Documentário produzido pela Comissão da Memória e Verdade da UFRJ, exibido na reunião, mostra a violência contra negros na ditadura civil-militar

O Grupo de Trabalho Antirracista do Sintufrj – aproveitando a campanha 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo – promoveu na quarta-feira (20) como atividade de greve, uma apresentação cultural com debate no Espaço Cultural do sindicato.

“Ditadura e Racismo, violência ontem e hoje” foi o tema escolhido que reuniu como debatedores a presidente da Attufrj, Valdinéia Nascimento, a integrante da Comissão de Memória e Verdade da UFRJ, a historiadora Luciana Lombardo, a aposentada da UFRJ, Helena Alves e o poeta Toni BXD.

A mediação coube ao militante da UFRJ e integrante do GT, Hilem de Souza. “Temos de conhecer e mostrar a verdadeira história, principalmente para não a repetir”, refletiu Hilem.

A apresentação cultural ficou por conta de Toni que realiza poesia de protesto. Ele abriu e fechou o evento. O debate foi precedido pela exibição do vídeo “Incontáveis”. Episódio 5: “Populações Negras e Favelas na Ditadura”, produzido pela Comissão da Memória e Verdade da UFRJ. Este episódio aborda a temática da violência do regime militar contra a população negra e contra os moradores de favelas.

Dezenas de milhares de famílias foram removidas de suas casas para abrir espaço para a especulação imobiliária e o enriquecimento das classes dominantes, favorecidas pelo regime; jovens negros foram executados por esquadrões da morte e grupos de extermínio; moradores de favelas foram presos arbitrariamente e torturados sob a alegação de “vadiagem”; houve censura e perseguição às manifestações culturais negras: essas foram algumas das principais formas de violência que o regime moveu contra esses setores da sociedade, ao mesmo tempo em que reforçava o mito da democracia racial e afirmava que no Brasil não existia racismo.

Impacto

O vídeo impactou a todos e serviu também de inspiração para as narrativas que se seguiram.

Helena Alves contou o que viveu na Praia Vermelha em 1970. “Foi um verdadeiro horror. O exército chamou a cavalaria para pegar os estudantes. E os meninos jogavam bolinhas de gude para atrapalhar o avanço dos cavalos. Presenciamos muitas coisas mostradas no vídeo.”

Waldinéa Nascimento falou da discriminação dos trabalhadores terceirizados e o sofrimento por que passam as mulheres, em sua maioria negras. “Os terceirizados são uma categoria não reconhecida, a maioria é negra, mulheres que sofrem cotidianamente assédio e desrespeito”.

Lucia Lombardo informou que a série “Incontáveis” narra histórias que ainda não foram contadas sobre a ditadura militar no Brasil. “Tem sim um componente racial que foi negligenciado quando falamos do golpe”, sustenta. Ela afirmou que historicamente os negros, alvos privilegiados da violência estatal em um país profundamente racista, também foram muito atingidos pelos atos arbitrários da ditadura. E deu como exemplo o narrador do Episódio 5, o Filó, organizador de festas de música soul que celebravam a beleza negra e questionavam o racismo. Filó foi preso e levado ao Doi-Codi. Para mostrar que também houve muita resistência da população negra e das favelas, a historiadora mostrou uma série de cartazes de mobilização e protesto.

Protagonismo

Francisco de Assis, ex-dirigente do Sintufrj e atual coordenador de Comunicação da Fasubra, chamou a atenção que nos levantamentos feitos pela Comissão da Verdade da UFRJ não há praticamente a participação dos técnico-administrativos. “Sabemos de colegas que esconderam estudantes em caixas d´água e que chegaram a esconder documentação do Doi-Codi para proteger a estudantada. Mas isso não foi documentado”, observou.

Arte marginal

Toni BXD que rasga o verbo em seus poemas e raps, é um morador de Belford Roxo, professor de matemática e ativista. Trabalha como voluntário em quatro cursos pré-vestibulares.  Foi aluno da UFRJ e vinha para o Fundão de bicicleta. Gastava duas horas em seu trajeto. “Faço uma poesia marginal de protesto. Além de dar aulas voluntariamente desenvolvo um projeto cultural.”

Além dos debatedores, alguns participantes também narraram suas experiências como Orlando Simões. Negro, técnico de laboratório do Instituto de Microbiologia, trabalhava durante o dia e estudava a noite em uma faculdade particular. Suou muito para se formar em ciências biológicas. “Cheguei a estudar no banheiro”.

