O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar analisou mudanças apresentadas à PEC 6/2019 proposta na comissão especial da Câmara

“Há aspectos positivos no substitutivo, mas as melhorias são insuficientes para que mereça aprovação. Pelo contrário, há apenas, em alguns aspectos, a manutenção da situação vigente, como no caso do benefício de prestação continuada (BPC) e dos segurados especiais (trabalhadores rurais), mas as regras permanecem extremamente prejudiciais aos segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e servidores públicos”, afirmou o consultor legislativo do Senado Luiz Alberto dos Santos na síntese que elaborou sobre o substitutivo apresentado e lido pelo relator da reforma da Previdência (PEC 6/2019), deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), na comissão especial da Câmara dos Deputados, no dia 13 de junho.
Segundo ele, “há grandes obstáculos a serem enfrentados pelo governo para obter a aprovação da PEC”. Além disso, chamou a atenção, o governo promete restabelecer, em plenário, a autorização para o “regime de capitalização” a ser instituído por lei complementar, que é, efetivamente, o que mais interessa ao mercado financeiro e traduz a “Nova Previdência”, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, defende, substituindo o regime de repartição por um regime baseado em contribuições individuais”, destaca o consultor.
O consultor do Senado acrescentou, ainda, que “o grau de ‘desconstitucionalização’ da PEC é [foi] reduzido [no substantivo], mas permanece elevado, notadamente no caso dos RPPS [regimes próprios de Previdência Social], cujas regras são totalmente remetidas a legislação ordinária, tornando a situação ainda pior do que a originalmente prevista”.

Os retrocessos

1) Desconstitucionalização de regras previdenciárias: embora anunciado que o relator teria abandonado a proposta de desconstitucionalização ampla das regras dos RPPS e regimes próprios, trata-se de uma meia verdade. Em alguns aspectos, o texto constitucional atual é preservado, com a manutenção de regras permanentes, mas, no caso dos RPPS, em lugar de remeter as regras sobre aquisição de direitos para lei complementar, o substitutivo passa a permitir que sejam objeto de lei ordinária, e até mesmo medida provisória, quanto a idades mínimas, carência e tempo de contribuição e cálculo dos proventos. Nesse aspecto, o substitutivo é ainda pior do que a PEC original;
2) Exclusão dos RPPS de estados e municípios das regras a serem fixadas para a União sobre aposentadoria e pensão. Regras de transição também serão fixadas por lei de cada ente;
3) Lega a cada ente dispor sobre aspectos essenciais dos direitos previdenciários de seus servidores, rompendo o equilíbrio e paridade de regimes e comprometendo a unidade do Ministério Público e da magistratura nacional;
4) Explicita que a aposentadoria de empregado público acarreta a extinção do vínculo empregatício, criando regra anti-isonômica; e
5) Suprime a vedação de tratamento favorecido para contribuintes, por meio da concessão de isenção, da redução de alíquota ou de base de cálculo das contribuições sociais ou das contribuições que as substituam.
Tramitação – Nessa nova fase pós-apresentação do parecer em forma de substitutivo, não são admitidas emendas ao novo texto, exceto emendas aglutinativas em plenário, as quais, porém, dependem da existência de “destaques sobre emendas apresentadas” que lhes deem sustentação.

Começou, na manhã desta terça-feira, dia 11, e segue até o dia 13, mais uma edição do Conhecendo a UFRJ, maior evento de extensão da universidade que abre as suas portas para estudantes do ensino médio de escolas públicas e particulares para que conheçam seus cursos e a produção em ensino, pesquisa e extensão.

Desta vez, com um novo formato. Em vez de um megaevento concentrado num só lugar, como nas outras edições, as palestras e estandes se dividem em quatro pontos: no Centro de Ciências da Saúde (CCS), no Centro de Tecnologia (CT), no Centro de Ciências Matemáticas e na Natureza (CCMN) e Faculdade de Letras.

Assim, desde o início da manhã até o fim da tarde, cerca de 1800 estudantes do ensino médio (público médio previsto por dia) agitam corredores tomados por estandes com professores e estudantes que se esmeram em explicar cada curso onde atuam.

