Servidores públicos federais podem entrar em estado de greve a partir de 14 de fevereiro, caso não haja avanço nas negociações sobre reajuste salarial com o governo de Jair Bolsonaro (PL). O indicativo de greve foi discutido nesta 6ª feira (14. jan.2022) pelo Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais).
Para cobrar a negociação salarial, o Fonasefe entregará um ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na próxima 3ª feira (18. jan.2022). Nesta data, os servidores também farão uma paralisação e protestos na frente do Banco Central e do Ministério da Economia. A paralisação foi convocada pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado) e terá apoio do Fonasefe.

“Vamos protocolar um documento no Ministério da Economia apresentando o pleito dos servidores e solicitando a instalação imediata de uma mesa de negociação. Se o governo não retornar, vamos deflagrar um processo de pressão e mobilização”, afirmou o presidente do Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), Sérgio Ronaldo da Silva.
O “processo de pressão” passa por novas paralisações nos dias 24 e 27 de janeiro e pode culminar na deflagração de uma greve. Silva disse que, caso não haja negociação com o governo, os servidores voltarão a se reunir em assembleias no fim de janeiro e no início de fevereiro para discutir a greve. A proposta inicial dos servidores é fazer um estado de greve dos dias 14 a 25 de fevereiro, com protestos em Brasília. Caso não consigam o reajuste salarial nesse período, os funcionários públicos entrariam em greve nacional em 9 de março.
CALENDÁRIO – O calendário de mobilização foi discutido nesta 6ª feira (14.jan.2022) pelo Fonasefe, que representa a base do funcionalismo público federal. Além do Condsef, 12 entidades sindicais participaram da reunião, entre as quais a Fasubra e a CUT.
O calendário aprovado pelo Fonasefe coincide com a mobilização organizada pelo Fonacate, que representa a elite do funcionalismo público federal. Sérgio Ronaldo da Silva disse que os servidores atuarão de maneira unificada para cobrar reajuste do governo. “A mobilização ganha força, porque o Fonacate e o Fonasefe representam praticamente todo o funcionalismo civil.

Os servidores cobram reajuste salarial do governo desde que o presidente Jair Bolsonaro indicou que daria aumento para os policiais federais. Reclamam que o reajuste não pode se restringir a uma categoria, porque a maior parte dos servidores não tem aumento salarial desde 2017(fonte: Poder 360 Graus)

Um dos mais conhecidos nomes da literatura brasileira, o amazonense morre aos 95 anos

Gabriela Moncau/Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 14 de Janeiro de 2022 

Thiago de Mello na Praça Dom Pedro, no centro histórico de Manaus – Prefeitura de Manaus

“Como quem reparte pão, como quem reparte estrelas, como quem reparte flores, eu reparto meu canto de amor. Com uma estrofe apenas, eu me despeço – para permanecer com vocês. Me despeço para permanecer”. 

A fala do poeta, escritor, jornalista e tradutor Thiago de Mello foi pronunciada em um evento na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, em comemoração aos seus então 90 anos. Nesta sexta-feira (14), aos 95, morre o gigante da literatura brasileira. Mas permanece. 

A causa de sua morte ainda não foi divulgada. De acordo com a Folha de S. Paulo, familiares informaram que ele partiu dormindo.  

A vasta obra de Thiago de Mello já foi traduzida para cerca de 30 idiomas. O seu livro mais recente – um texto antigo mas até então inédito – foi publicado em 2020 pela editora Valer, sob o título Notícias da visitação que fiz no verão de 1953 ao Rio Amazonas e seus barrancos.  

Entre seus muitos livros de poesia estão A lenda da rosa, Poesia comprometida com a minha e a tua vida, Mormaço na floresta, Vento geral e Num campo de margaridas. 

Faz escuro, mas eu canto 

Nascido em 1926 em Barreirinha, no interior do Amazonas, Mello cursava medicina no Rio de Janeiro na década de 1950 quando resolveu levar alguns de seus versos para Carlos Drummond de Andrade. Disse que pensava em abandonar a faculdade e se dedicar às letras. O já consagrado escritor desaconselhou o jovem: viver de poesia não é coisa fácil. Mello o desobedeceu.   

