Entrevista/Denise Gentil

Os servidores vão empobrecer’

A professora do Instituto de Economia da UFRJ Denise Gentil analisa para o Jornal do Sintufrj como fica a situação dos trabalhadores públicos federais caso se confirme na Câmara e depois no Senado a vitória do projeto do governo Bolsonaro que ataca a aposentadoria.

A proposta de emenda constitucional (PEC 6/2019) que muda o sistema previdenciário do Brasil foi aprovada, como se sabe, em primeiro turno por 379 a 131 votos (eram necessários 308 votos). O segundo turno da votação foi marcado para agosto.

 

  • Qual o impacto da reforma da Previdência para os servidores públicos? Tem consequências muito graves, e avalio que será preciso fazer uma resistência rápida e forte, à altura das perdas que se anunciam ou pagaremos muito caro pela passividade. É necessário lembrar que os servidores já enfrentam duas ameaças, que são a demissão por insuficiência de desempenho e a redução da jornada de trabalho com redução salarial. Agora, mais perdas virão com a reforma, porque tudo será desconstitucionalizado.

 

  • O que significa isso? Que, daqui para frente, tudo será decidido por leis ordinárias. Uma maioria simples pode aprovar as rodadas de mudanças de regras como o valor das aposentadorias, valor das pensões, tempo mínimo de contribuição para aposentadoria, alíquotas a pagar, base de cálculo do benefício, reajustes, acumulação de benefícios, e, portanto, haverá um estado permanente de reforma da Previdência, com perdas inimagináveis de direitos. Se ela passar do jeito que está, não haverá mais nenhum tipo de segurança jurídica. A reforma não é apenas muito cruel com os mais pobres. É muito cruel também com os servidores públicos. Estou falando dos agentes administrativos, médicos, professores, profissionais de várias áreas do Estado que compõem a classe média do país.

 

  • Os servidores se aposentarão com que idade? Haverá elevação de 55 anos para 62 anos, para as mulheres (sete anos a mais para as mulheres é algo a ser registrado), e de 60 para 65 anos para os homens, acompanhando a regra geral do RGPS (Regime Geral da Previdência Social).

 

  • Servidores levam suas vantagens pessoais para aposentadoria? Vamos ser realistas. Não haverá mais nada igual ao que existe hoje, nem para os que já entraram há muito tempo nem para os futuros servidores.

 

  • Por quê? Porque o que será implantado quando a reforma entrar em vigor serão as alíquotas maiores, progressivas e alíquotas extras de contribuição previdenciária, que implicarão em redução de salários, pensões e aposentadorias. Ninguém escapará, e é isso que precisa ficar claro. Os servidores empobrecerão daqui para a frente. Além de um aumento da alíquota normal de contribuição previdenciária (que irá de 7,5%, para quem recebe o salário mínimo, até 22%, para quem recebe mais que R$ 39 mil), poderá haver taxas extras, que não se sabe de quanto serão. Tudo será regulado, veja bem, por lei ordinária, o que significa que o governo federal pode colocar o patamar das alíquotas onde quiser, a qualquer momento, com o objetivo de reduzir os salários e aposentadorias dos servidores, apoiado no (falso) discurso de combate ao déficit e de corte de privilégios, que sempre utiliza para angariar o apoio do resto da população.

 

  • Com a reforma, quais as condições exigidas para o servidor se aposentar? Os servidores se aposentarão se preencherem os parâmetros exigidos de idade mínima, tempo de contribuição, tempo de serviço público e tempo no cargo. Quanto ao tempo de contribuição, será de 25 anos para homens e mulheres (cai, portanto, de 35 anos para homens e 30 para mulheres da regra atual, mas é maior que os 15 anos dos trabalhadores do setor privado), além da exigência de 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo (que é a mesma condição já exigida atualmente).

 

  • Regra vale para quem entrar depois? Servidores públicos que ingressarem depois da reforma vão aderir Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal) e se aposentarão pela média aritmética simples de todos os salários de contribuição, sobre a qual se aplica o percentual de 60%, acrescidos de 2% para cada ano de contribuição que vier a superar o mínimo de tempo de 20 anos. O valor da aposentadoria seguirá limitado ao teto do RGPS, somado ao valor que o servidor conseguir obter com sua poupança na Funpresp.