Recentemente, já formado, foi apresentar uma aula prática para os estudantes e muitos ficaram do lado de fora esperando o “professor”. Só depois que ele iniciou a aula com os alunos que estavam na sala foi que os de fora começaram a entrar “envergonhados”.

A atividade de greve do GT Antirracista do Sintufrj foi prestigiada por integrantes da Administração da UFRJ como Noemi Andrade (Câmara de Políticas Raciais da UFRJ) e Mônica Gomes da diretoria de Relações Étnicas Raciais da Superintendência de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade da UFRJ; e Andressa Oliveira, que integra o mandato do deputado federal pastor Henrique Vieira (PSOL).

EVENTO NO ESPAÇO CULTURAL promoveu interessante debate sobre o racismo no período em que o país estava mergulhado na noite sombria da ditadura
HILEM COM CONVIDADOS da mesa de debates organizada pela GT Antirracista
PLATEIA ATENTA acerca das reflexões promovidas pelo conteúdo do documentária e das intervenções

A assembleia dos técnicos-administrativos da UFRJ na manhã desta quarta-feira, 20, identificou que a greve está se ampliando, com ingresso de mais universidades no país e adesão do pessoal do ensino técnico e dos institutos federais (a partir do dia 3) representado pelo Sinasefe.

A assembleia apontou, no entanto, a necessidade da mobilização na UFRJ de ser ainda mais intensificada, com abordagens dos colegas nas unidades, diálogo com a sociedade nas ruas e com atos públicos conjuntos com os trabalhadores de outras universidades do Rio de Janeiro.

A avaliação foi comum nas falas de muitos dos participantes: um público expressivo, que acompanhou a assembleia de modo presencial (mais de cem pessoas no auditório Manuel Maurício do CFCH, na Praia Vermelha) e virtual (mais de 30 acompanharam de Macaé) e cerca de 70 pela transmissão no Youtube, interagindo intensamente com dúvidas e propostas pelo chat.

Agendas centrais

Assembleia definiu que é importante mobilizar colegas que ainda não paralisaram, com a distribuição de panfletos e cartazes nos setores, mas também apontou uma ampla agenda de atividades, entre as quais:

No sábado, dia 23, mobilização em defesa das liberdades democráticas, por punição aos golpistas.

Na terça-feira, 26, às 10h, ato no Museu Nacional. Diálogo com a população para externar os motivos da greve em protesto contra a situação crítica da universidade.

Na quarta-feira, 27, às 10h, assembleias simultâneas no CT, em Macaé e na Praia Vermelha.

Veja o vídeo com os informes

Os eventos da agenda unificada definidos pelo CLG e pela assembleia são considerados prioritários, devendo-se evitar marcar atividades nos mesmos horários. Porém agendas de base e eventos espontâneos contarão com a representação possível do CLG.

AGENDA UNIFICADA

Quinta, 21

10h – Reunião de Base EEAN

10h – Reunião de Base IPPMG

12h – Mobilização no CAP

16h – Encerramento da campanha “21 dias contra o Racismo”, a partir de 16h, no Largo São Francisco da Prainha.

17h30 – Roda de conversa “Racismo e futebol” – Campo da PU.

Sexta, 22

10h Evento Coordenação Aposentados Sintufrj – Homenagem a mulher aposentada.

9h reunião do CLG

14h Aula Magna com Ministro Celso Amorim (Quinhentão CCS)

Sábado, 23

10h Ato Nacional Punição Golpistas e de Solidariedade ao Povo Palestino, no metrô da Uruguaiana.

Domingo, 24

0h, Festival da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, no Parque Madureira.

Segunda, 25

Reuniões e mobilizações de base nos setores com comunicação visual da greve.

Terça, 26

Ato no Museu Nacional, 10hs.

Quarta, 27

Assembleia Simultânea, às 10h no Fundão, PV e Macaé

Quinta, 28

Reunião do CLG na Praia Vermelha ou IFCS.

Algumas das propostas aprovadas

– Solicitar a UNE, CUT e demais centrais sindicais apoio público à greve (inclusive nas redes sociais).

– Expor as razões da greve para a sociedade e seguir a agenda e as atividades do governo em eventos e nas mídias digitais.

– Organizar passeata no Fundão (por exemplo, do HU até o local da assembleia).

– Dialogar com a reitoria sobre a realização de uma assembleia comunitária da UFRJ sobre a recomposição orçamentária.

