do Brasil e as milhares de demissões anunciadas nesta segunda-feira (11).

O anúncio extemporâneo do fechamento da Ford, empresa presente no Brasil a mais de século, se soma aos anúncios de fechamento da Mercedes-Benz, da Audi e aos milhares de silenciosos fechamentos de micro, pequenas e médias empresas. Essas empresas receberam ao longo de décadas, e continuam a receber, bilhões de reais em incentivos e benefícios fiscais. A atitude da Ford, sem diálogo e depois de tudo que recebeu e ganhou, demonstra o absoluto desrespeito com o país e desconsideração com o povo brasileiro.

Mais um caso concreto do processo de desindustrialização e de desmonte das políticas de conteúdo nacional que avançam de maneira praticamente irreversível, fragilizando todo o sistema produtivo no comércio, serviços e agricultura e destruindo milhões de empregos diretos e indiretos.

Desta forma o país regride para a condição de mero exportador de produtos primários como minérios e grãos, levando, neste movimento, a grande maioria dos brasileiros a empobrecer ou cair na miséria, enquanto alguns poucos enriquecem. E o governo Bolsonaro avança na implementação dessa política de destruição e aprofundamento da desigualdade social.

Para espanto e desespero do povo, o governo, de forma cínica, não se constrangeu em bradar: “Que vão embora”, ao comentar sobre a saída da Ford do Brasil. Esse foi mais um de seus chocantes absurdos.

Isso não pode continuar! 

De nossa parte, vamos organizar, mobilizar, resistir, enfrentar, propor e dialogar em torno de um projeto nacional de desenvolvimento, da reindustrialização e recuperação da dinâmica virtuosa de crescimento do sistema produtivo, de retomada dos investimentos em infraestrutura econômica e social, em ciência, tecnologia e inovação, de ampliação das políticas sociais, de geração de empregos de qualidade e de crescimento da renda do trabalho.

Vamos fortalecer a nossa unidade de ação e estabelecer uma ampla rede de debates e de negociação com os poderes Executivos, Legislativos e Judiciário, com os empresários e com o movimento sindical internacional.

Iremos promover o debate nas bases sindicais, em eventos regionais e nacionais, organizando nossa resistência e atuação propositiva em cada situação e diante de cada problema, mobilizando e incidindo local e nacionalmente.

Reafirmamos, conforme já explicitado em documento unitário, divulgado no dia 05/01/2021, que, neste momento, deve ser prioridade do governo vacinar todos os brasileiros por meio de um plano nacional de vacinação coordenado pelo SUS, visando proteger à vida de todos e dar capacidade para a retomada segura da atividade produtiva.

De imediato, as Centrais Sindicais deliberam, para enfrentar a decisão de fechamento da Ford no Brasil:

  • Investir na unidade sindical e na construção de iniciativas e ações conjuntas.
  • Ampliar e estabelecer diálogo com os parlamentares (senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores) para tratar de iniciativas a serem tomadas em relação à Ford e casos semelhantes.
  • Estabelecer diálogo com os Governadores de São Paulo, Bahia e Ceará para a construção de alternativas para o caso Ford.
  • Estabelecer cooperação de atuação com entidades sindicais internacionais para denunciar a decisão da Ford no Brasil.
  • Produzir informações comuns para alimentar a comunicação.
  • Realizar reunião com as 11 Centrais Sindicais, na próxima sexta-feira (15/01), para encaminhar ações unitárias em defesa do emprego, do auxílio emergencial e de vacinas para todos.
  • Realizar no dia 21/01 manifestações nas Concessionárias de revenda Ford.
  • Propor medidas a serem tomadas na esfera Legislativa e Judiciária.

São Paulo, 13 de janeiro de 2021