Chegou a trabalhar como adido cultural na Bolívia, no Peru e no Chile, mas em curto tempo teve a carreira diplomática interrompida pelo golpe militar brasileiro, em 1964. Quando deflagrado, Mello estava a trabalho na capital chilena e recebeu a notícia de Salvador Allende que, dali a nove anos, sofreria um golpe ele próprio. 

Nesse momento Thiago de Mello começou a escrever o que se tornaria um dos seus mais conhecidos poemas: Os estatutos do homem.  

Nele, o poeta decreta: “Fica proibido o uso da palavra liberdade / a qual será suprimida dos dicionários / e do pântano enganoso das bocas. / A partir deste instante / a liberdade será algo vivo e transparente / como um fogo ou um rio / e a sua morada será sempre o coração do homem”. 

O texto compôs o livro Faz escuro, mas eu canto: porque a manhã vai chegar, publicado em 1965 e cujo título – trecho do poema Madrugada Camponesa – foi tema da mais recente Bienal de São Paulo, realizada em setembro de 2021.  

Uma versão musical de Faz escuro, mas eu canto foi feita em parceria com o sambista Monsueto Menezes e gravada por Nara Leão.  

Por sua luta contra a ditadura militar, Thiago foi preso por cerca de um mês e meio. Em 1965 participou de um protesto no Rio de Janeiro feito por intelectuais e artistas, em frente ao hotel Glória. Na ocasião, ele foi um dos detidos que ficaram conhecidos como os “oito da Glória”. Entre eles, estavam Carlos Heitor Cony, Antonio Callado e Glauber Rocha. 

Em 1969, o poeta partiu para o exílio. Viveu na Argentina, em Portugal e no Chile.  

Conviveu com alguns dos maiores escritores latino-americanos, tais como Mario Benedetti, Jorge Luis Borges, Gabriel García Márquez e Pablo Neruda. Este último, por quem nutriu amizade, teve livros traduzidos ao português por Thiago de Mello.  

Em defesa das florestas

Desde que retornou do exílio nos anos finais da ditadura militar, Mello viveu, até seus últimos dias, no Amazonas.  

A terra onde nasceu foi homenageada em seus versos, suas lutas e também nas suas publicações em prosa, como nos livros Manaus Amor e Memória, Amazonas, pátria da Água e Amazônia – a menina dos olhos do mundo. 

Em entrevista concedida à Revista Princípios em 2014, Thiago de Mello já alertava para os impactos negativos do aquecimento global na vida da floresta amazônica.  

“Eu busquei contribuir para o conhecimento da floresta com meus livros. São seis ou sete livros só sobre a vida na floresta: suas lendas, seus mitos, seus milagres, suas grandezas, suas misérias também…”, relata o poeta amazonense.  

Na mesma entrevista, o escritor afirma que “quando parcela de um povo se conscientiza, sabe as razões por que esse povo está sendo oprimido, a primeira coisa que faz é querer organizar-se, organizar-se para lutar”. E completa: “Esse povo conscientizado vai crescer e vai ser invencível”.

Edição: Vinícius Segalla

 

 

Bolsonaro aparece com 24%, Moro com 9% e Ciro com 7%. Doria, Tebet, Pacheco e Felipe D’Avila têm desempenho pífio. Soma dos adversários está em 45%, mas margem de erro é de 3,2 pontos

Publicado: 14 Janeiro, 2022 – Escrito por: Redação CUT

FOTO: Ricardo Stuckert

Pesquisa Ipespe, antigo Ibope, divulgada nesta sexta-feira (14) confirma: Lula se mantém na liderança, com 44% dos votos, e pode vencer no primeiro turno as eleições para a Presidência da República, marcada para o dia 2 de outubro.

De acordo com os dados do Ipesp, se as eleições fossem hoje, com a soma dos votos, Lula ficaria a um ponto do percentual dos demais adversários, mas dentro da margem de erro pode superá-los, e, desse modo, assegurar vitória.

Essa é a segunda pesquisa desta semana que aponta para possibilidade de Lula vencer no 1º turno. Na quarta (12), levantamento Genial/Quaest atribuiu 45% a Lula, contra 41% dos demais candidatos.

