A principal pauta do Conselho Universitário (Consuni), na quinta-feira, 8, era a apresentação da proposta do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFRJ. Toda a comunidade universitária, e também a sociedade em geral, foi estimulada a contribuir com ideias. Dentre as contribuições enviadas à Reitoria pelo Sintufrj, consta a criação do Conselho Superior de Administração e Gestão de Pessoal.

O debate nem chegou a ser iniciado, porque a sessão do colegiado foi interrompida com a notícia da morte de mais uma servidora da universidade pela Covid-19. Juliana Cruz Lopes, 42 anos, fazia parte da Coordenação de Relações Institucionais e Articulações com a Sociedade (Corin). A comunidade universitária da UFRJ já não suporta mais contabilizar tantas vidas perdidas nesta pandemia.   

De acordo com a reitora Denise Pires de Carvalho, a discussão sobre a proposta finalizada do PDI pelos conselheiros será retomada em 15 dias, em sessão normal do Consuni ou em caráter extraordinário.

Ditadura nunca mais

Enquanto durou a sessão na quinta-feira, 8, estava em pauta a continuidade de uma discussão iniciada há duas semanas no colegiado: a proposta de cassação do título de Doutor Honoris Causa concedido ao coronel Jarbas Passarinho, em 1973, no auge dos “anos de chumbo” do golpe militar. Ele foi duas vezes ministro dos golpistas e subscreveu o AI-5. 

Na sessão do dia 25, ao apresentar a justificativa para a cassação do título de Jarbas Passarinho, os estudantes lembraram que a ditadura matou pelo menos 27 estudantes da UFRJ e leram nomes de alguns dos assassinados pelos generais. Foi um momento de emoção na sessão virtual.

Parte do colegiado é favorável à cassação dos títulos de Passarinho, como já ocorreu com outros personagens nefastos da história do Brasil.  

Momento exige tomada de decisão

Pela bancada técnico-administrativa falou a conselheira Joana de Angelis, que é também coordenadora do Sintufrj. Ela defendeu que este é o momento ideal de a universidade se posicionar em razão dos inúmeros ataques do governo à instituição, à educação, à ciência e ao SUS, e propôs: 

“Não há melhor apoio à universidade, aos nossos cientistas e pesquisadores do que mostrar publicamente para a sociedade que somos contra a tortura e a ditadura.”

Segundo a conselheira e dirigente sindical, é importante fazer o resgate desta parte trágica da história do país e dos protagonistas do golpe que matou, torturou, exilou e calou estudantes, trabalhadores e a sociedade. 

“Mais do que nunca a UFRJ não pode se calar, e este Conselho tem a obrigação e o dever de se posicionar, sim, num momento em que há um governo que vive tentando nos colocar de novo nas mesmas condições que tanto repudiamos. Esta casa centenária, que produz conhecimento científico e que tem autonomia, tem de manifestar seu posicionamento contrário à ditadura, porque está havendo ataques e retrocesso”, afirmou. 

“Não vamos conseguir nada nos submetendo, mas, sim, mostrando que estamos juntos, unidos e fortes pela resistência e pela luta em defesa da educação pública, e esta casa tem o dever de retirar o entulho ditatorial que carregamos”, concluiu Joana. 

Aqui você encontra a íntegra das considerações e propostas apresentadas pelo Sintufrj ao PDI https://sintufrj.org.br/wp-content/uploads/2020/12/PDI-Sintufrj-2020-Revisado.pdf

 

 

 

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março do ano passado, a UFRJ está atuando no combate à Covid-19 em várias frentes. E deste esforço coletivo participam, anonimamente, técnicos-administrativos, estudantes e professores que integram a comunidade universitária, como também de outras instituições.  

Estão cadastrados como voluntários na UFRJ 2.541 pessoas desde o mês de abril de 2020. Este contingente tem sido fundamental para a produção dos dois tipos de álcool consumidos na pandemia: em gel e 70%, e de equipamentos de proteção individual (EPIs). Também estão presentes no trabalho de  distribuição de quentinhas e, atualmente, na campanha de vacinação contra a Covid-19. 