 

  • O que é proposto como regras de transição para os servidores? A transição para os servidores que já estão no cargo e que ainda não cumpriram as condições para a aposentadoria será através do sistema de pontos, que soma o tempo de contribuição mais a idade mínima. Para entrar nessa regra, o servidor terá que ter cumprido o tempo de contribuição de 30 anos para as mulheres e de 35 anos para os homens. A idade mínima terá que ser de 56 anos para as mulheres e de 61 para os homens. Somando idade com tempo de contribuição, os valores começam em 86 pontos para as mulheres e 96 para os homens. Em 2022, a soma dos pontos será 87 e 97, e assim por diante.

O período de transição termina quando a pontuação alcançar 100 pontos para as mulheres e 105 para os homens, em 2033. Ao fim da transição, a idade mínima alcançará 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens. O servidor deve ter ainda 20 anos de serviço público e 5 anos de tempo de cargo para entrar na regra de transição. O valor do benefício será igual ao da regra geral de cálculo do valor da aposentadoria do RGPS, ou seja, 60% da média simples de todos os salários desde julho de 1994, mais 2% ao ano para cada ano de contribuição que superar o tempo mínimo de 20 anos.

 

  • Como fica a situação dos recém-admitidos? A votação do primeiro turno na Câmara também estabeleceu regra melhor de transições para os admitidos após 2003 e antes de 2013, pois permite uma aposentadoria com 100% da média de todos os salários. Isso desde que o servidor cumpra a idade mínima de 57 anos para as mulheres e 61 para os homens e o pedágio de 100% do tempo de contribuição que falta para atingir 30 anos para as mulheres e 35 anos para os homens. Para entrar nessa regra, o servidor deve ter ainda 20 anos de serviço público e 5 anos de tempo de cargo.

Porém, para os que ingressaram no serviço público antes de 2003, a regra de transição torna possível acessar a aposentadoria integral e a paridade, se for cumprido o tempo de contribuição – 30 anos para as mulheres e 35 anos para os homens – junto com a exigência de uma idade mínima de 62 anos (mulher) e 65 anos (homem) na data da aposentadoria. Para entrar nessa regra, o servidor deve ter ainda 20 anos de serviço público e 5 anos de tempo de cargo.

Há, ainda, outra possibilidade de aposentadoria com integralidade e paridade para os que ingressaram antes de 2003 depois que ocorreu a aprovação em primeiro turno na Câmara. Esta exige o pedágio de 100% do tempo de contribuição que falta para completar 30 anos para as mulheres e 35 anos para os homens. Neste caso o servidor terá que ter idade de 57 anos (mulheres) e 61 anos (homens), 20 anos de serviço público e 5 anos no cargo.

 

  • Em valores, quais são os limites máximos e mínimos da aposentadoria dos servidores? O limite mínimo é o salário mínimo e o máximo é o último salário (integralidade), mas este depende do período de ingresso no serviço público e do cumprimento das regras de transição.

 

  • Os servidores poderão acumular aposentadorias? Sim, mas vai haver perdas. O acúmulo de aposentadorias de professores e de profissionais de saúde não tinha limites. Se a reforma for aprovada, passará a ter. O servidor pode ficar com 100% do benefício de maior valor junto com um percentual do benefício adicional. Esse percentual será de 80% do segundo benefício, quando o valor for igual a um salário mínimo; 60%, quando o valor for maior que um salário mínimo e menor que 2 salários mínimos; 40% do valor que exceder 2 salários mínimos até 3 salários mínimos; 20% do valor que superar 3 salários mínimos até 4 salários mínimos; e 10% do valor que exceder quatro salários mínimos.

 

  • Como ficam as pensões? Atualmente, o beneficiário recebe até 100% do teto do RGPS, acrescido de 70% da parcela da remuneração que ultrapassa esse limite. Com a reforma, esse valor será de apenas 50%, mais 10% por dependente. Há situações em que o servidor receberá um valor muito baixo. A PEC não garante 1 salário mínimo de pensão por morte. O texto só garante 1 salário mínimo nos casos em que o beneficiário não tenha outra fonte de renda.