Segundo a pesquisa Ipesp, depois de Lula aparecem Jair Bolsonaro (PL), com 24% das intenções de voto, Sergio Moro (Podemos), com 9%, Ciro Gomes (PDT), com 7%, João Doria (PSDB), com 2%, Simone Tebet (MDB), Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe D’Avila (Novo), com 1%.

Maioria diz ter certeza de que vai votar em Lula

Pela primeira vez mais eleitores afirmaram que ‘com certeza’ votarão em Lula (44%), contra 43% disseram que ‘com certeza não votariam’ no ex-presidente.

A pesquisa ainda traça outro cenário, sem Moro e com Alessandro Vieira (Cidadania).

Segundo turno

Em caso de segunda turno, Lula vence em todos os cenários. Contra Bolsonaro, segundo colocado na pesquisa, o petista tem 56% ante 31%. Contra o ex-juiz Moro, Lula tem 51% ante 32%.

Avaliação de Bolsonaro

A avaliação do governo Bolsonaro é considerada ruim ou péssima para 54% dos entrevistados. Outros 24% consideram boa ou ótima.

Os que dizem que as coisas vão no caminho errado na economia são 66% (antes eram 69%).

Metodologia da pesquisa

O levantamento do Ipesp foi realizado entre 10 e 12 de janeiro de 2022 com 1.000 entrevistados ouvidos por telefone por meio do Sistema CATI IPESPE.

A margem de erro máximo estimada é de 3.2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O nível de confiança é de 95,5%.

A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-09080/2022.

 

 

Calendário de luta prevê mobilizações contra PEC 32, ruim para os servidores e para os brasileiros, por reposição dos salários de todo funcionalismo e contra outras medidas de Bolsonaro que prejudicam o povo

Publicado: 14 Janeiro, 2022. Escrito: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

REPRODUÇÃO

Entidades CUTistas que representam os servidores públicos federais, estaduais e municipais realizaram reuniões virtuais nestas quarta e quinta-feiras para debater estratégias e calendário de luta para defender os direitos da categoria atacados pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), prefeitos e governadores aliados; conquistar a reposição dos salários para todo o funcionalismo e defender os interesses de todos os brasileiros e brasileiras.

Na quinta-feita (13), à noite, representantes das entidades divulgaram uma nota com as diretrizes da luta. A nota é assinada pela CUT, e pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef)/Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Fenadsef), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), das  Federações de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes) e do Renova Andes.

“É preciso colocar no centro da agenda a luta para reverter tudo que foi feito contra o povo desde 2016. Revogar todas as medidas e reformas que atacam os direitos do povo com a PEC 95 (que congelou o teto de gastos), e as reformas trabalhistas e da previdência”, diz trecho da nota. 

De acordo com o documento, entre as tarefas mais urgentes da categoria estão a luta para derrotar de uma vez por todas a chamada reforma Administratrativa, proposta por Bolsonaro por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32 – impedir é aprovação da PEC 32 é lutar pelo serviço público brasileiro, gratuito e de qualidade, entendem os sindicalistas -; e garantir a reposição salarial de toda a categoria.

A luta é por isonomia entre todo o funcionalismo, pelo fim do ‘toma lá, dá cá’ e compra de votos. Bolsonaro previu no Orçamento da União reajuste salarial apenas para os servidores da segurança, como policiais federais e rodoviários, a maioria da sua base de apoio.

Confira a íntegra da nota:

Derrotar de vez a PEC 32 e garantir reposição emergencial das perdas salariais

Em 2021, a campanha unitária para derrubar a PEC 32, da reforma administrativa, colocou no centro a importância dos serviços públicos para toda a população.

Ciente da importância dos serviços e políticas públicas num país populoso e continental como o Brasil, a Central Única dos Trabalhadores e suas entidades filiadas participaram plenamente dessa batalha, inclusive com uma campanha específica em Defesa dos Serviços Públicos e das Estatais.

A pandemia do Coronavírus evidenciou a importância do tão maltratado Sistema Único de Saúde. Sem o SUS haveria um número de mortos muito maior.

Ao enfrentar aqueles que pretendem privatizar os serviços públicos, com a PEC 32, os servidores municipais, estaduais e federais, muito além de seus direitos, defenderam a democracia e a soberania nacional do Brasil.