São 350 voluntários que todos os sábados de vacinação drive-thru nos campi da UFRJ na Cidade Universitária e Praia Vermelha, Sambódromo, Centro do Rio e Planetário da Gávea permanecem em pé das 8h às 15h, ajudando na organização das filas e na aplicação do precioso líquido que salva vidas. 

Responsável pelo voluntariado

A idealizadora do Programa de Voluntariado da UFRJ é a diretora Escola de Enfermagem Anna Nery (Eean), Carla Araújo. Ela faz parte da força-tarefa da universidade que compõe o Grupo Multidisciplinar de Enfrentamento à Covid-19. 

“O voluntariado tem sido uma das coisas boas que temos vivido nesta pandemia. É com a disponibilidade que se possibilita aos alunos, professores e técnicos-administrativos descobrirem juntos o exercício da responsabilidade social e da cidadania. E  com o nosso conhecimento podemos contribuir para a melhoria da saúde da população”, resumiu a diretora. 

O trabalho anônimo, sem remuneração alguma, tem sido um importante reforço nas ações empreendidas pela universidade no atual momento, acrescentou. “No dia 27 de março, no Sambódromo, vacinamos 910 pessoas. Os voluntários são fundamentais em todo o processo de vacinação. Sem eles teríamos mais filas e o tempo de atendimento seria muito maior”, afirmou. 

Segundo Carla Araújo, que é enfermeira, o trabalho voluntário realizado pela comunidade universitária tem tido o reconhecimento da população, e de uma forma muito peculiar: 

“Vemos a gratidão da população na nossa ação em saúde, que é possibilitada também pelo SUS. Recebemos bilhetes nos agradecendo e desejando saúde, e, na Páscoa, chocolates. Estamos fazendo história e fazendo parte desta história.” 

 

A UFRJ se integrou ao esforço de vacinação da Prefeitura do Rio contra a Covid-19 e oferece seu espaço, infraestrutura e voluntários para os postos de vacinação no sistema drive-thru aos sábados, nos campi Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, e  Praia Vermelha, em Botafogo, zona sul do Rio. 

Desde a inauguração do posto de vacinação no Fundão, em 6 de fevereiro, foram aplicadas 1.466 doses de vacinas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde: 1.156 da primeira dose e 310 da segunda dose. O campus faz parte da Área Programática de Saúde (AP 3.1). 

Além dos voluntários da UFRJ — entre estudantes, professores e técnico-administrativos –, a vacinação na universidade também mobiliza as equipes da Secretaria Municipal de Saúde e enfermeiros da Força Aérea Brasileira.

Na região da AP 3.1, que envolve 28 bairros, entre eles toda a Ilha do Governador, Os Complexos da Maré e do Alemão, reunindo uma população de quase 900 mil pessoas, foram aplicadas desde 20 de janeiro, quando foi iniciada a campanha de vacinação, 150.837 mil doses: 116. 416 mil em Unidades de Atenção Primária (UAPS). Foram vacinados 91.175 mil idosos e 42. 749 trabalhadores da saúde. 

O calendário de vacinação nos postos drive thru segue o oficial divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio. Neste mês estão sendo vacinados como grupo prioritário os idosos e profissionais de saúde com conselho de classe e conforme a faixa etária.

Calendário de vacinação de profissionais de saúde

O calendário de vacinação para os profissionais de saúde entre 50 e 59 anos seguirá em paralelo ao cronograma dos idosos. Eles podem se vacinar em todos os postos, exclusivamente das 13h às 17h. 

Nas etapas anteriores já foram vacinados os profissionais de saúde da linha de frente no combate à Covid-19, os diretamente envolvidos na campanha de vacinação e aqueles com 60 anos ou mais.

