Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgados nesta quarta-feira,17, foram 3.149 mortes, somados 501 óbitos do Rio Grande do Sul que não haviam sido contados ontem

Matéria retirada do site Brasil 247. 

O Brasil ultrapassou a triste barreira das 3 mil mortes por dia de Covid-19 nesta quarta-feira (17). O relatório do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgado às 18h registrou 3.149 mortes. 

O número conta com os 501 óbitos do Rio Grande do Sul que não haviam sido somados nesta segunda. “Na data de ontem (16/3), a Secretaria Estadual do Rio Grande do Sul não consolidou os dados dentro do horário limite para a atualização do painel pelo Conass. Com isso, não foram contabilizados 9.331 casos e 501 óbitos. Estes registros foram somados aos dados publicados hoje”, explicou o Conselho em nota.

Ontem, também até o fechamento do boletim, Minas Gerais havia contabilizado 28 mortes. Nesta terça, o estado atualizou os dados, registrando 314 óbitos em 24 horas.

Ao todo, o Brasil conta desde o início da pandemia 284.775 mortes em decorrência do coronavírus.

Foram registrados também 99.634 nas últimas 24 horas, somando 11.693.838 pessoas infectadas. Veja mais detalhes no Painel do Conass.

 

 

O PL prevê indenização financeira de R$ 50 mil aos dependentes legais e, na ausência de dependentes, aos herdeiros

Matéria retirada do site Jornal de Brasília. 

O veto do presidente Jair Bolsonaro ao PL 1826/2020 foi derrubado pela Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (16). Com isso, profissionais da saúde e auxiliares hospitalares que exercem serviços essenciais devem ser indenizados pelo Governo Federal, caso venham a falecer em decorrência da pandemia de Covid-19.

O projeto é de autoria dos deputados Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Reginaldo Lopes (PT-MG) e conta com co-autoria da bancada do PSOL e dezenas de parlamentares mulheres de 14 partidos. O projeto surgiu em elaboração coletiva com o movimento #MaisDoQuePalmas, articulado pelo ator Gregório Duvivier, pela organização Nossas e movimentos sociais.

“Nas últimas 24h fizemos uma mobilização muito forte pela derrubada do veto. O projeto foi aprovado em unanimidade, mas o governo queria manter o veto até ontem. Com a pressão de parlamentares, movimentos sociais, sindicados, conselhos, ativistas e pessoas que pressionaram por e-mail mostramos que o impacto no orçamento é ínfimo. É uma vitória gigantesca. Chegamos a um ano de pandemia e ela só piora por causa do boicote e obscurantismo do governo. É o mínimo que poderíamos dar de resposta a esses profissionais da saúde, maioria mulheres, inclusive, que estão dando as vidas para salvar o povo”, afirma Fernanda.

O veto deve ser derrubado também pelo Senado em seguida e promulgado em 48h, quando já passará a valer.

O PL prevê indenização financeira de R$ 50 mil aos dependentes legais e, na ausência de dependentes, aos herdeiros. Dependentes de menos de 24 anos receberão também um adicional de R$10 mil para cada ano que faltar para completar a idade máxima. Recebem a indenização também os profissionais que ficarem permanentemente incapacitados pelo trabalho por causa da Covid-19.

De acordo com a deputada, os riscos a que estão expostos se agravam porque até o momento o Poder Público tem sido incapaz de oferecer equipamentos de proteção individual em quantidade e qualidade adequadas.

O PL define como profissões da Saúde as profissões de nível superior reconhecidas pelo Conselho Nacional de Saúde e pelo Conselho Nacional de Assistência Social; aquelas de nível técnico e auxiliar vinculadas à saúde; os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate a endemias. Reconhece também como atividades auxiliares aquelas que auxiliam presencialmente nos estabelecimentos de saúde, como serviço de copa, lavanderia, limpeza, segurança, motorista de ambulância, administrativo, dentre outros. Contempla também assistentes sociais, biólogos, educadores físicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, médicos veterinários, nutricionistas, odontólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais.

 

 

 

 

Matéria retirada do site Geledés.