As verdadeiras reformas ainda estão por serem propostas, por exemplo, no sistema político, para acabar com o sistema de emendas parlamentares que institucionalizam o “toma-lá-dá-cá” e a compra de votos; ou no judiciário elitizado e descomprometido com o sofrimento da maioria vulnerável; ou na necessidade de a segurança pública ser focada na proteção da vida da população.

Como a grande maioria dos trabalhadores brasileiros, os servidores também estão com os salários brutalmente arrochados.

Nos federais, a última negociação foi em 2015, na gestão Dilma Roussef, com parte das categorias em greve. Na época, foram assinados acordos de reajustes em duas parcelas (até 2017) ou em quatro parcelas (até 2019). De lá para cá o que se viu foram sistemáticas negativas de negociação dos governos Temer e Bolsonaro. Os inúmeros pedidos de audiências foram simplesmente ignorados e as perdas chegam, hoje, até a 40%.

Isso é fruto de uma política econômica iniciada em 2016, razão de ser do golpe. Agora, em 2022, à luta pelo cancelamento da PEC 32, soma-se a exigência de reposição linear das perdas salariais da categoria.

A inflação de 2021 foi de 10,06%. Ao contrário do que vive dizendo o Ministro da Economia, o governo tem caixa e tem possibilidade legal de conceder, ao menos, esse índice de reposição emergencial.

Para além disso é preciso colocar no centro da agenda a luta para reverter tudo que foi feito contra o povo desde 2016. Revogar todas as medidas e reformas que atacam os direitos do povo com a PEC 95, e as reformas trabalhistas e da previdência. 

A experiência da PEC 32 mostra que é a firme unidade, em torno da reivindicação comum, conduz à vitória.

Todos os servidores precisam recuperar o poder de compra dos salários. Todos merecem a reposição emergencial das perdas, daí a exigência comum: Reajuste Linear Emergencial para todos!

O calendário unificado de mobilização já está em marcha envolvendo os municipais, estaduais e federais. Os servidores têm disposição para a greve, caso o governo mantenha sua intransigência.

A CUT reafirma o compromisso com essa agenda de luta e reafirma a exigência de que os governos municipais e estaduais, além do federal, atendam a reivindicação de reajuste linear para todos os servidores.

Total apoio às categorias em estado de greve e operação padrão. Estaremos juntos na reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional, em 2 de fevereiro, e em todas as mobilizações que as categorias estão construindo.

Viva a luta dos Servidores!

Reajuste linear emergencial já!

Fora Bolsonaro!

 

 

O Sintufrj tomou conhecimento dos procedimentos iniciados pela UFRJ para a realização dos testes do sistema eletrônico de frequência da universidade, a partir desta segunda-feira, 17 de janeiro.

Entramos em contato com a PR-4 para solicitar informações, posto que o sindicato tem posição contrária ao ponto eletrônico com controle biométrico e ao sistema desenvolvido pelo Ministério da Fazenda. 

Como a comunidade universitária sabe, o Sintufrj defende que o sistema de controle de frequência da UFRJ seja desenvolvido pela própria universidade com amplo debate e participação dos trabalhadores, levando em consideração as suas especificidades e as complexidades do nosso fazer.

Também pedimos informações sobre a realização dos testes acontecer exatamente quando a nova onda da pandemia de covid-19 obriga a UFRJ a retornar ao trabalho prioritariamente remoto.

O Sintufrj convidou o pró-reitor Alexandre Brasil Fonseca para uma apresentação ao conjunto da categoria do sistema em teste, de maneira que os trabalhadores possam tomar conhecimento do processo em curso, apresentar o acúmulo no tema e debatê-lo em assembleia da categoria.

Consideramos que não basta implementar um sistema próprio se ele servir, na prática, para as mesmas finalidades do ponto eletrônico do governo e se vier a ser executado sem debate e sem levar em consideração o acúmulo da própria universidade.

O pró-reitor aceitou o convite do sindicato. Ao longo da próxima semana divulgaremos maiores informações.