Os calendários de vacinação contemplando os próximos grupos prioritários serão divulgados futuramente, conforme novos aportes de vacinas forem chegando ao município.

Vacinação em idosos surte efeitos

A prova de que a vacinação é o método mais eficaz para combater a pandemia é a redução do número de internações e mortes de idosos no Rio de Janeiro.

De acordo com a Subsecretaria de Vigilância em Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, caíram as internações e mortes de idosos com mais de 80 anos, entre janeiro e março de 2021. A campanha de vacinação contra a Covid foi iniciada em janeiro.

Nos meses analisados, a queda foi de 49% nas internações e 44% dos óbitos causados pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em idosos acima dos 90 anos. Entre os de 80 anos, a internação caiu 33% e as mortes 22%.

A principal causa analisada é a vacinação das idades prioritárias no estado. O número de idosos vacinados com 80 anos ou mais chegou a 329.062. Até a segunda-feira, 5 de abril, 1.316.104 pessoas tinham sido vacinadas e um total de 374.909 já tinham recebido a segunda dose da vacina contra a Covid-19.

 

 

Representantes de bancos, empresas de comunicação e do agronegócio estiveram com o presidente, todos sem máscaras

Matéria retirada do site Brasil de Fato. 

 

Em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) jantou com empresários de diversos setores, na noite da última quarta-feira (7).

Após discursar, o ex-militar foi ovacionado pelo grupo. Horas antes, o Brasil registrou 3.733 mortes por covid-19 e chegou a 341 mil óbitos, em decorrência da doença. Já são 13,1 milhões de contaminados.

O presidente foi ao jantar acompanhado dos ministros Paulo Guedes (Economia), Fábio Faria (Comunicação), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Marcelo Queiroga (Saúde).

Também estavam na comitiva o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Durante o encontro, o presidente falou sobre a campanha de vacinação no país, que começou a ser incentivada recentemente por ele, após um ano de pandemia. Na reunião, nenhum dos convidados, ou o anfitrião, utilizaram máscara.

O anfitrião da noite foi Washington Cinel, dono da Gocil Serviços de Vigilância e Segurança Ltda, que também organizou, no dia 22 de março, outro encontro de empresários com políticos. Na época, um jantar com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O jornal Valor Econômico noticiou que outros empresários ficaram incomodados com o encontro. De acordo com a publicação, esse grupo acredita que Cinel reuniu em sua casa uma parcela minoritária do setor e que isso não significa um apoio do setor ao presidente.

Na reunião de quarta-feira (7) à noite, estariam apenas os bolsonaristas convictos, que já seguem o ex-militar em suas decisões.

Brasil de Fato organizou a lista com alguns dos nomes que estiveram presentes no jantar de apoio a Bolsonaro. Veja a lista:

Wasington Umberto Cinel, da Gocil Serviços de Vigilância e Segurança Ltda
Alberto Saraiva, do Habib’s
Rubens Ometto, da Cosan S.A.
André Esteves, do BTG Pactual
Claudio Lottenberg, da Confederação Israelita do Brasil e Hospital Albert Einstein
João Camargo, do Grupo Alpha de Comunicação
Tutinha Carvalho, da Jovem Pan
Ricardo Faria, da Granja Faria
Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco
Flávio Rocha, da Riachuelo
Rubens Menin, da MRV, CNN e do Banco Inter
Candido Pinheiro, da Hapvida
Carlos Sanchez, da EMS
David Safra, Banco Safra
José Roberto Maciel, do SBT
José Isaac Peres, da Multiplan
Alberto Leite, da FS Security

 

 

 

Segundo a Fiocruz, 20 das 27 unidades federativas estão com taxas de ocupação de UTIs superiores a 90%. Os altos números vistos já no início de abril assustam especialistas e pesquisadores

Matéria retirada do site da CUT. 

O Brasil ultrapassou na quarta-feira (7) 341 mil vidas perdidas pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, desde o início da pandemia. 