Era 1983, em Brasília (DF), uma mãe preta leva a filha, recém-nascida, para se registrar. Não se questionava a cor dos filhos. Isso era definido por um rápido olhar do profissional do registro: a criança, sem ausência de melanina na pele suficiente para ser declarada branca e com menos que o mínimo para ser vista como criança preta, é então taxada de parda. É aí que começa nossa jornada em busca de identidade.

O termo “pardo” surge durante a colonização espanhola entre os séculos 16 e 18, com a economia baseada na escravidão. Para o IBGE, ele se aplica a pessoas com mescla de cores, seja essa mulata (entre brancos e negros), seja cabocla (entre brancos e ameríndios) ou cafuza (entre negros e indígenas).

É nessa mistura de origens étnicas, fenotípicas e culturais que estão 42,7% dos brasileiros, o que torna difícil a identificação de nosso povo com base nas origens étnico-culturais, já que o termo pardo agrega todas as miscigenações feitas no país desde o processo de colonização até o projeto de “embranquecer” a população com os investimentos feitos para trazer os imigrantes europeus para cá.

Mas alguém pode pensar: o que isso tem a ver com a garotinha parda? Adotada por uma família de mãe e irmãos brancos e pai preto, na escola, ela aprendeu rápido. Sempre falavam da diferença de pele entre ela e os seus, e desconfiavam de sua origem não branca: aos seis anos, ela descobriu a adoção; aos oito, a professora, ao lidar com a praga de piolhos, enquanto derramava creolina em seus cabelos, na frente de toda a turma, dizia: “tem cabelos ruins como esses que não adianta remédio normal, tem que ser esses que matam carrapato em bicho para ver se funciona”; apesar de humilhada e triste, ela achava que a culpa era do cabelo ruim; se fosse branca, teria cabelos lisos.

No Brasil, o quesito raça/cor variou nos censos. Em 1872, no primeiro recenseamento realizado, havia as seguintes classificações: branco, preto, pardo (que aqui era lido como a mistura branco/preto) e caboclo (mistura de branco com povos originários); em 1890, teríamos como grupos – branco, preto, caboclo e mestiços (referindo-se à mistura de brancos e pretos); entre 1900 e 1920, esse item foi excluído dos levantamentos. Em 1940, voltaram aqueles termos, além do termo “amarelo”, incluído pela primeira vez. Só em 1991, quando passamos a incluir o censo entre os povos indígenas – o quesito raça/cor apresentou-se como o conhecemos hoje.

Ao crescer, a menina parda passou por vários procedimentos capilares: de banha de galinha na raiz a produtos com formol que ela usava tampando o nariz pelo cheiro forte e achava muito ruim quando queimavam o couro cabeludo; mas seguia firme, afinal, se a mãe dela, a pessoa que mais a amava no mundo, reclamava de pentear seus cabelos por serem “ruins”, ela devia ser forte e fazer algo sobre isso.

Até a idade adulta, nunca teve uma aula sequer em que se falasse de suas origens. Seguiu as religiões de base cristã-europeia da família. Foi batizada, fez a primeira comunhão, aprendeu como a “macumba” era perigosa. Chegou a ser expulsa de supermercado, confundida com criança em situação de rua. Recordava a voz da tia: “você é besta, Maria, se fosse eu criando, essa neguinha ia viver na cozinha”, logo aprendeu a identificar os olhares dos seguranças das lojas e, para evitar confusão, preferia nunca abrir a bolsa nessas lojas, nem entrar com sacolas.

Durante anos, vez após outra, resistia às abordagens de morena, moreninha, cor do pecado, cor de jambo… Estranhava quando se dizia negra ou, em dias ousados, preta e logo alguém aparentava querer protegê-la ao falar: “não diga isso, você é tão bonita!” Por vezes, vinha o complemento mais doloroso: “Quase branca”.

O desconhecimento das origens, a tentativa de “embranquecer” o país e as violências, genocídios, exclusão, invisibilização e desconstrução da imagem ampliaram as desigualdades. Em vez de identidade positiva, ensina-se a esses meninos e meninas a odiarem seus cabelos, seus rostos, a aceitarem, com naturalidade, que seus corpos são matáveis.