 Onde é o quê

No CCS, há palestras nos auditórios do Quinhentão e Hélio Fraga, e estandes sobre cursos como Ciências Biológicas, Odontologia, Medicina, Nutrição, Gastronomia, Educação Física e Dança.

No CCMN, há palestras nos auditórios auditórios Roxinho, Novos Ventos e Pangea e estandes no corredor da Geologia sobre cursos como Arquitetura e Urbanismo, Psicologia, Ciências Sociais, História e Astronomia.

No CT, as palestras (no auditório Horta Barbosa, no bloco A) e estandes abordam os cursos das Engenharias, Administração e Comunicação Social.

Na Faculdade de Letras, há  nos auditórios G2 e E3 sobre Música, Música, Belas Artes, Letras e Artes Ciência.

O evento também contou com apresentações de dança e música, oficinas para o teste de habilidade específica (THE), visitas guiadas a laboratórios e exposições.

 

Informamos que não haverá expediente no Sintufrj, dia 21 de junho, sexta-feira, em virtude do feriado de Corpus Christi celebrado em 20 de junho.

Via Sintufrj – Gestão Ressignificar

 

I Encontro de Arte e Cultura da UFRJ abre espaço para ato acadêmico-político diante dos ataques do governo à educação e cultura

“Arte e cultura na universidade em tempos de cólera” foi o tema do I Encontro de Arte e Cultura da UFRJ, organizado pela Superintendência de Difusão Cultural do Fórum de Ciência e Cultura (FCC), realizado no dia 3 de junho, no campus da Praia Vermelha. A reitoria eleita Denise Pires participou da mesa de abertura do evento, ao lado do reitor Roberto Leher e do coordenador do FCC, Carlos Vainer.

Ato simbólico de assinatura de convênio para intercâmbio de ações culturais entre as instituições públicas de ensino no Estado do Rio de Janeiro, consolidou uma iniciativa antiga, que é o Fórum Interuniversitário de Cultura. Representantes de universidades federais e estaduais e institutos federais, entre os quais o Cefet, transformou o momento em um ato acadêmico-político diante dos ataques do governo à educação e cultura.

 

 

Quebrar barreiras

Segundo Denise, durante séculos a universidade se encastelou para evitar ataques, e acrescentou: “No século 21 não é mais o momento de nos encastelarmos e, sim, nos abrirmos para a sociedade. E o Fórum de Ciência e Cultura é o órgão de nossa estrutura com o qual a gente pode quebrar essas barreiras e fazer pontes diretas com a sociedade num caminho de mão dupla, interagindo mais com a sociedade, com a produção artística e cultural da cidade do Rio de Janeiro”.

“Sabemos que universidades sem cultura não são universidades e por isso a institucionalização e a formalização no estatuto (da UFRJ) e todo esse trabalho árduo que o FCC fez”, destacou o Roberto Leher. Segundo Carlos Vainer, o evento é um marco importante na trajetória da institucionalização da cultura na universidade, com previsão de recursos no Orçamento de 2019. “Uma grande conquista da arte e da cultura da UFRJ”, afirmou.

Além das equipes de trabalho do FCC, participaram do encontro  produtores culturais, grupos artísticos da UFRJ, como as Companhias de Dança Contemporânea e de Dança Folclórica da UFRJ e o Quinteto Experimental de Sopros da UFRJ, que se apresentou na abertura.

O evento segue até 7 de junho com mesas-redondas, reuniões públicas e rodas de conversas. O objetivo é reunir e mapear propostas artísticas e culturais desenvolvidas pela instituição no âmbito da pesquisa, ensino e extensão ou desenvolvidas por universitários, através de coletivos autônomos, iniciativas sindicais e de técnicos-administrativos. Mais detalhes em https://arteeculturaufrj.wordpress.com/.