– Divulgação das atividades essenciais nas unidades e canais do Sintufrj. São consideradas essenciais as atividades necessárias à garantia da vida, pagamento de salários, aposentadorias e pensões (processos de pagamento de quem já está aposentado, ou às vésperas da compulsória e casos de invalidez) e de terceirizados; e demandas com prazo judicial.

Em caso de dúvidas ou demandas, a comissão de ética deve ser contactada pelo e-mail comissaodeetica@sintufrj.org.br.

Veja o vídeo da assembleia: https://www.youtube.com/watch?v=LOopnXteHYw&t=13s

O comando Nacional de Greve (CNG) foi instalado pela direção da FASUBRA na tarde desta quarta-feira, 20 de março, no auditório do Sintfub- UnB. O CNG debate, organiza e delibera sobre os rumos dos movimento. Os trabalhadores da UFRJ estão lá representados por sete companheiras e companheiros: Edson Vargas, Marisa de Araujo, Luan de Souza, Adriana Matos, Alzira das Neves Monteiro, Vania Guedes e Luciano da Cunha do Nascimento.

COORDENADORA GERAL DA FASUBRA, CRISTINA DEL PAPA, fala durante instalação do Comando Nacional de Greve
DELEGAÇÃO QUE REPRESENTA OS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DA UFRJ em Brasília, no momento do credenciamento do CNG/Fasubra

A greve na UFF está forte. Mesmo setores sem tradição, resolveram aderir. Inclusive por conta da falta de orçamento das universidades. Quem avalia é coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF (Sintuff), Lucyene Almeida.

Na primeira semana de greve, os trabalhadores da UFF vêm promovendo reuniões setoriais para ampliação do movimento.  Como a realizada no dia 13 com os trabalhadores das Bibliotecas.

Em reunião setorial, no dia 13 (já marcada, mas que acabou se inserindo no calendário de greve), nos pilotis do Bloco B do Gragoatá, em Niterói, os sindicalistas falaram para cerca de 53 trabalhadores das bibliotecas sobre o porquê e a importância da greve, sobre as audiências com a Reitoria, e de essencialidades, explicando que as bibliotecas não estão entre elas e que não é necessário rodízio para atendimento (recurso válido para serviços essenciais e que incidam em risco à vida).

A reunião ajudou a articular a paralização. Na opinião da coordenadora, a gravidade da situação das universidades, fomenta a adesão. “É fundamental colocarmos para os estudantes que é hora de lutar por mais verbas. Se o governo acha que (a universidade) é importante, não pode ser só no discurso, mas com ações”, pondera Lucyene, destacando que é importante valorizar a Carreira e o trabalho do servidor,

Ela conta que, entre os bibliotecários, a adesão está grande. Ela mesma trabalha no processamento técnico da Biblioteca Central do Gragoatá, a maior entre as 40 bibliotecas da UFF, considerando as de Niterói e as dos campi do interior, como Rio das Ostras, Macaé, Santo Antônio de Pádua, Petrópolis, Nova Friburgo e Angra dos Reis.

 

Mais de 40 bibliotecas e 220 servidores

Em Niterói, a UFF é descentralizada: a biblioteca Central no Gragoatá, atende a maior parte dos cursos de áreas humanas de graduação e pós-graduação. Há ainda a biblioteca da Economia e a da Superintendência de Documentação. No campus da Praia Vermelha, em São Domingos, fica a biblioteca de Arquitetura e Engenharia, a de Geociências e de Física. No campus do Valonguinho, há também uma Biblioteca Central, a de Nutrição, Odontologia, Administração, Matemática e Geoquímica. No Hospital Antônio Pedro há a biblioteca de Medicina; em Santa Rosa, a de Veterinária, e no Centro, a de Enfermagem.

Todo esse sistema, e mais o setor de Arquivo, estão reunidos na Superintendência de Documentação que. segundo ela, conta com cerca de 220 servidores. Ainda sem precisar quantos, a coordenadora avalia que houve uma adesão grande dos trabalhadores.

Portanto, há um movimento crescente, inclusive nacional, com mais de 50 instituições. “Porque a greve é justa. Não temos só o eixo da recomposição salarial (e da Carreira), mas também a recomposição do orçamento. Isso está impulsionando. É muito fácil dialogar com estudantes e docentes. A Aduff (associação de docentes) vai fazer assembleia dia 21 e a gente tem perspectiva . Quanto mais universidades e categorias , fortalece nosso movimento.”