Aquela menina parda é hoje uma mulher que aprende todo dia que construir-se negra, no Brasil, é, antes de tudo, um desconstruir-se das camadas de branquitude impostas ao longo da vida. Ela, agora, publica seu primeiro artigo em um jornal de circulação nacional, esperando, do fundo de sua alma preta, que este texto encontre outros pardos e pardas nessa jornada para poderem se assumir pretos com orgulho!

Raquel Dias – Ativista social, gestora pública, assessora de projetos na Prefeitura de Fortaleza

 

 

Pesquisa revela também que 43% da população culpam o presidente pelo agravamento da crise de covid-19

Matéria retirada do site da Rede Brasil Atual. 

A rejeição ao negacionismo do presidente Jair Bolsonaro durante a a pandemia da covid-19 levou à sua maior rejeição desde o início do governo. De acordo com pesquisa Datafolha, divulgada na noite desta terça-feira (16), 54% dos brasileiros consideram a gestão ruim ou péssima. 

Na pesquisa passada, realizada em 20 e 21 de janeiro, a rejeição ao trabalho de Bolsonaro na pandemia era de 48%. A parcela da população que considera sua gestão boa passou de 26% para 22%, enquanto quem a vê como regular foi de 25% para 24%.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados se consideram o presidente o principal culpado pela crise atual da pandemia, que matou mais de 280 mil no país e vê um colapso nacional do sistema de saúde devido ao pico de infecções. Para 43%, Bolsonaro é o motivo do caos.

Apenas 17% consideram os governadores de estado, que em grande parte defendem medidas mais rígidas de isolamento social, como culpados. Outros 9% mencionaram os prefeitos. Já 15% acreditam que a culpa se divida entre os chefes do Executivo e a população.

Ontem, o Brasil novamente quebrou o recorde diário de mortes por covid-19. O número de vítimas desde o início da pandemia chegou a 281.626. Os dados iniciais do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) não levavam em conta as mortes no Rio Grande do Sul, por atraso no envio das informações. Após a divulgação, o estado dos gaúchos contou 502 mortos. Com isso, o número total subiu de 2.340 para 2.842 óbitos.

Muitos estados e municípios brasileiros vivem o colapso do sistema de Saúde, sem leitos hospitalares disponíveis. Especialistas argumentam que, acima de 85% da capacidade, a situação já é de pressão sobre o sistema, com criação de filas. E são muitos os estados nesta situação, com destaque para os três do Sul – Paraná (92%), Santa Catarina (99%) e Rio Grande do Sul (98%).

Em boletim extraordinário divulgado nesta terça, a Fiocruz apresentou uma análise a respeito do estágio da pandemia de covid-19 no Brasil. E, segundo a avaliação de pesquisadores da instituição, o país passa hoje por uma “situação gravíssima”, configurando o maior colapso sanitário e hospitalar de sua história.

 

 

 

 

Nosso olhar hoje vai para Elisa Lucinda. A capixaba, de 62 anos, é poeta, jornalista, atriz e cantora, reconhecida pelo seu ativismo em relação a questões sobre gênero e raça.

Fundou a Casa Poema, no Rio de Janeiro, onde são oferecidos saraus, encontros com escritores, oficinas e cursos de poesia falada. Com mais de 11 livros publicados, sua obra de maior sucesso é a comédia poética “Parem de falar mal da rotina”.
Graduada em jornalismo, exerceu a profissão até 1986 quando mudou-se para o Rio disposta a tornar-se atriz. Virou poeta, mas não abandonou o teatro, o cinema e a TV. Em 1994 publicou seu primeiro livro de poesias O Semelhante, embrião da peça de mesmo nome, que esteve em cartaz por mais de seis anos no Brasil e no exterior. Nela, entremeava seus versos com uma conversa com a platéia, estilo personalíssimo de suas apresentações.
Ela é considerada a artista da sua geração que mais populariza a poesia. Seu modo coloquial de se expressar faz com que o mais complexo pensamento ganhe fácil compreensão.
Elisa é poesia, resistência e ancestralidade! #21dias

País, que já vive colapso hospitalar, caminha a passos largos para rapidamente atingir a marca de 300 mil mortos em decorrência da doença do coronavírus

Matéria retirada do site da Revista Fórum. 