 

 

A nova onda da covid-19 assusta o mundo e traz incertezas. Não perca o debate organizado pelo Sintufrj nessa sexta, 14, às 14h:

 

 

 

 

Para Fábio Faria, PT travou projeto de venda da estatal. Para o senador Jean Paul, luta contra aprovação do PL, que é ruim para o povo e para o Brasil, é um legado do partido

Publicado: 13 Janeiro, 2022.Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Imagem: REPRODUÇÃO

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, responsabilizou o “ano eleitoral” e o PT por travar o projeto de privatização dos Correios no Senado. Sem querer, o ministro de Jair Bolsonaro (PL) reconheceu a importância da luta da Federação Nacional dos Trabalhadores de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect-CUT), da CUT e demais centrais e dos trabalhadores dos Correios contra a privatização da estatal, que é ruim para  povo e para o Brasil.

Segundo o ministro, embora o projeto de privatização tenha sido aprovado com folga na Câmara Federal, a influência do PT sobre a maioria dos senadores aliado às eleições de 2022 devem manter a proposta de venda da estatal na gaveta.

“Realmente, um ano eleitoral é difícil para aprovar a privatização. Estamos tentando convencer os senadores a entrar em um acordo para que possam votar. Não tenho como garantir. O PT é contra e muitos senadores apoiam o PT e são candidatos e não sei se aprovariam este projeto este ano”, disse o ministro em entrevista à rádio Difusora de Mossoró na terça-feira (11).

Na linha de frente da bancada que impediu a votação do projeto esteve o senador do PT pelo Rio Grande do Norte (RN) Jean Paul Prates, que classifica essa iniciativa como “um legado” dos petistas no Senado Federal.

“Foi luta, mas conseguimos impedir que os Correios fossem privatizados em 2021. O projeto foi retirado de pauta e deve seguir na gaveta em 2022. Foi mais um ataque do Governo Federal que a bancada do PT barrou!”, escreveu nas redes sociais o parlamentar ao lado de um banner com a foto dos sete senadores do PT e os dizeres “Legado: PT impediu a privatização dos Correios”.

Imagem: PT NO SENADO

A justificativa para a venda dos Correios é baseada num factoide sobre um suposto prejuízo gerado pela empresa divulgado por Fábio Faria e demais apoiadores do projeto de privatização, segundo a Agência Saiba Mais.

Nos últimos 20 anos, os Correios repassaram 73% dos resultados positivos acumulados ao governo federal, acionista único. Em 2020, a estatal apresentou lucro líquido de R$ 1,53 bilhão – maior resultado nos últimos 10 anos.

Eleições

É possível que Fábio Faria e Jean Paul “duelem” nas urnas em outubro de 2022 pela única vaga em disputa para o Senado nas eleições deste ano. Antes, porém, os dois precisam viabilizar suas respectivas candidaturas internamente.

Faria trava uma disputa com o colega Rogério Marinho para ser “o candidato de Bolsonaro” ao Senado no Rio Grande do Norte. Até o momento, no entanto, o ministro do Desenvolvimento Regional tem deixado claro que não pretende abrir mão de ser “o escolhido” pelo presidente da República que segundo as mais recentes pesquisas de opinião já acumula mais de 60% de rejeição no Estado potiguar.

Por outro lado, o petista Jean Paul Prates trava uma luta interna para que o PT não rife sua vaga numa eventual composição com outros partidos em nome do projeto maior, que é o da reeleição da governadora Fátima Bezerra. Há conversas locais sendo realizadas com o MDB e uma tentativa de reaproximação do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves.

À imprensa, em várias oportunidades, Prates já deixou claro que pretende concorrer à reeleição e que vai lutar por isso.

 

 

 

Especialista afirma que medida do governo só é segura com testes em massa; país tem risco de desabastecimento de exames

Nara Lacerda/Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 13 de Janeiro de 2022 

Aglomeração até para fazer teste: governo decidiu diminuir a quarentena para pessoas infectadas em meio a crescimento expressivo de casos – ©Mauro Pimentel /AFP

A redução da quarentena para contaminados e contaminadas pela covid-19 vai potencializar o crescimento de casos da doença e a pressão sobre o sistema de saúde.

Ouvido pelo Brasil de Fato, o médico infectologista Bernardino Albuquerque, da Universidade Federal do Amazonas considera a mudança “brusca” e com potencial para piorar um cenário que já é preocupante.

Nas últimas três semanas, a média móvel de infecções aumentou quase 17 vezes e a taxa de transmissão chegou ao maior patamar desde março do ano passado, quando o Brasil vivia o pior momento da pandemia. 