Haverá uma dupla redução no valor das pensões. Primeiro, o valor da aposentadoria cairá para 60% da média de todos os salários. Segundo, o percentual atribuído ao valor da pensão também será menor. Isso resultará em um benefício muito mais baixo do que é hoje. Um exemplo que não é meu, mas que é muito citado nas redes sociais, diz o seguinte: uma pessoa que ganhava, em média, R$ 2.000, se aposentará com um benefício de R$ 2.000 X 0,60 = R$ 1.200. A pensão para a viúva ou viúvo será de R$ 1.200 X 0,60 = R$ 720, ou seja, 36% do salário do contribuinte.

Para quem deixar uma viúva com 1 filho menor, o cálculo fica: 70% de 60%, ou seja, aproximadamente 42% do salário médio. É evidente que haverá um empobrecimento das famílias no Brasil, e isso é uma grande crueldade. O que se economizará será muito pouco, mas custará muito para as viúvas e crianças.

Quem já recebe pensão não terá o benefício alterado.

 

  • Quais os tipos e formas de contribuições previdenciárias para os servidores? As contribuições se basearão em alíquotas crescentes e progressivas por faixa salarial, que vão desde 7,5% sobre o salário mínimo; depois dessa faixa vamos ter alíquotas de 8,25% a 9,5% para faixas de salários entre R$ 2.000 e R$ 3.000; de 9,5% a 11,68% para faixas salariais acima de R$ 3.000 até R$ 5.839,45; e de 11,68% até 12,86% para faixas salariais entre R$ 5.839,46 até R$ 10.000, e assim por diante, com alíquotas que variam de 12,86% até 14,68% para faixas salariais entre R$ 10.000,01 e R$ 20.000. É preciso também lembrar que, além dessas alíquotas, pode haver alíquotas extras, criadas por lei ordinária.

Tudo isso é transitório e altamente instável. O governo estipulará a tributação por lei ordinária, o que torna a renda do servidor muito vulnerável e imprevisível. Penso que haverá um empobrecimento dos servidores, e as pessoas não parecem se dar conta disso, porque não se mobilizaram para a luta.

 

  • Acabou o abono de permanência? Não acabou. Para os servidores que já recebem e para os que já cumprirem as condições para se aposentar e continuarem trabalhando, está garantido o pagamento de um abono de permanência equivalente ao valor da contribuição previdenciária, mas isso poderá mudar por lei federal.

Para os servidores que ingressarem após a reforma, o abono de permanência é uma possibilidade, a ser regulamentada pelo governo, e poderá ter o valor máximo igual à da contribuição previdenciária.

 

  • Quem vai administrar a Funpresp? É um dos maiores fundos de pensão da América Latina e que hoje é administrado por entidade fechada e também pública, ou seja, por entidade não de mercado e sem fins lucrativos, em que os servidores participam da gestão e respeitam os princípios da administração pública, de legalidade, impessoalidade, moralidade etc. Atualmente, a Constituição de 1988 determina que tenha natureza pública. Da forma como está proposto na reforma da Previdência, eu entendo que há permissão para que a administração seja feita por entidades privadas, onde o servidor se tornaria uma espécie de cliente compulsório, que acabaria condicionado a fazer a adesão de sua poupança a essa entidade, sem a possibilidade de escolha. É uma privatização definitiva.

Uma tendência dessas instituições privadas de previdência é adotarem altas taxas administrativas, fazerem investimentos com foco em sua própria lucratividade e visando resultados de curto prazo, mais arriscados. Uma parte dos intérpretes dessa reforma acha que ela eliminará o caráter público das fundações de previdência complementar dos servidores.

Então, penso que há dois perigos para a Funpresp: 1) ser aberta para estados e municípios; e 2) ser entregue para a gestão por entidades de previdência aberta, geridas por bancos, nacionais ou internacionais.

 

 

 

 

A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia este ano continua em queda. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) com instituições financeiras, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi reduzida de 0,82% para 0,81%. Essa foi a 20ª redução consecutiva este ano.

Para 2020, a expectativa é que a economia tenha crescimento maior, de 2,10%, mas na semana passada, a estimativa era de 2,20%. A previsão para 2021 e 2022 permanece em 2,50%.

Enquanto isso, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) trata de interesses pessoais, como a indicação do filho número 3, Eduardo Bolsonaro, para a embaixada dos Estados Unidos, defende o trabalho infantil, fala que a taxa de preservação ambiental cobrada em Fernando de Noronha “é um roubo” e pretende revê-la e garante que a aprovação de medidas com a reforma da Previdência é a salvação do país.