Em meio à quarta troca de ministro da Saúde desde o início da pandemia, o Brasil bateu um novo recorde de mortes em decorrência da Covid-19 em 24 horas: entre esta segunda e terça-feira (16), foram registrados 2.842 novos óbitos, número que supera o recorde registrado na última quarta-feira (14), quando foram contabilizadas 2.286 mortes. Os dados foram atualizados com os números do Rio Grande do Sul.

Os dados constam no novo balanço do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). Com os novos registros, o país superou a marca dos 280 mil mortos desde o início da crise sanitária e caminha a passos largos para atingir a triste marca de 300 mil óbitos.

O Conass informa ainda que foram registradas 74.595 novas infecções de Covid-19 nas últimas 24h, o que totaliza 11.594.204 casos desde o começo da crise de saúde.

Em meio à disparada macabra da doença, cidades Brasil afora estão vivendo colapso em seus sistemas de saúde com hospitais superlotados. Especialistas apontam que somente a criação de novos leitos não é suficiente e que a única medida efetiva para conter o avanço da pandemia enquanto não há vacinação em massa é o isolamento social. O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no entanto, afirmou que descarta o lockdown.

“Esse termo de lockdown decorre de situações extremas. São situações extremas em que se aplica. Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados”, disse nesta terça-feira (16).

 

 

Na segunda-feira, 15, a atividade conjunta do Sintufrj, Sisejufe e Coletivo Enegrecer reuniu militantes jovens e veteranas na live que teve como tema “A carne mais barata do mercado é a carne negra: emprego, geração de renda e territorialidade. O evento faz parte da campanha “21 dias de ativismo contra o racismo” do qual as entidades participam. 

Economia solidária, política de cotas, protagonismo das mulheres negras, a luta feminina na periferia e a exploração de mão de obra das periferias foram assuntos discutidos pelas palestrantes. A live está gravada no canal do Youtube do Sintufrj e do Sisejufe e pode ser vista a qualquer hora.

Mulheres atuantes

A jovem militante e coordenadora nacional do Coletivo Enegrecer, Dara Sant´Anna, falou com entusiasmo sobre o protagonismo das mulheres negras e homenageou as lutadoras veteranas: “Somos fruto do que vocês plantaram e conquistaram”.

A vereadora petista Moara Saboia (Contagem/MG) e militante do Enegrecer destacou a importância de existir políticas públicas voltadas para as necessidades sociais e não por interesses políticos. “Temos de estar vigilantes e construir políticas públicas de estado e não de governos”, afirmou.

 “Como já foi dito por Moara não temos como retroceder. Temos, sim, de continuar sempre vigilantes para defender e reforçar essas políticas públicas”, acrescentou a coordenadora do Sintufrj, Noemi de Andrade.

A dirigente sindical expôs sua experiência como moradora na periferia e observou como é importante pautar debates sobre ativismo racial. “A exploração da mão de obra barata nesse sistema capitalista tem que estar na nossa pauta cotidiana”, defendeu Noemi.

A presidente do Sisejufe, Maria Eunice Barbosa, que acompanhou a atividade, parabenizou a todas e agradeceu a bela live proporcionada. 

“Parabéns, grandes e lindas mulheres! E muita gratidão por compartilharem conosco suas vidas, suas energias, suas reflexões e conhecimentos”, parabenizou a presidente do Sisejufe, Maria Eunice Barbosa, ao final da live.

O debate foi mediado pela coordenadora Bethe Fontes, coordenadora do Sisejufe.

CONFIRA O DEBATE NA ÍNTEGRA: 

 

 

 

Governo quer reduzir em 10% valor das parcelas do seguro-desemprego. Para Guedes, trabalhador não aceita ofertas de emprego por receber benefício. CUT diz que proposta é uma ofensa do governo Bolsonaro

Matéria retirada do site da CUT.  