UFF. Bibliotecarios mobilizados dão fôlego à greve na Universidade Federal Fluminense

 

A 187ª Plenária Nacional do SINASEFE aprovou o indicativo de greve nacional da categoria (docentes e técnico-administrativos da Rede Federal), a partir de 3 de abril.

Realizada nos dias 16 e 17 de março de 2024, em Brasília-DF, a atividade contou com a participação de 58 seções sindicais e mais de 210 pessoas (dentre as quais 87 de modo virtual).

 

QUA 20/03
10h Assembleia Simultânea – Praia Vermelha (Auditório Manuel Maurício) e Macaé.

14h Atividade GT Antirracista Ditadura e racismo: violência ontem e hoje. Espaço Cultural Sintufrj

QUI 21/03

10h – Reunião de Base EEAN

10h – Reunião de Base Ippmg

12h – Ato Mobilização no CAP. Com carro de som.

SEX 22/03

10h Evento Homenagem Mulheres Aposentadas.

13h COMANDO DE GREVE – SALA ESPAÇO SAÚDE

14h Aula Magna com Ministro Celso Amorim (Quinhentão CCS). Levar proposta de Carreira, Cartazes etc.
Enviaremos representantes.

SÁB 23/03

10h Protesto Unificado Centro do Rio, punição aos golpistas em defesa da Democracia.

TER 26/03

10h Protesto Museu Nacional

REUNIÃO DO COMANDO LOCAL DE GREVE que definiu o calendário das próximas ações da greve Foto de Elisângela Leite

Servidores/as técnico-administrativos/as em greve desde 11 de março na universidade cumpriram na manhã desta terça-feira (19) mais uma etapa da jornada de esclarecimentos e mobilização do movimento. O cenário foi o pátio do campus da Praia Vermelha, cujas instalações estão castigadas pela falta de manutenção de sua infraestrutura resultante da asfixia financeira da UFRJ. Como se sabe, nesta quarta-feira, às 10h, a assembleia de greve será no auditório Manoel Maurício, ao lado da biblioteca do CFCH. O ato teve participação de representantes do Andes-Sindicato Nacional, do DCE Mário Prata, de companheiros da Unirio (também em greve) e dirigentes e militantes do Comando Local de Greve. Um panfleto numa linguagem quase didática e que apresentava os pontos defendidos na greve foi distribuído à comunidade universitária. Em algumas intervenções, houve a convocação para que os trabalhadores e trabalhadoras participem das ações de greve na defesa da Carreira, de reajuste salarial e de orçamento para a universidade.

Protesto na Praia Vermelha.
Rio, 19/03/24
Protesto na Praia Vermelha.
Rio, 19/03/24
Protesto na Praia Vermelha.
Rio, 19/03/24
Protesto na Praia Vermelha.
Rio, 19/03/24

Ao discursar na inauguração do restaurante universitário, reitor da UFRJ voltou a declarar apoio à greve dos trabalhadores

O Centro de Tecnologia (CT) ganhou um novo bandejão – no espaço no qual durante décadas funcionou o restaurante Burguesão, de uma cooperativa de professores.

A inauguração na segunda-feira (18) foi comemorada por representantes da União Estadual dos Estudante (UNE), do DCE Mário Prata e de Centros Acadêmicos.

O movimento estudantil atribui à luta dos estudantes a construção de um novo restaurante universitário – luta que recebeu o apoio do Sintufrj.

O reitor Roberto Medronho, pró-reitores e decanos prestigiaram o evento.

Camile Paiva, do DCE, destacou a importância da mobilização para que se possa ter mais bandejões; Thais Raquel, dirigente da UNE, ponderou que o bandejão não seria inaugurado sem a luta histórica do movimento estudantil.

O reitor ressaltou a importância dos trabalhadores que ajudaram a construir aquele momento e a pressão do movimento estudantil.

Apoio à greve

Medronho aproveitou a ocasião para, como vem repetindo, declarar apoio à greve dos trabalhadores da universidade. “Sem eles a UFRJ não funciona”. Disse que pretende que seja oferecido também café da manhã em todos os campi (garantiu que fará até o final da gestão) porque é dever da Reitoria dar assistência aos estudantes especialmente os que moram mais distante.