Medidas para a geração de emprego e renda, até agora, sete meses depois da posse, nem Bolsonaro nem o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentaram qualquer esboço apesar de mais de 13 milhões de trabalhadores e trabalhadoras amargarem o desemprego há vários meses.

Inflação

A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 3,80% para 3,82% este ano. A meta de inflação de 2019, definida A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia este ano continua em queda. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) com instituições financeiras, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.

A projeção do mercado financeiro para a inflação em 2020 é 3,90%. A meta para o próximo ano é 4%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para 2021, o centro da meta de inflação é 3,75% e para 2022, 3,5%, também com intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual. A previsão do mercado financeiro para a inflação em 2021 e 2022 permanece em 3,75%.

Taxa básica de juros

Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, mantida em 6,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Ao final de 2019, as instituições financeiras esperam que a Selic esteja em 5,50% ao ano, mesma projeção da semana passada. Para o fim de 2020, a expectativa é que a taxa básica baixe para 6% ao ano e, no fim de 2021 e 2022, chegue a 7% e 7,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Quando o comitê aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

A manutenção da Selic indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.

 Conteúdo produzido pela CUT com informações da Agência Brasil 

A reitora eleita, Denise Pires, será empossada em Brasília no dia 2 de julho e levará na bagagem o estudo detalhado sobre a situação orçamentária da UFRJ. Ela pretende apresentá-lo à Secretaria de Ensino Superior, cujo canal de diálogo abriu em maio, e também ao ministro da Educação. A intenção é que seja revista a situação financeira da universidade.

Segundo Denise, na reunião em maio, o MEC se comprometeu a liberar a verba do projeto executivo para a execução da primeira etapa de  recuperação do Museu Nacional, cerca de R$ 900 mil, e cumpriu e liberou também cota de limite de empenho.

Valor da cota

Em nota, a Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3) informou que requereu, no dia 4 de junho, a liberação de R$23,5 milhões de cota de limite de empenho (autorização para uso do orçamento), “para que a UFRJ pudesse indicar os créditos orçamentários para a cobertura das despesas do mês de competência de abril”. No dia 10, a UFRJ e demais instituições receberam cerca de 8% de cota de limite de empenho que, “no nosso caso, correspondeu a R$ 25,7 milhões”, informou a PR-3.

Correção feita – Originalmente, esta matéria informou um valor maior tomando como base o montante reportado pela PR-3 em matéria anterior sobre a falta de autorização para uso da cota de limite de empenho.

Posse na UFRJ

Na quarta-feira, dia 19, seriam distribuídos os convites para a posse cerimonial, no dia 8 de julho, às 10h, no auditório do Centro de Tecnologia (CT). A equipe organizadora do evento estava preparando algumas surpresas para o público, como a apresentação do coral infantil da UFRJ cantando o Hino Nacional. “Queremos recuperar um pouco de nosso orgulho, da nossa autoestima”, disse o futuro vice-reitor Carlos Frederico Rocha.

Segundo Carlos Frederico, a gestão que assumirá pretende marcar para o dia 4 de julho a sessão do Conselho Universitário (Consuni) na qual serão submetidos os nomes dos  novos pró-reitores. Também serão apresentados aos conselheiros os programas de trabalho dos pró-reitores de Graduação; Pós-Graduação e Pesquisa e Planejamento, Desenvolvimento e Finanças. E no Consuni do dia 11 serão apresentados os programas das Pró-Reitorias de Pessoal; Extensão; Gestão e Governança; e  Políticas Estudantis.

Vejam quem são os indicados:

Pró-Reitoria de Graduação (PR-1):  Gisele Viana Pires, professora associada do Departamento de Clínica Médica e diretora adjunta de Graduação da Faculdade de Medicina. Ela foi superintedente e pró-reitora de Graduação na gestão de Carlos Levi.

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2): Denise Maria Guimarães Freire, professora titular do Instituto de Química e ex-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica.

Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3): Eduardo Raupp de Vargas, professor da Coppead e pesquisador do Centro de Estudos em Gestão de Serviços de Saúde. Foi decano de Assuntos Comunitários e de Administração e Finanças (2011-2012) na UnB.

Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4): Luzia Araújo, técnica-administrativa da Divisão de Enfermagem do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.