Após registrar mais de 4 mil mortes, nas últimas 24 horas foram registradas outras 3.733 mil vítimas da doença. A curva de casos e mortes ainda é alta e há risco de desabastecimento de oxigênio em 1068 municípios brasileiros.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, os gestores de saúde de mais de mil municípios relataram, em um levantamento, preocupação com o estoque de cilindros de oxigênio no Brasil. O total de cidades com dificuldades pode ser ainda maior, já que apenas uma parte respondeu ao questionário.

No balanço de quarta-feira (7), foram confirmadas mais 92.625 infecções, totalizando mais de 13,1 milhões de pessoas que já foram infectadas pelo novo coronavírus no Brasil.

Com os novos números diários, a média móvel de casos e mortes do país continua crescendo e chegou a 63.396 infecções e 2.744 mortes por dia, nos últimos sete dias, segundo o consórcio de imprensa

Os altos números vistos já no início de abril assustam especialistas e pesquisadores. Eles alertam que a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo deste mês. Essa é a conclusão do último boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na terça-feira (6).

Segundo o documento, 20 das 27 unidades federativas estão com taxas de ocupação de UTIs superiores a 90%. O nível crítico das UTIs, somado às filas por um leito, contribui para a previsão de abril acabar como o pior mês da história da pandemia.

Previsão assustadora

De acordo com estimativa da Universidade de Washington, nos EUA, a previsão é de que o Brasil encerre o mês com quase 420 mil mortos. O estudo, que leva em consideração as atualizações do Ministério da Saúde, esperava pico de óbito de 4 mil apenas para o dia 24, marca que foi superada agora no início do mês. Um dos fatores que eleva ainda mais os números é a volta do feriado de Páscoa, com a inserção de casos represados.

Taxa de ocupação de UTIs sofre leve queda no estado e na Grande SP

Apesar de o estado de São Paulo ter 10 regiões com mais de 90% de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), a taxa de leitos de UTI para tratar pacientes com Covid-19 sofreu uma leve queda no estado, de acordo com dados do governo paulista.

Outras sete cidades ainda têm mais de 85% desses leitos ocupados. O número total de pacientes internados no estado caiu de 31.175, no dia 31 de março, para 29.085 nesta quarta. No entanto, a queda foi bem menor entre pacientes em UTI do que nos de enfermaria.

Na terça-feira (6), 88,6% dos leitos do estado estavam ocupados, enquanto na terça passada a ocupação era de 89,9%. Já a Grande São Paulo tinha lotação de 88%, contra 88,5% registrado na semana passada. Há 15 dias esse número era ainda maior, com 92,3% no estado e 92,2% na região metropolitana da capital.

No domingo (4) a taxa de ocupação no estado não ultrapassou a casa dos 90%, e quarta-feira (31) foi o último dia que SP marcou mais que 92% na taxa de ocupação das UTIs. 

A ocupação dos leitos de UTI segue uma tendência de queda, sugerindo que começaram a surgir algum efeito as medidas mais restritivas da fase emergencial.

 

 

 

No Brasil, a fome diminuiu em 82% de 2002 e 2013, mas voltou a subir nos últimos cinco anos. E a situação para milhões de brasileiros fica cada dia pior durante a pandemia. Por isso, ações de solidariedade se multiplicam país afora. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) dá exemplo desde o ano passado, quando a covid-19 aprofundou o desemprego no Brasil sob o comando do governo genocida de Jair Bolsonaro. Os trabalhadores rurais passaram a dividir o que plantavam com os mais pobres da cidade e do campo.  

Quer somar com a iniciativa? Esta é a pergunta que as companheiras e companheiros à frente da Jornada Nacional de Solidariedade faz a todos nós. A ação é nacional e ocorre no sábado, 10 de abril, no Armazém do Campo RJ, e a sua ajuda aos que tem fome sai por menos de R$ 10,00. Confira:

Marmita solidária

O custo de cada Marmita Solidária é R$ 9,60. É possível apoiar a iniciativa com qualquer quantia depositada nesta conta no Banco do Brasil: Agência: 3086-4. Conta corrente: 27970-6. Ou: Chave PIX CNPJ: 08.087.241/0001-21. Escola Estadual de Formação e Capacitação à Reforma Agrária (Esesf).