Inauguração do Bandeijão no CTC.
Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Inauguração do Bandeijão no CTC.
Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Inauguração do Bandeijão no CTC.
Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Inauguração do Bandeijão no CTC.
Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite
ESTUDANTES NA FILA DO NOVO BANDEJAÃO manifestam apoio à greve dos técnicos-administrativos da universidade Rio, 18/03/24.
Foto de Elisângela Leite

 

 

 

Dirigente destaca a importância dos sindicatos na história como instrumento de defesa dos trabalhadores

O ano letivo começa na UFRJ com novos estudantes e com novos funcionários, mas eles encontraram a força de trabalho técnico-administrativa da UFRJ em greve. Para explicar os motivos do movimento paredista, o Comando Local de Greve (CLG) tem percorrido os campi distribuindo panfletos, conversando e convocando para ações do movimento.  Nesta segunda-feira (18) à tarde, o comando foi a recepção de novos servidores da UFRJ no Salão Nobre do Centro de Tecnologia.

Os integrantes do CLG, Esteban Crescente, Nivaldo Holmes Filho e Marli Rodrigues distribuíram panfleto de informação da greve com texto sobre o cenário de dificuldades da instituição, a realidade salarial dos técnico-administrativos e falaram aos servidores. Material sobre o Sintufrj, uma pasta com informações sobre o sindicato e ficha de filiação foi distribuída pelos funcionários do sindicato.

O acolhimento faz parte do Programa de Admissão de novos servidores da UFRJ, promovido pela Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4). Constitui-se de atividades de recepção e capacitação, com o objetivo de receber os novos servidores na instituição e apresentar orientações básicas sobre a estrutura e o funcionamento da universidade, além de explicações sobre a importância do serviço público, dos servidores e de sua atuação na sociedade e na educação.

“Vocês como servidores públicos são importantes para ajudar a reconstruir a UFRJ e o Brasil. Nós como servidores temos compromisso, exercendo nossos cargos na universidade, de fazer um Brasil diferente, num espaço sem censura e democrático, contribuindo para o esforço de manter o espaço republicano garantindo a educação pública de qualidade”, refletiu Joana de Angelis, da Divisão de Desenvolvimento, Capacitação e Formação Continuada da PR-4, ao se referir ao governo anterior que elegeu a universidade pública como inimiga número 1.

O Sintufrj tem por tradição participar desta atividade, e no caso do momento da greve o CLG é o porta-voz. Esteban foi o primeiro a falar e discorreu sobre a história dos sindicatos e sua importância como instrumento de defesa dos direitos dos trabalhadores. Ele informou que o Sintufrj é o maior sindicato de trabalhadores técnico-administrativos do Brasil e tem 13 mil filiados.

“Somos trabalhadores técnico-administrativos em educação, que é uma conquista da nossa luta. Tudo o que conquistamos nos últimos anos foi através de luta porque não temos data base como os celetistas. E infelizmente ficamos sete anos amargando um congelamento salarial. Derrotamos o governo anterior e com o novo governo recuperamos a oportunidade de negociação. Conseguimos 9%, mas é insuficiente, nossas perdas são mais de 40%. Então temos de nos mobilizar. Não existe categoria que não faça greve”, explicou Esteban.

Estamos não só lutando pela reposição salarial. Estamos na luta também pela recomposição orçamentária das universidades públicas federais”, sublinhou Nivaldo. “Hoje nós temos o PCCTAE (Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação), conquista da greve de 2004. Já temos quase 20 anos, e vocês estão entrando na carreira num momento importante que é a luta também justamente pela reestruturação desse plano. Então contamos com vocês com apoio e participação nas atividades”, acrescentou Nivaldo.

Mesmo com todo todos os problemas a UFRJ é um lugar importante, bom de se trabalhar e onde vocês podem crescer e produzir. Fizemos especialmente esse panfleto para vocês com assuntos inerentes aos novos servidores. Servidor não pode ser punido por fazer greve e servidor em estágio probatório tem o direito de participar da greve. Todos nós podemos fazer greve. E essa greve é um direito de todos nós, foi muito conversada e muito pensada. Digo para vocês que é uma greve forte, tirada numa assembleia simultânea com mais de 700 companheiros. É uma greve justa e vocês precisam entender por que estamos nesse movimento. Tudo o que temos nos nossos contracheques é fruto de luta e greve!”, finalizou Marli.

Dúvidas

Foi aberto um espaço para os servidores se manifestarem e alguns fizeram algumas perguntas como Hélio Moura e Leonardo Pina. Hélio quis saber se essa era uma greve nas universidades, haja visto que a UFF também está com seus servidores em greve.