Pró-Reitoria de Extensão (PR-5): Ivana Bentes, professora titular e  pesquisadora do Programa de Pós Graduação em Comunicação e diretora da Escola de Comunicação da UFRJ. Foi secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil, onde fez a gestão nacional do Programa Cultura Viva dos Pontos de Cultura do Brasil.

Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6): Permanece à frente da pasta o técnico-administrativo André Esteves da Silva. Antes de assumir a PR-6, em 2017, ele estava cedido ao Inmetro, onde coordenava a área de contratos e convênios.

Pró-Reitoria de Políticas Estudantis (PR-7): Roberto Vieira, técnico- administrativo, atual superintendente executivo da PR-1, com graduação em administração de empresas e mestrado em Avaliação pela Fundação Cesgranrio.

Conselho e CPST

Em entrevista para o Jornal do Sintufrj em maio, a futura reitora confirmou a criação do Conselho de Administração, que será constituído dentro da Pró-Reitoria de Pessoal e funcionará como um fórum para discussão de políticas de pessoal, com câmaras para tratar de assuntos específicos, como assédio moral e acessibilidade. Também está em seus planos reformular a Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST), com olhar especial para a segurança e a saúde no trabalho, e com uma equipe envolvida com o projeto das Comissões Internas de Saúde do Servidor Público (Cissp).

 

Numa mesma mãozada, o governo Bolsonaro atacou a autonomia de duas universidades federais. No dia 18 de junho, foi publicado, no “Diário Oficial da União” (DOU), o decreto nomeando Ricardo Cardoso para reitor da Unirio e Luiz Fernando Resende para reitor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Na Unirio, a nomeação desrespeita a decisão da comunidade universitária, que na consulta aberta (entre os dias 3 e 6 de abril) escolheu, por maioria dos votos, o professor Leonardo Castro para reitor e Maria do Carmo para vice-reitora. O nomeado nem participou da consulta. Na UFTM, Resende foi derrotado em todas as formas de eleição realizadas (na consulta e via conselho).

A situação repete outra intervenção: no dia 11 de junho, o governo designou a professora Mirlene Damázio como reitora temporária da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Ela não participou nem da consulta à comunidade nem do processo eleitoral nos colegiados da instituição.

A diretoria da Associação Docente da Unirio (Adunirio), da Associação dos Servidores da Unirio e do DCE convocaram assembleia comunitária para debater a resistência contra o golpe. Será no dia 25 de junho, às 16h, no jardim do Centro de Letras e Artes (CLA).

 

“Gestão de resíduos eletroeletrônicos: oportunidades e desafios na perspectiva de uma cooperativa de catadores” foi um dos temas discutidos no 12° Evento em Homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente, realizado pelos Programas Ambientais do Centro de Tecnologia com sua Decania, na terça-feira, 18, no salão nobre da unidade.

Quem falou sobre o tema foi Hanna Rodrigues, técnica de projetos da Cooperativa Popular Amigos do Meio Ambiente (Coopama), uma organização sem fins lucrativos de reciclagem e gestão de resíduos, cujo objetivo principal é gerar trabalho, renda e inclusão social através das atividades de coleta, triagem, reciclagem, prestação de serviços e comercialização de materiais recicláveis.

Parceria

A intenção da Coopama é firmar uma parceria com a UFRJ que envolvesse estudantes. Para atrair o interesse da comunidade universitária, Hanna destacou o trabalho realizado pela cooperativa e seus propósitos. Um deles é o aprimoramento das  atividades profissionais por meio de uma organização coletiva, prestando serviços e atuando principalmente na área de coleta, transporte, triagem, reciclagem e comercialização de resíduos sólidos.

Segundo Hanna, a Coopama tem comprometimento com o recebimento de materiais recicláveis e com o seu encaminhamento adequado para as indústrias de recicláveis, de modo a não promover contaminação do meio ambiente ou gerar danos à saúde pública.

Trabalho

O contato com as comunidades e o objetivo social também são marcantes no dia a dia da cooperativa. É tarefa destacada a proteção ao trabalhador, ou seja, proporcionar aos associados da Coopama postos de trabalho mediante esforço pessoal e direto, além de a cooperativa ser propagadora da cultura de evitar desperdício de recursos naturais e da consciência ecológica.