Ignorando os mais de 13,4 milhões de brasileiros e brasileiras desempregados que não conseguem uma recolocação no mercado de trabalho mesmo procurando muito, o ministro da Economia, Paulo Guedes, volta a atacar os direitos dos trabalhadores e das tabalhadoras insinuando que desempregado não procura um novo emprego por receber o seguro-desemprego. Por achar isso, Guedes quer reduzir o valor das parcelas do benefício que ajudam no sustento de centenas de milhares de famílias de trabalhadores que perderam empregos formais, com carteira assinada.

A visão entre os membros da equipe econômica é de que hoje boa parte dos trabalhadores tende a atrasar o retorno ao mercado formal, ou ficar na informalidade, enquanto recebem o benefício, segundo reportagem da Folha de São Paulo que conversou com membros da equipe do ministério da Economia.

A proposta é uma “ofensa” aos trabalhadores, critica Quintino Severo, representante da CUT no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), órgão responsável pelo pagamento do seguro-desemprego. De acordo com o dirigente, a Central repudia com veemência a alegação do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) de que o trabalhador não procura emprego por ter o seguro.

Repudiamos essa proposta ofensiva ao trabalhador e o argumento de Guedes. É repugnante do ponto de vista humanitário dizer que o trabalhador não procura emprego por receber o seguro. Não é possível que um ministro da Economia tenha feito uma proposta tão desqualificada como esta.

Quintino Severo

A proposta do governo é escalonar a redução do valor do seguro-desemprego em 10% a cada mês.

Atualmente, dependendo da faixa salarial, o trabalhador tem direito a receber até cinco parcelas de R$ 1.100,00 a R$ 1.911,84. Guedes quer pagar a primeira parcela com valor cheio e depois reduzir. Por exemplo, quem ganha o teto receberia o valor total na primeira parcela; a segunda seria de R$ 1.720,65, a terceira de R$ 1.548,58, a quarta de R$ 1.393,64 e a última de R$ 1.254,28 . 

Neste caso o trabalhador perderia pouco mais de R$ 656,00 do seu benefício ao longo dos cinco meses.

As medidas estudadas são um contrassenso em época de alto desemprego, critica o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clóvis Scherer, que assessora a CUT no Fundo de Amparo ao Trabalhador. 

Para Scherer, essas medidas deveriam ser analisadas se o país estivesse com alto índice de emprego e no caso dessas vagas estarem sendo rejeitadas. Ainda assim, o tema deveria passar pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) e pelos sindicatos ,legítimos representantes dos trabalhadores.

“Embora a gente não tenha detalhes do que pretende o governo, a ideia para supostamente estimular o trabalhador a mudar o seu comportamento e procurar um emprego, numa época em que não há vagas, não terá efeito algum”, diz o economista.

O representante da CUT no Codefat, Quintino Severo, acredita que “num momento em que o desemprego se encontra em seu patamar mais alto, de dificuldade em se conseguir um emprego em virtude da gravidade das crises econômica, social e sanitária, e que se agravam cada vez mais é lamentável que o governo apresente essa proposta”.

Para ele, a falta de diálogo com a classe trabalhadora por parte do governo impede o encontro de alternativas para ajudar a financiar o empregador, que não seja simplesmente retirar do bolso do trabalhador.

“É preciso ter alternativas e uma política de financiamento aos empregadores, principalmente aos que mais sofrem com a pandemia como os setores da cultura e serviços. Estamos de pleno acordo de que é preciso uma política de Estado, mas tem de buscar no caixa da União e não retirar do trabalhador. Esta proposta não tem a mínima possibilidade de aceitarmos nos termos e argumentos apresentados pelo governo”, afirma Quintino.

Já a falta de informações claras e a conta gotas por parte do governo, sem tempo para que os representantes dos trabalhadores discutam a medida é motivo de críticas de Scherer.

“O governo solta balão de ensaio, vem com o prato pronto e não discute, afetando o que funciona bem, piorando o atendimento, como é o caso do pagamento do seguro-desemprego”, diz o economista.

Para vencer resistências tanto dos trabalhadores como o da opinião pública, Guedes acena com a possibilidade do trabalhador doméstico demitido, que hoje tem direito a três parcelas do salário mínimo (R$ 1.100), a receber o teto como os demais trabalhadores de outras categorias, de acordo com o salário de cada um.