Em 22 de dezembro, o cálculo da mediana (feito a partir dos dados dos últimos sete dias) chegou a um resultado de 3,1 mil novas contaminações a cada 24 horas.

Atualmente, essa conta ultrapassa 52 mil confirmações por dia. A diferença entre os números absolutos de cada data é ainda mais alarmante: uma escalada de 3,4 mil para mais de 87 mil casos nessa quarta-feira (12).

Albuquerque afirma que a diminuição da quarentena só é segura se houver testes em larga escala.

 “As recomendações do Ministério da Saúde são preocupantes porque trabalham com o critério de sinais e sintomas, que devem ser avaliados por profissionais médicos. Da forma como vem acontecendo a evolução de casos no país, nós estamos com grandes lotações e isso dificulta essa avaliação.”

Segundo atualização do guia de vigilância epidemiológica para a covid-19 do Ministério da Saúde, o isolamento recomendado a infectados e infectadas caiu de dez para sete dias, se não houver mais sintomas.

“Quem vai avaliar esse parâmetro clínico? Vai ser o próprio indivíduo? Isso é um risco muito grande que nós estamos correndo”, alerta o professor Albuquerque.

A diretriz é ainda mais branda para quem deixa de apresentar sinais respiratórios no quinto dia da doença, se não houver febre em 24 horas, a quarentena pode acabar. A recomendação é de que seja feito um teste, que se der negativo endossa a liberação do isolamento.

Como parâmetro para atualizar a recomendação, o Ministério da Saúde usou as medidas que vigoram no Reino Unido e nos Estados Unidos, dois dos países que mais testam no mundo.

Gripe e ômicron: menos letais mas muito transmissíveis, surtos aumentam a ocupação hospitalar

O Brasil sempre esteve no lado oposto deste cenário, faz menos exames do que o necessário e, agora, está em risco de desabastecimento.

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) divulgou uma nota técnica recomendando prioridade na testagem para pacientes em estado grave, pessoas que serão internadas ou passarão por cirurgias, quem é do grupo de risco, grávidas, profissionais da saúde e de serviços essenciais. 

De acordo com o texto, haverá falta de exames se os estoques não forem recuperados logo. “Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil.”

Para Albertino Albuquerque o atendimento a pacientes será afetado. “O que nos espera não é uma situação de tranquilidade. Apesar de a vacina nos dar o respaldo de não agravar, de não determinar óbitos, isso também tem limites. A medida que a pressão de casos começa a interferir no sistema de atendimento, nós vamos deixar passar casos com condições de risco, comorbidades, idosos”. 

O professor avalia que o Brasil teve uma janela de oportunidade para estabelecer medidas quando os números no Brasil ainda estavam baixos, mas a pandemia já provocava uma nova onda em outras regiões do mundo.

“A diminuição da quarentena é um balde de água fria. Nós estamos com um vírus que já mostrou toda a sua capacidade de circulação, mas parece que realmente isso não está servindo de lição. A cultura é de acreditar que baixaram os números, a tendência é acabar, mas não é isso que está acontecendo”, finaliza Albuquerque.

Edição: Leandro Melito

 

 

Cerca de 75% dos professores do ensino primário e fundamental paralisaram atividades nesta quinta-feira (13)

Michele de Mello/Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 13 de Janeiro de 2022 

Cerca de 75% dos professores da França entraram em greve por mais segurança no protocolo sanitário – SNUIPP

Sindicatos da educação convocaram a uma paralisação nacional, nesta quinta-feira (13), contra a volta às aulas presenciais durante um novo surto de covid-19 na França. Cerca de 75% dos professores do ensino infantil, primário e fundamental aderiram à greve. Os trabalhadores denunciam que o governo não atende suas demandas e sequer respeita os protocolos sanitários que já havia estabelecido para o retorno presencial no dia 3 de janeiro. 

“Manter as escolas abertas é um desejo compartilhado, mas proteger toda a comunidade educacional (funcionários, alunos e famílias) também deve ser”, afirma em comunicado o Sindicato Nacional Unitário de Instrutores, Professores de Escolas infantis e Primárias (Snuipp).