Uma das metas de Hanna é profissionalizar cada vez mais a cooperativa, para que as pessoas deixem de pensar em coleta de resíduos recicláveis como uma ação de caridade, ignorando as condições precárias em que vive a categoria de catadores: na informalidade (sem carteira de trabalho assinada e outros benefícios trabalhistas) e sem seguridade social (não recolhem para a aposentadoria).

“É preciso compreender a ação das cooperativas como um serviço  à comunidade e não como uma (ação) voluntarista que acaba em si mesma. As ações precisam ser remuneradas e esses trabalhadores, assegurados”, defende Hanna.

 

O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar analisou mudanças apresentadas à PEC 6/2019 proposta na comissão especial da Câmara

“Há aspectos positivos no substitutivo, mas as melhorias são insuficientes para que mereça aprovação. Pelo contrário, há apenas, em alguns aspectos, a manutenção da situação vigente, como no caso do benefício de prestação continuada (BPC) e dos segurados especiais (trabalhadores rurais), mas as regras permanecem extremamente prejudiciais aos segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e servidores públicos”, afirmou o consultor legislativo do Senado Luiz Alberto dos Santos na síntese que elaborou sobre o substitutivo apresentado e lido pelo relator da reforma da Previdência (PEC 6/2019), deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), na comissão especial da Câmara dos Deputados, no dia 13 de junho.
Segundo ele, “há grandes obstáculos a serem enfrentados pelo governo para obter a aprovação da PEC”. Além disso, chamou a atenção, o governo promete restabelecer, em plenário, a autorização para o “regime de capitalização” a ser instituído por lei complementar, que é, efetivamente, o que mais interessa ao mercado financeiro e traduz a “Nova Previdência”, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, defende, substituindo o regime de repartição por um regime baseado em contribuições individuais”, destaca o consultor.
O consultor do Senado acrescentou, ainda, que “o grau de ‘desconstitucionalização’ da PEC é [foi] reduzido [no substantivo], mas permanece elevado, notadamente no caso dos RPPS [regimes próprios de Previdência Social], cujas regras são totalmente remetidas a legislação ordinária, tornando a situação ainda pior do que a originalmente prevista”.

Os retrocessos

1) Desconstitucionalização de regras previdenciárias: embora anunciado que o relator teria abandonado a proposta de desconstitucionalização ampla das regras dos RPPS e regimes próprios, trata-se de uma meia verdade. Em alguns aspectos, o texto constitucional atual é preservado, com a manutenção de regras permanentes, mas, no caso dos RPPS, em lugar de remeter as regras sobre aquisição de direitos para lei complementar, o substitutivo passa a permitir que sejam objeto de lei ordinária, e até mesmo medida provisória, quanto a idades mínimas, carência e tempo de contribuição e cálculo dos proventos. Nesse aspecto, o substitutivo é ainda pior do que a PEC original;
2) Exclusão dos RPPS de estados e municípios das regras a serem fixadas para a União sobre aposentadoria e pensão. Regras de transição também serão fixadas por lei de cada ente;
3) Lega a cada ente dispor sobre aspectos essenciais dos direitos previdenciários de seus servidores, rompendo o equilíbrio e paridade de regimes e comprometendo a unidade do Ministério Público e da magistratura nacional;
4) Explicita que a aposentadoria de empregado público acarreta a extinção do vínculo empregatício, criando regra anti-isonômica; e
5) Suprime a vedação de tratamento favorecido para contribuintes, por meio da concessão de isenção, da redução de alíquota ou de base de cálculo das contribuições sociais ou das contribuições que as substituam.
Tramitação – Nessa nova fase pós-apresentação do parecer em forma de substitutivo, não são admitidas emendas ao novo texto, exceto emendas aglutinativas em plenário, as quais, porém, dependem da existência de “destaques sobre emendas apresentadas” que lhes deem sustentação.

Começou, na manhã desta terça-feira, dia 11, e segue até o dia 13, mais uma edição do Conhecendo a UFRJ, maior evento de extensão da universidade que abre as suas portas para estudantes do ensino médio de escolas públicas e particulares para que conheçam seus cursos e a produção em ensino, pesquisa e extensão.

Desta vez, com um novo formato. Em vez de um megaevento concentrado num só lugar, como nas outras edições, as palestras e estandes se dividem em quatro pontos: no Centro de Ciências da Saúde (CCS), no Centro de Tecnologia (CT), no Centro de Ciências Matemáticas e na Natureza (CCMN) e Faculdade de Letras.