Para Scherer, a proposta do governo nada mais é do que baratear o custo da mão de obra.

“Paulo Guedes quer retirar direitos e baratear o custo da obra de mão, fazer o trabalho ficar mais barato, achando que empregador vai contratar mais se  arrojar um pouquinho, mas onde o trabalhador vai arrumar emprego?, questiona o economista do Dieese, que prossegue: “ na verdade, não tem emprego para ser achado, a economia está parando de novo”, afirma .

Estamos vendo uma destruição brutal do emprego. Antes da pandemia a mão de obra disponível já não era absorvida e agora piorou. Não adianta mudar o sistema de proteção ao trabalhador sem resolver o problema do desemprego.

Clóvis Scherer

Redução da multa do FGTS e antecipar abono salarial

Outra medida em análise, segundo a Folha de São Paulo, é o trabalhador receber antes do seguro-desemprego, ao menos parte do abono salarial a que teria direito. O abono no valor de até um salário mínimo é pago ao trabalhador com carteira assinada que ganha até dois salários mínimos mensais (R$ 2.200,00).

O governo também analisa a redução do valor da multa paga pela empresa sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no ato da demissão, caso ela ajude o trabalhador a conseguir um novo emprego. Nesse caso, segundo integrantes da equipe econômica, a pessoa precisaria aceitar a redução , que passaria de 40% para 20%.

*Edição de Texto: Marize Muniz

 

 

No 16º Dia de Ativismo contra o Racismo, contamos a trajetória de Beatriz Nascimento. Ela foi uma historiadora, professora, poeta, intelectual e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres, nascida em Sergipe.

Professora influente nos estudos raciais no Brasil, se destacou como pesquisadora do protagonismo negro no meio acadêmico. Sua obra ainda é atual e vital para os estudos raciais no país.

Por força dos movimentos negros e sociais, há três anos no bairro Japãozinho, em Aracaju, há uma ocupação do MTST nomeada Beatriz Nascimento e há dois ano e meio o Coletivo de Estudantes Negros da Universidade Federal de Sergipe tem o nome historiadora.

Durante o mestrado em comunicação social, na UFRJ, sob orientação de Muniz Sodré, Beatriz foi assassinada ao defender a vizinha de seu companheiro violento. Faleceu em 28 de janeiro de 1995, aos 52 anos.
#21dias

 

 

“Os médicos têm autonomia para prescrever”, disse Marcelo Queiroga em sua primeira entrevista à frente da pasta

Matéria retirada do site da Rede Brasil Atual 

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (15), admitiu ao entrar no ministério que apoia o “tratamento precoce” contra a covid-19. Em sua primeira entrevista como ministro, Queiroga disse à CNN que o tema trata de uma questão médica.

“O que é tratamento precoce? No caso da covid-19, a gente não tem um tratamento específico. Existem determinadas medicações que são usadas, cuja evidência científica não está comprovada, mas, mesmo assim, médicos têm autonomia para prescrever”, afirmou o ministro sobre o tratamento precoce.

Indagado sobre a defesa de “tratamento precoce” para covid-19 por Bolsonaro, Queiroga defendeu que “é algo que precisa ser analisado para que a gente consiga chegar a um ponto comum que permita contextualizar essa questão no âmbito da evidência científica e da ciência”.

Na entrevista, o novo ministro também falou que lockdown só deve ser aplicado em “situações extremas” e “não pode ser política de governo”.

“Esse termo de lockdown decorre de situações extremas. São situações extremas em que se aplica. Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados”, afirmou.

Segundo o novo ministro, é preciso “assegurar que atividade econômica continue, porque a gente precisa gerar emprego e renda. Quanto mais eficiente forem as políticas sanitárias, mais rápido vai haver uma retomada da economia.”

De acordo com o novo ministro, a conversa com o presidente “foi muito boa”. Segundo ele, Bolsonaro também o “recomendou cumprir a Constituição Federal do Brasil” no sentido de dar amplo acesso à saúde. “É Constituição Federal na veia”, disse.

*Com informações de DCM e CNN