Por unanimidade, a assembleia simultânea (Fundão, Praia Vermelha e Macaé) convocada pelo Sintufrj na terça-feira, 25, aprovou paralisação para sexta-feira, 28 de março, e participação no ato unificado, às 16h, na Candelária, organizado pelo Fórum de Educação do Rio de Janeiro, que congrega entidades estudantis e sindicatos de trabalhadores. Outra deliberação importante da assembleia foi decretar estado de greve a partir de 1º de abril.

“A luta da categoria é pelo cumprimento integral do acordo de greve pactuado na mesa de negociação com o governo”, reafirmou o coordenador da Fasubra, Francisco de Assis. Ele informou que na quarta-feira, 26, a Fasubra participaria de uma reunião com as centrais sindicais para ampliar o apoio a essa luta da categoria.

José Carlos Pereira? Presente, sempre!

A assembleia foi iniciada com a categoria de pé fazendo um minuto de silêncio em homenagem ao companheiro José Carlos Pereira, ex-dirigente do Sintufrj e um militante que muito contribuiu para a história de lutas dos técnicos-administrativos da UFRJ.

Importância do ato unificado

“O ato unificado do dia 28 é muito importante. Depois de sete anos de salário congelado, somamos mais de 30% de perdas acumuladas. Mas não adianta só pensar na nossa vitória, temos que lutar por toda a classe trabalhadora. Lula tem que assinar a LOA”, afirmou o coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente. Entre as reivindicações que mobilizam e contemplam todos os assalariados, o dirigente citou o fim da escala 6×1, a redução da jornada de trabalho de 30 horas semanais para todas as categorias, um salário mínimo compatível com as necessidades das famílias.

Segundo Esteban, é preciso dar um basta neste cenário imposto pelos latifundiários de exploração e de sabotagem ao país, que jogam na beira da estrada alimentos para lucrar com a exportação, enquanto a classe trabalhadora, que sobrevive do salário mínimo miserável de hoje, não faz três refeições por dia. “Vamos ocupar o centro do Rio pelas nossas reivindicações e também homenagear o estudante Edson Luís de Lima Souto, que no dia 28 de março de 1968 foi morto pela ditadura militar”, acrescentou.

O técnico-administrativo do campus da UFRJ em Duque de Caxias Luciano Batista destacou em sua análise de conjuntura o Congresso Nacional golpista, que a todo momento tenta emparedar o governo para ficar no controle absoluto do Orçamento. “O orçamento não é só para pagar o salário do servidor; é recurso para investimento em políticas públicas, na saúde, na educação. O orçamento é do povo. É nosso! Precisamos convocar toda a população para o ato no dia 28 de março”, propôs.

Médicos e veterinários – Francisco de Assis disse que a Fasubra reivindicou reunião com o MEC e o MGI para resolver a situação dessas duas categorias profissionais de técnicos-administrativos em educação, que ficaram fora do acordo de greve.

Propostas aprovadas na assembleia

. Paralisação no dia 28 de março e participação no ato unificado às 15h, na Candelária, convocado pelo Fórum de Educação do Rio de Janeiro, que reúne DCEs, grêmios, entidades secundaristas estaduais, sindicatos de trabalhadoras e trabalhadores.

. Reforçar a Campanha de Fora Sara e contra o assédio moral na CPST, já aprovada em outra assembleia da categoria.

. Adesão à manifestação das trabalhadoras e trabalhadores do Colégio de Aplicação (CAp), na quinta-feira, 27 de março, no Conselho Universitário (Consuni), às 9h.

. Decretação de estado de greve a partir de 1º de abril, mas considerando que o governo tem até maio para cumprir o acordo de greve.

Moção de saudação ao PCB

Os 103 anos de fundação do PCB foram lembrados na assembleia, e a moção abaixo em homenagem ao partido foi aprovada por todos os presentes.

“Em 25 de março de 1922 foi fundado no Rio de Janeiro o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Junto com o PCB, se fundava nessa data o movimento comunista organizado em nosso país.

Um movimento que colaborou com a organização dos trabalhadores e trabalhadoras, os movimentos sindical, popular e da juventude.

Dentre os muitos quadros históricos que passaram pelo PCB, nós, da UFRJ, temos na memória o camarada Horácio Macedo, histórico reitor de nossa universidade.

Saudações aos 103 anos do PCB e do início do movimento comunista organizado no Brasil.”

Após a decisão histórica em que a mais alta corte de um país torna réu um ex-mandatário por tentativa de golpe, trabalhadores e estudantes promoveram ato no centro da cidade neste 28 de março –57 anos da morte do estudante Edson Luis assassinado pela ditadura militar – para defender a educação pública e a democracia exigindo o fim dos cortes na área e prisão a todos os golpistas do 8 de janeiro.

Neste dia 28 trabalhadores de universidades e institutos federais paralisaram suas atividades em todo o país para cobrar do governo Lula o cumprimento integral do acordo de greve. O Sintufrj e sua categoriaque aderiram a paralisação mais uma vez se fizeram presentes na manifestação.

O coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, transmitiu o recado da categoria dos técnico-administrativos em educação da UFRJ durante a concentração na igreja da Candelária onde depois saíram em passeata em direção à Cinelândia onde o ato foi finalizado.

“Dizem que se a gente for pra rua, o governo fica exposto a ataques da direita e da extrema direita. Não aceito esse argumento, pelo contrário. Se nós não formos levantar nossas bandeiras, só a direita vai levantar as deles. Nós temos que exigir melhorias para o povo”, sustentou Esteban.

O dirigente falou da realidade da categoria que ficou sete anos com salários congelados nos governos Temer/Bolsonaro, e a luta dos trabalhadores conseguiu recuperar uma parte das perdas. Ele continuou o raciocínio informandoque a categoria tem consciência de que merece muitos mais frente a todas as perdas acumuladas. Mais que não sucumbe. E assim deve ser com toda a classe trabalhadora, reinvindicando suas pautas.

“A classe trabalhadora deve levantar a cabeça para exigir dignidade. Nós estamos sendo nesse ato do Rio referência para os trabalhadores que esperam uma mobilização nacional  pelo fim da escala 6 x 1, uma grandemobilização nacional para taxação dos ricos para que o povo tenha comida na mesa e dignidade”.

Esteban Crescente conclamou todos para a luta nessa conjuntura adversa para a classe trabalhadora.

“Vamos enfrentar nossos adversários e inimigos, temos que prender os golpistas, generaistraidores da Constituição e os mercadores da fé que tentaram um golpe nesse país. E cobrar do governo uma politica econômica de verdade ao lado do povo e não só essa política de cortes nas áreas sociais.”