ROBERTO LEHER, que deixa a Reitoria em julho, faz exposição no encontro que discutiu educação e cultura que contou com a presença da futura reitora Denise Pires

Reforma: para implantar capitalização, Bolsonaro vai gastar quase R$ 1 trilhão

Custo da transição do atual sistema de aposentadoria para o regime de  capitalização será de cerca de R$ 954 bilhões, diz técnico do governo. Mercado estima que “economia” com a reforma seja de R$ 600 bilhões

via: CUT Brasil

A migração do sistema de aposentadoria atual, de repartição, mantida com  contribuições mensais dos trabalhadores e dos empresários, além de recursos da União, para o de capitalização, sistema onde só o trabalhador contribui, vai custar ao Brasil R$ 954 bilhões em 20 anos.

A informação foi divulgada três meses depois da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019 da reforma da Previdência chegar ao Congresso Nacional, pelo secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, em uma audiência na Câmara dos Deputados. Na mesma audiência, o secretário especial de Previdência e trabalho, Rogério Marinho, que não gostou de ver os números divulgados, foi flagrado pela imprensa dando um puxão de orelhas em Rolim.

O motivo é simples. O dado derruba a tese do governo de Jair Bolsonaro (PSL) de que a reforma, que acaba com o direito de aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, gera uma economia de quase R$ 1 trilhão. O mercado já havia jogado um balde de água fria nesta previsão. Alguns analistas de mercado, segundo a imprensa, acreditam que a reforma vai economizar ao governo metade do previsto, R$ 600 bilhões. Portanto, menos do que o governo vai gastar para implementar a capitalização que será entregue aos bancos.

Para o economista da Unicamp, Marcio Pochmann , esses números demonstram que a reforma da Previdência não é necessária. O que o mercado financeiro quer com o apoio do governo Bolsonaro é privatizar a Previdência Social. Por isso, o mercado pressiona pela aprovação da reforma, que é o primeiro passo para o governo seguir com a proposta de capitalização.

Segundo ele, o ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, não é transparente em relação a informações sobre a reforma. Os cálculos de quanto o governo vai economizar não levam em consideração o déficit que virá com a capitalização, porque o número de pessoas aposentadas no regime atual de repartição ainda será bem maior do que o de jovens que entrarão no regime de capitalização.

“Se os mais jovens e as empresas não contribuírem com uma parte da aposentadoria dos mais velhos, o déficit na Previdência pública será muito maior”, afirma Pochmann.

A professora de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Gentil, também diz que o governo precisa mostrar os cálculos que fez para chegar a essa “economia” de um trilhão e dos gastos com a transição entre o atual sistema e a capitalização.

“Os brasileiros estão cansados de receber números sem o governo dizer qual a base de dados, as equações para chegar a esse resultado porque esses números, não têm credibilidade, não têm fundamentos”, critica a economista.

Capitalização só interessa aos bancos

Denise Gentil também critica o discurso oficial do governo de que o valor economizado com a reforma da Previdência vai para a educação e a saúde.

É uma falácia de que esses recursos serão apara atender a área social. O sistema que eles estão criando é para beneficiar os bancos. Vamos retirar recursos das pessoas mais carentes, de quem recebe o Benefício de Prestação Continuada {BPC}, para que os bancos possam lucrar ainda mais”, diz.

A mesma visão de que a capitalização só é boa para os bancos, tem Marcio Pochmann. Segundo ele, os bancos querem operar o dinheiro arrecadado, e agora, ainda mais, com a recessão econômica batendo a porta do país, o mercado financeiro não quer perder suas taxas de lucro.

“O que o Estado arrecadaria com tributos vai para o setor privado, para os bancos. Vamos acabar vivendo num país onde será cada um por si, porque a Previdência pública pressupõe contrapartidas de quem trabalha.”

 Marcio Pochmann
Segundo o professor da Unicamp, “as pessoas que estão aposentadas e as que já estão contribuindo com a Previdência pública terão uma trajetória de vida de mais alguns anos, e o Estado é que vai pagar as pensões, sem ter a contrapartida dos demais trabalhadores e das empresas”.

Já Denise Gentil, explica ainda que o Estado é que sempre paga pelo sistema de capitalização, porque ao transferir a arrecadação da Previdência para os bancos, essas instituições financeiras aplicam o dinheiro da capitalização no tesouro público, que por sua vez remunera os bancos.