Foi explicado pelo CLG que a greve é em nível nacional, nas universidades federais que integram a base da Fasubra – a federação que reúne os sindicatos de trabalhadores técnico-administrativos das universidades públicas federais.

Leonardo perguntou sobre o alcance dos serviços oferecidos pelo Sintufrj interior do estado. Sendo explicado que o Sintufrj tem a sede no Fundão e subsedes na Praia Vermelha e HUCFF. Nas unidades externas e nos campi de Xerém e Macaé o Sintufrj realiza atividades itinerantes e organiza plantões conforme a necessidade.

Realidade da UFRJ

“Ao chegarmos na UFRJ acreditamos que vamos encomendar uma estrutura à altura da maior universidade do Brasil, mas após o acolhimento começamos a nos deparar com os problemas que impactam o nosso trabalho cotidianamente – a grande maioria em função da falta de orçamento – e descobrimos que somos uma das categorias com a maior defasagem salarial do serviço público federal. Além disso, as estruturas estão desabando por falta de manutenção”, diz um trecho do panfleto.

E continua. “Com uma perda inflacionária de mais de 40% nos salários, um plano de carreira defasado que não valoriza a permanência dos servidores na universidade, e cortes nos orçamentos, a categoria buscou o diálogo com o governo federal. Mas, após muitas reuniões não houve contraproposta, além de 0% de reajuste esse ano.”

Novos Concursados da UFRJ.
Rio, 18-03-24
Foto Elisângela Leite
Novos Concursados da UFRJ.
Rio, 18-03-24
Foto Elisângela Leite

 

“30 anos de lutas do Sintufrj saberes e memórias” foi o tema da aula inaugural dos cursos de capacitação e das oficinas oferecidos pelo sindicato aos sindicalizados e seus dependentes, terceirizados e trabalhadores do entorno da universidade, nesta segunda-feira, 18, no Espaço Cultural da entidade. Foi um momento festivo e de valorização da trajetória histórica e de lutas da categoria.

Na abertura, os coordenadores de Educação e Cultura do Sintufrj, Edmilson Pereira e Helena Alves, destacaram a importância dos cursos de capacitação oferecidos pelo Sintufrj para a qualificação dos servidores da UFRJ, e o de Patrimônio Cultural. Como também a contribuição das oficinas de violão, dança e patchwork para promover convivência social e colaborar para a saúde mental dos seus participantes.

O coordenador da Fasubra e técnico-administrativo do Instituto de Biologia da UFRJ, Francisco de Assis, enfatizou que os cursos objetivando capacitar e qualificar a categoria, e as oficinas que promovem a integração social e aglutinam as pessoas para trazê-las para a entidade, fazem parte da construção coletiva que resultou no projeto Universidade Cidadã para os Trabalhadores.

Além dos dois coordenadores de Educação e Cultura Edmilson e Helena (Carlos Daumas estava de plantão no HUCFF), fizeram parte da mesa o ex-dirigente da Asufrj e técnico-administrativo do Instituto de Biologia, Orlando da Conceição, e Roberto Gambine, ex-coordenador do Sintufrj e atual diretor adjunto de Administração do Instituto de Doenças do Tórax; Andrea Crisitna Queiroz, coordenadora da Divisão de Memória Institucional do Sistema de Bibliotecas e Informação (Sibi); Carolina Potiguara, assessora da Coordenação de Igualdade Racial e de Etnias da Secretaria de Cultura de Maricá e Renata Gama, coordenadora de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura de Maricá e do Instituto Estadual de Tombamento (INPAC).

Matrículas abertas

Até o final de março estão abertas as inscrições para os cursos de capacitação preparatórios para mestrado e doutorado, e até abril, quando será concluído o primeiro módulo, para o curso Patrimônio Cultural: lugares, saberes e memória. Já as oficinas oferecem vagas o ano todo.

. Leia matéria completa na edição do Jornal do Sintufrj 1430, que estará disponível nas redes sociais da entidade nesta sexta-feira à noite e nas unidades na segunda-feira, 25.

Inauguraçâo dos Cursos de Capicitação.
Rio, 18/03/24
Foto Elisângela Leite
Inauguraçâo dos Cursos de Capicitação.
Rio, 18/03/24
Foto Elisângela Leite
Inauguraçâo dos Cursos de Capicitação.
Rio, 18/03/24
Foto Elisângela Leite