Assim, desde o início da manhã até o fim da tarde, cerca de 1800 estudantes do ensino médio (público médio previsto por dia) agitam corredores tomados por estandes com professores e estudantes que se esmeram em explicar cada curso onde atuam.

 Onde é o quê

No CCS, há palestras nos auditórios do Quinhentão e Hélio Fraga, e estandes sobre cursos como Ciências Biológicas, Odontologia, Medicina, Nutrição, Gastronomia, Educação Física e Dança.

No CCMN, há palestras nos auditórios auditórios Roxinho, Novos Ventos e Pangea e estandes no corredor da Geologia sobre cursos como Arquitetura e Urbanismo, Psicologia, Ciências Sociais, História e Astronomia.

No CT, as palestras (no auditório Horta Barbosa, no bloco A) e estandes abordam os cursos das Engenharias, Administração e Comunicação Social.

Na Faculdade de Letras, há  nos auditórios G2 e E3 sobre Música, Música, Belas Artes, Letras e Artes Ciência.

O evento também contou com apresentações de dança e música, oficinas para o teste de habilidade específica (THE), visitas guiadas a laboratórios e exposições.

 

Informamos que não haverá expediente no Sintufrj, dia 21 de junho, sexta-feira, em virtude do feriado de Corpus Christi celebrado em 20 de junho.

Via Sintufrj – Gestão Ressignificar

 

I Encontro de Arte e Cultura da UFRJ abre espaço para ato acadêmico-político diante dos ataques do governo à educação e cultura

“Arte e cultura na universidade em tempos de cólera” foi o tema do I Encontro de Arte e Cultura da UFRJ, organizado pela Superintendência de Difusão Cultural do Fórum de Ciência e Cultura (FCC), realizado no dia 3 de junho, no campus da Praia Vermelha. A reitoria eleita Denise Pires participou da mesa de abertura do evento, ao lado do reitor Roberto Leher e do coordenador do FCC, Carlos Vainer.

Ato simbólico de assinatura de convênio para intercâmbio de ações culturais entre as instituições públicas de ensino no Estado do Rio de Janeiro, consolidou uma iniciativa antiga, que é o Fórum Interuniversitário de Cultura. Representantes de universidades federais e estaduais e institutos federais, entre os quais o Cefet, transformou o momento em um ato acadêmico-político diante dos ataques do governo à educação e cultura.

 

 

Quebrar barreiras

Segundo Denise, durante séculos a universidade se encastelou para evitar ataques, e acrescentou: “No século 21 não é mais o momento de nos encastelarmos e, sim, nos abrirmos para a sociedade. E o Fórum de Ciência e Cultura é o órgão de nossa estrutura com o qual a gente pode quebrar essas barreiras e fazer pontes diretas com a sociedade num caminho de mão dupla, interagindo mais com a sociedade, com a produção artística e cultural da cidade do Rio de Janeiro”.

“Sabemos que universidades sem cultura não são universidades e por isso a institucionalização e a formalização no estatuto (da UFRJ) e todo esse trabalho árduo que o FCC fez”, destacou o Roberto Leher. Segundo Carlos Vainer, o evento é um marco importante na trajetória da institucionalização da cultura na universidade, com previsão de recursos no Orçamento de 2019. “Uma grande conquista da arte e da cultura da UFRJ”, afirmou.

Além das equipes de trabalho do FCC, participaram do encontro  produtores culturais, grupos artísticos da UFRJ, como as Companhias de Dança Contemporânea e de Dança Folclórica da UFRJ e o Quinteto Experimental de Sopros da UFRJ, que se apresentou na abertura.

O evento segue até 7 de junho com mesas-redondas, reuniões públicas e rodas de conversas. O objetivo é reunir e mapear propostas artísticas e culturais desenvolvidas pela instituição no âmbito da pesquisa, ensino e extensão ou desenvolvidas por universitários, através de coletivos autônomos, iniciativas sindicais e de técnicos-administrativos. Mais detalhes em https://arteeculturaufrj.wordpress.com/.

ROBERTO LEHER, que deixa a Reitoria em julho, faz exposição no encontro que discutiu educação e cultura que contou com a presença da futura reitora Denise Pires