“É um ciclo vicioso. É a União que paga a aplicação que o banco faz com o dinheiro do trabalhador, que, por sua vez, aplicou seu dinheiro na capitalização. O dinheiro sai do bolso do cidadão brasileiro para privilegiar bancos, e não para atender os mais pobres, como afirma o governo Bolsonaro.”

 Denise Gentil
Reforma Trabalhista piora as contas da Previdência

Segundo Marcio Pochmann, a reforma Trabalhista, de Michel Temer, acabou praticamente com o emprego de carteira assinada, e reduziu os ganhos dos trabalhadores e será quase impossível alguém contribuir por conta própria.

“Metade da população vai ficar sem aposentadoria”, critica o professor da Unicamp.

Para Denise Gentil, a reforma Trabalhista aumentou o tamanho da informalidade e o desemprego, e sem carteira assinada para que os trabalhadores da ativa possam contribuir com a Previdência, o rombo será muito maior.

“Querem implantar um sistema alternativo, que é o caso da carteira verde amarela, que na verdade, se transformará no sistema principal meio de contratação, e com o atual o tamanho da informalidade e do desemprego, só vai restar o regime de capitalização”, afirma a professora de economia da URFJ.

Ela explica ainda que ao retirar da sociedade um fundo público, como a Previdência, restará apenas a insegurança do mercado financeiro e o isolamento do trabalhador porque o capitalismo não quer mais contribuir com a Previdência.

“É um salve-se quem puder. Não vai mais existir o regime de solidariedade e vai aumentar a exploração da classe trabalhadora e o governo vai ter de complementar a renda da população com benefícios assistenciais para a pobreza não se alastrar mais”

Segundo ela, a perspectiva de empobrecimento aumenta muito para os mais pobres. “Não só apenas uma pequena parcela da população conseguira poupar, como haverá uma enorme perda de patrimônio, o que deixará a todos com uma renda extremamente baixa”.

Novo parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) permite o acúmulo de cargos na administração pública, cuja jornada seja acima de 60 horas semanais, desde que comprovada a compatibilidade da carga horária.

A Constituição de 1988, em seu parágrafo 37, inciso XVI, alínea “c”, já garantia esse direito. E caiu o parecer da AGU que o impedia.

Procure o Sintufrj

Se você técnica-administrativa e técnico-administrativo que acumula funções em instituições públicas totalizando 60 horas semanais com carga horária compatível e esteja com suas conquistas trabalhistas bloqueadas (como férias, direito à progressão, entre outros, e até impedido de se aposentar), ou que e está encontrando dificuldades na sua unidade para obter esses benefícios, procure imediatamente a direção do Sintufrj na sede da entidade ou nas subsedes no Hospital Universitário e na Praia Vermelha.

“É melhor morrer na luta do que morrer de fome”, dizia a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB), Margarida Alves, que foi assassinada em 1983 a mando de latifundiários. Foi inspirada nela que nasceu a Marcha das Margaridas – manifestação promovida desde o ano 2000 pelas trabalhadoras rurais, que vão às ruas a cada quatro anos lutar pelas demandas da população.

O lema desse ano é “Margaridas na Luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”. Em 2015, o movimento lutou contra o golpe – 100 mil foram a Brasília em solidariedade a Dilma Rousseff –, e agora, em 2019, incorpora a luta contra a reforma da Previdência.

A marcha está marcada para 13 e 14 de agosto, e prosseguem em junho os  encontros regionais iniciados em maio para aprofundamento do debate e construção da plataforma política das Margaridas. A participação na greve geral de 14 de junho integra a pauta desses encontros.

Lançamento no Rio

O lançamento da mobilização para a Marcha das Margaridas no Rio de  Janeiro ocorreu no dia 23 de maio, no Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro (Sisejufe), com a participação da Marcha Mundial das Mulheres da Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra). O lançamento estadual da marcha foi em 4 de maio, em Casemiro de Abreu, no Acampamento Sebastião Lan, com as trabalhadoras rurais. Foi um dia de conversas sobre agroecologia, reforma agrária, bem viver, reforma da Previdência e oficinas.