A França é um dos países mais afetados pela nova onda de contágios desencadeada pela variante ômicron. Nas últimas 24 horas foram contabilizados 338.858 infectados para um total de 12,2 milhões contágios e 123 mil mortos desde o início da pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de ter imunizado 74% da população, cerca de 5 milhões de franceses recusam vacinar-se.

Associação de pais de alunos do ensino primário e fundamental também aderiu às manifestações em apoio aos professores em várias cidades da França / FSU

Segundo dados oficiais, em uma semana de aulas, 50 mil estudantes testaram positivo para covid-19. Diante do adoecimento de professores, o Ministério está convocando aposentados para dar aulas.

O primeiro-ministro Jean Castex havia declarado a meios de comunicação locais, na última segunda-feira (10), que o novo protocolo sanitário previa até três autotestes de covid-19 por aluno, quando fosse identificado um caso positivo em sala de aula. Caso contrário, seria necessário apenas uma certidão dos pais alegando que o aluno estaria saudável e apto para comparecer às aulas.

 

 

 

Trabalhadores criticam governo Bolsonaro por não agir para impedir saída da montadora. Outras empresas estão saindo e desindustrialização preocupa

Publicado: 13 Janeiro, 2022 – Escrito por: Redação RBA

FOTO: FORD/DIVULGAÇÃO

Há um ano, a Ford anunciou a saída definitiva de suas fábricas no Brasil. Mas, para trabalhadores e sindicalistas, a saída poderia ter sido evitada. Com o fechamento das três principais unidades da montadora, foram demitidos quase 8 mil trabalhadores diretos e pelo menos 100 mil indiretos. Em setembro, a Ford fechou também a fábrica da Troller, no Ceará, e mais 500 empregos foram extintos. Faltou responsabilidade social da empresa, consideram os representantes dos empregados da Ford.

“Se ela decidiu ir embora do Brasil, fechar uma planta é um direito da empresa: essa é a visão neoliberal grotesca que eles têm”, critica Rafael Marques, presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento (TID-Brasil). “No mundo inteiro não é assim. A Ford também tentou fechar a unidade de motores na França. Levou 10 anos para fechar a fábrica. Porque o governo se envolveu fortemente”, afirma Marques, em reportagem do Seu Jornal, da TVT.

Para encerrar as atividades industriais no Brasil a Ford gastou R$ 24 bilhões entre indenizações de trabalhadores, concessionárias, devolver empréstimos, multas por rescindir contratos de incentivos fiscais. Para os empregados da montadora no Brasil, o governo Bolsonaro se omitiu, e outras indústrias devem deixar o país.

Desindustrialização

“Quando se analisa a irresponsabilidade da Ford não dá para deixar de fora a irresponsabilidade do governo federal e também do estadual”, afirma o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres. “O estado de São Paulo vem perdendo empresas: a Ford em São Bernardo do Campo, a Ford e a LG em Taubaté. Então tem uma mescla aí. Não há ação em prol da indústria. O problema é maior do que simplesmente o fechamento da Ford”, observa Cayres.

Isso fica ainda mais claro quando se vê que, apesar de ter abandonado a fabricação no país, a Ford continua importando carros para vender no Brasil. Diante disso, os metalúrgicos denunciam o fechamento de fábricas, a desindustrialização, situação agravada após o golpe de 2016, que resultou no impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

“Várias cadeias industriais estão acompanhando a Ford. Estão desinvestindo: indústria farmacêutica, de bens de capital. Um cenário muito ruim”, relata Rafael Marques. “Estamos vivendo uma queda dos investimentos abrupta no país. E além dessa queda, o desinvestimento privado, público e de estatais.”

Destino incerto

A fábrica da Ford em São Bernardo foi comprada por uma empresa do setor imobiliário e está sendo demolida. Em Camaçari, na Bahia, existe a possibilidade de que outra montadora assuma as instalações, relata o repórter Jô Miyagui.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade baiana, Júlio Bonfim, afirma que seguem as negociações com o governo estadual, com a federação das indústrias (Fieb) e o Sindipeças para viabilizar essa nova empresa. “Que possa assumir esse complexo automotivo aqui em Camaçari e com essa vinda a gente possa minimizar o impacto do desemprego na região metropolitana.”