Deste endereço sairão 200 marmitas com alimentos da Reforma Agrária Popular, Feijão Campo Vivo, Arroz Terra Livre, carne moída com legumes produzidos pelo Coletivo Alaíde Reis e farinha de mandioca do Assentamento Zumbi dos Palmares. 

A entrega das refeições será na Ocupação Moisés e Ocupação Livramento 209 (uma ocupação urbana que passou por um terrível incêndio). As marmitas serão produzidas no Armazém do Campo RJ e no Centro de Ação Comunitária (Cedac). 

Acompanhe nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram.

Número de pessoas com fome aumenta durante a pandemia, alerta ONU 

Matéria publicada em 26 de setembro de 2020, na CNN Brasil, já indicava que a triste realidade brasileira ficaria ainda pior. Veja:

A palavra fome voltou a assombrar os brasileiros mais pobres. Além do recrudescimento da pandemia e do impacto com as quase 4 mil mortes diárias pela Covid-19, há uma tempestade perfeita nesse caos que coloca em risco também sua segurança alimentar: inflação alta, desemprego e ausência do auxílio emergencial – ao menos num nível que permita a compra de uma cesta básica.

O Brasil deixou o chamado Mapa da Fome em 2014 com o amplo alcance do programa Bolsa Família – estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) baseado em dados de 2001 a 2017 mostrou que, no decorrer de 15 anos, o programa reduziu a pobreza em 15% e a extrema pobreza em 25%. No entanto, o país deve voltar a figurar na geopolítica da miséria no balanço referente a 2020. 

O Mapa da Fome é um levantamento feito e publicado pela ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a situação global de carência alimentar. Um país entra nesse levantamento quando a subalimentação afeta 5% ou mais de sua população. Venezuela, México, Índia, Afeganistão e praticamente todas as nações africanas apareceram no mapa referente a 2019. 

O Brasil tem ficado fora, embora dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrassem que, já em 2018, após anos de turbulências políticas e crescimento econômico pífio, a fome voltava a se alastrar. Agora, com a eclosão da pandemia e suas consequências econômicas e sanitárias, vai ser difícil escapar.

De acordo com Daniel Balaban, representante no Brasil do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) e diretor do Centro de Excelência contra a Fome, a situação brasileira é muito preocupante. Ele projeta que o Brasil esteja próximo dos 9,5% de sua população com subalimentação. 

“A condição do Brasil vinha se deteriorando antes da pandemia, por conta dos cortes orçamentários de políticas sociais, crises políticas e econômicas. A pandemia só apressou e piorou essa situação”, disse Balaban à CNN.

Medidas para arrecadar alimentos se espalham pelo país entre poder público, empresas, igrejas e organizações da sociedade civil. 

Vergonha nacional 

Este ano, apesar do agravamento da pandemia do novo coronavírus e de centenas de cidades terem adotado um isolamento mais rigoroso para conter a transmissão do vírus, o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) pagará um valor bem menor do que o que foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2020. Além disso, um número bem menor de pessoas terá direito ao benefício.

A previsão é de que 45,6 milhões de pessoas recebam o benefício este ano. No ano passado, quase 68 milhões receberam o auxílio. O valor do benefício caiu de R$ 600, pagos em 2020, para, em média, R$ 250 e apenas uma pessoa por família poderá receber o auxílio – no ano passado, até duas pessoas da mesma casa podiam receber. As mulheres chefes de família, que no ano passado receberam R$ 1.200, receberão apenas R$ 375 este ano. E os desempregados e informais que viverem sozinhos receberão menos ainda, apenas R$ 150.

Redação CUT