Mulheres em luta

A Marcha das Margaridas é a maior ação de mulheres da América Latina e leva à capital federal as propostas e as reivindicações de quem produz comida sem veneno para a população e defende os ecossistemas e a biodiversidade brasileira. Este ano a marcha, que tem o apoio da Marcha Mundial das Mulheres, tem como um dos focos principais a reforma da Previdência.

A marcha é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), suas 27 federações e mais de 4 mil sindicatos filiados, e construída em parceria com os movimentos feministas e de mulheres trabalhadoras, centrais sindicais e organizações internacionais, como a Marcha Mundial das Mulheres.

Quem são as margaridas

“São as mulheres trabalhadoras do campo, da floresta e das águas, que em marcha tecem suas experiências comuns de vida e luta. Quando surgiram no espaço público, as Margaridas se afirmaram como trabalhadoras rurais. A partir da Marcha de 2007 passaram a se nomear “mulheres do campo e da floresta”.

Em 2015, a denominação “mulheres das águas” foi incluída, para afirmar a diversidade das mulheres rurais, como agricultoras familiares, camponesas, sem-terra, acampadas, assentadas, assalariadas, trabalhadoras rurais, artesãs, extrativistas, quebradeiras de coco, seringueiras, pescadoras, ribeirinhas, quilombolas, indígenas e tantas outras identidades construídas no país”, explica o texto do site da marcha .

Campanha

A organização da marcha está promovendo uma campanha de financiamento coletivo pela internet. O objetivo é levar 100 mil a Brasília. O orçamento geral da marcha deste ano se aproxima de R$ 5 milhões, incluindo despesas com locação de espaço e equipamentos de som, itens e serviços de segurança, higiene, limpeza, saúde, alimentação, logística, divulgação, comunicação e custos de deslocamento dos estados para Brasília.

A Contag e as parceiras da marcha lançam mão de diversas estratégias para levantar os recursos necessários para a realização do encontro, como rifas, convênios, atividades, e esta campanha de financiamento coletivo. Os recursos arrecadados são fundamentais para complementar o orçamento geral e assim fortalecer a mobilização das mulheres.

Para tanto, pode-se contribuir de R$ 20 a R$ 5.000. O endereço é https://benfeitoria.com/marchadasmargaridas. Vamos então participar dessa luta que une muitas bandeiras numa só!

 

Estudantes e trabalhadores da educação deram mais uma demonstração de força, na quinta-feira, 30 de maio, na segunda edição da mobilização nacional contra os cortes na educação e a reforma da Previdência. Foi também mais uma vitoriosa preparação para a greve geral de 14 de junho. Milhares de pessoas foram às ruas em todo o país se manifestar, com  indignação e revolta, contra as “desmedidas” do presidente Jair Bolsonaro e seus ministros.

Se em 15 de maio, Bolsonaro se referiu aos mais de um milhão e meio de manifestantes como “idiotas úteis”, no dia 30 o ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez uma provocação pública ao postar um vídeo no Twitter dançando com um guarda-chuva e cantando “Está chovendo fake news”. O objetivo era dizer que o MEC não tinha relação com a redução de  verbas do Museu Nacional, que também foi atingido pelos cortes do seu ministério. Mais uma bola fora deste infeliz em sua rota de colisão desenfreada com as universidades públicas.

São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Distrito Federal, entre outras cidades reuniram mais de um milhão de pessoas. No Rio de Janeiro, mais de 100 mil estudantes, educadores e trabalhadores de outras categorias ocuparam parte de uma pista da Avenida Presidente Vargas e a Candelária antes de iniciar a marcha pela Avenida Rio Branco em direção à Cinelândia. Foram mais de cinco horas de ato e passeata. “Dia 14 será maior”, repetiam os dirigentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) e da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) os organizadores da mobilização em referência à greve geral de 14 de junho contra a reforma da Previdência.

Na Cinelândia, uma multidão aguardava a chegada da passeata. O grito “Ele Não!” ecoou das gargantas. “Ou a gente luta ou a gente morre” complementou a socióloga aposentada Helena Mussi,76 anos, que chegou na Candelária às 15h, marchou pela Rio Branco e acompanhou a manifestação até o seu final, às 20h30.

UFRJ lotou a praça e as ruas 

Estudantes, técnico-administrativos e professores da UFRJ se concentraram às 13h no Largo de São Francisco, em frente ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) para mostrar, junto com a Adufrj, o DCE e a Associação de Pós-graduandos (APG) a produção da universidade e denunciar o corte de verbas à população. O Sintufrj se concentrou na campanha contra a reforma da Previdência, distribuindo panfletos, bottons e passando o abaixo-assinado a ser enviado ao Congresso Nacional com o objetivo de sensibilizar os parlamentares a não votarem na proposta de Emenda à Constituição de Bolsonaro, que põe fim à aposentadoria dos trabalhadores e a outras benefícios garantidos pelo atual sistema previdenciário. Às 16h, ao som de uma animada batucada e de palavras de ordem como esta: “Oh! Bolsonaro, vou te dizer, a UFRJ não tem medo de você!”, as centenas de pessoas carregando faixas e cartazes saíram em caminhada rumo à Candelária.

Na Rua Uruguaiana, onde se concentram o comércio popular e o Camelódromo, os manifestantes pararam e deram seu recado:  “Trabalhador, preste atenção: Bolsonaro só governa pra patrão” e “Não é mole não, tem dinheiro pra milícia, mas não tem para educação”.

 

 

A EDUCAÇÃO É O TERMÔMETRO DA INDIGNAÇÃO

Mais de um milhão de pessoas ocuparam as ruas no #30M. A resposta aos cortes no orçamento da educação e às declarações desastrosas de Bolsonaro e seu ministro – que chegou a divulgar um patético vídeo recheado de erros de concordância e informações mentirosas enquanto segurava um guarda-chuva ao som da música tema de “Cantando na Chuva” – veio com a força da juventude e dos trabalhadores: uma explosão de faixas e cartazes coloridos, palavras de ordem irreverentes e muita gente em movimento contra o governo.

Os atos do dia 30 engoliram as manifestações chapa branca do dia 26. O imenso coro popular pediu mais investimentos, defendeu as pesquisas e a produção de conhecimento, criticou duramente o governo e produziu belíssimas cenas que contrastam radicalmente com a barbárie de domingo, quando apoiadores do governo chegaram a arrancar uma faixa em defesa da educação da fachada de uma universidade pública para, em seu lugar, homenagear o astrólogo Olavo de Carvalho, transformado em guru pela direita rastaquera.

Contra a parede, o governo reagiu com autoritarismo. O ministro Weintraub, do MEC, exortou a população a denunciar professores que estariam “obrigando” os estudantes a participar dos atos. Ameaçou trabalhadores de demissão, vomitou verborragia reacionária de quinta categoria e permaneceu sem enfrentar a dura realidade: seu trabalho é um lixo e a maioria do povo brasileiro repudia o corte de verbas.

As belíssimas manifestações de ontem elevaram a temperatura e a expectativa sobre a greve geral do dia 14 de junho. Em momentos de crise, o cenário político se altera em saltos. Parcelas cada vez mais amplas da população repudiam a perseguição à educação promovida por Bolsonaro e sua gangue, a tentativa de acabar com a aposentadoria e assumem uma posição de autodefesa. Cabe ao movimento jogar energia máxima na organização da indignação. O país precisa parar!

 

Os estudantes da UFRJ e do Colégio de Aplicação foram as urnas nos dias 21, 22 e 23 de maio para escolher a nova direção do Diretório Central dos Estudantes Mário Prata. Foi eleita a chapa 2 – O Futuro exige Coragem, da situação, com 5.145 votos, que ficará um ano a frente da entidade.

Três chapas concorreram ao pleito. Além da chapa 2, duas chapas de oposição: a chapa 3 – A Esperança é o que nos UNE que obteve 1.829 votos, e a chapa 4 – É Só Você Querer, que teve 138 votos.

No pleito foram eleitos também os delegados ao 57º Congresso da UNE que ocorrerá em julho, em Brasília. Apenas a chapa 4 não concorreu para a escolha de delegados ao congresso. A chapa 2, com 4.850 votos, garantiu 40 delegados. E a chapa 3, com 1.727 votos, teve direito a 14 delegados.